Michel Barnier apresentou sua renúncia ao presidente Emmanuel Macron nesta quinta-feira, um dia após a Assembleia Nacional da França aprovar uma moção de censura contra seu governo. O anúncio foi feito após uma reunião de aproximadamente uma hora entre Barnier e Macron no Palácio do Eliseu.
A queda do governo ocorre em um cenário político tenso, marcado pela aprovação da moção de censura com 331 votos favoráveis, superando os 288 necessários entre os 577 deputados. A moção foi apoiada por parlamentares da União Nacional, de extrema-direita, e pela coligação de esquerda Nova Frente Popular, refletindo uma rara aliança entre os extremos do espectro político francês.
Barnier, que havia assumido o cargo de primeiro-ministro há apenas nove semanas, deixa o Hôtel Matignon em meio a uma crise política. Este é o mandato mais curto da história da Quinta República e apenas a segunda vez que um governo é derrubado por uma moção de censura no Parlamento. A primeira ocasião ocorreu em 1962, quando o governo de Georges Pompidou enfrentou situação semelhante.
A crise foi desencadeada pela decisão de Barnier de acionar o artigo 49.3 da Constituição, que permite a aprovação de uma lei sem votação parlamentar, para garantir o orçamento da Segurança Social. Essa medida gerou indignação tanto na esquerda quanto na extrema-direita, resultando na apresentação das moções de censura.
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