Um dos momentos mais aguardados desde que o Instituto Albatroz deu início à execução do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BC/ES) da Petrobras, chegou: a soltura da primeira turma de pinguins reabilitados pela instituição nesta temporada. Na quarta-feira (9), um grupo de oito pinguins-de-Magalhães retornou ao mar na praia do Pontal do Peró, em Cabo Frio, celebrando os quatro meses de atividades do Instituto junto ao PMP na Região dos Lagos, atuando em Cabo Frio, Búzios e parte de Arraial do Cabo.
Desde o mês de julho, a equipe do Instituto Albatroz vem resgatando e reabilitando os pinguins, envolvendo a dedicação de diversos profissionais, como técnicos e monitores de campo, médicos veterinários, biólogos e tratadores. Por serem animais gregários, a soltura de pinguins deve ser feita em grupo. “É um momento único! Por isso, hoje, reunimos quase todos os colaboradores para participar da ação na praia do Peró”, celebra a médica veterinária Daphne Goldberg, Responsável Técnica da instituição.
De acordo com Daphne, durante os meses de outono e inverno, os pinguins-de-Magalhães partem de suas colônias reprodutivas na Patagônia Argentina em busca de alimentos em águas mais quentes, chegando no litoral brasileiro, principalmente às regiões Sul e Sudeste. Após a longa jornada, esses animais, muitas vezes jovens e inexperientes, acabam encalhando, fracos e exaustos, nas nossas praias. A interação com petrechos de pesca e poluição marinha agravam a situação.
A maior parte dos pinguins resgatados chegaram ao Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) do Instituto Albatroz em estado crítico, apresentando significativa magreza, hipotermia e debilidade. Durante a fase de recuperação, esses animais foram submetidos a um cuidadoso processo de reabilitação que incluiu a administração de fluidos, terapia de aquecimento e uma dieta especificamente formulada para atender às suas necessidades nutricionais.
Este regime intensivo permitiu um aumento de peso de até 60% durante o período de tratamento. Exames laboratoriais e de imagem foram realizados para monitorar a recuperação das aves. Para fins de monitoramento a longo prazo e estudos sobre sua migração e saúde, microchips subcutâneos foram implantados antes de sua liberação ao habitat natural.
O que fazer ao avistar um pinguim:
. Caso o animal esteja nadando, não o retire da água e nem o encurrale. Ele pode estar apenas descansando mais perto da faixa de areia
. Se estiver na areia, não o devolva ao mar
. Não alimente
. Não o coloque no gelo ou em balde com água, eles chegam à nossa região com muito frio. Além disso, o pinguim-de-Magalhães é uma espécie que vive em climas mais amenos
. Acione imediatamente a equipe do Projeto de Monitoramento de Praias através do telefone 0800 991 4800 – a mesma recomendação vale ao avistar outros animais marinhos na faixa de areia, vivos ou mortos.