A audiência de apresentação do adolescente de 14 anos que confessou ter assassinado os pais e o irmão caçula em Itaperuna terminou com o Ministério Público se manifestando favoravelmente à internação do menor. A decisão final será da Justiça. Enquanto isso, ele segue apreendido na 143ª Delegacia de Polícia da cidade, onde foi levado após confessar os crimes na quarta-feira (25).
Segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, responsável pelas investigações, o jovem aguarda encaminhamento a uma unidade do Degase, especializada no cumprimento de medidas socioeducativas. Ainda de acordo com o delegado, a adolescente com quem o acusado mantinha um relacionamento virtual, moradora da cidade de Água Boa, no Mato Grosso também prestou depoimento nesta quinta-feira (26), em sua cidade.
“Estamos aguardando a chegada da respectiva documentação para anexarmos aos autos aqui em Itaperuna e analisarmos eventual participação dela na empreitada”, afirmou o delegado.
O caso
O crime chocou a região Noroeste Fluminense. Pai, mãe e uma criança de três anos foram encontrados mortos dentro de uma cisterna na propriedade da família, no distrito de Comendador Venâncio, em Itaperuna. O próprio filho do casal, de 14 anos, confessou o triplo homicídio.
De acordo com a investigação, os assassinatos ocorreram na madrugada do último sábado (21). O adolescente utilizou a arma do pai, que possuía registro de CAC e atirou na cabeça dos pais enquanto dormiam. Em seguida, matou o irmão mais novo com um tiro no pescoço.
Após os homicídios, ele arrastou os corpos até a cisterna da residência, utilizando alvejante no chão para facilitar o deslizamento. Os corpos foram lançados com o auxílio de uma escada. A polícia ainda investiga a possibilidade de apoio remoto, embora não haja indícios de que outra pessoa tenha ajudado presencialmente.
O desaparecimento da família começou a levantar suspeitas após a avó paterna procurar a delegacia na segunda-feira (23), relatando que não conseguia contato com os filhos e neto. O adolescente havia sido hospitalizado após ingerir cacos de vidro e, segundo ela, não respondia às ligações. No dia seguinte, a avó retornou à delegacia para registrar o desaparecimento oficial dos familiares.
A confissão do crime ocorreu após o menor relatar os assassinatos a um tio, que imediatamente acionou a polícia.
As vítimas foram identificadas como Inaila Teixeira, cabeleireira, o esposo Antônio Carlos Teixeira, e o filho mais novo, Antônio Filho, que completaria quatro anos no próximo mês. Eles estavam casados há cerca de duas décadas. As investigações seguem sob responsabilidade da 143ª DP de Itaperuna.