Investigadores espanhóis descobriram o vinho mais antigo do mundo, conservado há cerca de dois mil anos. A descoberta foi feita em Carmona, uma localidade romana, e acredita-se que o vinho fazia parte de um ritual funerário, onde os restos mortais cremados de um homem foram imersos em um líquido dentro de uma urna funerária de vidro.
A descoberta ocorreu dentro de um túmulo familiar, medindo 3,29 metros de comprimento e 1,73 metros de largura, que continha várias urnas com os restos mortais de membros da mesma família.
Segundo o jornal ABC, o líquido adquiriu uma tonalidade avermelhada com o tempo e está conservado desde o século I d.C. A equipe do Departamento de Química Orgânica da Universidade de Córdoba, liderada pelo professor José Rafael Ruiz Arrebola, conduziu análises químicas no líquido para confirmar que se tratava de vinho. Eles identificaram polifenóis, substâncias presentes em vinhos, e concluíram que o perfil mineral do líquido era semelhante ao de um vinho. A análise revelou que era vinho branco. O estudo foi publicado no Journal of Archaeological Science: Reports.
Antes desta descoberta, a garrafa de vinho mais antiga era a de Speyer, datada do século IV d.C., encontrada em 1867 e preservada no Museu Histórico de Pfalz, na Alemanha.
A descoberta da urna com vinho também forneceu insights sobre as tradições funerárias romanas e a distinção de gênero na época. As mulheres eram proibidas de beber vinho, um hábito considerado exclusivo dos homens. As urnas encontradas em 2009 mostraram que os homens eram enterrados com vinho e um anel de ouro, enquanto as urnas das mulheres continham joias, perfumes e restos de tecidos.
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