Na manhã desta segunda-feira (10), aproximadamente 400 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam as terras da Fazenda Santa Luzia, pertencentes à Usina Sapucaia, em Campos dos Goytacazes. Como reação à ocupação, dois caminhões foram posicionados para impedir a passagem no local.
De acordo com o MST, a ação tem o objetivo de pressionar o governo a concluir o processo de adjudicação de duas matrículas da fazenda, que estão em tramitação no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Rio de Janeiro (INCRA-RJ). Esse processo permite que o governo destine à União propriedades de devedores de impostos e créditos não quitados.
O movimento afirma ainda que, segundo informações do governo, as áreas ocupadas estão com processos avançados na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e serão destinadas à Reforma Agrária ainda neste ano, devido a dívidas previdenciárias não pagas aos trabalhadores. As famílias acampadas estavam às margens da BR-101, próximo ao Morro do Coco, desde 15 de abril do ano passado.
Diante da ocupação, a COAGRO, indústria que opera nas instalações da Usina Sapucaia, emitiu uma nota oficial repudiando a ação. A cooperativa ressaltou que as terras ocupadas são produtivas e estão arrendadas judicialmente à COAGRO desde 2013, sendo fundamentais para a geração de empregos e o sustento de milhares de famílias na região.
“A ocupação indevida de terras regularmente subarrendadas a cooperados coloca em risco a produção em curso, prejudica os cooperados e ameaça a segurança dos trabalhadores”, destacou a nota. A COAGRO informou que está tomando todas as medidas cabíveis para garantir a continuidade das atividades e o respeito aos direitos da cooperativa e seus cooperados.
A cooperativa, que existe há 22 anos e conta com mais de 10 mil pequenos produtores, gerando três mil empregos diretos e indiretos, reforçou a confiança na Justiça e nas instituições para a rápida resolução da situação.