O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do RJ, apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie, nesta terça-feira (26), ao cumprir mandados de busca e apreensão numa operação que investiga lavagem de dinheiro em contratos da Fundação Estadual de Saúde.
Também foram apreendidos:
- 600 dólares
- 500 euros
- 12 celulares
- 9 HDs
- 5 laptops
- 1 tablet
- 2 chips de telefonia móvel
- documentos e um caderno de anotações
Um dos alvos da ação foi Allan Turnowski, que foi chefe da Polícia Civil do RJ de 2009 a 2011. O também delegado Eduardo Clementino de Souza era outro investigado.
Agentes do MPRJ, com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil, saíram para cumprir 12 mandados de busca e apreensão contra pessoas físicas e jurídicas, expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organizações Criminosas da Capital.
A ação foi comandada pelo Gaeco e pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), que apura os crimes de organização criminosa e fraude em licitação. As investigações mostraram o direcionamento de contratos públicos em favor de duas empresas.
Turnowski chegou a ser preso em 2022 por suspeita de organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho. Ele responde ao processo em liberdade.
Um recibo de uma das empresas investigadas que foi encontrado no escritório de Allan durante as buscas da Operação Águia na Cabeça, quando foi preso, foi analisado pelos promotores. A suspeita é que o dinheiro chegava até o delegado por meio do pai.
De acordo com o MPRJ, Eduardo Clementino de Souza é dono de uma das empresas investigadas.
A defesa de Allan Turnowski afirmou que ele desconhece as relações contratuais entre uma das empresas investigadas e a Secretaria Estadual de Saúde. Segundo os advogados, ele teve um celular e um computador apreendidos em casa.
Ainda de acordo com a defesa do delegado, eles não tiveram acesso à decisão judicial que autorizou a busca e apreensão. Os advogados destacam que só vão se manifestar após terem acesso aos autos do processo.
Os contratos investigados são dos anos 2021 e 2022 e incluíam serviços nas unidades: Hospital Heloneida Studart, em São João de Meriti; Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita; e Centro Estadual de Diagnóstico por Imagem (CEDI – Rio Imagem), no Centro do Rio de Janeiro.
De acordo com o Gaeco, a investigação aponta a possibilidade de servidores públicos e outros investigados terem se beneficiado de forma indireta dos recursos obtidos com o esquema criminoso.
Os promotores identificaram a prática de repasse financeiro indireto envolvendo uma das empresas.
Além da Tijuca, os mandados foram cumpridos na Lagoa, Barra da Tijuca, Centro, Engenho Novo, Vila Isabel, Jacarepaguá, Ilha do Governador, nos municípios de Niterói e Silva Jardim.
Fonte: g1