A Câmara Municipal de Itaocara cassou, por unanimidade, o mandato do prefeito Geyves Maia, por irregularidades em compras de testes de covid-19 durante a pandemia e por lesar os cofres públicos com a sublocação da festa Expoagro da cidade em 2022.
De acordo com a comissão processante, Geyves autorizou a compra de grande quantidade de kits em um momento em que o governo do estado enviava, gratuitamente, os testes para Itaocara. Além disso, a cidade tinha mais de 3 mil testes que foram doados em seu almoxarifado.
O caso já é investigado pelo Ministério Público do estado do Rio de Janeiro, que pediu o afastamento do secretário de Saúde e determinou busca e apreensão em diversos endereços ligados ao prefeito e seus secretários. Além de dano aos cofres públicos por comprar algo que o município já tinha de forma gratuíta, também houve indícios de superfaturamento.
Além disso, Geyves também cobrou R$ 3 mil para “vender” a festa expoagro de 2022, sublocando o espaço e terceirizando a festa mais tradicional da cidade. O valor foi apontado pelo Ministério Público como irrisório, já que é uma festa que movimenta milhões de reais todos os anos. Além disso, há indícios de direcionamento na licitação, já que uma única empresa disputou a licitação e venceu com o valor mínimo.
Com a decisão, Geyves será afastado do cargo e o seu vice, Heriberto Oliveira. Geyves poderá recorrer da decisão, mas fora do cargo.
DEFESA DE GEYVES
O prefeito Geyves Maia encaminhou á Cãmara o advogado Alexandre Fonseca, para apresentar sua defesa, mas o que chamou a atenção durante seu discurso foi o seu “pedido de desculpas” ao iniciar sua fala. “Tenho que explicar aqui que o trabalho do advogado é de defender as pessoas, por mais que muitos não entendam”, explicou.
De acordo com o advogado, em sua visão, não há inconstitucionalidade nos atos do prefeito cassado.