A psicóloga Júlia Andrade Carthemol, presa por suspeita de matar o namorado com um brigadeirão envenenado na Zona Norte do Rio foi transferida, no fim da manhã desta quarta-feira (5), para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio.
Júlia se entregou à polícia no fim da noite de terça (4), ela é suspeita de dar o doce envenenado para o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond.
Em depoimento, Carla Cathermol, mãe de Júlia, declarou à polícia que a filha lhe disse que “fez uma besteira obrigada por Suyany” — mulher que se apresenta como cigana, que também está presa. Suyany afirma ter R$ 600 mil a receber de Júlia por “trabalhos espirituais de limpeza”.
Uma nota da defesa de Júlia divulgada nesta quarta-feira (5) propõe “um olhar mais apurado” na “questão da religiosidade”.
Desde o dia 29 do mês passado, Suyany Breschak, que se apresenta como cigana, foi presa por suspeita de participação no crime. Em depoimento, ela disse que atuava como mentora espiritual de Júlia e que realizava trabalhos de limpeza para que familiares e os namorados não descobrissem que ela era garota de programa.
Investigadores chegaram a procurar por Júlia em endereços de várias cidades do Estado do Rio de Janeiro, como Maricá, Araruama e Cabo Frio. A mulher, porém, estava mais perto do que se imaginava. A psicóloga estava escondida em Santa Teresa, na região central da capital fluminense. Ela era procurada pela polícia desde o dia 28 de maio, quando foi expedido o mandado de prisão.
Após 12 horas de negociação, Júlia entrou na 25ª DP com a cabeça baixa, de capuz cinza e máscara no rosto. Ela não falou com os jornalistas. A mulher estava acompanhada da advogada Hortência Menezes e do delegado Marcos André Buss. O encontro foi negociado com a polícia, enquanto a mãe e o padrasto de Júlia prestavam depoimento na distrital.
Júlia se entregou à polícia e foi presa pouco depois das 23h. Um vídeo mostra o momento em que ela chega à 25ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro.
O caso
O corpo de Luiz foi encontrado por bombeiros no dia 20 de maio, em estado de decomposição avançado, no apartamento onde morava no Engenho Novo, na Zona Norte. O cheiro chamou a atenção de vizinhos, que acionaram o socorro.
Para a polícia, Júlia, namorada de Luiz, é a principal suspeita de cometer o crime para ficar com os bens da vítima. Os dois viviam juntos há um mês.
Fonte: G1