A Corregedoria da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam um policial civil, na manhã desta quinta-feira (1º), suspeito de integrar um grupo que aplica golpe em seguradoras de carro, forjando casos de roubo para receber indenizações. O inspetor de polícia Ricardo Jardim Dias, de 45 anos, foi detido dentro da 24ª DP (Piedade) no momento que dava expediente.
Os investigadores buscam cumprir outro mandado de prisão e 4 de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pela 28ª Vara Criminal da Comarca da Capital e estão sendo cumpridos em Benfica, na Zona Norte do Rio, em Niterói e em Barra do Piraí.
A Operação Lástima, que além da Corregedoria da Polícia Civil conta com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) e a 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro (4ª PIP/MPRJ), atua contra os crimes de associação criminosa, fraude para recebimento de valor de seguro, peculato, desvio e inserção de dados falsos no sistema de informações da Polícia Civil.
Esquema criminoso
De acordo com as investigações, Ricardo que é lotado na 24º DP (Piedade), um empresário do ramo de veículos e um perito de uma empresa que trabalhava em uma prestadora de serviços em veículos atuavam em conjunto no esquema.
O ex-funcionário da prestadora, alvo do outro mandado de prisão, já trabalhou no Pátio Legal da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis da Polícia Civil, em Deodoro, na Zona Oeste da capital fluminense.
Os investigadores afirmam que o objetivo do grupo era conseguir a indenização das seguradoras fazendo falsos registros de roubo dos veículos. Assim, eles abordavam pessoas que estavam em dificuldades financeiras para participarem do esquema.
Fraude
As investigações dos promotores destacam que o policial investigado inseriu 173 ocorrências de roubo de veículos das 471 registradas pela 24ª DP no ano de 2023. Assim, chamou a atenção o fato de que ele havia sido o responsável por mais de 36% dos registros.
Em uma apuração mais minuciosa, os agentes perceberam que o policial realizou mais de 50% dos registros confeccionados nos meses de outubro e dezembro do ano passado. Ele registrou ocorrências até mesmo no período em que estava de férias.
As investigações também revelaram que os registros eram confeccionados sem a presença da suposta vítima, inclusive com falsificação de assinatura.
O perito era o responsável por intermediar a negociação com os donos de carros interessados em participar do golpe. A investigação da Corregedoria da Polícia Civil já apurou ao menos 4 falsas comunicações de roubos de veículos, onde os proprietários confessaram o esquema fraudulento.
A investigação segue para identificar se há participação de outros policiais e para desvendar, com exatidão, o paradeiro dos carros usados no esquema. Os agentes acreditam que eles são desmanchados ou ganham um novo registro, para serem vendidos em leilões.
Fonte: G1