Os cinco passageiros a bordo do Titan, que morreram quando o submarino implodiu, teriam passado os momentos finais ouvindo música na escuridão e observando as criaturas marinhas nas profundezas. A revelação é feita num relatório citado pelo New York Times.
Todos os cinco passageiros a bordo do submarino turístico foram confirmados como mortos em 22 de junho, depois de o submarino sofrer uma “implosão catastrófica”.
Christine Dawood, mãe a mulher de dois passageiros, veio já desmentir as notícias de que o jovem estaria na viagem ‘sem vontade’, e garantiu que o filho Suleman estava “muito entusiasmado”.
A mulher falou ainda sobre os preparativos realizados por Stockton Rush, o piloto da embarcação e fundador e CEO da OceaGate, empresa que realizou a viagem. “Dava para ver que já tinham feito a viagem muitas vezes antes”, disse Dawood, sobre um briefing dado aos passageiros, em entrevista ao mesmo jornal.
Rush recomendou uma “dieta com baixo teor de resíduos” no dia anterior à viagem – que deveria durar 12 horas – e aconselhou os mergulhadores a usar meias grossas e um gorro porque ia ficar mais frio quanto mais o navio descesse no oceano.
Alertou também os passageiros de que a viagem seria escura, mas havia uma possibilidade de vislumbrar criaturas bioluminescentes. Rush teria até sugerido que fizessem o download, para o celular, de algumas músicas de que gostassem, mas que música country não seria apreciada.
Vale lembrar que o submarino transportava o empresário e explorador Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman Dawood, além do CEO da OceanGate, Stockton Rush, bem como o especialista no Titanic Paul-Henri Nargeolet.
Apesar da esperança de que os tripulantes pudessem estar vivos, depois de sons subaquáticos terem sido detectados dias após o desaparecimento, a operação contrarrelógio teve um fim trágico com a localização de escombros na área dos destroços do Titanic, que correspondiam à parte exterior do submersível.
Vale destacar que James Cameron, o diretor do filme ‘Titanic’ que desenhou submarinos capazes de atingir uma profundidade três vezes superior à do Titan, equacionou que os críticos de Stockton Rush estavam corretos ao denunciar que um casco de fibra de carbono e titânio permitiria a entrada microscópica de água, levando a uma falha progressiva do veículo ao longo do tempo. Contudo, o CEO da OceanGate acreditava que a fibra de carbono teria uma relação força-flutuabilidade melhor do que o titânio.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos continua a investigar o caso, de forma a apurar o que é que correu mal nesta expedição. Até então já foram recuperadas cerca de 10 peças do submersível, incluindo a vigia e um painel.