O bicho-preguiça é um mamífero da região de Mata Atlântica que está ameaçado de extinção devido à destruição de seus habitats, causada pela pressão imobiliária e a construção de estradas junto ao mar.
Uma espécie de bicho-preguiça foi descoberta vivendo dentro da Reserva Caruara, uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), no Porto do Açu, em São João da Barra. A preguiça-de-coleira-do-sudeste (Bradypus crinitus) foi descoberta por biólogos do Programa de Monitoramento da Fauna da GNA – Gás Natural do Açu que registraram o encontro e foram surpreendidos com a ocorrência da espécie na restinga, um ecossistema costeiro composto por vegetações que crescem na areia, em locais próximos às praias.
A preguiça-de-coleira-sudeste foi vista em cinco pares dentro da Reserva, que tem 4 mil hectares, e em regiões próximas.
“Encontramos ainda exemplares da espécie com filhote. Isso mostra que elas estão se reproduzindo dentro da Unidade de Conservação e, principalmente, que estão encontrando condições favoráveis para se estabelecer. É uma evidência muito significativa das ações realizadas para a conservação desse ambiente tão importante e pouco conhecido, que é a restinga” — conta Luana Mauad, bióloga, doutora em Botânica e responsável pela coordenação dos Programas de Monitoramento da Biodiversidade da GNA.
Na floresta, as preguiças costumam se abrigar nas embaúbas, árvores mais altas. Na restinga, para saber onde elas mais gostam de ficar, o que comem e como vivem, os pesquisadores agora desenvolvem estudos para entender detalhes.
— A gente já a viu se deslocando em árvores como a figueira e também do gênero clusia, uma planta que tem uma folha mais grossinha, muito comum na restinga. A gente está agora estudando métodos para descobrir mais detalhes do comportamento delas e as relações ecossistêmicas — disse Luana.
Além da preguiça-de-coleira-do-sudeste, as equipes de monitoramento da GNA identificaram outra novidade, uma nova ocorrência, até então desconhecida, de uma espécie de serpente vivendo nessa área de restinga. A serpente irá para classificação científica nos próximos meses.
Fonte: Extra