A primeira fase da operação, realizada em abril, revelou que entidades investigadas teriam descontado irregularmente cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Na ocasião, mais de 200 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em vários estados e no Distrito Federal, além da expedição de ordens de sequestro de bens no valor superior a R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária. Pelo menos seis servidores públicos foram afastados de suas funções.
A investigação identificou irregularidades em cobranças de mensalidades associativas diretamente nos benefícios previdenciários, o que levou a atuação conjunta da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU) no combate ao esquema. A atual fase busca aprofundar os indícios de que alguns envolvidos tentaram embaraçar as investigações.
Paralelamente, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que acompanha o caso aprovou, na quinta-feira (11/09), cerca de 400 requerimentos, incluindo pedidos de informações e quebras de sigilos bancário, fiscal e telemático de investigados. Entre os alvos estão os empresários Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, Maurício Camisoti e o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto.
O colegiado também solicitou dados sobre movimentações em órgãos públicos, além de informações reunidas por PF, CGU e INSS acerca do esquema. A expectativa é que as quebras de sigilos auxiliem na apuração da fraude, considerada uma das maiores contra aposentados no país.