A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse, na segunda-feira (14), que a Bacia de Campos poderá permitir a extração, nos próximos 40 a 50 anos, da mesma quantidade de petróleo que a região já produziu até hoje. Segundo ela, a estatal criou um grupo de trabalho para tratar da revitalização da bacia e estudar como aumentar a produtividade e estender a vida útil das jazidas. A Bacia de Campos completa 50 anos de produção em novembro.
Em entrevistas, como parte das comemorações do aniversário de 71 anos da Petrobras, a executiva afirmou que a empresa está “incomodada” com a Bacia de Campos, que tem uma produtividade de 17%, entre campos “fáceis e difíceis” de extração.
Chambriard lembrou que um dos campos envolvidos no plano de revitalização, o de Garoupa, é um importante “hub” concentrador de gás natural que vem dos campos de Roncador, Marlim Sul e Marlim Leste. O campo de Garoupa, salientou, chegou a ser colocado à venda pela Petrobras, sem sucesso por falta de interessados.
“Pretendemos ter uma Petrobras mais ágil e eficiente”, disse Chambriard. Nesta linha, a diretora de exploração e produção da estatal, Sylvia Anjos, contou que a companhia lançou, nesta segunda-feira (14), o edital para a contratação da plataforma P-86, a fim de revitalizar produção dos campos Marlim Sul e Marlim Leste, que se localizam na Bacia de Campos.
A plataforma vai atender aos dois campos. Essa plataforma será construída pelo modelo conhecido como “EPC”, segundo o qual o fornecedor realiza todas as etapas do projeto e entrega a plataforma para operação. Há ainda a previsão de que a licitação para a contratação de duas plataformas para operar em áreas na Bacia Sergipe-Alagoas deve ocorrer ainda este ano.
A contratação dessas unidades será no modelo conhecido como “Built, Operate and Tranfer (BOT)”, que prevê a construção, a operação da unidade por um período determinado de tempo e posterior transferência da unidade para a Petrobras.
Chambriard também destacou que o navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Maria Quitéria, situado no Campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos, no Espírito Santo, deve iniciar operação comercial ainda neste mês de outubro, antecipando o cronograma em relação à previsão original, que era no primeiro trimestre de 2025.
Já o FPSO Almirante Tamandaré, no Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, tem previsão de iniciar operação comercial entre a segunda quinzena de dezembro e no início de janeiro.
Além disso, segundo a executiva, a FPSO Duque de Caxias, em Mero, na Bacia de Santos, entra em operação ainda este ano, mas sem uma data específica. Duque de Caxias terá capacidade de produzir 180 mil barris de petróleo por dia (barris/dia), Almirante Tamandaré produzirá 225 mil barris/dia, e Maria Quitéria, 100 mil barris/dia.
*Com informações de Valor Econômico