A partir desta quarta-feira (17), os professores e profissionais administrativos da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro iniciarão uma greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia na semana passada, devido à reivindicação do piso nacional do magistério para os docentes e o piso dos funcionários administrativos tendo como referência o salário mínimo nacional. Esta será a primeira greve da categoria em sete anos, sendo a última realizada em 2016, com duração de cinco meses.
O Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe) está visitando escolas estaduais em Campos e encontrando muitas declarações de adesão ao movimento, com expectativa de crescimento no dia da greve.
Além da greve, a categoria aprovou a realização de uma assembleia na quinta-feira (18) às 14h, no Largo do Machado (Zona Sul da capital), e uma passeata ao Palácio Guanabara logo após a assembleia.
Na reunião com a secretária estadual de Educação, Roberta Pontes, e representantes da Casa Civil, o governo apresentou ao Sepe seu projeto de incorporar o piso nacional do magistério. No entanto, segundo a categoria, o projeto do governo não incorpora o piso a todas as carreiras. “Na verdade, o governo quer apenas reajustar os salários que estão abaixo do piso. Com isso, quem ganha acima do piso não receberá nenhum reajuste – segundo a Seeduc, apenas 33% dos aposentados e 42% da ativa receberiam o reajuste”, informa o Sepe.
Os professores afirmam que o governo apresentou um reajuste sob a forma de abono, enquanto o correto seria implementar o piso a partir do vencimento inicial da carreira e adequá-lo proporcionalmente aos demais níveis, seguindo o atual Plano de Carreira da categoria. O projeto do governo é considerado ilegal e um ataque ao Plano de Carreira dos profissionais de educação, segundo os profissionais.
Além disso, o projeto do governo não prevê reajuste para os salários dos funcionários administrativos das escolas, como merendeiras, porteiros e agentes, que em sua maioria recebem menos do que um salário mínimo de piso.