A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro tentam cumprir 19 mandados de busca e apreensão contra sete alvos suspeitos de integrar uma milícia que faturou R$ 10 milhões com serviço de internet em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
O grupo, conhecido como o Bonde do Varão e chefiado por Gilson Ingrácio de Souza Júnior, o Juninho Varão, e Warley Paul Mansur de Souza, o Warley Mansur, atua nos bairros de Cabuçu, Aliança, Jardim Laranjeiras, Valverde e Palhada, em Nova Iguaçu.
De acordo com as investigações do Departamento Geral de Combate à Corrupção ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, os recursos adquiridos com a extorsão de comerciantes e moradores, exploração de serviços de gás, água e internet, comercialização de gelo, agiotagem, operação de vans, cobrança de taxas condominiais e gestão de aterros clandestinos são investidos em duas empresas que são provedores de internet.
A operação conta com apoio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPRJ.
Uma das empresas é a Liga Banda Larga Ltda, da qual Varão é sócio administrador e tem como representante legal Neli Cavalcante Castro. Apesar de ter capital de R$ 10 mil, de julho de 2022 a julho de 2023 a empresa movimentou mais de R$ 6 milhões.
Outra empresa é a Livesattnet Provedor de Rede de Comunicação LTDA ME que apesar de existir há 7 anos não tem nenhum empregado e funcionaria em um endereço residencial. A Livesattnet registrou faturamento anual de R$ 1,5 milhão.
Juninho Varão assumiu a liderança da milícia depois da morte de Delson Lima Neto, o Dilsinho, em agosto de 2022.
Para mapear a estrutura financeira do grupo, os investigadores analisaram um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).