‘Tive que vender meu passarinho para comprar chuteira’, relembra Marinho

FELIPE SILVA
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Marinho tinha duas opções na sua infância: trabalhar junto ao seu pai fazendo serviços gerais ou se arriscar no sonho de ser jogador de futebol. O atacante, hoje no Fortaleza, não titubeou na escolha de se tornar um atleta, mas teve que tomar uma decisão difícil logo de cara.

 

A mensalidade no Penedense, clube que fica localizado na cidade de Penedo, em Alagoas, onde Marinho nasceu, custava R$ 25 na época.

De família humilde, Marinho viu a sua mãe se oferecer para pagar um mês da escolinha para, enfim, realizar o sonho do filho.

“Eu sempre falava que queria jogar no clube da cidade, o Penedense. Eles tinham uma escolinha, e eu pedia pra minha mãe me colocar lá. A mensalidade era R$ 25. Só que minha mãe recebia um valor que eu acreditava que aqueles R$ 25 tirados para me colocar na escolinha era um dinheiro muito valioso, sabe? Mesmo sendo algo que eu queria muito, talvez esse dinheiro fizesse muita diferença dentro da nossa casa. Meu pai pintava muro, limpava quintal e, às vezes, eu ia com ele também. Várias vezes eu limpava quintal com ele, e a gente sempre fazia algo para ganhar um troco. E aí, a minha mãe falou: ‘Ó, vou colocar você na escolinha. Você vai ficar um mês lá. Eu vou pagar um mês pelo menos para você brincar e falar que foi'”, diz o jogador em entrevista ao UOL

Primeiro problema resolvido. Marinho havia conseguido entrar na escolinha. Porém, um novo empecilho surgia. O atacante não tinha chuteira e sua mãe, dessa vez, não conseguia arcar com os custos. Foi então que o jovem teve que recorrer a uma decisão difícil: a venda do seu passarinho para comprar o equipamento.

“A minha mãe não tinha dinheiro para comprar chuteira. Ela pediu para uma amiga dela comprar no cartão, aí não passava o cartão. Minha mãe não conseguiu comprar. Acho que era R$ 50 a chuteira. Aí ela falou: ‘Você não tem ninguém para pedir, não?’. Aí não achei ninguém para pedir chuteira emprestada e lembrei que eu tinha um passarinho para vender. Na época, até ofereceram R$ 100 por ele, mas eu não quis vender. E daí, cara, peguei o passarinho e vendi por R$ 50. Acabei vendendo, comprei a chuteira e minha mãe me colocou na escolinha. Fiquei um mês lá. Eu estava gostando demais, só que já estava quase no final do mês. Pensei: ‘Caramba, vou ficar só mais um dia, já vai acabar e vou ter que sair’.”

A decisão de vender o passarinho doeu no atleta, mas surtiu efeito. Marinho se destacou e ganhou uma bolsa do professor Juquinha, ao qual demonstra muita gratidão e mantém contato até os dias de hoje. A chuteira comprada na época? Ele faz questão de guardar como recordação dos tempos difíceis.

“O professor Juquinha, que era o presidente do clube na época, falou com meus pais: ‘No próximo mês você não precisa pagar, a gente vai dar uma bolsa para ele’. Minha mãe já não pagou mais, ela já ia me tirar. É um cara que eu tenho muita gratidão, que me ajudou muito. Assim como o Fabiano, que era um professor lá. Ele também foi na casa dos meus pais oferecer uma bolsa de estudo. Porque na época eu tinha que jogar os jogos internos também da escola, e acabei ganhando uma bolsa para estudar. Foi por um bom motivo [venda do passarinho]. Eu tenho essa chuteira em casa ainda, está guardada”.

CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE MARINHO AO UOL
Trabalho de Vojvoda e Fortaleza brigando pelas cabeças

“É a quinta temporada do Vojvoda aqui, é um cara que conhece bem o grupo, conhece bem o elenco. Se eu não estou enganado, são 25 remanescentes da temporada passada. Muitos jogadores já estão aqui há muito tempo, então acho que fica mais fácil para o treinador saber levar. Estamos com um grupo muito qualificado. No futebol não existe jogo fácil. Quem torna fácil é o time. Acredito que já acabou aquele negócio de sempre ter o favoritismo pela camisa, pelo peso, pelo investimento, coisas que a gente enfrenta na Série A como a 15ª equipe em orçamento. A gente acaba surpreendendo. Muita gente às vezes diz que o dinheiro que conta, mas a gente coloca muito aquilo que a gente faz com muito amor, com muito trabalho, muita dedicação, um clube humilde, com o pé no chão. Mas que graças a Deus, nesses anos aí, vem cada vez mais chegando, cada vez mais ali no topo”.

Clássico Rei
“Eu acredito que o Clássico Rei é charmoso, né? Você vê uma festa linda que a torcida faz para mostrar mesmo para a outra que somos melhores e isso é muito bacana. Eu acredito que é um dos mais bonitos que eu já joguei”.
Sorriso no rosto e longe de polêmicas

“Sempre fui muito eu e muito autêntico também. Sempre falei o que eu pensava, e muitas das vezes a gente até tem que medir o que fala, porque neste sábado (8) em dia tudo viraliza. Às vezes a gente fala alguma coisa, as pessoas interpretam mal e isso é uma das coisas que pega. Eu sempre fui um cara leve. Eu falo que não é sempre que vamos estar num dia bom. Já passei dias difíceis também. Ano passado, fui vaiado depois que acabou um jogo, todo mundo foi para o vestiário e eu acabei ficando no banco. Acabei pensando algumas coisas e comecei a chorar ali porque foi um momento ali que tinha me marcado. Ser vaiado é chato, sabe? Principalmente pela torcida que você tanto se dedica para alegrar e você às vezes acaba passando por uma situação que não é comum. Às vezes, meu dia não é bom, mas tento não demonstrar para meus companheiros. Quero que eles pensem: ‘O Marinho tá sempre brincando, esse cara não tem dia ruim?’. Sei que nem todo mundo está bem, então procuro manter o ambiente leve. O que me entristece é quando me comparam com outros jogadores. Dizem que fulano bebe, sai à noite, e colocam meu nome nisso. Mas quem me conhece sabe que não sou de festa ou balada. Nunca fui visto brigando, bebendo ou criando polêmica. Eu sempre estou na minha casa, com a minha família, com a minha esposa, com a minha filha. Mas essa parte ninguém nota. Já ouvi muitas vezes falarem: ‘Esse Marinho aí não deve ser de grupo, deve rachar o elenco, deve isso, deve aquilo’. Mas, cara, quem trabalhou comigo, seja no Santos, no Flamengo ou em qualquer outro lugar, sabe que sou um cara divertido, alegre.

Bom ambiente
Sempre tento manter o ambiente leve, porque o futebol já tem muita pressão, ainda mais depois de uma derrota. Tento acalmar os caras: ‘Cabeça boa, vamos rir’. Porque se a gente estiver mal, fica pior. Eu falo: a dor da derrota é ali, quando o jogo acaba. Eu xingo, chego em casa irritado, não durmo, nem brinco com minha filha. Fico cheio de raiva, mas no dia seguinte entendo que preciso estar leve”.

Ligação de Luxemburgo e convite para jogar no Cruzeiro
“Tive o privilégio de trabalhar o professor Luxemburgo. São poucos que trabalharam com ele, mas eu sou um cara muito grato, foi o cara que apostou em mim quando em 2015, pediu a minha contratação no Cruzeiro. Eu só o conhecia pela televisão. Quando ele era treinador do Palmeiras, naquela época, eles venceram muito. Eu nem acreditei que era ele, até achei que era alguém fingindo ser ele. Lembro que eu tremia com o meu braço no telefone. É um cara que eu tenho muita gratidão, que apostou em mim”.

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