A polícia prendeu na terça-feira (15), em Paciência, na Zona Oeste do Rio, um homem suspeito de fabricar e comercializar anabolizantes em academias da Zona Sul da capital fluminense. Segundo a polícia, o material era clandestino.
Na residência do soldador Leonardo Coelho de Souza Rebelo os agentes encontraram parte do estoque. Lá estavam embalagens, ampolas e equipamentos usados na preparação dos anabolizantes.
Além disso, os investigadores encontraram dezenas de caixas do produto pronto para ser vendido. O homem confessou que não tinha formação relacionada a produção de medicamentos e fazia os medicamentos com receitas que encontrava na internet.
No laboratório clandestino, que tinha condições precárias e sem qualquer tipo de higiene, a polícia achou ainda 500 frascos do anabolizante e dezenas de insumos para o preparo. Segundo a polícia, todo o material está avaliado em R$ 90 mil.
De acordo com a Polícia Civil, em depoimento na 12ª DP (Copacabana), Leonardo admitiu produzir e comercializar anabolizantes caseiros e detalhou o processo de produção, confirmando que comprava os insumos pela internet e realizava a venda em pequenas quantidades, sem qualquer divulgação formal, apenas por indicação boca a boca.
A investigação apontou que o homem lucrava cerca de R$ 10 mil por mês com a venda dos anabolizantes. Cada ampola, segundo a polícia, era vendida por cerca de R$100.
A polícia vai enviar todo o material apreendido para ser analisado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). O objetivo é o de saber, por uma análise química, o que contém exatamente cada um dos frascos apreendidos. A polícia também afirmou que irá continuar investigando para saber se há mais pessoas envolvidas no processo de fabricação e venda dos anabolizantes clandestinos.
“A gente acredita que essas substâncias podem ter vindo de fora do país, contrabandeadas, também existe a possibilidade de ser desviada de distribuidores que trabalham legalmente com esse material, e até mesmo de empresas que vendem diretamente para ele contrariando toda legislação, uma vez que ele não poderia ter acesso a esse medicamento”, disse o delegado Ângelo Lages, titular da 12ª DP, que completou:
“Vamos continuar com a investigação para tentar identificar quem são essas pessoas que forneciam esse princípio ativo. Porque, sem esses óleos ele não conseguiria estar produzindo os medicamentos. A gente não sabe o que tinha ali naquele produto, o grau de contaminação que aquele produto pode contar, e é um risco muito grande que a pessoa aplicar isso no próprio corpo, estando submetido a diversos fatores que a gente não consegue nem calcular”.
Leonardo Coelho vai responder por crime de falsificar, corromper ou adulterar, produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais. A pena prevista, em caso de condenação, varia de dez a 15 anos de prisão.
*Com informações do g1