SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Sete policiais do condado de Henrico, em Virgínia (EUA), foram presos nesta terça (14) sob a acusação de assassinato de um homem. Segundo os promotores, o jovem negro Irvo Otieno foi sufocado quando estava sob custódia do Estado.
De acordo com a advogada comunitária Ann Cabell Baskervill, Otieno, de 28 anos, morreu no dia 6 de março enquanto era transferido de uma prisão para um centro de saúde mental em Petersburg, a cerca de 40 quilômetros ao sul de Richmond, capital da Virgínia.
Segundo a emissora americana CNN, Baskervill afirmou durante uma audiência nesta quarta-feira (15) que um vídeo mostra Otieno com os pés e as mãos algemados, sendo pressionado contra o chão pelos sete oficiais ao longo de 12 minutos. “Eles o sufocaram até a morte”, disse a advogada.
Os réus foram identificados como Randy Joseph Boyer, 57, Dwayne Alan Bramble, 37, Jermaine Lavar Branch, 45, Bradley Thomas Disse, 43, Tabitha Renee Levere, 50, Brandon Edwards Rodgers, 48, e Kaiyell Dajour Sanders, 30.
Os médicos legistas não divulgaram a causa da morte. A versão apresentada aos promotores é que Otieno foi contido porque estaria sendo “combativo”.
Por meio de uma publicação no Facebook, o sindicato da polícia local manifestou apoio aos oficiais. “O policiamento nos Estados Unidos hoje é difícil, ainda mais pela possibilidade de ser acusado criminalmente pelo cumprimento de seu dever”, escreveu a entidade, que criticou o método de acusação usado.
“Cientes da presunção de inocência de todos os acusados, apoiamos nossos irmãos e irmãs e esperamos uma resolução rápida que limpe seus nomes.”
Os policiais foram colocados em licença administrativa, e haverá, segundo Alisa Gregory, delegada do condado de Henrico, uma investigação independente sobre o ocorrido.
O advogado da família, Mark Krudys, afirmou à CNN que Otieno, nascido no Quênia, chegou aos EUA aos 4 anos e tinha o sonho de se tornar um artista de hip hop. Ele tomava medicamentos psiquiátricos e estava em uma crise, de acordo com o advogado, quando foi detido.
Segundo a emissora NBC, Otieno foi identificado como o possível autor de um roubo no dia 3 de março. Três dias depois, foi transferido para o centro de saúde mental, onde morreu.
No dia em que foi levado, sua mãe implorou aos policiais para que não o tratassem com agressividade, segundo Krudys. “Em vez disso, ele foi jogado no sistema de justiça criminal e tratado agressivamente e maltratado na prisão”, disse ele.
O incidente é o mais recente de uma série de casos de violência policial contra pessoas negras nos EUA. O mais notório é o de George Floyd, um homem negro de 46 anos que morreu depois de ser algemado e ter o pescoço prensado contra o chão pelo joelho de um policial em Minnesota. A morte dele desencadeou uma série de protestos no mundo contra a brutalidade policial e o racismo.