Campos recebe esta semana as ações do “Roda-Hans 2024 – Carreta da Saúde Hanseníase”. Entre elas está a capacitação de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos da Atenção Primária à Saúde, realizada nesta segunda-feira (17), no auditório da Faculdade de Medicina de Campos (FMC). O evento reuniu profissionais de Campos, Macaé, São João da Barra, Quissamã, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, Conceição de Macabu e Carapebus.
As equipes do Ministério da Saúde (MS), Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), dos municípios vizinhos e servidores de Campos foram recepcionados pelo secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano, que fez a abertura oficial da capacitação. Ele classificou o evento como uma jornada de muito trabalho e informação, essencial para o planejamento de novas estratégias no enfrentamento à Hanseníase.
“Doença muito antiga, mas que continua presente nos dias de hoje. Tenho certeza que este dia de trabalho vai nos orientar a tomar medidas eficientes para avançar na detecção e diagnóstico precoce. Precisamos quebrar as barreiras do preconceito, que dificultam o diagnóstico e tratamento da Hanseníase. A sociedade deve saber que a Hanseníase tem cura e pode ser tratada numa fase precoce,” disse Hirano.
O panorama nacional da Hanseníase foi apresentado por Reagan Nzundu, representante da Coordenação Geral de Vigilância da Hanseníase e Doenças em Eliminação (CGHDE), do Ministério da Saúde. Ele destacou que a detecção da doença tem diminuído nos últimos anos, com uma redução de quase 37,4% de 2013 a 2022.
O gerente estadual do Programa de Hanseníase, André Luiz da Silva, ressaltou que a doença permanece endêmica, especialmente na Região Norte, que registra o segundo maior número de casos no estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, 35% das pessoas diagnosticadas com Hanseníase apresentam alguma incapacidade física.
A capacitação teórica foi ministrada por especialistas como Maria Leide Oliveira, Graciela Pagliaro, Fernando Dutra, Edson Araripe, Cristiane Domingues e Edilbert Pellegrini. Os profissionais de saúde também participaram de discussões de casos clínicos e treinamento de coleta de material para análise laboratorial.
Jacinta Medeiros, enfermeira na Unidade Básica de Saúde da Família da Penha, afirmou que a capacitação é extremamente relevante para a Atenção Primária, permitindo o diagnóstico precoce e a prevenção de incapacidades.
A carreta do Roda-Hans está estacionada na Praça do Santíssimo Salvador. Nos dias 18 e 19 de junho, haverá atendimento e avaliação de contatos intradomiciliares de casos confirmados e suspeitos de Hanseníase, com oferta de teste imunocromatográfico (teste rápido). Nos dias 20 e 21, o atendimento será para campistas e pessoas de municípios vizinhos.
Edilbert Pellegrini explicou que, apesar de os números de Hanseníase em Campos não serem expressivos, muitos pacientes chegam com diagnóstico tardio e incapacidade, o que dificulta sua inserção no mercado de trabalho. Ele destacou a importância do diagnóstico precoce para evitar incapacidades e interromper a transmissão da doença.
O diagnóstico precoce da Hanseníase evita a incapacidade, cura-se em seis meses e impede a transmissão para outras pessoas.