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Covid: aplicação da vacina bivalente deve começar em 27 de fevereiro

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O Ministério da Saúde pretende começar a aplicar as doses de reforço com a vacina bivalente para imunização contra a covid-19 a partir do dia 27 de fevereiro. Essas vacinas aumentam a imunidade contra o vírus da cepa original, bem como da variante Ômicron. O anúncio foi feito hoje (26) durante a primeira reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, na Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Na primeira fase, a campanha terá foco em pessoas com idade acima de 70 anos, imunocomprometidos e moradores de comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Na sequência (Fase 2, com data ainda a ser definida), a campanha será voltada a pessoas com idade entre 60 e 69 anos. Gestantes e puérperas serão o foco da Fase 3; e profissionais de saúde serão o foco da quarta fase da campanha.

Durante a reunião com os integrantes da comissão, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que a nova gestão da pasta adotará uma política de “cuidado e construção coletiva” e que, nesse sentido, será fundamental o diálogo entre União, estados e municípios. “Hoje, temos alguns desafios muito específicos que representam o retorno de uma pactuação em alto nível, como devem ser as nossas relações”, disse.

“Destaco entre as medidas iniciais, a Política Nacional de Imunização, a ser apresentada; um plano nacional para redução de filas na atenção especializada; a recuperação da Farmácia Popular; a valorização da atenção básica; o provimento, qualificação e formação profissional; e a retomada em novas bases do Programa Mais Médicos”, disse a ministra.

Dirigindo-se aos secretários de Saúde estaduais e municipais presentes, o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis, Éder Gatti, descreveu a situação dos estoques de vacinas do ministério, tanto para o tratamento da covid-19 como de outras doenças. Segundo ele, a situação deixada pelo governo anterior representa “risco real” de desabastecimento de alguns imunizantes.

“Por estarem vencidas, mais de 370 mil doses da vacina AstraZeneca foram incineradas em dezembro passado. Encontramos estoque zerado de vacinas Pfizer Baby pediátrica e CoronaVac, o que impede a vacinação de nossas crianças. E o estoque de vacinas bivalente, para iniciar a estratégia de vacina de reforço, estava muito baixo, impedindo articulação e estruturação de uma política publica para a vacinação de nossa população”, descreveu o diretor.

Ele acrescentou que há “risco real de desabastecimento de vacinas importantes de nosso calendário, porque os estoques estão baixos também para vacinas BCG, hepatite B, vacina oral contra poliomielite e a triviral”.

Segundo Gatti, o cenário atual de baixas coberturas vacinais “deve-se aos discursos negacionistas feitos nos últimos quatro anos por nossas autoridades, o que resultou na queda de confiança nas vacinas”. “Temos risco de epidemias de poliomielite e sarampo”, complementou.

A ministra Nísia Trindade disse, em uma das pausas da reunião, que a “primeira providência” da pasta é a de recompor estoques “para podermos planejar as ações”. Ela acrescentou que o calendário de multivacinação infantil está sendo trabalhado e em breve será divulgado.

“Faremos ações de vacinação nas escolas, como uma das estratégias, e combinaremos múltiplas estratégias para que possamos dar esta proteção, pois a baixa cobertura vacinal das crianças não diz respeito apenas à covid-19. Infelizmente ela está em cerca de 40%, por exemplo, para sarampo e poliomielite, um dos índices mais baixos da nossa história, desde o início do Programa Nacional de Imunização”, completou.

Gestão Bolsonaro deixou vencer e queimou 370 mil doses de vacina contra covid

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A gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou vencer 370 mil doses de vacina contra a covid-19 da AstraZeneca e teve de incinerar as centenas de milhares de imunizantes vencidos, afirmou nesta quinta-feira, 26, o atual diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti.

Em reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne representantes do ministério e das secretarias municipais e estaduais da Saúde, o diretor afirmou ainda que a gestão atual encontrou ao menos quatro imunizantes com risco de desabastecimento: BCG, hepatite B, poliomielite (vacina oral) e tríplice viral.

Gatti afirmou que a atual gestão do ministério vem tentando negociar com os fornecedores para regularizar as entregas. O diretor detalhou as principais causas para a baixa oferta de cada uma das vacinas.

No caso da vacina BCG, dada a recém-nascidos e que protege contra a tuberculose, a interdição da Fundação Ataupho Paiva, no Rio, e a demora na entrega de doses compradas fora do País são algumas das razões para o baixo estoque. Gatti afirmou que o ministério já conseguiu destravar e receber 2,5 milhões de doses e que mais 2 milhões serão recebidas até o fim do mês.

Sobre a vacina da hepatite B, o diretor afirmou que o cronograma está sendo negociado com o Instituto Butantan, que está em tratativas com um parceiro privado.

A vacina oral contra a poliomielite também está tendo o cronograma de entrega negociado com a Fiocruz, que teve um problema com o fornecedor de bisnagas, de acordo com o ministério.

Já a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está com baixo estoque por ter tido mais doses usadas do que o previsto em 2022. De acordo com Gatti, 4 milhões de vacinas serão recebidas em fevereiro.

Campanha de vacinação contra Covid começa depois do Carnaval, anuncia Saúde

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde anunciou nessa quinta-feira (27) que começará uma campanha nacional de vacinação contra a Covid-19 em 27 de fevereiro. O governo federal ainda fará campanha publicitária para aumentar a confiança da população na vacinação.

Na primeira fase, o plano é reforçar a vacinação da Covid com doses de imunizante do tipo bivalente da Pfizer para grupos prioritários. Esse modelo é uma atualização do imunizante que utiliza as cepas original do Sars-CoV-2 e da variante ômicron BA.1.

O governo também quer aumentar a cobertura vacinal de outros grupos, a partir de 12 anos, com doses monovalentes.

A vacinação do grupo prioritário com dose bivalente será dividia em 4 fases.

Na primeira fase, serão imunizados os grupo pessoas com 70 anos ou mais, que vivem em instituições de longa permanência, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.

Depois, pessoas de 60 a 69 anos. Em seguida, gestantes e puérperas.

Na última fase da primeira etapa, profissionais de saúde. A meta é vacinar 90% do público-alvo.

A ideia é fazer o reforço com a dose bivalente para quem recebeu pelo menos duas aplicações da vacina monovalente.

O governo também quer reforçar a imunização de crianças. A partir de fevereiro devem ser distribuídas 8,5 milhões de doses da Pfizer para 6 meses a 4 anos, e 9,5 milhões para o grupo de 5 a 11 anos.

A Saúde também comprou 2,6 milhões de doses da Coronavac, que pode ser usada em crianças. Esse era todo o estoque do Instituto Butantan.

Diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde, o médico Eder Gatti disse que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrou estoques zerados de vacinas para crianças.

Afirmou ainda que 370 mil doses da AstraZeneca foram incineradas em dezembro.

Ele disse que é preciso retomar a confiança da população nas vacinas, e que houve “comportamento negacionista” de autoridades nos últimos anos.

Carnaval no Rio prepara maior estrutura de sua história para 2023

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Carnaval

 (FOLHAPRESS) – O ar na garganta vai fluir livre pelas ruas e avenidas do Rio de Janeiro sem medo de encontrar gotículas contaminadas ou precisar ser consumido com campanhas políticas. É o que espera quem vive de Carnaval não só nos quatro dias de fevereiro.

“Esse ano vai ser o grito mesmo de liberdade”, diz Clayton Fraga, 31, que compra e adorna as fantasias da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis.
A menos de um mês da folia, a cidade que respira samba e cultura de rua já está repleta de batuque, com centenas de ensaios de blocos e escolas espalhados se preparando para receber 5 milhões de pessoas, público maior do que em 2020.

Assim como em outros destinos carnavalescos do país, aquele foi o último ano em que a festa de rua aconteceu oficialmente, com autorização aos cortejos, equipes de segurança pública, banheiros químicos e postos médicos.

Em 2022, só o espetáculo da Sapucaí foi permitido, mas fora de época, em abril, sob a ameaça da variante ômicron. Mesmo assim, a cidade viveu dois pequenos carnavais um tanto clandestinos, com músicos e foliões que perambularam pelo asfalto do centro.

“Havia uma demanda reprimida e muita gente acabou frequentando a rua”, diz o pesquisador Victor Belart, autor do livro “Cidade Pirata” (ed. Letramento). “Agora, porém, além de o Carnaval reafirmar seu tamanho, será o retorno de alguns dos blocos tradicionais.”

Os principais deles, os megablocos, terão lugar próprio para acontecer, com revista policial. Mais de 100 mil pessoas devem passar a cada dia pela avenida Presidente Antônio Carlos, na região central, seguindo os trios elétricos de Preta Gil, Anitta, Ludmilla, Monobloco e Cordão da Bola Preta.

O município promete a maior estrutura de sua história. “Está tudo praticamente pronto. Vai ser o maior estafe de todos os órgãos de todos os carnavais”, diz Ronnie Costa, presidente da Riotur.

A logística inclui, por exemplo, fazer com que mais de 450 desfiles cadastrados não se cruzem. Para facilitar a vida do folião, a cidade lança um aplicativo em português, inglês e espanhol com georreferenciamento e filtros para busca por bairro, data e horário.

Será a primeira vez também que mais cortejos passarão pelo centro comercial do que pela zona sul turística, a fim de democratizar e não atrapalhar a dinâmica urbana. As duas regiões concentram os principais blocos, mas em número quem ganha mesmo é a zona norte.

É ali que acontece ainda o “Carnaval do povo”, na avenida Intendente Magalhães, que neste ano será transformada numa pequena Sapucaí para receber a terceira divisão das escolas de samba -preservando a gratuidade e o lugar para o churrasquinho.

O próprio Sambódromo da Sapucaí também será modernizado. As luzes coloridas que dão efeito aos desfiles, testadas no ano passado, agora serão fixas, e haverá maior rigor para evitar que o som dos camarotes vaze e que muita gente se aglomere na pista, polêmicas do último espetáculo.

Nos hotéis, as reservas já estão quase cheias, e a expectativa é chegar a 100% de ocupação, contribuindo para uma movimentação de cerca de R$ 5 bilhões na cidade. Mas a ânsia pela festa deste ano inclui outro fator -o político.

Por quatro anos, foliões e a comunidade engajada no Carnaval carioca pediram “fora, Bolsonaro” entre uma marchinha e outra. Agora encaram a folia como comemoração.

Pablo Beato, 34, solta um grito ao ouvir o nome do ex-presidente. “O Carnaval para a gente começou depois das eleições. Tudo melhorou, o clima ficou mais leve. Nós, agentes de cultura, fomos marginalizados”, afirma o diretor do bloco Me Enterra na Quarta.

“É o Carnaval da volta à nossa liberdade”, diz a veterinária Juliana Rosseto, 40, que sairá pela primeira vez no cortejo.

O pesquisador Victor Belart analisa que, não importa o o contexto, a festa sempre será, por essência, política: “O Carnaval é muito maior do que a pandemia e do que o Bolsonaro. É uma entidade secular que resiste a muitos processos históricos de pé”.
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PRINCIPAIS DESTAQUES

Megablocos (av. Presidente Antônio Carlos)
Sáb. (11/2): Chora Me Liga
Dom. (12/2): Bloco da Preta
Sáb. (18/2): Cordão da Bola Preta
Ter. (21/2): Fervo da Lud
Sáb. (25/2): Bloco da Anitta
Dom. (26/2): Monobloco

Desfiles das escolas de samba (no Sambódromo da Sapucaí)

Dom. (19/2):
22h: Império Serrano
23h: Grande Rio
24h: Mocidade Independente
1h: Unidos da Tijuca
2h: Salgueiro
3h: Mangueira

Seg. (20/2):
22h: Paraíso do Tuiuti
23h: Portela
24h: Vila Isabel
1h: Imperatriz Leopoldinense
2h: Beija-Flor
3h: Viradouro

Avião escapa por pouco de míssil nos céus de Ruanda

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Militares de Ruanda lançaram um míssil contra um avião das Forças Armadas da República Democrática do Congo, afirmando que o jato tinha “violado o espaço aéreo” do país.

Testemunhas disseram que a aeronave quase abatida estava “voando baixo” na fronteira entre Congo e Ruanda, mas ainda em seu território de origem. Depois que o artefato estourou quase ao lado do avião, criando um pequeno incêndio na asa direita, seus pilotos decidiram pousar na cidade congolesa de Goma.

Um carro dos bombeiros esperou na pista do aeroporto local para evitar que o incêndio se alastrasse, segundo a agência turca Anadolu Agency. Ainda segundo fontes das forças congolesas, o avião, um Sukhoi-25, evitou o ataque apenas por contar com um sistema de defesa antimísseis que está disponível em sua estrutura.

O caso aconteceu na tarde de terça-feira (24). Em nota divulgada à imprensa, os militares de Ruanda afirmaram que “já era a terceira vez que o Congo invadia o espaço aéreo” do país vizinho e que, por isso, “medidas de defesa foram adotadas”.

Já as autoridades de Congo negaram qualquer invasão e afirmaram que a aeronave foi atacada quando voava ainda em seu território de origem.

“O governo da República Democrática do Congo condena fortemente e denuncia o ataque contra seu jato militar cometido pelo Exército de Ruanda ainda em espaço aéreo congolês e não pretende ignorá-lo”, afirma o comunicado da administração do país.

A nota ainda destaca que o avião pousou “sem maiores danos” e que o incidente “sabota o esforço contínuo para pacificar a região, com conversas entre Luanda e Nairobi.”

Nos últimos meses, a relação entre os países está mais tensa em meio às acusações do governo do Congo de que o exército ruandês apoia os membros do grupo terrorista M23, que disputa poder com Félix Antoine Tshisekedi Tshilombos, presidente do país.

Mega-Sena acumula e próximo concurso deve pagar R$ 75 milhões

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O concurso 2.558 da Mega-Sena, realizado nesta quarta-feira (25) no Espaço Loterias Caixa, em São Paulo, não teve acertadores das seis dezenas. Os números sorteados foram: 02 – 10 – 18 – 25 – 34 – 44.

O próximo concurso (2.559), no sábado (29), deve pagar prêmio de R$ 75 milhões.

A quina teve 181 ganhadores e cada um vai receber R$ 28.883,07. Os 11.265 acertadores da quadra receberão o prêmio individual de R$ 662,96 .

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal.

A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 4,50.

O sorteio é realizado às 20h, no Espaço Loterias Caixa, no Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo.

Moto com registro de roubo é apreendida em Campos

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Foto: Divulgação BPRv

Na manhã desta quinta-feira (26) agentes do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) recuperaram uma motocicleta com registro de estelionato na RJ-216, no Parque Tropical, em Campos. O motociclista foi detido.

Durante o patrulhamento, os policiais observaram um homem conduzindo uma Honda XRE, de cor vermelha. Ao perceber a aproximação dos policiais, o condutor mostrou nervosismo. Uma abordagem foi realizada e durante a revista pessoal, nada de ilícito foi encontrado.

Ainda de acordo com os policiais, ao verificarem os sinais do veículo, foi constatado registro de estelionato, no qual o condutor teria adquirido após a ocorrência de roubo, realizada no 15 de março de 2022, na 132ª Delegacia de Polícia de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos.

Diante dos fatos, a motocicleta foi apreendida e o condutor foi encaminhado para a 134ª Delegacia de Polícia do Centro, onde foi autuado no artigo 180, de receptação, foi ouvido e liberado. Um inquérito policial foi instaurado junto a delegacia de Arraial do Cabo.

Homem é preso após furtar estabelecimento comercial no Centro de Campos

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Foto: Divulgação Operação Segurança Presente

Na tarde desta quinta-feira (26) um homem foi preso por agentes da Operação Segurança Presente após furtar dois jogos de faca de um estabelecimento comercial. A prisão ocorreu na Barão de Miracema com Alberto Torres, na área central de Campos.

Durante patrulhamento, os policiais avistaram um homem carregando uma sacola plástica de um estabelecimento comercial. Ao avistar os policiais, o suspeito apresentou nervosismo. Uma abordagem foi realizada e durante a revista, os agentes conseguiram arrecadar 1 pedra de crack, 1 cachimbo e 2 jogos de faca.

Ao ser questionado, o homem informou ter furtado a loja. Diante dos fatos, o material foi recuperado e o homem foi preso, sendo encaminhado para a 134ª Delegacia de Polícia do Centro, onde o caso foi registrado.

Foragido da justiça por estupro de vulnerável é preso em Rio das Ostras

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128ª DP

Policiais civis da 128ª DP (Rio das Ostras), em conjunto com agentes da Polícia Civil de Minas Gerais, prenderam, nesta quarta-feira (25/01), um homem acusado de estupro de vulnerável. Contra ele foi cumprido mandado de prisão preventiva, expedido pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Manhuaçú.

Ao tomarem ciência pela equipe de policiais da delegacia de Muriaé de que o foragido estaria escondido na cidade, as equipes deram início às diligências e, após cruzamento de informações, localizaram o acusado. Ele estava em sua casa, no bairro de Enseada das Gaivotas.

Após os procedimentos de praxe, o homem foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça.

Omissão de raça em internações do SUS cai, mas ainda chega a 23,3%

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A omissão da informação sobre cor/raça dos pacientes internados no Sistema Único de Saúde (SUS) teve uma queda de 35,4%, em 2008, para 23,3%, em 2021, mostra um estudo divulgado hoje (25) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O preenchimento do campo cor/raça no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS) foi iniciado em 2008 e é importante pelo potencial de apontar desigualdades relacionadas ao acesso a serviços de saúde.

A análise foi realizada pelo Projeto de Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde (Proadess), iniciativa vinculada ao Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz).

As regiões Sul e Sudeste foram as que apresentaram os menores percentuais de informações omitidas ao SIH: 12,3% e 19,3%, respectivamente, em 2021. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o percentual ficou acima da média nacional.

O estudo analisou com mais detalhamento as hospitalizações chamadas Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP), classificação que inclui 19 grupos diagnósticos para os quais o cuidado adequado realizado no nível da atenção primária pode prevenir a internação hospitalar. Segundo a pesquisa, 15,5% das internações sem a informação de cor/raça podem ser consideradas de condições sensíveis à atenção primária. 

Estão inseridos nesse grupo gastroenterites infecciosas e complicações; anemia; deficiências nutricionais; infecções de ouvido, nariz e garganta; pneumonias bacterianas; asma; doenças pulmonares; hipertensão; angina; insuficiência cardíaca; doenças cerebrovasculares; diabetes mellitus; epilepsias; infecção no rim e trato urinário; infecção da pele e tecido subcutâneo; doença inflamatória órgãos pélvicos femininos; úlcera gastrointestinal; doenças relacionadas ao pré-natal e parto. Quando são considerada apenas essas internações, o percentual das que não informam cor/raça era de 22,4% em 2021.

O estudo ressalva que, ao contrário das pesquisas domiciliares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que raça/cor são autodeclarados pelos próprios cidadãos, nos Sistemas de Informação em Saúde o registro é feito, em muitas situações, pelos profissionais da atenção à saúde, sem necessariamente perguntar aos usuários dos serviços.

Homem foragido da justiça é preso em Guarus

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146ª DP/Foto: ClickCampos
146ª DP/Foto: ClickCampos

Na manhã desta quinta-feira (26) um homem foragido da justiça com diversas anotações criminais, foi preso pela Polícia Militar, no local conhecido como “Cantinho do Beiço”, em Guarus.

De acordo com a PM, durante patrulhamento no local conhecido pela venda de drogas, os policiais absorveram o homem identificado pelas iniciais T.B.R.M., e uma abordagem foi realizada. Durante a revista pessoal, nada de ilícito foi localizado, mas ao consultar a identificação no sistema, foi constatado um mandado de prisão em aberto contra o mesmo.

Diante dos fatos, o homem foi encaminhado para a 146ª Delegacia de Polícia de Guarus, onde permaneceu preso.

Acidente com van que levava pacientes e caminhão deixa 12 mortos no Tocantins

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Sete mulheres, quatro homens e um bebê morreram em um acidente por volta das 20h desta quarta-feira, 25, na rodovia na TO-280, próximo a Natividade, no sudeste do Tocantins, a 200 quilômetros de Palmas. Dois homens escaparam com vida, ambos com fraturas no corpo. O mais velho foi levado para o hospital de Natividade e um jovem, com fratura exposta no braço, foi removido para Porto Nacional, a 52 quilômetros da capital.

No acidente, uma van da Secretaria Municipal de Saúde de Almas transportava pacientes do município que retornavam de atendimento médico na capital do Estado, quando bateu de frente com um caminhão e acabou arrastada para a margem da rodovia, que possui muito tráfego de caminhões com produção agrícola da região, pela ligação com municípios produtores do estado vizinho da Bahia.

O prefeito de Almas, Wagner Nepomuceno (MDB), decretou luto oficial por três dias e o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), anunciou viagem à cidade em solidariedade às vítimas. Os corpos estão no Instituto Médico-Legal (IML) de Natividade à espera de exames para liberação.

Carnaval de Recife e Olinda deve reforçar manifestações tradicionais

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(FOLHAPRESS) – A volta do Carnaval após dois anos sem folia em razão da pandemia será escancarada nos lemas dos principais personagens da festa em Pernambuco. O Galo da Madrugada, no Recife, e a festa de Olinda farão alusões à retomada nos desfiles de 2023.

Com as famosas ladeiras do sítio histórico, a cidade de Olinda anunciou a programação do feriado com nomes como Alceu Valença e Elba Ramalho, além de dezenas de desfiles de blocos.

A prefeitura prepara ainda uma decoração especial para os locais de acesso à cidade e aos polos da festa de Carnaval. A intenção, segundo organizadores, é que o cartão de visita para o público local e para os turistas seja animador na retomada da folia.

O aluguel de casas por temporada chega a R$ 17 mil por noite em Olinda, mas há opções mais acessíveis para quem vai em grupo à cidade. A publicitária Géssica Lima, 32, conta que viajará com seis amigos e que fechou a sua estadia por uma plataforma na internet.

“Vamos sair de Belo Horizonte no dia 16 e só voltaremos na Quarta-Feira de Cinzas. Conseguimos um pacote por R$ 5.000 e, dividindo [com os amigos], saiu mais barato do que em muitos hotéis”, diz.

Na cidade do Recife, a ocupação hoteleira deve ficar acima de 90%, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco.

Na capital, o Galo da Madrugada prepara novidade na alegoria principal, guardada a sete chaves -o mistério deverá ser desvendado nos próximos dias. A organização estima que vá desembolsar mais de R$ 6 milhões para pôr o bloco na rua.

Os homenageados do Carnaval do Recife em 2023 serão o cantor Geraldo Azevedo, a passista Zenaide Bezerra e a presidente do Maracatu Estrela Brilhante, Dona Marivalda.

Em Olinda, além de espaço para o frevo, o Carnaval terá uma noite dedicada ao brega no palco montado na praça do Carmo. Personalidade ilustre, o Homem da Meia-Noite, que desfila às 24h do sábado
para o domingo de Carnaval no bairro do Bonsucesso, vai homenagear oito representantes da folia local.

Professora de história da Universidade Católica de Pernambuco, Lídia Rafaela Santos avalia que, em 2023, o Carnaval pode estampar críticas políticas e sociais mais aguçadas em razão da mudança de governo no plano federal e das dificuldades econômicas.

“Os momentos de profundas incertezas e renovações vão estar refletidos na festa. O que temos visto nos últimos anos são grupos se reafirmando politicamente contra atitudes do último governo”, afirma.

Além da preparação de blocos, troças, dançarinos e bonecos gigantes, os foliões também se organizam. Para o retorno deste ano, o figurinista Paulo Medeiros diz que haverá uma mistura de tradição e novidades.

“Teremos muita coisa nova e alusões ao que as pessoas passaram. Haverá roupas com muito brilho, metais, contraste de cores, junto a outras peças que podem ser utilizadas no dia a dia, após o Carnaval”, diz.
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PRINCIPAIS DESTAQUES

Olinda

Qui. (16/2): Abertura com shows de Alceu Valença e Elba Ramalho

Sex. (17/2):  Noite do brega com apresentações de Conde Só Brega, Raphaela Santos, Priscila Senna, Dany Myler e Banda Sentimentos

Sáb. (18/2): Cortejo do Homem da Meia Noite, às 24h, na estrada do Bonsucesso

Recife

Ensaio geral da abertura na qui. (16), às 19h, no Marco Zero

Galo da Madrugada: sai no sáb. (18), às 9h, em frente ao Forte das Cinco Pontas, e termina o percurso às 18h30, na rua do Sol

Polícia Militar prende homem e apreende maconha em Guarus

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Foto: Divulgação Polícia Militar

Na tarde desta quinta-feira (26) um homem identificado pelas D.A.F.S., foi flagrado com maconha e uma balança de precisão, na Rua Capitão Nazário, no Parque Santa Helena, em Guarus.

Após buscas na comunidade, os policiais observaram alguns homens que ao avistarem a viatura, empreenderam fuga, sendo um deles alcançado. Após revista no local foram encontrados uma balança de precisão e aproximadamente 500g de maconha em pedaços e mais 7 buchas de maconha. 

Diante dos fatos, todo o material foi apreendido e o homem foi encaminhado para 146ª Delegacia de Polícia de Guarus, onde foi autuado e preso.

Incêndio na Boate Kiss: 10 anos de tristeza e impunidade

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O incêndio na boate Kiss completa dez anos nesta sexta-feira (27). A tragédia provocou a morte de 242 pessoas, mais de 600 feridos e comove o país até hoje, sem nenhum réu responsabilizado. 

O drama começou por volta de três horas da manhã do dia 27 de janeiro de 2013, quando o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, acendeu um objeto pirotécnico dentro da boate, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. 

A espuma do teto foi atingida por fagulhas e começou a queimar. A fumaça tóxica fazia as pessoas desmaiarem em segundos. O local estava superlotado, não tinha equipamentos para combater o fogo, nem saídas de emergência suficientes. Morreram pessoas que não conseguiram sair e outras que tinham saído, mas voltaram para ajudar.

O delegado regional de Santa Maria, Sandro Luiz Mainers, contou que o pânico se instalou quando a fumaça se espalhou e a luz caiu. As pessoas não sabiam como fugir.

“E isso fez com que algumas pessoas enganadas por duas placas luminosas que estavam sobre os banheiros da boate corressem na direção dos banheiros e não na direção da porta. Então, houve um fluxo e um contrafluxo. Algumas corriam para o banheiro e outras tentavam correr na direção da porta de entrada. Isso fez com que muitas pessoas morressem porque algumas acabaram sendo derrubadas, algumas caíram”, relatou.

Além da falta de sinalização, quem tentava sair esbarrava nos guarda corpos que serviam para direcionar as pessoas ao caixa da boate, disse o delegado. “E os guarda corpos foram determinantes até porque nós encontramos corpos caídos sobre esses guarda corpos”, afirmou.

O jornalista Dilan Araújo atuou na cobertura para as rádios da EBC, quando o incêndio aconteceu. Ele disse que os familiares iam a um ginásio da cidade para procurar por informações e fazer o reconhecimento das vítimas.

“E, por isso, de tempos em tempos, a gente ouvia os gritos desconsolados, né? Rompendo aquela atmosfera de silêncio e de tensão, outros familiares tentando consolar aqueles que se encontravam numa emoção. De desespero maior. E tinha também a angústia daqueles que ainda estavam sem notícias”, finalizou.

Saiba o que fazer em caso de tempestade, enchente e alagamento

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(FOLHAPRESS) – O verão brasileiro é marcado pelas pancadas de chuva forte e volumosa. Como consequência, aumentam os episódios de enchentes, alagamentos, deslizamentos de terra, além do risco de contrair doenças transmitidas pelo contato com água contaminada.

Alguns cuidados podem ser tomados pela população para se proteger.

A primeira dica é acompanhar a previsão do tempo e se preparar.

Verifique se há pontos de infiltração de água nas ruas e nos terrenos, além de postes e muros inclinados, o que pode ser sinal da ocorrência de algum fenômeno, em caso de chuva forte. É o que orienta Joel Malta de Sá, coordenador municipal da Defesa Civil de São Paulo.

“Quando há infiltração na via pública, o asfalto começa a inchar e é um indício de solapamento. São sinais possíveis de verificarmos e acionarmos a subprefeitura, mas é importante que a população nos ajude. Ao notar qualquer tipo de anomalia nos muros, nas árvores e no asfalto, avise a prefeitura.”

Observe também se há muros embarrigados, com rachaduras e trincas nas paredes. Perto de encostas, preste atenção se tem água barrenta ou avermelhada descendo por elas. Se necessário, procure um lugar seguro e acione a Defesa Civil.

Não desmate a encosta e nem tire terra. Para conservar o local, plante grama e capim. Árvores pesadas não seguram a água e aceleram o deslizamento.
Instale canaletas para o escoamento da água de pias e chuveiros.

“Se morar em área de risco para alagamento e verificar a iminência da água entrar no imóvel, suba os móveis para a parte mais alta da casa e evite o contato direto com a água. Não se esqueça de desligar os aparelhos elétricos e eletrônicos, bem como a chave geral da casa; feche o registro de água e de gás; tome cuidado com os documentos para não molhá-los ou perdê-los. Procure um local adequado”, afirma Sá.

Segundo orientação do Corpo de Bombeiros de São Paulo, não permita que as crianças brinquem nos córregos e nas enxurradas para que não sejam levadas pela água.

Ande pela enchente somente para sair do local de risco, pelo lado oposto aos postes de energia e perto dos muros. Evite caminhar pelas ruas e perto das sarjetas para não cair em bueiros abertos.

Se estiver de carro, fuja de áreas alagadas e busque o caminho mais seguro. Caso a água comece a tomar a rua e for possível sair do veículo em segurança, abandone-o e abrigue-se em locais altos. Sempre mantenha a calma.

Se houver água na pista, reduza a velocidade. Na chuva, a distância de segurança entre os carros deve ser maior, até porque as vias ficam escorregadias.

Outro cuidado é com o lixo. Coloque-o próximo ao horário de recolhimento. “Às vezes, a pessoa sai de manhã para trabalhar, coloca o lixo na calçada. Com a chuva, a enxurrada leva e entope os bueiros. Os cuidados não são só para quem reside em áreas de risco, porque todo local está sujeito a chuva fora do normal e a alagamentos”, explica Sá.

Caso a chuva venha acompanhada por ventos fortes, cuidado com as quedas de árvores, fios, postes e semáforos.

O telefone da Defesa Civil é o 199. Algumas cidades têm outra central telefônica, a exemplo do 156 da prefeitura paulistana, que direciona a chamada ao órgão competente.
A Defesa Civil tem, entre suas atribuições, identificar e mapear as áreas de risco –na capital paulista, há 505. Portanto, ela deve ser acionada para esses locais.

Doenças transmitidas pela água contaminada As principais são as diarreicas, a hepatite A e a leptospirose, que pode levar à morte.

“Não é a água de chuva em si, mas a associada à contaminação após o contato com o solo, dependendo da localização. Toda doença infecciosa depende de como foi a exposição à carga de bactéria que existe naquele ambiente.

Se foi uma exposição protegida ou direta da pele com a água, o tempo de contato, se havia ou não lesão na pele. Tudo isso pode interferir para a ocorrência de transmissão de doença e a leptospirose é a que mais nos preocupa”, afirma Filipe Piastrelli, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

As doenças diarreicas são causadas por microrganismos infecciosos que geram a gastroenterite, afetam o estômago e o intestino.

Com a ocorrência de enchentes e transbordamentos de rios e córregos, a urina de ratos -causadora da leptospirose- existente em esgotos e bueiros mistura-se à água das enxurradas e à lama. Os principais sintomas são dores de cabeça e no corpo -em especial nas panturrilhas-, febre, coloração amarelada na pele e nos olhos, que por vezes podem ficar avermelhados, náuseas e falta de apetite. O período de incubação varia de um a 30 dias, mas normalmente ocorre entre sete a 14 dias após a exposição ao risco.

Outro risco de enchentes é a hepatite A, que ataca o fígado. Ela pode ser contraída a partir do consumo de alimentos ou água contaminados com o vírus. A vacina que protege contra a doença faz parte do calendário do Programa Nacional de Imunização.

Os sintomas, quando aparecem, são: cansaço, mal-estar, febre, dores musculares, enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. Eles costumam surgir de 15 a 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses. A presença de urina escura ocorre antes do início da fase em que a pessoa pode ficar com a pele e os olhos amarelados.

Para a limpeza de casas alagadas, utilize luvas e proteja pernas e braços com botas de borracha e sacos plásticos duplos. A lama que permanecer nos ambientes, utensílios, móveis e outros objetos deve ser removida com escova ou vassoura, sabão e água limpa.

No caso de ambientes e superfícies, faça a limpeza com produtos à base de hipoclorito de sódio, como água sanitária. O que não puder ser recuperado deve ser descartado, a exemplo dos alimentos que tiveram contato com a água das enchentes.

Roupas e calçados também devem ser higienizados caso tenham sido expostos à água de enchente ou enxurrada. “Não existe medicamento preventivo à água de enxurrada, então tome um banho convencional, com sabonete, para retirar a sujidade e eliminar a carga de bactéria, e observe eventuais sintomas que possam aparecer. Caso aconteça, procure um médico”, orienta o infectologista.

Relatório aponta militares comprados pelo garimpo na TI Yanomami no início da gestão Bolsonaro

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JOÃO GABRIELBRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Um batalhão do Exército apreende uma embarcação dentro da Terra Indígena (TI) Yanomami com R$ 2.650 em dinheiro vivo, gramas de ouro, crack, base de cocaína e munições 9 mm. Durante a abordagem, nota-se que o piloto é primo de um dos soldados presentes na operação.

A ligação entre os militares e os alvos das operações é narrada em outras situações, conforme descrito em dois relatórios preliminares de inteligência da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) feitos em 2019, no início do governo de Jair Bolsonaro (PL), e aos quais a Folha de S.Paulo teve acesso.

Os documentos apontam uma relação próxima entre integrantes do Exército que atuavam em Roraima e o já então crescente garimpo ilegal do território Yanomami, hoje em estado de emergência.

Elaborados no âmbito da 5ª fase da operação Ágata -executada no segundo semestre daquele ano para a criação de uma barreira de controle no baixo rio Mucajaí (a oeste da capital Boa Vista)-, os documentos trazem entrevistas com pessoas encontradas durante as ações, mas não chegam a aprofundar a apuração dos fatos narrados.

Os relatos dão conta de que garimpeiros tinham relação de parentesco com militares do Sétimo Batalhão de Infantaria da Selva (BIS), que por sua vez vazavam informações sobre operações de combate à atividade ilegal e permitiam a circulação de ouro ou drogas mediante pagamento de propina.

A Folha questionou a Funai e o Ministério da Defesa sobre quais providências foram dadas às informações colhidas durante a incursão e se as denúncias foram apuradas, mas não recebeu resposta até a publicação deste texto. O Exército Brasileiro afirmou, por meio de sua assessoria, que tal demanda não lhe compete.

A situação dos Yanomami voltou aos holofotes após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Roraima, quando foi decretado estado de emergência na saúde da TI após quase 600 crianças morrerem e centenas serem diagnosticadas com desnutrição, malária, pneumonia e outros sintomas relacionados ao impacto do garimpo ilegal na região.

Dados do Hospital da Criança enviados ao Ministério Público Federal em Roraima mostram que, do início de 2018 até o meio de 2021, 262 crianças foram atendidas com desnutrição. Entre julho de 2021 e julho de 2022, foram 273 -em ambas as situações, 80% dos casos eram de menores de cinco anos.

Os depoimentos colhidos no início do governo Bolsonaro, inclusive, já apontavam esses e outros problemas.

Durante a operação em 2019, segundo o relatório, diversos garimpeiros foram atendidos com malária, muitos indígenas apresentavam sintomas de alcoolismo e um servidor público supostamente revendia o material apreendido nas operações de fiscalização.

Em 17 de agosto, o batalhão que realizava as ações se reuniu com lideranças da aldeia Sikamabiu. “A principal pedida da comunidade é ajuda em relação a medicação. Dizem que necessitam do máximo apoio possível, e que metade de suas crianças adoeceram recentemente por causa da poluição no rio [causada pelo garimpo]”, diz o documento.

O texto também aponta diversas vezes para a atuação de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) na região e a relação entre o tráfico de drogas e o transporte de minerais ilegais pelos rios e florestas da TI Yanomami, que faz fronteira com a Venezuela.

Se em 2022, à Folha, Junior Hekurari afirmou que indígenas de uma aldeia desaparecida haviam sido cooptados pelo garimpo, já três anos antes os relatos davam conta da prática, mediante pagamento –”dinheiro vivo não é usado na região, somente ouro”.

Diversos são os depoimentos sobre pessoas que trabalham nos acampamentos ilegais de exploração do solo e que se dizem familiares de militares do Sétimo Batalhão, ou que conhecem colegas de trabalho que o são.

No dia 25 de agosto, o relatório afirma que o batalhão fez uma série de incursões em acampamentos do garimpo, apreendendo ouro, combustível, armamento e destruindo maquinário, como antenas e motores.

“Ao chegar na ‘Currutela do Coito’ […] encontramos o local totalmente vazio, com exceção de um cidadão e sua esposa. Ficou claro que todos sabiam da chegada da tropa e evacuaram o local. A ‘currutela’ ocupa uma área grande, e estava com muito lixo recente, dando a entender que estava totalmente ocupada há pouco tempo”, diz o texto.

Os relatos dos abordados, tanto de indígenas como de garimpeiros ou trabalhadores dos acampamentos, apontam nomes, patentes e até contato de celular daqueles militares que supostamente recebiam propina para vazar informações sobre as operações ou permitir a entrada ilegal na TI.

Em um dos depoimentos, que segundo o documento é de uma fonte com credibilidade -mas que não terá seu nome publicado por motivos de segurança-, o dono de uma embarcação diz que seu chefe, um proprietário de terras da região, recebeu uma foto do comboio militar ainda saindo de Manaus (AM) em direção a Roraima para ajudar nas operações.

“[Meu chefe] possui diversos militares comprados que trabalham como informantes”, diz a pessoa no depoimento, que relata ainda que o patrão teria em sua folha de pagamento inclusive um terceiro sargento do Exército. “[Eles] permanecem passando informações das operações para ele, oriundas de Manaus.”

No dia 18 de agosto daquele ano, o batalhão entrevista um garimpeiro que diz que há um grupo de WhatsApp em que militares passam informações para o garimpo e fornece números destes integrantes das Forças Armadas “que estão envolvidos”.

Há ainda outro depoimento que diz que um homem separa dez gramas de ouro por mês para pagar “militares que entregam informações sobre as operações” e avisam “quando [os soldados] entram [na TI] e quando saem, e como entram e quantos são”.

Toda a operação aconteceu entre julho e agosto de 2019, logo depois de o ex-presidente da Funai, o policial Marcelo Xavier, ser nomeado pelo então ministro da Justiça, Sergio Moro, para chefiar o órgão. Xavier permaneceu no cargo até o fim do governo Bolsonaro.

No total, a operação mapeou três pistas de pouso clandestinas, 14 clareiras abertas para pouso e decolagem de helicópteros, 36 garimpos, balsas ou acampamentos, quatro bordéis e 41 frequências de rádio utilizadas para comunicação.

Também foram apreendidos mais de 78 gramas de ouro, dinheiro vivo, mercúrio, drogas (como crack e cocaína), embarcações, motores, rádios, mais de mil litros de gasolina e 16 armas e munições.

Carnaval em Salvador retoma festa e pega embalo em Ivete e Luiz Caldas

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(FOLHAPRESS) – Fevereiro será tempo de rever rituais sagrados da cultura carnavalesca da Bahia. Os olhos vão contemplar as cores do Ilê Aiyê nas ruas da Liberdade, os ouvidos vão desfrutar os tambores do Olodum, as mãos assentarão o padê e os Filhos de Gandhy pedirão passagem a Exu, orixá dono da rua.

O rei momo erguerá a chave da cidade no dia 16 de fevereiro, dando a senha para o início oficial da festa. Em clima de reencontro, o Carnaval voltará às ruas de Salvador.

O espírito carnavalesco foi represado por três anos, com o cancelamento da festa em 2021 e 2022 em meio à pandemia. Ao contrário de outras capitais, não houve Carnaval fora de época em Salvador.

Por isso, dos megacamarotes aos bloquinhos informais, a expectativa é de festa intensa e de ruas lotadas. Foliões tradicionais já contam os dias, os esporádicos confirmaram presença e aqueles que estão na linha de frente não veem a hora de pisar na avenida.

“Dá um frio na barriga, né? A gente fica naquele calor, naquela adrenalina esperando o Carnaval acontecer”, diz Adriano Nascimento, 48, percussionista do Olodum e membro da banda há 32 anos.

Serão sete dias de festa na programação oficial do Carnaval espalhados por seis circuitos oficiais. Antes disso, haverá outros três dias de pré-Carnaval, com o Fuzuê no sábado (11), o Furdunço no domingo (12) e os desfiles de bloquinhos com bandas de sopro e percussão na quarta-feira (15).

Com um esquema mais tranquilo e próprio para crianças, o Fuzuê terá desfiles de entidades culturais tradicionais de Salvador. O Furdunço tem mais cara de Carnaval tradicional, com a diferença de que apenas carros de som e minitrios podem desfilar pelo circuito, todos sem cordas.

A economia que gira em torno da festa projeta crescimento neste ano. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia prevê ocupação de 95% nos hotéis e pousadas da capital baiana durante o Carnaval, com forte demanda também no litoral norte.

A Central do Carnaval, que vende abadás para blocos e camarotes, tem movimento 7% maior em comparação com o mesmo período em 2020. O resultado é impulsionado por uma base de vendas que já vinha de 2021 e 2022, anos em que a empresa abriu a venda de abadás e teve que recuar após o cancelamento da festa.

Diretor da Central do Carnaval, o empresário Joaquim Nery afirma que só 20% dos foliões que compraram abadás nos últimos dois anos pediram devolução do dinheiro. Os demais, ávidos pela festa, concordaram em manter a compra e aguardar mais um ano.

“O clima está impressionante na cidade, as pessoas estão com muita vontade de participar. Isso é muito visível nos eventos pré-Carnavalescos. Acredito que será um Carnaval marcado pela emoção”, diz.

Os ensaios de verão têm sido uma prévia, com festas de segunda a segunda e casa cheia em shows liderados por Timbalada, Ilê Aiyê, Cortejo Afro, Olodum, Xanddy Harmonia, Léo Santana e Psirico.

Até mesmo a ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes, abriu espaço na agenda e veio para o Mercado Iaô, ensaio pré-carnavalesco no bairro da Ribeira.

No dia 2 de fevereiro, a Festa de Iemanjá também será como uma espécie de prévia da folia, com as ruas do Rio Vermelho tomadas por bandinhas e grupos culturais.

O Carnaval em si será o auge do verão da retomada, com centenas de milhares nas ruas acompanhando os afoxés, blocos afro, blocos de índio, blocos de trio, bloquinhos sem trio e trios independentes.

No Pelourinho, o tema da festa será Eu Sou um Carnaval em Cada Esquina, homenagem a Moraes Moreira, ícone da MPB e dos trios elétricos que morreu em 2020. Haverá shows em palcos e desfiles de bloquinhos pelas ruas e ladeiras do centro histórico.

Grandes estrelas do Carnaval vão celebrar suas efemérides particulares em 2023. Ivete Sangalo, que completou 50 anos, fará a abertura oficial do circuito Barra-Ondina no comando de um trio elétrico que vai desfilar sem cordas.

Em entrevista à reportagem, a cantora disse querer aproveitar a maior festa popular do mundo para expurgar o retrocesso. “Nunca estivemos tão sedentos pelo futuro. Entramos num ano de maior esperança e possibilidades. Saímos de um tempo de retrocesso e entramos em 2023 com o pé direito, onde há mais esperança, e vamos caminhar para frente.”

Luiz Caldas, um dos precursores do axé e dono de alguns hits marcantes da festa, vai comemorar 60 anos com desfiles abertos. Sob liderança de Carlinhos Brown, a Timbalada vai celebrar 30 anos em seu bloco com a sua fiel legião de fãs.

Afros, afoxés e blocos de índio voltarão ao seu palco central e prometem um desfile de cores, tradição e religiosidade pelas ruas. Foram três anos de dificuldades para a maioria das entidades que têm no Carnaval o ponto alto do trabalho desenvolvido ao longo do ano.

Bloco de índio mais antigo de Salvador, fundado em 1974, o Commanche do Pelô batalhou para manter o grupo ativo e os associados engajados.

Em fevereiro de 2021, no dia em que aconteceria o desfile, diretores e associados fizeram um ato simbólico e botaram as suas fantasias nas portas de suas casas. No ano seguinte, cada qual em sua casa, uniram-se em um Pai-Nosso, repetindo o ritual que fazem antes de ganharem a avenida.

“Somos resistência, com insistência e sem nenhuma vontade de desistir. Por isso estamos voltando e vamos realizar esse Carnaval”, afirma o cantor Jorginho Comancheiro, presidente do bloco.

O Olodum vai para a avenida com o tema Tambores, a Batida do Coração, os Caminhos da Eternidade, resgatando história dos instrumentos de percussão com foco nos tambores de Gana e na cultura dos povos ashanti.

“Faremos um Carnaval emocionante e cheio de energia”, diz Jorginho Rodrigues, vice-presidente executivo do Olodum. O bloco desfila na sexta e no domingo de Carnaval.
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VEJA A PROGRAMAÇÃO

Pré-Carnaval
No Circuito Orlando Tapajós, entre o Clube Espanhol e o Farol da Barra
Sáb. (11/2): Fuzuê
Dom. (12/2):  Furdunço
Qua. (15/2): Desfiles de blocos com bandas de sopro e percussãoTrios de axé
Ivete Sangalo: Sáb. (18/2) Bloco Coruja (Barra-Ondina) ; Seg. (20/2) Bloco Coruja (Barra-Ondina)
Bell Marques: Sáb. (18/2) Bloco Vumbora (Barra-Ondina); Dom. (19/2) Bloco Camaleão (Barra-Ondina); Seg. (20/2) Bloco Camaleão (Barra-Ondina)
Léo Santana: Sex. (17/2) Bloco do Nada e Camarote Salvador; Sáb. (18/2) Bloco do Nana e Camarote Vila; Ter. (21/2) Camarote Club

Garoto entra em contêiner de porto e vai parar em outro país

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SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – Um garoto de apenas 15 anos, identificado como Fahim, foi resgatado dentro de um contêiner em um porto em Bangladesh, após passar 4 dias longe de seu país de origem, a Malásia, a 3 mil km. De acordo com o site local Free Malasya Today, o caso ocorreu no dia 17 de janeiro.

O jovem estava em um cais no porto Klang e disse às autoridades que estava brincando com amigos, quando entrou no equipamento de carga quando a embarcação estava parada e adormeceu lá dentro. Ele não percebeu o momento em que foi trancado no local.

O menino viajou cerca de 3 mil km até Bangladesh, sem água e comida. Quando o navio atracou, funcionários ouviram barulhos vindos do contêiner.

Fahim foi resgatado estava sem documentos e informou apenas o primeiro nome. Ele foi encaminhado para o Hospital Tengku Ampuan Rahimah em Klang e está em condição estável, segundo um comunicado emitido pela unidade de saúde.

O ministro do Interior da Malásia, Datuk Seri Saifuddin Nasution Ismail, afirmou que não havia evidências que sugerissem o envolvimento de grupos de tráfico humano.

Menina de 10 anos coleta DNA do Papai Noel para descobrir se ele existe

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(FOLHAPRESS) – A polícia de Cumberland, no estado americano de Rhode Island, deslocou parte de seu efetivo para uma operação que busca solucionar um mistério envolvendo uma das personalidades mais famosas do mundo: o Papai Noel.

A investigação começou depois que Scarlett Doumato, 10, decidiu coletar evidências da passagem do Bom Velhinho no último Natal.

Na manhã de 25 de dezembro, depois de ganhar seus novos brinquedos, ela correu para a cozinha, pegou embalagens plásticas e armazenou cuidadosamente um biscoito e duas minicenouras mordidas. A suspeita é que o Papai Noel tenha deixado o biscoito pela metade e que alguma de suas renas tenha mordiscado as cenourinhas.

Sem provas, porém, Scarlett recorreu a polícia. Reunindo os elementos, colocou tudo em um envelope e escreveu uma carta para as autoridades locais.

“Caro Departamento de Polícia de Cumberland, peguei uma amostra de biscoito e cenouras que deixei para o Papai Noel e as renas na véspera de Natal e queria saber se vocês poderiam pegar uma amostra de DNA e ver se o Papai Noel é real”, escreveu a menina.

Era o procedimento mais óbvio, explicou ela ao jornal americano The Washington Post. “Achei que isso traria as melhores respostas, porque tem o DNA dele.”

Matthew Benson, chefe da polícia de Cumberland, recebeu o pacote quando voltou de férias no início de janeiro. Ele contou o caso a sua equipe, que seguiu o protocolo padrão. A primeira etapa foi fotografar as evidências colhidas por Scarlett e documentar cada item em um formulário. Depois, o material foi enviado ao laboratório forense do departamento de saúde de Rhode Island.

Na semana passada, Benson prestou contas à solicitante. Contou a Scarlet sobre o início da investigação e sinalizou um avanço: um suspeito tinha sido visto no bairro em que a menina mora com a família em Cumberland. De acordo com o depoimento de testemunhas, era um “homem grande, com barba branca e jaqueta vermelha” e que usava pseudônimos como são Nicolau, são Nick e Kris Kringle.

Até os assessores jurídicos do suspeito foram notificados para que ele prestasse depoimento nas próximas semanas, escreveu Benson. “Ele está fora do estado, em algum lugar no norte, e precisa de algum tempo para coordenar seus planos de viagem a Cumberland. Aparentemente, ele lidera uma equipe muito grande de trabalhadores que fazem brinquedos e mantém uma pequena fazenda com nove animais que precisam de cuidados e atenção constantes.”

Na última segunda (23), o laboratório forense finalmente divulgou os resultados da análise. Os testes de DNA do biscoito e das cenourinhas não eram compatíveis com o banco nacional de amostras. Houve apenas uma correspondência parcial com um caso em Nova York, envolvendo um suposto “Milagre na Rua 34”.

“Embora nosso laboratório tenha aplicado os métodos mais modernos e tecnologicamente avançados para resolver o caso, não conseguimos confirmar ou refutar definitivamente a presença do Papai Noel em sua casa”, escreveram os peritos. “Todos concordamos que pode haver alguma coisa mágica em jogo.”

O mistério, portanto, continua. “Scarlett nunca foi de acreditar na palavra de ninguém”, contou a mãe da menina, Alysson Doumato, ao Washington Post. “Ela vai passar pelo processo dela e tirar as próprias conclusões sobre praticamente tudo.”

Essa, na verdade, nem foi a primeira vez que ela investigou o Papai Noel. Há alguns anos, a menina posicionou o celular do pai para capturar imagens do que seria a figura mais emblemática do Natal entrando em sua casa. A filmagem capturou uma cena, mas não foi o suficiente para Scarlett. “Parecia ‘photoshopado’, então eu fiquei desconfiada.”

Ela contou ainda que, antes da investigação da polícia, chegou a suspeitar que os pais seriam os responsáveis por comer os biscoitos e as cenouras. Mas o resultado dos testes de DNA deram a ela uma nova hipótese de trabalho: a de que o Papai Noel é real e, sim, foi a Cumberland para lhe deixar presentes na calada da noite.

Sem dados conclusivos, porém, o plano agora é redobrar os cuidados para o próximo Natal. A ideia é coletar amostras de DNA dos pais antes das festas, a fim de compará-las com outra amostra que ela pretende coletar no copo de leite deixado para o Papai Noel. Uma câmera posicionada em ângulo diferente deve bastar para enfim pegar o suspeito em flagrante.