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Ex-secretário de Saúde Fernando Ferry é alvo de operação da PF que apura superfaturamento no Gaffrée e Guinle

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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira a ‘operação Desmascarados’ que investiga possível direcionamento de dispensa de licitação, no âmbito do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Unirio, para compra de equipamentos de proteção individual (EPI) durante a pandemia de covid-19. Um dos mandados é cumprido contra o ex-diretor da unidade e ex-secretário de Saúde do Rio, Fernando Ferry. Outro mandado foi cumprido no próprio hospital, na Tijuca, na Zona Norte do Rio. A PF também apura desvio do dinheiro público, mediante sobrepreço dos materiais.

A ação conta com a participação de trinta policiais federais que cumprem cinco mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro (Tijuca, Maracanã e Jacarepaguá) e em um depósito em Duque de Caxias.
As suspeitas de irregularidades estão consubstanciadas em documentos elaborados pelo setor de Auditoria da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e também em relatório de fiscalização da CGU.
As auditorias e as investigações indicam o favorecimento de determinado grupo de empresas que para cometimento dos delitos contavam com a conivência de funcionários públicos.
Em apenas uma dispensa de licitação, no valor de R$ 1.280.450,00 para a aquisição, dentre outros itens, de 6.500 máscaras e 6.500 aventais, pelos preços individuais, respectivamente, de R$ 47,80 e R$ 49,50, enquanto que tais itens foram cotados em chamamento público da Ebserh, respectivamente, por R$ 12,50 e R$ 15,00.
Neste caso, a CGU apontou sobrepreço no valor de R$ 650.270,00, e um superfaturamento, de R$ 398.444,00, além de fortes indícios da montagem do processo realizada pelo Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.
Além disso, apura-se que, provavelmente, o quadro societário das empresas beneficiadas seja integrado por “laranjas”.
Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e os investigados respondem pela prática dos delitos de organização criminosa, peculato e fraudes em licitação.
Antes de ser chamado para ocupar o cargo de secretário de Saúde no governo Witzel, Ferry era diretor-geral do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. O médico ficou pouco mais de um mês na secretaria. Ferry entrou no governo dia 17 de maio, após a exoneração de Edmar Santos, após atrasos na instalação dos hospitais de campanha e denúncias de fraudes na licitação para a compra de respiradores. Ele pediu demissão do governo no dia 22 de junho. Procurado, Ferry ainda não retornou à reportagem sobre a operação desta quarta-feira.

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