O papa emérito Bento XVI, de 95 anos, está em condição estável nesta sexta-feira, 30, depois de sofrer um declínio do quadro de saúde recentemente. Ele participou na quinta-feira de uma missa privada em seu quarto, informou o Vaticano, enquanto os fiéis em Roma se preparavam para honrar “este último trecho de sua peregrinação”.
O Vaticano forneceu um novo boletim médico na tarde desta sexta dizendo que foi a segunda noite em que o papa conseguiu descansar bem. “Ele também participou da celebração da Santa Missa em seu quarto ontem (quinta-feira, 29) à tarde”, disse o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, em comunicado. “No momento, sua condição é estacionária.”
Na quarta-feira, 28, o Papa Francisco revelou que seu antecessor estava “muito doente” e foi vê-lo em sua casa nos Jardins do Vaticano. Francisco pediu orações por Bento, resultando em uma série de mensagens de solidariedade de católicos comuns e cardeais.
Em 2013, Bento XVI se tornou o primeiro papa em 700 anos a renunciar, dizendo que não tinha mais força física ou mental para liderar a Igreja Católica, que reúne cerca de 1,2 bilhão de devotos. Sua renúncia abriu caminho para a eleição de Francisco.
Bento escolheu viver sua aposentadoria em reclusão em um mosteiro convertido no Vaticano, onde está sendo atendido por uma equipe de médicos e sua família papal de longa data: seu secretário, monsenhor Georg Gaenswein, e algumas mulheres consagradas que cuidam das atividades domésticas.
Mais tarde nesta sexta-feira, o cardeal vigário de Roma, o cardeal Angelo De Donatis, celebraria uma missa especial em homenagem a Bento na Basílica de São João de Latrão, tecnicamente a antiga catedral de Bento em sua qualidade de bispo de Roma.
Segundo o livreto litúrgico divulgado pelo gabinete de De Donatis, a missa abre e encerra com orações especiais pelo pontífice aposentado.
Uma das orações iniciais diz: “Que o Senhor o sustente e console com a sua presença neste último trecho da sua peregrinação, para que seja testemunha de Cristo que vence também no sofrimento, continuando a oferecer-se pelo bem da Igreja.”
Bento XVI indicou que, quando morrer, gostaria de ser enterrado na cripta da gruta sob a Basílica de São Pedro, outrora ocupada pelo túmulo de São João Paulo II, que foi transferido para o andar de cima da basílica principal nos últimos anos.