SP já tem 21 cidades em estado de emergência para dengue em 2025

ANA BOTTALLO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Vinte e um municípios de São Paulo já decretaram estado de emergência pela dengue neste início de 2025, afirma a Secretaria de Estado de Saúde (SES-SP).

 

São eles: Dirce Reis, Espírito Santo Do Pinhal, Estrela D’Oeste, Glicério, Guarani D’Oeste, Igaratá, Indiaporã, Jacareí, Marinópolis, Mira Estrela, Ouroeste, Paraibuna, Populina, Potirendaba, Ribeira, Rubineia, São Francisco, São José do Rio Preto, São José Dos Campos, Tambaú e Tanabi.

De acordo com o Painel de Arboviroses – Dengue do Nies (Núcleo de Informações Estratégicas em Saúde) do Governo de São Paulo, nas duas primeiras semanas epidemiológicas do ano –período de 29 de dezembro de 2024 até este sábado (11)–, foram registrados 18.100 casos prováveis de dengue no estado e 4.340 confirmados. Não há confirmação de mortes, mas 30 óbitos estão em investigação.

No mesmo período do ano anterior foram registrados 16.393 casos prováveis, com 16.059 confirmados e dez mortes. Em 2023, as duas primeiras semanas do ano registraram 5.203 casos prováveis, 5.059 casos confirmados e quatro mortes.

Em nota, a SES-SP diz que monitora de forma contínua o cenário de dengue e outras arboviroses no estado, considerando indicadores importantes para a avaliação da epidemia.

Os casos de dengue explodiram no país em 2024, com aumento de 316% em relação ao ano anterior. Até o final de 2024 foram registrados 5.866.634 casos confirmados de dengue e mais de 6.000 mortes. Em 2023, foram 1.408.685 casos e 1.179 óbitos.

A cidade de São Paulo também registrou os números mais altos dos últimos dez anos, com 623.437 casos e 475 mortes, segundo boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde. Outros 4.606 casos e 235 óbitos estão em investigação.

Em todo o estado foram 2.129.620 casos confirmados e 2.067 óbitos em 2024. A maioria dos óbitos foi na capital.

O Ministério da Saúde anunciou nesta semana que São Paulo está entre os seis estados monitorados pela pasta para o risco de aumento de incidência de dengue em 2025. Segundo estimativas do painel InfoDengue, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná também devem registrar aumento de casos neste ano e por isso deverão ser acompanhados de perto pelo ministério.

“Esses estados apresentam sinais de aumento nas infecções, mas todas as regiões contarão com o apoio do Ministério da Saúde para o controle da doença”, diz, em nota.

Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério de Saúde, por outro lado, apontam que foram registrados até o momento 7.300 casos prováveis de dengue em São Paulo, com 14 mortes em investigação. Questionada sobre a discrepância com os números divulgados pela secretaria estadual, a assessoria do ministério disse que a diferença observada pode ocorrer devido a fatores como defasagem temporal no envio e consolidação dos dados e diferenças metodológicas nos critérios de classificação dos casos.
“O Ministério ressalta que, para a obtenção de informações mais atualizadas, as secretarias estaduais têm autonomia para divulgar os números coletados localmente antes que sejam consolidados no banco de dados nacional.”

A pasta também afirma que o monitoramento dos casos prováveis de dengue e outras arboviroses é realizado de forma contínua e integrada com estados e municípios.

Segundo o órgão, com a chegada do verão, caracterizado por maior volume de chuvas e temperaturas elevadas, é provável uma alta de casos em relação ao ano anterior. O principal fator que justificaria tal aumento, de acordo com a pasta, é a continuidade do fenômeno El Niño, que pode intensificar condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Em novembro do último ano, foi publicado um estudo com dados dos 645 municípios paulistas que apontou uma ligação entre o aumento da infestação de Aedes com o fenômeno climático. Segundo a pesquisa, a maior incidência de larvas do mosquito foi detectada em ambientes com temperaturas acima de 23,3°C e volume de chuvas excedendo 153 milímetros.
Vacina contra a dengue

Na última quinta-feira (9), o Ministério da Saúde anunciou a compra de 9,5 milhões de doses da vacina Qdenga, da fabricante japonesa Takeda, contra a dengue. Segundo a pasta, 5,5 milhões já foram enviadas aos estados e Distrito Federal. A estratégia é dar continuidade à vacinação do público-alvo que, no Brasil, são crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Devido à limitação de produção do laboratório, não há disponibilidade da vacina em larga escala, por isso as doses adquiridas serão aplicadas somente nesse público.

O governo inaugurou, no mesmo dia, um Centro de Operações de Emergência (COE) para Dengue e outras Arboviroses, de forma preventiva, e o novo plano de contingência nacional para dengue, chikungunya e zika. A pasta afirma que o investimento foi de R$ 1,5 bilhão para o plano de enfrentamento da doença de 2024 a 2025.

De 29 de dezembro de 2024 até o último dia 9, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, foram notificados 16.300 casos prováveis de dengue e 16 óbitos em investigação no país.

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