O Ministério Público Eleitoral (MPE), por meio da 76ª Promotoria Eleitoral, protocolou nesta quinta-feira (03/10) uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra Bruno Fernando Santos de Azevedo, conhecido como “Bruno Pezão”, candidato à reeleição como vereador em Campos dos Goytacazes, e sua equipe. A ação acusa o vereador de abuso de poder político e econômico durante sua campanha, com o envolvimento de uma organização criminosa liderada por José Ricardo Rangel de Oliveira, o “Ricardinho”, um narcotraficante atuante em Campo Novo e regiões próximas.
A investigação aponta que Bruno Pezão teria utilizado recursos financeiros não declarados e empregado coação e intimidação de eleitores com o uso de armas de fogo, tudo orquestrado por “Ricardinho” e sua facção criminosa. A organização é conhecida por torturas, assassinatos e tráfico de drogas, exercendo forte influência em Campo Novo.
Um dos episódios relatados na ação ocorreu em julho de 2024, quando “Ricardinho”, diretamente de uma cela no presídio de Bangu, no Rio de Janeiro, participou ao vivo, via telão, de uma reunião com eleitores da região. Na ocasião, ele demonstrou apoio à campanha de Bruno Pezão e exigiu que os presentes fizessem o mesmo. O MPE classificou o ato como uma tentativa de intimidar os eleitores e restringir a livre escolha do voto.
Com base nas evidências reunidas no inquérito policial, o MPE busca a cassação da candidatura de Bruno Pezão, sua inelegibilidade por oito anos e a invalidação dos votos que ele venha a receber, conforme a Lei Complementar nº 64/1990. O Ministério Público também está adotando outras medidas, mantidas sob sigilo.
Fonte: Ascom/MPE