As tropas ucranianas dizem ter abatido, durante o fim de semana, um drone civil de fabricação chinesa, que teria sido adaptado e armado pela Rússia. Segundo a CNN Internacional, trata-se de um Mugin-5, que pode ser encontrado em sites do mercado chinês, como o Alibaba e o Taobao, por até 15 mil dólares (cerca de 80 mil reais).
O objeto foi abatido com armas automáticas AK-47, segundo indicou o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), que acrescentou que foi alertado por agentes em território russo para o lançamento de um drone em direção à Ucrânia.
Na ocasião, os combatentes da 111.ª Brigada das Forças de Defesa Territorial da Ucrânia ouviram o barulho do drone e viram uma luz a piscar.
Um soldado explicou que o drone estava voando a uma altitude muito baixa, o que permitiu abatê-lo com armas automáticas. Após a destruição, foi possível apurar que o objeto transportava uma bomba de cerca de 20 quilogramas.
Some tech bloggers say the machines are known as “Alibaba drones” as they have been available for sale for up to $15,000 on Chinese marketplace websites. https://t.co/qHqkt6Cjq6
— CNN (@CNN) March 16, 2023
Em declarações à estação norte-americana, a fabricante Mugin Limited confirmou que se tratava de um exemplar seu, construído na cidade portuária de Xiamen, e descreveu o incidente como “profundamente infeliz”.
“Não toleramos o uso. Estamos tentandp o nosso melhor para o impedir”, disse um porta-voz da Mugin Limited à CNN Internacional.
Chris Lincoln-Jones, um ex-oficial do Exército britânico, relatou que o drone não tinha uma câmera instalada e, por isso, não teria como objetivo vigiar as tropas ucranianas, tornando-a apenas numa “bomba estúpida”.
“Este drone que estamos examinando seria muito mais eficaz se tivesse uma câmera decente”, destacou. “Esta parece ser uma forma muito grosseira, pouco sofisticada, não muito tecnologicamente avançada de conduzir operações”, disse ainda.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 13 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.