SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prazo para que nove sites paralisem as vendas de 48 marcas de whey protein suspeitas de adulteração foi encerrado nesta sexta (6). A determinação foi emitida pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor).
O órgão apontou irregularidades como problemas de rotulagem para informar a quantidade exata de proteínas presentes nos produtos.
A decisão foi tomada após um pedido da Abenutri (Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais), que levou ao Senacon uma análise de lotes e de páginas que os vendiam. A medida, porém, foi questionada por outra associação.
Em nota, a Brasnutri (Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais) classificou a decisão como “infundada” e que o estudo não “seguem padrões técnicos ou regulatórios” e não são chancelados pela Anvisa, além de falta de clareza sobre como são feitas as análises laboratoriais.
“A Secretaria leva em consideração um laudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) em 2022, de produtos que nem sequer são comercializados atualmente”, acrescenta a associação.
Em outubro, representantes do Senacom deram até esta sexta para que os sites parassem de comercializá-los.
Na ocasião, o secretário executivo do CNCP (Comissão Nacional de Combate à Pirataria), Andrey Corrêa , vinculado ao órgão federal, afirmou durante reunião em Brasília que as marcas apresentavam um risco à saúde dos consumidores.
“A Senacom está comprometida em garantir que esses suplementos, já identificados com irregularidades, sejam retirados das plataformas de venda”, disse.
O Grupo Supley, envolvido na suspensão, emitiu uma nota em que as análises estão sendo questionadas judicialmente e que são rotineiramente avaliados pela empresa e pela Anvisa. “Esta [Anvisa] sim, responsável por esse tipo de análise e fiscalização”, afirma.
Em nota, a Abenutri afirma que “todas as testagens e respectivos resultados encaminhados pela Abenutri aos órgãos competentes para ciência, análise e providências, estão lastreadas em laudos técnicos feitos por laboratórios confiáveis, contando, inclusive, com assinatura de respectivos responsáveis técnicos”.
Sobre a Supley, a associação confirma que há processos judiciais para impedir o resultado das testagens, mas que “tais decisões não impedem a continuidade” das análises.