Na manhã desta quarta-feira (9), Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi preso preventivamente em Florianópolis, Santa Catarina.
A operação da Polícia Federal (PF) denominada de Constituição Cidadã investiga a interferência no segundo turno das últimas eleições. Ao todo, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, e 47 agentes da PRF terão que prestar depoimento.
Os crimes investigados incluem prevaricação, violência política e impedimento ou embaraço ao exercício do voto. A região Nordeste do Brasil foi o foco das operações da PRF durante o segundo turno das eleições, quando se concentravam eleitores de Lula.
Silvinei Vasques estava no comando da PRF na época e publicou uma foto em seu perfil no Instagram pedindo voto ao então presidente Jair Bolsonaro. Em depoimento à Polícia Federal, a ex-diretora de Inteligência Marília Ferreira Alencar afirmou que o ministro da Justiça, Anderson Torres, teria demandado o mapeamento dos locais de votação mais expressivos de Lula no primeiro turno das eleições para coordenar as operações da PRF no dia do segundo turno no Nordeste e coagir eleitores do petista.
O mapa foi recuperado do celular de Alencar. Torres, por sua vez, usou seu depoimento à Polícia Federal em maio para culpar Vasques pelas operações no segundo turno. Vasques negou ter usado a corporação politicamente no segundo turno das eleições e argumentou que a região Nordeste teve um efetivo maior da PRF por ser a região com as maiores malhas rodoviárias.
Ele também justificou que o desbloqueio nas rodovias da região demorou por falta de apoio de governadores e prefeitos. A comissão que investiga o caso confrontou Vasques com informações que indicavam o uso eleitoral da PRF durante as eleições.