JULIA CHAIB
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu vice, J. D. Vance, participam nesta sexta-feira (24) da Marcha pela Vida, uma das maiores manifestações antiaborto do mundo.
A participação de Trump ocorrerá por vídeo porque ele está em viagem pelo país. O comparecimento do presidente se dá um dia depois de ele conceder perdão judicial a 23 ativistas antiaborto que, segundo ele, foram perseguidos pelo governo Joe Biden.
Entre as pessoas a quem o republicano deu clemência, dez foram processados por terem tentado impedir a entrada de pessoas em uma clínica de aborto em situação legal em Washington.
Trump ainda não tomou nenhuma medida executiva relativo ao tema. Mas a participação dele e do seu vice na Marcha Pela Vida menos de uma semana após tomar posse, porém, indica um fortalecimento do movimento antiaborto no país.
Ainda em Washington, a ex-primeira-dama do Brasil Michelle Bolsonaro e alguns deputados brasileiros, como Bia Kicis (PL-DF), também participam da marcha nos EUA.
O aborto foi um dos temas mais sensíveis da eleição do ano passado. O direito ao procedimento em âmbito federal foi revertido durante o governo Biden, em 2022, graças a uma composição mais conservadora da corte, conquistada com a indicação de magistrados por Trump.
A sentença reverteu uma decisão que havia sido tomada pelo mesmo tribunal há 49 anos. A medida não bane integralmente o acesso ao aborto no país, mas deu aos estados o direito de proibir o serviço -gatilho para uma série de leis mais conservadoras que restringiram direitos reprodutivos no país.
O tema esteve no centro da eleição. De um lado, Kamala Harris, a candidata democrata, disse que tentaria aprovar uma lei garantindo novamente a proteção ao direito e que Trump tentaria aprovar um banimento nacional ao aborto. O presidente eleito, porém, percebendo a divisão na sociedade a respeito do assunto, evitou se posicionar dizendo que caberia aos estados definir as regras.
Associações que lutam pelo acesso a medidas de saúde reprodutiva não sabem ao certo quais serão as decisões de Trump para dificultar o acesso a serviços. Mas, nesta quinta (23), republicanos aprovaram no Congresso uma medida ao menos simbólica, que tem o objetivo de penalizar médicos que façam abortos.
Aliados de Trump, como o presidente da Câmara, Mike Johnson, o líder da maioria no Senado, John Thune, e o governador da Flórida, Ron DeSantis, também participaram da marcha nesta sexta.
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