FERNANDA EZABELLA
LOS ANGELES, EUA (FOLHAPRESS) – Depois de quase dois meses rodando um filme na Austrália, Selton Mello viajou a Los Angeles para a cerimônia do Oscar, neste domingo, levando um certo otimismo na bagagem. Ele também carrega um sentimento de vitória pela trajetória inédita de “Ainda Estou Aqui”, primeiro longa-metragem da América do Sul indicado na principal categoria da premiação.

“O filme já é muito vitorioso, já chegou bem longe”, disse Mello à Folha na tarde de sábado, num hotel em Los Angeles. “Só de estar indicado a melhor filme, deixando de fora tantos filmes importantes, é uma coroa na cabeça do cinema brasileiro.”

O longa dirigido por Walter Salles também concorre a filme internacional e melhor atriz para Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva, mulher do ex-deputado federal Rubens Paiva, vivido por Mello. “O Brasil nunca levou melhor filme internacional. Torço tanto para que isso aconteça agora, finalmente”, disse Mello. “A gente tem boas chances. Vamos ver se dá certo.”

O ator se encontrou com Torres no sábado pela primeira vez em dois meses, num almoço na casa de uma amiga de Salles. “Fofocamos um pouco, ela me contou que conheceu Ralph Fiennes ontem, que o cara amou o trabalho dela.”

Por causa da agenda cheia de Torres, Mello disse que não manteve muito contato com a atriz nos últimos meses. “Deixei a Fernanda quieta. Quando você é amigo mesmo, você tem que saber a hora de colar e a hora de respeitar o tempo”, disse. “Ela está muito assoberbada. É uma loucura a vida dela. Sei que ela tem 200 coisas e ainda tem a vida, os filhos, mensagens para responder, contas para pagar, sei lá.”

Mello também estava bastante ocupado filmando “Anaconda” na Austrália ao lado dos americanos Jack Black e Paul Rudd. Quando saiu o anúncio dos indicados ao Oscar, em janeiro, o ator contou que virou “a estrela” do set de filmagens.

“Os produtores vieram falar parabéns, estavam muito orgulhosos de mim. Jack Black até brincava, ‘você é o único oscarizável por aqui!'”, disse Mello, acrescentando que exibiu o filme brasileiro num cinema australiano para a equipe de “Anaconda”.

O novo trabalho não é um remake ou continuação do clássico de 1997. “É uma viagem em cima do ‘Anaconda’. É um filme bem louco, meio metalinguagem”, afirmou.

A história reúne um grupo de amigos que passam por uma crise de meia idade e decidem refazer seu filme favorito da juventude, “Anaconda”, mas acabam se metendo em confusões quando resolvem entrar numa floresta.
“Faço um cuidador de animais. É um personagem muito engraçado, maluco, excêntrico, do tipo que eu gosto de fazer”, disse Mello.

Na volta ao Brasil, ele pretende descansar até iniciar as gravações da sexta temporada do seriado “Sessão de Terapia”, em abril e maio, em São Paulo.

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