SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos 59 pessoas morreram nesta quarta-feira (14) no naufrágio de uma embarcação com migrantes nas proximidades da península de Peloponeso, na Grécia. Trata-se do incidente mais mortal do tipo registrado pelas autoridades gregas em 2023.
Outras 104 pessoas foram resgatadas e levadas para a cidade de Kalamata, no sul da Grécia, onde recebem atendimento médico -pelo menos quatro estão em estado crítico. Não se sabe ao certo quantos migrantes estavam na embarcação, e o número de vítimas ainda pode aumentar.
Segundo a Guarda Costeira da Grécia, a embarcação navegava em direção à Itália e foi avistada em águas internacionais na noite de terça (13) por uma aeronave da Frontex, a agência de fronteira da União Europeia. Na ocasião, o barco estava a 80 quilômetros da cidade de grega de Pylos, e as pessoas a bordo teriam recusado assistência. Algumas horas depois, a embarcação afundou no mar Jônico.
As operações de resgate contam com o apoio de um avião e de um helicóptero das Forças Armadas gregas, além de seis embarcações que já estavam na região. Autoridades relatam que as buscas são dificuldades por fortes ventos e o mar revolto. “Uma grande operação de resgate foi iniciada depois que um barco naufragou com muitos migrantes a bordo”, disse em nota a Guarda Costeira grega.
As nacionalidades dos migrantes não foram reveladas. Segundo a emissora estatal grega ERT, a embarcação partiu da cidade de Tobruque, na Líbia, e várias das pessoas a bordo tinham idade aproximada de 20 anos.
A Grécia é uma das principais rotas de entrada na União Europeia para refugiados e migrantes do Oriente Médio, da Ásia e da África. Muitos dos migrantes se arriscam em rotas próximas das ilhas Cíclades até a região de Peloponeso para evitar as patrulhas no mar Egeu, mais ao norte.
Cerca de 72 mil migrantes chegaram pelo mar este ano na Itália, Espanha, Grécia, Malta e Chipre, segundo dados das Nações Unidas. A maioria desembarca em território italiano. Muitos depois tentam chegar a países mais ricos do continente usando redes de contrabandistas.
Nas águas do Mediterrâneo central, mais de 20 mil migrantes morreram ou desapareceram desde 2014, de acordo com o Projeto de Migrantes Desaparecidos da Organização Internacional para as Migrações (OIM), braço da ONU para o tema.