
Nesta sexta-feira (28), foi assinado e entregue o Protocolo Antirracista de São Francisco de Itabapoana. O documento foi elaborado durante a “I Feira de Cultura, Inovação e Tecnologia: um mergulho na herança afro-indígena”, realizada pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Teconologia (SMECT) desde quinta-feira (27). Além da entrega do Protocolo, foi realizada a culminância dos projetos trabalhados durante o ano letivo.
O Protocolo Antirracista é resultado do trabalho realizado em sala de aula com a temática sobre o racismo, definições, tipos de racismo e letramento racial, após a adesão da SMECT à Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ), no início do ano. A política do Ministério da Educação busca combater o racismo e as desigualdades étnico-raciais na educação brasileira, além de promover a educação para as comunidades quilombolas.
Com o documento, elaborado pelo corpo técnico da SMECT, as escolas poderão atuar em conformidade com as diretrizes adotadas. Entre elas: promover a equidade racial e a valorização das identidades negras, indígenas e quilombolas; prevenir, identificar e combater comportamentos e atitudes racistas, dando escuta especializada e acompanhamento a todos envolvidos. Qualquer atitude envolvendo alunos ou funcionários, em qualquer setor da escola, será analisada e as medidas cabíveis serão adotadas.
De acordo com informações da Secretaria de Educação, o protocolo é um documento indispensável para promover uma educação antirracista, alinhar as condutas para os casos de atitudes racistas em sala de aula e esclarecer conceitos falsos e verdadeiros. O objetivo é informar a comunidade escolar sobre o letramento racial, reconhecendo, se necessário, qualquer ação discriminatória.
— Quando existe um caminho oficial, o silêncio acaba. O Protocolo garante que nenhum caso de racismo fique sem escuta, sem registro, sem encaminhamento e sem solução. O Protocolo Antirracista é mais uma ferramenta educacional para combatermos qualquer tipo de racismo e discriminação — enfatizou o secretário municipal de Educação, Cultura e Tecnologia, Gustavo Terra, ressaltando a importância da realização da Feira como uma mostra de todo o trabalho desenvolvido ao logo do ano, com propósito e comprometimento.
Culminância – Nos dois dias da I Feira de Cultura, Inovação e Tecnologia, foram apresentados vários projetos sobre a integração dos saberes ancestrais, o reconhecimento e valorização da diversidade cultural, além de geração de conhecimento através da tradição dos povos originários. Além da exposição dos trabalhos feitos pelos alunos de várias escolas da rede municipal, também foram realizados jogos tradicionais, números musicais, representações literárias, desfile, pintura facial e o trabalho de trancistas.
Uma das alunas que expôs o seu trabalho foi Ana Layla Chagas, de 16 anos, da Escola Municipal Estelita de Araújo Crespo, em Praça de João Pessoa. Ela confeccionou o Tabapuãm, que significa “Aldeia Redonda” na língua tupi-guarani, e contou sobre o orgulho do trabalho que fez. “Fiz esse trabalho usando linha, sementes, esteira e taboa, como os índios faziam para representar os animais da fauna e da flora brasileira. Meu trabalho ficou lindo e fiquei muito feliz com o resultado. Faz parte da nossa história”, destacou.

