Os últimos incêndios em áreas de mata no RJ causaram muito sofrimento a animais silvestres. Grupos de resgate e veterinários de instituições ambientais têm feito um mutirão para salvar vidas e devolver os bichos à natureza.
No Centro de Recuperação de Animais Selvagens da Universidade Estácio de Sá, em Vargem Pequena, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, uma das histórias de recuperação é de uma jaguatirica que praticamente nasceu no meio das chamas, em Resende, no Sul Fluminense, em setembro.
A felina foi resgatada ainda com o cordão umbilical e mal abria os olhos. Nem pesava meio quilo e inalou muita fumaça. “Ela fez uma inflamação grave no pulmão, mas a gente conseguiu salvá-la. Ela ganhou peso e está na fase do desmame”, explicou o veterinário Jeferson Pires.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros, o major Fábio Contreiras explicou que os danos a esses animais vão além da intoxicação e das queimaduras.
“Há o risco de a desidratação severa, com a perda de líquidos e eletrólitos. Durante a fuga desses incêndios, os animais também acabam se desorientando, caindo de locais íngremes e sofrendo ferimentos”, disse.
“O monitoramento dessas áreas continua. Só este ano, o Corpo de Bombeiros já foi chamado para cerca de 20 mil incêndios florestais”, lembrou Contreiras.
O espaço da Estácio abriga ouriços, urubus, preguiças, gambás, tamanduás e carcarás, cada um com uma história e cuidado diferente.
Apesar da vontade de ajudar e fazer a diferença na vida dessas espécies, o veterinário faz um alerta: sempre é preciso acionar o órgão responsável para um resgate correto e seguro.
“Por mais que você esteja querendo ajudar um animal desse, no entendimento dele é: ‘Vou virar comida’, e ele vai tentar se defender. Você pode levar uma mordida, um arranhão, ter um trauma ou até mesmo sem querer levar esse animal a óbito”, ensinou o veterinário.
*Com informações do g1