SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O papa Francisco revogou a isenção de pagamento de aluguel de cardeais, que agora precisarão custear sua própria moradia pagando os preços de mercado. Outros altos funcionários que não são isentos, mas recebem subsídio, não receberão mais o auxílio.
Segundo o Vatican News, o pontífice pediu um “sacrifício extraordinário para destinar maiores recursos à missão da Santa Sé” diante do “contexto econômico atual, que é particularmente grave”.
Além dos cardeais, são afetados pela medida chefes de dicastérios (espécie de ministério da Cúria Romana), presidentes, secretários, subsecretários, dirigentes e cargos equivalentes, o que inclui também auditores do Tribunal da Rota Romana.
As novas regras foram resumidas em um documento escrito por Maximino Caballero Ledo, leigo que comanda a Secretaria de Finanças do Vaticano e se reuniu com o papa no último dia 13. A decisão não foi comunicada oficialmente, embora tenha sido informada pelo Vatican News, o portal de notícias oficial do Vaticano. Uma alta autoridade da Santa Sé também confirmou à agência Reuters o teor da medida.
A decisão não altera os contratos imobiliários vigentes, que continuam com isenções e subsídios até seu término e só poderão ser renovados respeitando as novas regras –exceções devem ser autorizadas diretamente por Francisco.
Também não está claro como os preços serão calculados, especialmente em relação a apartamentos que ficam dentro do Vaticano.
Há dois anos, o papa emitiu um decreto para cortar em 10% salários de cardeais e clérigos da Santa Sé com o objetivo de evitar demissões diante do agravamento da crise econômica causada pela pandemia da Covid-19.
Em 2020, Francisco tomou medidas para tornar mais transparentes fundos de caridade, em movimento para apertar o controle sobre as finanças do Vaticano e tentar contornar escândalos financeiros a compra de imóveis de luxo.