O vice-governador do Rio de Janeiro, Thiago Pampolha (União Brasil), desencadeou uma crise na gestão de Cláudio Castro (PL) ao comunicar a sua decisão de se filiar ao MDB.
A mudança tem sido interpretada pelos aliados do governador como uma traição, devido à escolha de um partido mais próximo do governo de Lula (PT), semanas depois de o STJ (Superior Tribunal de Justiça) ter avançado nas investigações contra Castro, que é filiado à sigla de Jair Bolsonaro.
Pampolha nega a traição e afirma ter recebido apoio na escolha do partido, embora reconheça divergências sobre o momento da decisão. Ele declarou que aguardará o regresso do governador de uma viagem ao estrangeiro ainda este mês para oficializar a mudança e pretende que ele esteja presente no ato de filiação.
BACELLAR: “É UM BOM MENINO MAS QUEM PENSA MUITO NO FUTURO ESQUECE DO PRESENTE”
Bacellar, que oficialmente se juntará ao União Brasil após o Carnaval, já está a trabalhar ao lado do deputado Márcio Canela na coordenação das estratégias políticas do partido no Estado do Rio.
Em resposta ao argumento de Pampolha, que se queixou da falta de diálogo, Bacellar comentou: “Em momento algum o vice-governador me procurou para discutir as estratégias políticas para 2024. A minha gestão na presidência da Alerj demonstra que estou aberto ao diálogo com todas as correntes políticas e conseguimos grandes avanços graças a isso. Também não abro mão da lealdade e do respeito ao meu grupo político”, afirmou.
Para Bacellar, o vice-governador precisa estar atento aos “desafios do presente”. “Ele é um bom rapaz e precisa prestar atenção ao que o rodeia. Quem está muito focado no futuro acaba por esquecer de cuidar do presente. São muitos os desafios que temos de enfrentar agora. Precisamos estar unidos”, concluiu.
MÁRCIO CANELLA: “É COMO UM ESCORPIÃO. VOCÊ PODE AJUDÁ-LO, MAS A PICADA SERÁ CERTA”
Após a notícia da saída do vice-governador Thiago Pampolha do União Brasil, o vice-presidente da sigla, deputado Márcio Canella, fez comentários nas redes sociais sem mencionar o agora ex-colega.
“Quando observamos os movimentos e decisões de alguns agentes políticos do Rio de Janeiro, não devemos ficar chateados ou surpresos, pois basta olhar o histórico de traições. É como um escorpião: você pode ajudá-lo, mas a picada será certa”, afirmou Canella nas redes sociais.
Canella é vice-presidente do União no estado e um aliado de longa data do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar.