SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Subiu de dez para 13 o número de mortos após a passagem do furacão Milton pela Flórida, nos Estados Unidos, a maioria na parte leste do estado. Na manhã desta sexta-feira (11), a população estava removendo árvores e linhas de energia caídas, além de limpar bairros inundados.
De acordo com o jornal The New York Times, uma mulher de cerca de 70 anos foi encontrada morta sob um galho de árvore na cidade de Tampa na manhã de quarta-feira (9), e a ocorrência pode estar relacionada ao furacão, segundo a polícia. Doze outras mortes foram confirmadas como ligadas ao Milton.
Destas, seis ocorreram no condado de St. Lucie, quatro em Volusia e uma outra em Citrus. As causas incluíram tornados, árvores caídas e emergências médicas que não puderam ser prontamente atendidas pelos socorristas devido ao clima, disseram autoridades do condado.
No condado de Orange, um homem na casa dos 60 anos morreu em um parque de casas móveis, na tarde de quinta, disseram autoridades. “Parece que ele pisou em uma linha de energia caída enquanto limpava os destroços da tempestade”, disse o escritório do xerife do condado em comunicado.
Embora o Milton não tenha desencadeado a catastrófica onda de água do mar que se temia na Flórida, a operação de limpeza pode levar muitas semanas ou meses para algumas pessoas.
“Isso abre os olhos para o que a Mãe Natureza pode fazer”, disse Chase Pierce, 25, de St. Petersburg, que, com sua namorada, viu transformadores explodirem, faíscas voarem e uma linha de energia cair no quintal.
Mais de 2,2 milhões de pontos (casas e pontos comerciais) continuavam sem eletricidade em toda a Flórida nesta sexta. Um dia antes, mais de 3,4 milhões de pontos estavam sem energia, de acordo com o site poweroutage.us. As autoridades trabalhavam para consertar as linhas elétricas e, em algumas áreas, utilizar geradores como uma medida temporária, segundo o NYT.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse nesta sexta que muitas áreas pareciam ter mais destroços do furacão Helene, que atingiu o estado cerca de duas semanas atrás, do que do Milton. Isso foi observado até mesmo em Siesta Key, perto de onde o fenômeno mais recente tocou o solo. “Houve danos”, disse ele sobre o que viu lá. “Mas vi principalmente destroços de Helene.”
Muitos semáforos ainda estão desligados em Tampa, onde Milton derrubou árvores, quebrou postes elétricos e danificou casas. É uma diferença marcante em relação a duas semanas atrás, quando o furacão Helene inundou áreas costeiras próximas, causando mais mortes aqui do que Milton, mas deixou a maioria das áreas do interior intactas.
A Guarda Costeira dos EUA informou que as autoridades reabriram vários portos comerciais na Flórida, na Geórgia e na Carolina do Sul após avaliar cada um deles quanto à segurança após os impactos do furacão Milton.
Vários outros portos na Flórida permaneciam fechados na noite de quinta, disse a Guarda em comunicado.
As medidas de preparação na Flórida, incluindo normas rígidas de construção e os alertas emitidos pelas autoridades, que resultaram em uma das maiores retiradas do estado, ajudaram a mitigar os danos. A trajetória do furacão não abrangeu as áreas mais densamente habitadas da baía de Tampa, poupando-as da maré alta prevista.
Desde que o Milton chegou à costa na noite de quarta-feira, mais de 990 pessoas foram resgatadas, segundo as autoridades. Milhares de socorristas e tropas da Guarda Nacional foram mobilizados para ajudar nessas operações e no enfrentamento das inundações e danos à infraestrutura, incluindo rodovias e sistemas de abastecimento de água potável.
A limpeza dos estragos pode levar semanas ou até meses para alguns residentes, muitos dos quais ainda estão se recuperando do furacão Helene, que atingiu a região apenas duas semanas antes e deixou mais de 230 mortos.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, alertou na quinta-feira que, embora o estado tenha evitado o “cenário mais catastrófico”, os danos ainda eram significativos.
Quinto furacão mais intenso do Atlântico já registrado, o Milton poderia custar sozinho às seguradoras até US$ 100 bilhões (R$ 558 bilhões), dizem analistas. A Casa Branca prometeu apoio do governo enquanto a extensão total dos danos ainda estava sendo avaliada.