Não há dúvidas que ser eleito presidente da ALERJ leva Rodrigo para a história do estado do Rio de Janeiro. Mas além disso, todo o enredo criado na última semana nos bastidores, fazem a vitória ser ainda maior do que já seria.
É importante entender todo o contexto dos últimos quatro anos que o leva para a presidência, e isso se explica já que para um primeiro mandato, Rodrigo foi além de toda e qualquer expectativa que pudesse ter sido criada.
No auge da crise moral que a ALERJ sofreu, quando em outubro de 2019, seu 9° mês na casa, nenhum deputado quis assumir a responsabilidade de relatar o pedido de soltura de cinco deputados. Se a opinião pública poderia criticar, Rodrigo mostrou que a sua maior qualidade, talvez seria não ter medo. Assumiu a responsabilidade e apresentou um relatório técnico que foi aprovado por maioria dos deputados sem ter qualquer contestação, inclusive da opinião pública.
No ano seguinte, coube a ele ser o relator de mais uma decisão importante, o impeachment de Witzel. Foi a primeira vez na história do país que um governador foi afastado do cargo por uma Assembleia Legislativa, e o relatório de Bacellar foi aprovado por unanimidade pelo plenário e elogiado publicamente por desembargadores do TJ.
Não demorou muito, foi alçado ao cargo de secretário de Governo em uma gestão de um “governador do acaso”, onde foi o responsável direto por investimentos em todo o interior do Estado, algo que não era visto na história recente. Expandiu o Segurança Presente, que é o programa de Segurança Pública mais bem avaliado do Brasil, e fez o mesmo com a Lei Seca, além de criar o RJ Para Todos, programa que atende pessoas em vulnerabilidade social. Em 2022, foi um dos coordenadores da campanha de Castro, o “governador do acaso”, que foi reeleito no primeiro turno com a maior votação da história.
Não havia dúvidas da capacidade de Rodrigo, e seu nome talvez fosse o mais coerente para ocupar a presidência, mas a grande prova foi o desafio dos últimos dias. Ser presidente da ALERJ não é fácil, mas enfrentar caciques consolidados no estado como Jair Bittencourt, Altineu Cortes, André Ceciliano e até o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, mostra que a vitória é muito maior do que os 56 votos podem proporcionar.
Se houve revolta dos que o acusavam de “falta de diálogo”, a desistência de Jair Bittencourt frente ao bloco de mais de 40 deputados que não abriam mão de apoiar Rodrigo contrapõe a narrativa.
A vitória desta quinta-feira consolida Bacellar como uma das maiores lideranças políticas que o estado do Rio já teve. Goste ou não, seja eleitor ou simpatizante dele ou não, é necessário reconhecer o seu tamanho na esfera estadual e o tamanho do seu feito.
Coube a ele, político novato que nunca havia ocupado um cargo eletivo, levar o nome de Campos de volta ao protagonismo político do Rio de Janeiro em um único mandato. O que o cidadão do Rio de Janeiro pode esperar e cobrar, é que o interior seja ainda mais forte, e pelo seu discurso de posse, não há dúvidas que essa será uma de suas grandes missões.