SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As últimas palavras do papa emérito Bento 16 foram pronunciadas por volta das 3h da madrugada deste sábado (31), algumas horas antes de sua morte: “Senhor, eu te amo”, ditas em italiano. A informação foi divulgada pelo Vatican News, portal de notícias da Santa Sé.
Bento 16 morreu neste sábado (31), aos 95 anos, em um mosteiro onde vivia no Vaticano, às 9h34 (5h34 pelo horário de Brasília) segundo nota da Igreja Católica. No último dia 28, o papa Francisco havia pedido orações, dizendo que o antecessor estava muito doente. As últimas imagens conhecidas dele são de um evento da Fundação Ratzinger no dia 1º, em que aparece sentado, demonstrando fragilidade.
O enfermeiro do papa emérito ouviu as palavras e mais tarde informou o bispo Georg Gänswein. “Essas foram suas últimas palavras compreensíveis. Depois, não foi mais capaz de se expressar”, disse o religioso.
Um grupo de cardeais rezou neste domingo (1º) ante o corpo de Joseph Ratzinger, segundo uma foto publicada nas redes sociais. Bento 16 também foi lembrado em discurso do papa Francisco em frente a multidão reunida na praça de São Pedro, que depois fez um minuto de silêncio.
“Hoje confiamos à Santíssima Madre o amado papa emérito Bento 16 para que o acompanhe em sua passagem deste mundo para Deus”, disse Francisco na missa do primeiro dia do ano na Basílica de São Pedro.
Nesta segunda (2), fiéis poderão se despedir do papa emérito na Basílica Vaticana. O Vaticano anunciou que o funeral será realizado no dia 5 de janeiro, em cerimônia presidida por Francisco na praça São Pedro.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, observadores da Igreja Católica acreditam que os rituais fúnebres de Bento serão semelhantes aos de um bispo aposentado de Roma, e o enterro deve ser em uma das grutas do Vaticano, onde estão sepultados os corpos de outros líderes.
Bento renunciou em fevereiro de 2013, tornando-se o primeiro pontífice a deixar o cargo por conta própria desde Gregório 12, em 1415. Na ocasião, ele anunciou que não tinha mais força física e espiritual para administrar a Igreja Católica.
Já sob o título de papa emérito, após a renúncia, Bento passou a ocupar dependências modestas de um mosteiro nos terrenos do Vaticano, de onde saiu poucas vezes, como, a convite do papa Francisco, seu sucessor, para a missa de canonização de João Paulo 2º (1920-2005), a quem ele sucedera em 2005.