SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, voltou a dizer nesta quarta-feira (1º) que a guerra na Faixa de Gaza só vai terminar com a destruição do Hamas após uma reportagem do jornal americano The New York Times afirmar que generais ouvidos sob anonimato querem um cessar-fogo.
“Fontes anônimas afirmaram ao New York Times que Israel estará pronto para acabar com a guerra antes que todos seus objetivos sejam alcançados”, disse o premiê em um vídeo publicado na rede social X. “Não sei quem são essas fontes anônimas, mas estou aqui para deixar bem claro: isso não vai acontecer.”
“Não vamos nos render aos ventos do derrotismo, nem no The New York Times nem em qualquer outro lugar. Somos inspirados pelo espírito de vitória”, concluiu Bibi, como o político é chamado, após afirmar que o Exército de Israel tem todos os meios para alcançar seus objetivos.
De acordo com o jornal americano, os principais generais de Israel afirmaram sob anonimato que, após quase nove meses de guerra, o país enfrenta falta de equipamentos e é pressionado por uma segunda frente de combate contra o Hezbollah, na fronteira com o Líbano.
Assim, um cessar-fogo seria a melhor saída para recuperar os reféns em Gaza e se preparar para uma possível guerra com o grupo libanês -mesmo que isso implique em uma eventual manutenção do Hamas, um dos grupos islâmicos responsáveis pelos ataques terroristas no sul de Israel no início de outubro, que desencadearam a guerra.
A permanência dos reféns no território palestino após meses de guerra é atualmente a questão mais sensível para o governo de Netanyahu e motivou diversas manifestações em Israel. Acredita-se que 116 dos cerca de 250 reféns sequestrados por combatentes do Hamas e outros grupos armados ainda estão no território palestino, de acordo com contagens de Israel -pelo menos 50 dos quais foram declarados mortos à revelia pelas autoridades.
A maioria dos sequestrados, mais de 100, foi devolvida em uma trégua no final de novembro do ano passado em troca da libertação de 210 mulheres e crianças palestinos que estavam nas prisões de Israel. Por outro lado, apenas três operações conseguiram resgatar reféns -a última, em junho, fez mais de 100 vítimas, de acordo com Tel Aviv.
A preocupação com o estado de saúde dos reféns cresce à medida que o tempo em cativeiro aumenta. Nesta quarta, o braço armado do Jihad Islâmico, a Al-Quds, aliado do Hamas, disse que alguns reféns israelenses tentaram suicídio.
“Alguns prisioneiros inimigos tentaram suicídio como resultado da extrema frustração que estão sentindo devido à negligência de seu governo em relação à sua causa”, disse o porta-voz do grupo, Abu Hamza, em uma publicação no Telegram. “Continuaremos tratando os reféns israelenses da mesma forma que Israel trata nossos prisioneiros.”
O grupo não especificou quais medidas tomou contra os reféns israelenses. Os esforços dos mediadores árabes apoiados pelos Estados Unidos falharam em concluir um cessar-fogo em Gaza até agora.