Tarifa de Trump sobre filmes rodados fora dos EUA pode afetar mercado brasileiro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Donald Trump deixou a indústria cinematográfica mundial perplexa ao sinalizar que pretende impor uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora dos Estados Unidos, incluindo projetos de estúdios americanos gravados em outros países. A medida tem potencial para afetar títulos brasileiros com pretensão de trilhar carreira internacional, como foi o caso de “Ainda Estou Aqui”.

 

Apesar de ainda não estar claro como essas taxas seriam implementadas e que produções seriam as mais vulneráveis, há uma preocupação generalizada quanto a seu potencial de desestabilizar o setor, já abalado pelo crescimento tímido das bilheterias desde a pandemia. Segundo a revista Variety, a informação foi recebida pelo mercado americano com choque e descrença.

A notícia foi dada pelo presidente americano na noite deste domingo (4), numa publicação em suas redes sociais na qual diz que estava autorizando o Departamento de Comércio dos EUA a impor as medidas. “A indústria de cinema americana está morrendo rapidamente”, escreveu o republicano.

“Outros países estão oferecendo todo tipo de incentivo para levar cineastas e estúdios para fora dos Estados Unidos. […] É uma ameaça à segurança nacional e, além de tudo, propaganda! Nós queremos filmes feitos nos Estados Unidos novamente.”

Nesta segunda-feira (5), Kush Desa, porta-voz da Casa Branca, disse à revista The Hollywood Reporter que nenhuma decisão final foi tomada e que detalhes relacionados à proposta de Trump estão sendo avaliados. Procurada, a Motion Picture Association, entidade que representa os principais estúdios de Hollywood, não se pronunciou.

Não está claro se as tarifas afetariam também produções televisivas e de plataformas de streaming. Se aprovada, porém, a proposta terá impacto gigantesco na linha de produção de filmes americanos e estrangeiros. Vale lembrar que grandes blockbusters bancados por empresas dos Estados Unidos, como “Harry Potter”, da Warner Bros., foram gravados em outros países e estariam sujeitos às novas políticas.

“Isso implica que um filme americano deve ser filmado nos Estados Unidos”, disse um produtor do Reino Unido à Variety. “Mas os filmes de ‘Harry Potter’, ‘O Senhor dos Anéis’, ‘A Lista de Schindler’, ‘Missão Impossível’, ‘Gladiador’, ‘O Aviador’ e tantos outros são americanos e foram filmados no exterior por razões óbvias. Esses filmes terão que ser gravados nos EUA a partir de agora? É um anúncio absurdo.”

Produtores, executivos e diretores de festivais de cinema ouvidos pela Variety fazem coro às críticas, e questionam quão protecionista a medida realmente é, já que tem potencial de aumentar significativamente os custos de produção de filmes americanos num momento em que empresas como a Warner Bros. Discovery acumulam dívidas bilionárias.

Se a taxação se confirmar, ela pode ter efeito no mercado brasileiro, que nos últimos anos tem recebido cada vez mais investimento estrangeiro. Empresas voltadas à produção audiovisual, como a Spcine, ligada à Prefeitura de São Paulo, atualmente tentam atrair sets de filmagem para a capital paulista, num esforço de longa gestação que pode estremecer por causa dos americanos.

“Todo o ecossistema do audiovisual seria afetado por uma medida como esta”, diz Emiliano Zapata, diretor de inovação e políticas do audiovisual da Spcine. “O Brasil pode perder muito investimento, porque não temos como brigar contra uma imposição dessas. É uma limitação ao intercâmbio criativo que é essencial para o cinema, e pode afetar a visibilidade da produção brasileira.”

Há ainda a vasta quantidade de filmes e séries brasileiros bancados por plataformas americanas, como a Netflix e a Max. A medida de Trump apresentaria um verdadeiro dilema a essas empresas, já que no Brasil uma outra taxação se discute -o imposto que deveria ser pago por plataformas de streaming que operam no país.

Além de maiores encargos a pagar por aqui, os projetos de lei em discussão em Brasília querem fixar um percentual de obras brasileiras em seus catálogos, o que forçaria as plataformas, entre outras coisas, a produzir mais conteúdo local. Este conteúdo, porém, poderia ter sua disponibilidade restringida, sem lançamento nos Estados Unidos.

Para além de filmes de estúdios americanos gravados fora do país, longas estrangeiros encontrariam mais resistência do que a já existente para assegurar estreias em salas dos Estados Unidos. Uma taxação de 100% sobre “Ainda Estou Aqui”, por exemplo, poderia afugentar distribuidoras e minar seu interesse em comprar este e outros títulos para exibição em território americano.

Zapata destaca que o anúncio acontece a dias do Festival de Cannes, importante vitrine para produções internacionais e movimentado, em especial, pelo Mercado do Filme. A área de negócios reúne produtores, cineastas e distribuidores e tem como uma de suas principais frentes o fechamento de parcerias de coprodução e cooperação internacional. Reuniões e acordos com empresas americanas, diante da incerteza causada pelo anúncio de Trump, podem ser prejudicadas.

“É uma proposta complicada, porque a indústria americana também vive de filmes estrangeiros”, diz Rodrigo Teixeira, produtor de “Ainda Estou Aqui” e de filmes como “Me Chame pelo Seu Nome”, que é americano, mas foi gravado na Itália.

Para ele, não está claro como as medidas afetariam o mercado brasileiro, mas elas têm potencial de abalar principalmente produtoras menores. “Por uma questão orçamentária, de facilidade de produção independente, muitas procuram outras residências para realizar seus filmes. Elas encontraram uma maneira de proteger a sua existência, fora dos Estados Unidos. Então é uma medida sem nexo, é de uma ignorância completa.”

A publicação de Trump surge após uma queda de 40% na produção cinematográfica americana após o fim das greves de atores e roteiristas de Hollywood de 2023. Enquanto grupos de lobby pressionam o governo por mais incentivos, que precisariam tramitar no Congresso do país, o presidente parece enxergar uma alternativa nas taxações.

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