A Polícia Civil de São Fidélis, no Norte Fluminense, disse que outra criança levou choque na escolinha de futebol momentos antes de Guilherme de Moreira Silva, de 11 anos, morrer atingido por uma descarga elétrica na noite de terça-feira (9), ao encostar no alambrado do campo.
“Uma criança também estava jogando, ela encostou e levou um choque, logo depois, em ato contínuo, a outra criança encostou, mas foi mais severo e levou à morte”, disse a polícia ao g1.
Ainda segundo a polícia, que realizou nova perícia no local na manhã desta quinta-feira (11), 25 crianças participavam das atividades no campo, que é alugado pelo treinador.
A polícia investiga ainda se outros alunos também levaram choque anteriormente já que o treinador chegou a suspender as aulas no dia 2 de julho após relatar o problema, no final de junho, à empresa responsável pelo espaço.
As aulas voltaram no dia 9 de julho, mesmo dia da morte de Guilherme, ainda segundo a polícia.
O advogado do treinador disse que as aulas só foram retomadas depois da autorização do responsável pelo espaço.
“A responsabilidade do local, meu cliente não pode ter esse tipo de coisa uma vez que ele notificou e só retornou após o aval do proprietário. Então, a responsabilidade do evento fatídico é do proprietário no meu entendimento, mas vamos deixar a cargo da delegacia”, disse Claudinei Bragança, advogado do treinador.
A empresa responsável pelo local disse que “foi uma fatalidade”, e que o problema ocorreu num refletor, a seis metros de altura. Explicou ainda que todas as providências cabíveis estão sendo tomadas. A empresa não mencionou sobre reparos feitos no local.
A Polícia Civil confirmou ao g1 que o alambrado onde funciona a escolinha de futebol estava energizado. E que a outra criança que levou choque momentos antes, mas não precisou ser hospitalizada. Ela já foi ouvida pelos agentes.
A Polícia Civil segue ouvindo testemunhas e ainda aguarda laudos periciais.
“A cidade toda está muito abalada, né. A gente ouviu o treinador, o pessoal que trabalhava na escolinha, jogadores, testemunhas que estavam no local, pais e alunos, e já identificou esse aluno que levou o choque. A mãe dele também foi ouvida. As testemunhas confirmaram que teve esse choque que a grade realmente estava dando choque, um perito também confirmou que a grade estava energizada. Agora a gente aguarda o laudo para mais detalhes, aguardo o laudo também do IML. É muito cedo para a gente fazer juízo de valores”, disse o delegado Rodrigo Maia.
O corpo de Guilherme passou por necropsia no Instituto Médico Legal de Campos dos Goytacazes e foi sepultado na tarde de quarta-feira (10), em São Fidélis.
Fonte: G1