SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois de passagens por Londres e Paris, em uma espécie de giro surpresa pela Europa, Volodimir Zelenski chegou a Bruxelas nesta quinta-feira (9) para participar de uma cúpula com líderes da União Europeia.
A viagem marca a segunda vez que o presidente ucraniano sai de seu país desde o início da guerra. Seu objetivo com ela segue o mesmo dos últimos meses -garantir mais remessas de armamentos para Kiev. Mas a estratégia diplomática é nova para o líder, que até o final do ano passado se comunicava sobretudo por meio de vídeos.
Zelenski foi recebido por um Parlamento Europeu em polvorosa, com alguns dos legisladores vestindo o amarelo e azul da bandeira ucraniana. No discurso, aplaudido de pé, agradeceu à comunidade pelo apoio nos últimos meses. E buscou salientar a proximidade entre a Ucrânia e o resto da Europa, em um reforço de acelerar sua candidatura ao bloco -apresentada dias depois da invasão de seu território pela Rússia.
“Europa, nós estamos nos defendendo da maior força anti-europeia do mundo moderno. Nós, ucranianos, no front de batalha, junto com vocês”, afirmou o líder. E arrematou: “Uma Ucrânia vitoriosa será parte da União Europeia”.
A UE deu sinal verde para a candidatura de Kiev em meados do ano passado, num gesto acima de tudo simbólico em meio à guerra. Mas o caminho da adesão pode levar anos, já que o processo exige reformas profundas no país. Uma delas é a adoção de uma série de medidas anticorrupção. A Ucrânia amarga o segundo lugar no ranking dos mais corruptos do continente, atrás apenas da Rússia.
O governo de Zelenski vem realizando operações nesse sentido nas últimas semanas, com o afastamento de diversas autoridades, a emissão de mandados de busca e apreensão contra outras e, mais recentemente, a prisão do bilionário Ihor Kolomoiskii, antigo aliado do presidente.