A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada via Central 191 para atender a uma ocorrência no KM 123 da BR-101, onde encontrou uma família de andarilhos, composta por um homem, uma mulher e um bebê, em situação de vulnerabilidade. Os membros da família estavam seminus, sujos e desorientados nas proximidades da praça de pedágio.
Ao chegarem ao local, os agentes da PRF constataram que a família negava atendimento e afirmava que somente aceitaria ser retirada do local pela polícia. Apesar de não possuírem documentos, foi possível identificar o casal; no entanto, o bebê não tinha registro.
O homem relatou à equipe que havia vindo do estado da Paraíba e que passou três meses em Niterói e Rio das Ostras antes de seguir para Campos dos Goytacazes, onde procuraria emprego e moradia. A mulher, que estava grávida, apresentava queixas de dor e estava vestida com um saco de estopa. O bebê, por sua vez, estava sem roupas e sujo no colo do pai.
Durante as tentativas de diálogo, apenas o homem respondia, embora suas falas fossem desconexas e suas atitudes estranhas. Ele se opôs a permitir que a equipe de socorro médico da Autopista examinasse a mulher, que continuava a se queixar de dores e cansaço, e não deixou que vestissem o bebê.
Após muita conversa, o homem concordou em ser levado a Campos, onde a equipe poderia deixá-lo em um local com assistência médica e psicológica. Um conselheiro tutelar foi contatado e orientou que a situação fosse apresentada à Polícia Civil para avaliação, já que a criança poderia estar sendo vítima de negligência.
Na 134ª Delegacia de Polícia do Centro, o inspetor de polícia informou ao delegado de plantão sobre a situação, que decidiu que não se tratava de crime. A família foi então encaminhada ao Hospital Ferreira Machado para exames e assistência.
Horas depois, o conselho tutelar informou à equipe que havia conseguido um abrigo para a família, mas era necessário confirmar a identificação da criança. Após consulta aos sistemas, foi constatado que o bebê, filha do casal, nunca havia sido registrada. Essa informação foi repassada aos responsáveis do conselho tutelar para que fossem tomadas as providências cabíveis.
Posteriormente, a conselheira tutelar informou que a criança foi separada do casal até que o vínculo de paternidade fosse comprovado. O bebê foi levado para um quarto de permanência provisória e a família permanece sob a assistência do Conselho Tutelar de Campos.