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Primeiro-ministro da Alemanha virá ao Brasil nas próximas semanas

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O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, visitará o Brasil nas próximas semanas. Oficialmente, as fontes diplomáticas alemãs não confirmam a data, mas, ontem, em entrevista para a GloboNews, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antecipou que Scholz deve chegar a Brasília no dia 30 de janeiro.

Conforme a Agência Brasil apurou, Scholz viajará acompanhado por ministros e por um grupo de executivos, representantes de grandes empresas de seu país. Importante parceira comercial do Brasil, a Alemanha vem manifestando interesse em uma reaproximação política com o país, com a possibilidade, inclusive, de destinar mais recursos financeiros para custear projetos e ações de preservação ambiental desenvolvidos principalmente na Amazônia.

No começo de janeiro, quando o presidente Frank-Walter Steinmeier veio ao Brasil para a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Alemanha anunciou o desbloqueio de 35 milhões de euros destinados ao Fundo Amazônia, a título de compensação pela redução do desmatamento no bioma amazônico durante o ano de 2017.

Criado em 2008, o fundo recebe doações de instituições e governos internacionais para financiar ações de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia Legal. Os recursos são usados para financiar projetos de redução do desmatamento e a fiscalização do bioma. Por razões políticas, o mecanismo chegou a ser paralisado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No início de novembro passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo brasileiro reativasse o Fundo Amazônia em até 60 dias. A medida foi cumprida já na atual gestão. Em seu primeiro dia à frente do Poder Executivo, Lula assinou o Decreto nº 11.368, autorizando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a voltar a captar doações financeiras para o Fundo Amazônia.

Além da área ambiental, Lula e Scholz, que é, de fato, quem comanda politicamente a Alemanha, também devem tratar de formas de ampliar as relações comerciais entre os dois países e o crescimento da extrema-direita em vários países. Esta semana, durante a entrevista à GloboNews, Lula disse querer conversar com o chanceler alemão sobre como a extrema-direita vem crescendo na Europa e no mundo.

No último dia 9, o primeiro-ministro alemão usou o Twitter para condenar a invasão e a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrida na véspera, em Brasília.

“Imagens terríveis nos chegam do Brasil. Os ataques violentos contra as instituições democráticas são um atentado à democracia que não pode ser tolerado. Estamos profundamente solidários com o presidente Lula e com o povo brasileiro”, escreveu o social-democrata alemão que, além do Brasil, deve visitar outros países da região.

Ataque a tiros nos EUA deixa ao menos 9 mortos após festa de Ano Novo Chinês

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Pelo menos 9 pessoas morreram durante um ataque a tiros dentro de um estúdio de dança em Monterrey Park, nas proximidades de Los Angeles, na noite deste sábado (21), segundo a polícia local.

O ataque ocorreu em uma região movimentada, pouco após o primeiro dia de festas em comemoração ao Ano Novo Chinês no local.

O crime foi registrado pela polícia às 22h30 (3h30 no horário de Brasília).

Em entrevista ao jornal Los Angeles Times, Seung Won Choio, dono de um restaurante na mesma avenida do ataque, afirmou que algumas vítimas correram para se esconder no local no momento do ataque.
Segundo as vítimas, o atirador estava com uma arma semiautomática e tinha “diversas munições”, que ele recarregava para continuar atirando nas vítimas.

À Associated Press, a polícia confirmou que o atirador em questão é um homem. Não há informações, porém, sobre se ele foi preso, morto ou se fugiu.

Monterrey Park, cidade que fica a menos de 20 quilômetros de Los Angeles, tem 60 mil habitantes e uma grande população asiática.

Dupla é presa após estuprar mulher em Grussaí

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Agentes do PATAMO V prenderam na madrugada deste domingo (22), na Avenida Liberdade, em Grussaí, dois homens que haviam acabado de cometer um estupro.

Os agentes notaram que a vítima estava aos prantos ao lado dos criminosos, e ao abordá-la para perguntar o que havia acontecido, ela falou da ação dos dois homens. Prontamente os agentes deram voz de prisão aos dois homens, que não apresentaram nenhum tipo de resistência.

Durante revista, no celular de um dos criminosos foi encontrado vídeos de mulheres urinando e fotos de partes íntimas de outras mulheres que passavam por eles no local.

Os criminosos foram encaminhados para a 134ªDP/Centro de Campos, onde foram autuados e permaneceram presos.

Mulher diz que recebeu somente um bebê após dar à luz gêmeos em AL

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma agricultora de Alagoas procurou a polícia afirmando que deu entrada em um hospital de Arapiraca em trabalho de parto de gêmeos, mas recebeu apenas um bebê da equipe médica. O recém-nascido em questão morreu pouco mais de uma semana após o parto.

Joyce Gomes, que tem registros de exames mostrando o batimento cardíaco de dois bebês, assim como uma ultrassom sinalizando a presença de gêmeos, deu entrada em outro hospital de Arapiraca com quase oito meses de gestação após a bolsa dela romper.

Por causa da gravidade da situação, ela foi encaminhada para o Hospital Regional de Arapiraca, onde foi submetida a um parto cesáreo seis dias após o rompimento da bolsa.

“O médico tirou um bebê, esse que tirou ele me mostrou. Em seguida, perguntei a eles: cadê o outro? A mulher me falou que o outro não tinha desenvolvido”, disse à TV Gazeta, afiliada da TV Globo em Alagoas.
“Chegou a acontecer de eles me dizerem que dei entrada só com um, que eu provasse o outro bebê”, afirmou.

Segundo a jovem, dias após dar à luz, ela foi informada da morte do filho, que teve a cabeça e os braços enfaixados sem qualquer explicação da equipe médica.

“Não tem como deixar isso para lá. Isso pode acontecer com outras pessoas. Eram dois [bebês]. Pode ter um por aí, vivo”, afirmou a mulher.
Em nota, o hospital afirmou que Joyce deu entrada no dia 29 de novembro de 2022 mostrando “ameaça de parto prematuro”.

Segundo a unidade de saúde, um dos documentos trazidos por ela ao hospital é uma sonografia que registra “feto único em situação longitudinal”, que estaria com pouco mais de dois quilos no dia do parto cesariano.

O hospital informou que as denúncias feitas pela mulher são “infundadas” e que o recém-nascido apresentou complicações no pós-parto, foi levado para à UTI Neonatal e morreu no dia 7 de dezembro.
O Ministério Público de Alagoas afirmou que acompanha o caso e deu um prazo de 10 dias para a instituição de saúde se manifestar sobre o assunto.

Homem é preso com drogas na Tira Gosto

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Um homem identificado como J.S.V, de 28 anos, foi preso neste sábado na comunidade da Tira Gosto, em Campos, com 60 tabletes pequenos de maconha e R$ 100 em espécie que seria de origem do tráfico de drogas na localidade.

A ação foi feita por agentes do GAT I e o homem foi encaminhado para a 134ªDP/Centro, onde o caso foi registrado.

Homem é preso em flagrante em Atafona após ameaçar ex-companheira

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Agentes da Polícia Militar prenderam na tarde deste sábado um homem identificado como S.A.G., de 40 anos, após ameaçar a ex-companheira na localidade de Atafona, em São João da Barra.

S. teria desrespeitado uma medida protetiva já em vigor, e mesmo assim se aproximou da ex, que acabou de ter um filho.

O homem foi encaminhado para a 134ªDP/Centro, e foi enquadrado nos artigos 24A e 147 da lei 11.340/06, permanecendo preso em flagrante.

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Tragédia da boate Kiss completa 10 anos em luta contra esquecimento

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CAUE FONSECA
SANTA MARIA, RS (FOLHAPRESS) – Um dos porta-retratos que Maria Aparecida Neves, a Cida, 64, exibe do filho em uma escrivaninha é da noite da tragédia. Augusto Cesar Neves, 19, veste uma camisa listrada em azul, preto e branco. Sorri ao lado de duas adolescentes e do amigo Luiz Eduardo Viegas Flores, 24, na saída de um churrasco.

A possível esticada até a boate Kiss, conta Cida, era incerta até minutos antes. Decidiram bancar os anfitriões para as duas jovens, forasteiras em Santa Maria (RS).

“Quando eram umas 22h30 da noite, ele entrou em casa. Pensei: ‘Ai, graças a Deus. Ele não vai.’ Mas ele passou em casa só para trocar de camisa e se despediu”, diz Cida.

O incêndio da boate Kiss, que completa dez anos na próxima sexta-feira (27), comoveu o Brasil e o mundo por materializar o maior temor de Cida e de muitos pais: de os filhos saírem para se divertir e jamais voltarem.
Naquela noite, a lotação da boate fez a dupla de amigas sair mais cedo. Após o incêndio, Luiz Eduardo e Augusto estiveram entre os 242 jovens que não voltaram para casa.

A idade média das vítimas do incêndio foi de apenas 23 anos. A maioria sofreu asfixia devido a gases tóxicos liberados pela queima do revestimento de espuma instalado irregularmente no local e que foi atingido pelas chamas de um artefato pirotécnico acendido no show da banda Gurizada Fandangueira. Houve ainda 636 feridos.
Todavia, ao longo da última década, familiares, sobreviventes e amigos das vítimas reclamam de que a imensa e imediata empatia na cidade universitária se transformou.

Hoje, eles lutam para preservar a memória da tragédia, dentro e fora dos lares, e enfrentam conterrâneos cada vez mais agressivos, que defendem que se encerre o capítulo Kiss na história do município gaúcho de 285 mil habitantes -mesmo não havendo nem sequer uma pessoa responsabilizada pela Justiça pelo incidente.

O júri popular que condenou dois empresários, um músico e um assistente de palco a penas entre 18 e 22 anos de prisão foi anulado sete meses depois por dois desembargadores por erros processuais. O Ministério Público recorre da anulação no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, mas não há prazo para uma decisão ou para novo julgamento.

Medo do esquecimento Até a morte de Augusto, logo após a aprovação no vestibular em ciência da computação, Cida exibia em porta-retratos apenas uma foto do filho, ainda bebê, do aniversário de um ano. Hoje, são 15 espalhadas pela casa de madeira na Vila São João Batista, um banner que ela leva para as manifestações por Justiça e uma no pingente do colar. Outras tantas estão impressas para serem folheadas longamente, vez por outra, no quarto vazio.

“Com a minha idade, tenho medo de ir esquecendo de como ele era. Tem quem diga que esse monte de foto é pior. Para mim, não é. Gosto de imaginar como ele estaria hoje. De assistir a uma reportagem na TV sobre tecnologia e saber que ele estaria trabalhando com isso hoje”, diz Cida.
Sentimentos como o dela tornam compreensíveis iniciativas como a exposição “Tempo Perdido”, mobilizada por um coletivo de amigos das vítimas -chamado Kiss: Que não se repita- que arrecadou recursos e contratou um designer gráfico para simular em fotografia como estariam hoje oito vítimas.

Em 27 de janeiro, às 19h, as fotografias serão exibidas na praça Saldanha Marinho, como parte da programação de eventos dos dez anos da tragédia. Entre 25 e 28 de janeiro, a cidade terá ainda ações como vigília, missa, palestras e a exibição pública do primeiro capítulo do documentário “Boate Kiss – A Tragédia de Santa Maria”, que estreia no mesmo dia 26 na Globoplay.

“Eu percebo caras feias quando vou trabalhar com camisetas como essa [alusiva aos sete anos do incêndio]. Muitas pessoas simplesmente não querem ser lembradas da Kiss, mesmo que não haja nada impedindo que algo assim aconteça novamente”, diz Sindi Caroline Chaves, 28, integrante do coletivo.

Cida também cita a prevenção de novas tragédias como um ponto fundamental da memória da Kiss. Menciona dois incêndios recentes semelhantes ao de Santa Maria, coincidentemente ocorrido com dois dias de diferença. Em 21 de janeiro de 2022, a falha em um equipamento pirotécnico, ainda em investigação, deixou 20 feridos em um resort em Cesário Lange (SP). Já no dia 23, em Camarões, a chama de um fogo de artifício atingiu o teto de uma boate da capital Yaoundé, matando 16 pessoas.

Há quatro meses, passada a fase crítica da pandemia de Covid, a AVTSM (Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria) retomou as vigílias no centro de Santa Maria, em uma tenda que exibe um banner com as fotos das 242 vítimas. Os familiares realizam um ato mensalmente, sempre no dia 27.

Relatam uma maior hostilidade, com olhares pouco amistosos de transeuntes e críticas nas redes sociais. “‘Vocês não deixam eles descansarem’, eles nos dizem. Agora saiu o trailer da Netflix e eu tive de parar de ler os comentários” diz Marilene Santos, vice-presidente da AVTSM, em referência à minissérie “Todo Dia a Mesma Noite”, baseada no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex.

Marlene, que perdeu a filha caçula Nathiele dos Santos Soares, 21, e o genro, Alan Raí de Oliveira, 26, não vê possibilidade de descanso sem que haja culpados na prisão pelas centenas de mortes.
“Nos mandam tirar a barraca da praça, dizem que queremos dinheiro, que queremos vingança. Não queremos vingança, queremos Justiça. Para ter descanso, temos primeiro de encerrar isso [o processo]”, diz a mãe de Nathiele.

Ao longo desses dez anos, Marilene tem cada vez mais dificuldade de encontrar solidariedade até de familiares próximos, que insistem que “nada vai fazer eles voltarem”.

Mas o peito afundado de saudade ainda é uma constante para ela. O sentimento piora aos domingos, dias em que a filha a visitava, e às vezes a toma de assalto. A última vez foi quando encontrou um bilhete antigo com a letra da filha perdido em uma gaveta, escrito atrás de uma receita de bolo. Virou relíquia.

Superar o trauma além do tribunal Outra unanimidade entre os familiares é o cansaço, acentuado com o avanço da idade dos pais – seis deles já faleceram desde 2013 -e pela frustração com a anulação do julgamento, em agosto passado. Algo que o sobrevivente e testemunha no júri popular Maike Adriel dos Santos, 30, classifica como “tortura psicológica”.

“Os únicos punidos até aqui pela tragédia somos nós. Somos e continuamos a ser punidos. Mas vou procurar forças para testemunhar outras dez vezes se for preciso”, diz o jovem que perdeu sete amigos na primeira e única vez que entrou na Kiss.

Além de Maike, hoje formado em desenho industrial e que dedicou seu TCC a estudar o ambiente da boate no quesito segurança, ganham destaque nos eventos e ações jovens como Kelen Ferreira, terapeuta ocupacional que teve uma perna amputada em razão dos ferimentos no incêndio e que se tornou uma influenciadora PCD, e o psicólogo Gabriel Rovadoschi Barros, 28, que, após oito anos praticamente sem falar sobre a tragédia, assumiu a presidência da AVTSM.

“Tive diferentes fases nesses dez anos. Era a primeira vez que eu entrava em uma boate, e muito da minha juventude eu perdi ali. Coisas que eu deveria viver nos meus 20 e poucos anos acabaram se deslocando. Eu vinha amadurecendo esse assunto dentro de mim para enfim conseguir olhar nos olhos dele”, conta Gabriel.

Gabriel se diz atento e inconformado com o andamento do processo na Justiça gaúcha, mas pretende priorizar dois outros pontos à frente da associação: cuidar uns dos outros e batalhar por espaços seguros para se falar sobre o trauma na cidade. Um deles pode vir a ser a própria Kiss.
Desapropriada em 2017 pela Prefeitura de Santa Maria, a boate teve o interior conservado para servir de prova no processo. A fachada do prédio foi grafitada com cobranças à 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RS, onde atuam os desembargadores responsáveis pela anulação.
A fachada também recebeu inúmeros cartazes e mensagens de crianças, todos desbotados por anos de sol a pino. Um projeto de memorial já foi aprovado para ser construído após a demolição da boate, mas a hipótese de um novo julgamento trouxe mais essa incerteza.

Há familiares que defendem que a Kiss fique como está até que a Justiça seja feita, como um emblema. Já Gabriel está entre os que preferem que o memorial seja construído logo e sirva para reflexão e denúncia. Para que a história da Kiss deixe de ser ignorada e passe a ser contada às novas gerações o quanto antes, ainda que sem um ponto final.

Rússia lança segunda ofensiva em duas semanas na Ucrânia

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IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério da Defesa da Rússia anunciou neste sábado (21) que iniciou uma ofensiva em Zaporíjia, no sul da Ucrânia, conquistando algumas cidades e estabelecendo novas posições na região.

É o primeiro avanço russo na área em meses, após a estabilização da frente no primeiro semestre de 2022. Nos últimos dias, o governo em Kiev havia dito que os combates estavam se intensificando por lá, sem dar muitos detalhes.

Oficialmente, os russos não falam em números, mas blogueiros militares que são usados pelas Forças Armadas para passar recados públicos dizem que houve ataque a 21 cidadezinhas ou vilas, com pelo menos 7 delas caindo sob controle de Moscou.

É mais um ponto de pressão para o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. Na semana retrasada, os russos conseguiram avançar rumo a Bakhmut, cidade estratégica vista como central para o controle dos cerca de 40% da província de Donetsk (leste) que ainda estão sob controle da Ucrânia.

Para o Kremlin, trata-se de uma nova boa notícia após uma sequência de derrotas a partir de setembro. Ainda não é possível mensurar até onde irá o ataque, é claro. Zaporíjia, assim como a vizinha Kherson (sul) e o Donbass (Donetsk e Lugansk) foram anexados ilegalmente pelo Kremlin, mesmo sem total domínio dos russos.

O presidente Vladimir Putin já disse que qualquer negociação para o fim da guerra passa pelo reconhecimento das “novas realidades territoriais”, ou seja, a anexação dessas áreas, que com a Crimeia absorvida em 2014 somam mais de 20% da Ucrânia. Por óbvio, Kiev se nega, mas até há pouco estava em uma posição mais otimista em campo.

A ação em Zaporíjia visa tomar o naco norte da província, que nunca caiu para os russos. A região é famosa por sediar a maior usina nuclear da Europa, que segue sob controle das tropas de Moscou desde as primeiras semanas do conflito e se tornou objeto de temores de contaminação radioativa após a instalação se tornar alvo de fogo cruzado.

Em Kiev, Zelenski participou de um memorial em homenagem ao ministro do Interior, Denis Monastirski, morto em uma queda de helicóptero na quarta-feira (18). O acidente deixou 14 mortos, incluindo outros funcionários do governo ucraniano.

Também neste sábado, um assessor da presidência ucraniana reforçou os pedidos de ajuda militar para conter a ofensiva de Moscou. Na véspera, aliados ocidentais fracassaram em chegar a um acordo para o envio de tanques Leopard-2, de fabricação alemã, para apoiar as tropas de Kiev.

“Vocês acabarão ajudando a Ucrânia com as armas necessárias de toda forma e perceberão que não há outra opção para pôr fim a essa guerra a não ser a derrota da Rússia”, escreveu Mikhailo Podoliak no Twitter. “Mas a indecisão de hoje está matando mais o nosso povo. Cada dia de atraso representa a morte de ucranianos. Pensem mais rápido”.

O fornecimento dos Leopard-2, o tipo de blindado mais usado na Europa, tem sido barrado pela Alemanha -tecnicamente, operadores do tanque germânico têm de pedir permissão a Berlim para exportá-los. Até aqui, o governo do premiê Olaf Sholz vem evitando aumentar a sua participação na guerra por temer uma escalada no conflito que possa levar a uma Terceira Guerra Mundial.

Até aqui, o Kremlin vem repetidamente acenando com sua carta nuclear a fim de dissuadir o Ocidente de enviar armas mais pesadas para o conflito. Na quinta (19), o ex-presidente Dmitri Medvedev, representante da linha dura do Kremlin, Dmitri Medvedev, alertou no Telegram que “a derrota de uma potência nuclear numa guerra convencional pode levar a uma guerra nuclear”.

Homem é resgatado após passar 24 dias à deriva se alimentando de ketchup

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um homem de 47 anos foi resgatado após passar 24 dias à deriva no mar do Caribe se alimentando somente de ketchup e de cubos de caldo.

Elvis Francois, morador da ilha de Dominica, foi encontrado pela Marinha colombiana a 224 quilômetros da costa de Puerto Bolívar no dia 16 de janeiro após militares verem um pedido de “ajuda” do lado de fora do barco dele.

Ele tinha sido levado por uma correnteza enquanto fazia reparos no próprio barco pouco antes do Natal na região da ilha de Saint Martin e conseguiu mandar uma mensagem para amigos pouco antes de perder o sinal do celular.

Como não tinha habilidade suficiente para manobrar o barco, ele foi levado para dentro do mar e aguardou por ajuda enquanto estava à deriva.

Desde então, 24 dias de buscas foram realizados até o homem ser encontrado.

Após ser encontrado, ele foi levado para um hospital em Cartagena e recebeu atendimento médico.

A história do homem foi apresentada à imprensa ontem em um vídeo divulgado pelo Exército Colombiano.

“Vinte e quatro dias sem terra, ninguém para conversar. Sem saber o que fazer ou onde estava. Foi difícil”, afirmou o homem. Ele contou que chegou a perder a esperança de ser resgatado e que pensava na família ao longo dos dias em que ficou perdido.

“Não tinha qualquer comida. Somente uma garrafa de ketchup que estava no barco, pó de alho e [caldo] Maggi. Misturava tudo com um pouco de água”, afirmou.

Enfermeira é morta por adolescente em Santa Catarina

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CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Uma adolescente de 16 anos foi aprendida em flagrante depois de desferir um golpe de faca no peito da enfermeira Gabrieli Batistella, 28, que morreu no local. O crime aconteceu na tarde da última quarta-feira (18), em Campo Erê, interior de Santa Catarina, a 630 quilômetros de Florianópolis.

De acordo com a Polícia Civil, a adolescente discutiu com a vítima pouco antes do crime.

Ela morava em frente à casa da avó de Grabieli, onde a família e a mãe da adolescente menor estavam reunidas desde a manhã de quarta.
O problema teria começado quando a irmã da adolescente foi chamar a mãe de volta para casa, já no período da tarde, por volta das 16h30.

Foi então que a jovem de 16 anos pegou uma faca e também foi até a casa da vizinha. Lá, passou a discutir com Gabrieli, segundo a polícia.
De acordo com a corporação, ela matou por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. “Por se tratar de flagrante de ato infracional cometido mediante violência à pessoa, a adolescente não foi liberada.”
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina afirmou que a jovem foi encaminhada ao Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Chapecó por determinação judicial.

A decisão é do juiz plantonista Caio Lemgruber Taborda, que atendeu a representação do Ministério Público para decretar a internação provisória da jovem por 45 dias.

Chuva derruba ponte, causa estragos e deixa 2 mortos no interior de SP

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FRANCISCO LIMA NETO E SIMONE MACHADO
SÃO PAULO, SP E SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – A chuva intensa que atingiu Campinas (SP) nesta quinta-feira (19) deixou um rastro de destruição na cidade, com pontes destruídas ou interditadas, quedas de árvores, alagamentos e dezenas de famílias desalojadas. Duas pessoas morreram na região.

Em Campinas, um homem de 65 anos morreu após sofrer uma parada cardíaca ao ver sua casa alagada.

De acordo com familiares, o idoso ficou nervoso e passou mal ao ver a água invadindo sua casa e causando estragos, no bairro Jardim Santa Lúcia. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas não foi possível reanimar a vítima, que sofria de problemas cardíacos.

Em Indaiatuba, um homem morreu provavelmente após ser atingido por um raio durante o temporal. Segundo o Corpo de Bombeiros, o homem foi encontrado por moradores caído em um terreno baldio inundado, no Jardim Carlos Aldrovandi. Ele tinha uma queimadura no tórax e uma lesão no pé, o que, segundo a corporação, indica que ele recebeu uma descarga elétrica causada por um raio.

A vítima foi socorrida e levada para o Hospital Augusto de Oliveira Camargo, mas morreu antes mesmo de receber atendimento médico.
Nesta sexta (20), a Prefeitura de Campinas decretou situação de emergência. Também foi determinada a liberação de auxílio-moradia no valor de R$ 605 ao mês para famílias que tiveram que deixar suas casas -sejam desabrigados ou desalojados.

De acordo com a Defesa Civil do município, o volume de chuva registrado nas últimas 72 horas é de 209,6 mm. O órgão registrou 23 alagamentos de imóveis, 12 quedas de muros, dez quedas de árvores e dez casos de erosão do solo.

Além disso, três pontes caíram (no Jardim das Bandeiras, no Jardim Boa Esperança e no Jardim Santa Letícia) e outra está interditada pelo risco de desabamento, no Parque Brasília. Também houve um deslizamento e há muros e árvores em risco de cair.

FIM DE SEMANA
Segundo o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp, nesta sexta (20) são esperadas chuvas a qualquer momento, com possibilidade de temporais -novos alagamentos e enxurradas podem ocorrer. Para o sábado (21) e para o domingo (22), a previsão indica risco de tempestades severas à tarde, com chance de vendaval e queda de granizo.

Os estragos das chuvas dos últimos dias são vistos em todas as regiões de Campinas. Estão desalojadas 20 famílias do Beco Mokarzel, no distrito de Sousas, dez famílias que vivem no Jardim Ipaussurama e uma família do Jardim Satélite Íris. Todas foram acolhidas por parentes, segundo a gestão municipal.

A Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos disse que prestou atendimento aos afetados com a distribuição de 20 cobertores, 20 colchões e oito cartões Nutrir, que permite a compra de alimentos.

TRÊS DIAS DE CHUVAS
Campinas sofre com chuvas intensas há três dias consecutivos. Nesta quinta, um veículo foi arrastado pela correnteza no momento em que passava por uma ponte que foi destruída na rua Ferdinando Turquete, no Jardim das Bandeiras 2. Não há informações sobre feridos.
Fotos e vídeos circulam pelas redes sociais com imagens impactantes como resgate de pessoas em enxurradas e carros arrastados pela força das correntezas.

Na terça (17), o viaduto São Paulo, conhecido como viaduto Laurão, na avenida Moraes Sales, ficou alagado por cerca de duas horas. Foi a primeira vez na história que o trecho alagou.

O Campinas Shopping também teve problemas causados pela chuva, com alagamento da área interna e queda de parte de um forro afetado por infiltração. O centro de compras afirmou, em nota, que esses pontos de infiltrações foram identificados e isolados e que as atividades já foram retomadas, com suporte a lojistas e clientes.

O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), visitou algumas das áreas afetadas e disse que na região do Jardim São José e Jardim das Bandeiras choveu 120 mm em um intervalo de apenas duas horas, o que corresponde a mais de 40% da média esperada para todo o mês de janeiro. Ele anunciou aditivo de R$ 6.093.390,87 no contrato de tapa buracos e de R$ 1.956.230,96 para poda de árvores.

Além das equipes que já atuam no rescaldo das chuvas -todo o pessoal da Secretaria de Serviços Públicos está na rua para reparar vias e remover árvores caída, diz a gestão-, outras autarquias puseram seus efetivos à disposição para auxiliar nos serviços.

Menina de 5 anos leva soco do pai por fazer xixi no chão e morre em MG

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SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – Uma criança de cinco anos foi morta pelo próprio pai após urinar no chão, em Monte Santo de Minas, região sudoeste de Minas Gerais. Adrian Juliano Martins Herculano, de 21 anos, confessou à polícia que deu um soco na filha, Mirelly, para “corrigi-la” após urinar pela terceira vez no chão, mas a menina morreu e ele ocultou o cadáver, que foi achado parcialmente queimado. Ele e a atual namorada foram presos pela morte da criança.

Na terça-feira (17), Adrian foi à Delegacia de Polícia Civil de Monte Santo de Minas, acompanhado da defesa, para relatar que brigou com a atual companheira, saiu da casa dela e voltou para a sua residência acompanhado da criança no dia 12. Ele alegou estar nervoso pela briga e disse que viu a filha urinar no chão por duas vezes e na terceira ação decidiu “corrigi-la”, dando um soco na menina, que caiu no chão e bateu a cabeça.

Segundo a Polícia Civil, o pai da criança disse ter achado que ela havia desmaiado, mas se desesperou ao notar que a menina não tinha mais os sinais vitais. Neste momento, ele decidiu enrolar o corpo da filha em um cobertor e ocultou o cadáver próximo a um riacho na zona rural da cidade, local de mata e de difícil acesso.

À corporação, ele indicou a localização exata onde o corpo da menina estava. O cadáver foi achado na terça-feira (17) parcialmente queimado, em avançado estado de decomposição, embaixo de alguns galhos e folhas, “utilizados para escondê-lo”, diz a polícia. No depoimento, o pai não citou que queimou o corpo da menina.

A perícia foi acionada e o corpo da criança foi encaminhado ao PPI (Posto de Perícias Integradas) na cidade de Passos.

PRISÃO DO PAI E NAMORADA
Adrian, que tem antecedentes criminais por tráfico de drogas, e a namorada dele, de 24 anos, foram presos preventivamente após emissão dos mandados de prisão temporária. As prisões foram cumpridas contra o homem no início da noite de terça-feira (17) e contra a companheira dele na tarde de quarta-feira (18).

A Polícia Civil apontou haver “indícios de participação da namorada do investigado nos fatos” e, por isso, a prisão dela foi solicitada pela corporação.

“O casal encontra-se no sistema prisional, à disposição da Justiça. O trabalho investigativo prossegue para a completa elucidação dos fatos.”
PAI JÁ FOI PRESO

Ao UOL, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais confirmou que Adrian tem três registros de entrada no sistema prisional, mas não citou se os anteriores à morte da filha são por tráfico de drogas.
1ª – 26/04/2020 a 08/06/2021 – Liberado após decisão da Justiça;
2ª – 27/09/2021 a 22/03/2022 – Liberado após decisão da Justiça;
3ª – Deu entrada dia 18/01/2023 no Presídio de São Sebastião do Paraíso, onde encontra-se atualmente.
O UOL consultou o nome da defesa de Adrian no TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) e tentou contato com o advogado descrito na ação através do contato disponível no Cadastro Nacional dos Advogados, mas não tivemos retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

Prisão de chefe da Cosa Nostra joga luz sobre mudanças na máfia italiana

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MICHELE OLIVEIRA
MILÃO, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – Foi uma notícia bombástica, anunciada em letras maiúsculas por telejornais e sites da Itália. Procurado havia 30 anos, Matteo Messina Denaro foi preso na última segunda (16), em sua terra natal, a Sicília.

A avaliação de que representa o fim de uma era no país é uma unanimidade. Outra é que a captura está, por ora, longe de significar a derrocada da máfia e do grupo criminoso ao qual ele pertence, a Cosa Nostra.

Desde que foi preso em uma clínica privada de Palermo, onde tratava um câncer, e levado para um presídio em Áquila, a imprensa italiana vive em ritmo de “urgente” e “exclusivo”. Já foram revelados quem é o dono da identidade falsa que Denaro usava -o matemático Andrea Bonafede-, a reação da filha de 26 anos -“Me deixem em paz”- e a existência de três esconderijos em Campobello di Mazara, no sudoeste da ilha.

Neles, teriam sido encontrados joias, roupas de grifes e outros pertences íntimos, como preservativos e pílulas para disfunção erétil. Numa das paredes, um pôster de “O Poderoso Chefão”, saga sobre o clã Corleone, nome da cidade onde surgiu uma das facções da Cosa Nostra, com raízes no século 19.

Mais importante, porém, são os documentos recolhidos. Em pastas, agendas, cadernos e post-its há anotações sobre fluxos de dinheiro e números de telefone. Pode ser a chave para esclarecer crimes antigos e alcançar o círculo de pessoas que ajudaram Denaro nas três décadas em que esteve foragido.

“Foi uma prisão muito importante porque a figura de Denaro é a conjunção entre a máfia que atira e os colarinhos brancos da burguesia mafiosa. Ele é um assassino, ao mesmo tempo em que manteve relações com o mundo dos negócios e das finanças. Teve poder e prestígio até o fim”, afirma Alessandra Dino, professora da Universidade de Palermo. Pesquisadora de máfia há quase 30 anos, tem, entre os livros publicados, “Os Últimos Chefões – Investigação sobre o Governo da Cosa Nostra” (ed. Unesp, 2013).

Newsletter Lá fora Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes. * Para a socióloga, a captura de Denaro significa o fim de uma época, por ser ele o último grande nome que faltava ser preso da cúpula que organizou atentados no início dos anos 1990, como os realizados contra os promotores antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992, que chocaram o país, assim como o que atingiu o então governador Piersanti Mattarella, em 1980, irmão do atual presidente italiano.

Companheiros de Denaro na Cosa Nostra foram capturados há anos, caso de Salvatore “Totò” Riina, que comandou o grupo na década de 1980, preso em 1993, e de seu sucessor, Bernardo Provenzano, encarcerado em 2006 -ambos estão mortos. Denaro, 60, é filho de outro mafioso, Francesco, nascido em Castelvetrano. Sua ascensão aconteceu ao longo dos anos 1980, quando o grupo tomou o controle de Palermo, numa disputa sangrenta -as fotos célebres da italiana Letizia Bataglia são dessa época.

Definido como carismático, declarou-se ateu em correspondências interceptadas pela polícia, nas quais citava filósofos e escritores como o brasileiro Jorge Amado. Foi condenado a prisão perpétua por dezenas de homicídios, incluindo o de um menino de 12 anos, sequestrado, estrangulado e jogado no ácido, porque o pai, mafioso, havia decidido colaborar com a Justiça.

Segundo a professora Dino, apesar de ser um líder importante dentro da máfia, nunca chegou a ser o “capo dei capi”, chefe dos chefes. “Era uma figura de primeiro plano, mas nunca comandou a cúpula, como fez Riina”, afirma. “Mas continuava uma referência importante, principalmente no que se refere à dimensão financeira da organização, por uma série de negócios que passavam por ele.”

Nos 30 anos em que esteve foragido, a máfia italiana passou por uma transição, preferindo, afirma Dino, a corrupção à AK-47 e a aliança com outros criminosos em vez da simples eliminação. As apurações sobre Denaro o ligam a negócios envolvendo setores como construção, saúde, turismo, obras de arte, energia eólica e transporte de lixo tóxico. O narcotráfico, que possibilitou o crescimento da organização nos anos 1970, ainda é uma atividade lucrativa. Mas no século 21 a regra é investir com diversidade e discrição.

Assim como outros grupos criminosos italianos que tiveram origem no sul, como a ‘Ndrangheta, da Calábria, e a Camorra, na Campânia, a Cosa Nostra opera em todo o território e, pelo menos desde a década de 1970, na América Latina. “São Paulo é a cidade onde há a maior presença de italianos fora da Itália. É mais fácil criar pontes e acordos com grupos criminosos locais”, diz Dino, citando Tommaso Buscetta, integrante da Cosa Nostra que foi preso no Brasil nos anos 1980.

A professora evita fazer comparações entre os grupos italianos, mas aponta um diferencial da Cosa Nostra em relação à ‘Ndrangheta e à Camorra -a sua “fortíssima conexão com o mundo da política”. Evidente, segundo Dino, nos atentados contra funcionários que festejavam o Dia do Trabalho nos anos 1940 e nos homicídios de autoridades entre 1992 e 1994. “Investigações recentes de outros crimes mostram elos com a direita subversiva, setores da maçonaria e serviços secretos.”

Por isso é grande a expectativa em relação ao que pode aparecer nas investigações sobre o material apreendido nos esconderijos de Denaro. “Por quem era composta sua rede de cúmplices?”, questiona Dino. “Já estão surgindo médicos, sujeitos da elite e, provavelmente, virão também políticos.”

Embora essa prisão possa levar a mudanças na máfia, se não houver avanços nas apurações a detenção de Denaro não representará uma ameaça para o futuro do grupo. “Ele não está sozinho. Faz parte de uma rede que vai continuar trabalhando. Sua prisão fecha uma época, mas não acaba com o ‘problema máfia’.”

Baterias antiaéreas no centro de Moscou assustam moradores

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IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Desde a quinta-feira (19), as redes sociais moscovitas só falam de uma coisa: a instalação de sistemas de defesa antiaérea em prédios governamentais no centro da cidade, um sinal evidente de que o governo de Vladimir Putin está preocupado com a possibilidade de ser atacado em sua própria capital pela Ucrânia que invadiu em 2022.

Tudo começou com a circulação de uma fotografia de uma bateria de curto alcance Pantsir-S1 em cima do enorme prédio do Ministério da Defesa, que fica a 3,5 km a sudoeste do Kremlin, na margem oposta do rio Moscou ao famoso parque Górki.

Depois, um vídeo captou outro Pantsir sendo içado para o topo de um prédio do Ministério da Educação a cerca de 5 km a leste, no distrito de Taganski. A partir daí, pululam imagens do sistema de armas em outros pontos em torno de Moscou, como a cerca de 10 km da residência oficial de Putin, em Novo-Ogariovo.

“Dá medo, isso me lembra as história da minha avó na Segunda Guerra Mundial, quando havia baterias nos telhados”, disse por WhatsApp o jornalista Mikhail, que pediu para não ter o sobrenome divulgado. Ele mora perto de Taganski, e sua formação militar o faz especular que a posição daquela bateria em especial visa cobrir a aproximação a leste do Kremlin.

“Ninguém fala nada, isso é mau sinal, ainda mais depois do que aconteceu em Engels”, continuou, em referência aos ataques com drones de longa distância de origem soviética que Kiev promoveu contra a base aérea homônima, a 800 km da fronteira ucraniana. Houve também um ataque a meros 180 km de Moscou, que por sua vez fica a 450 km do país vizinho, dentro do raio de alcance das antigas armas ucranianas (1.000 km).

Nesta sexta (20), o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, foi instado por repórteres a explicar o que estava acontecendo. Não o fez, dizendo que assuntos de defesa deveriam ser discutidos com o ministério, que por sua vez não fez comentários.

Os Pantsir-S1 são sistemas de curto alcance e baixo altitude, a última das três camadas do sistema de defesa antiaérea russo: na longa distância estão o S-300, o S-400 e o novo S-500, enquanto na intermediária são empregadas baterias como a Tor-M1 e a Buk, entre outros modelos.

Moscou já era protegida por sistemas de longa distância, segundo analistas militares, mas a introdução dessas baterias, que protegeram estádios na Copa-2018, sugere a preocupação justamente com drones, menores e de mais difícil interceptação. O Pantsir-S1 teve um desempenho sofrível contra drones suicidas na guerra civil da Síria, mas desde então foram atualizados com novos radares e parecem ter sucesso na Ucrânia, onde estão sendo operados.

Eles atacam seus alvos com mísseis que têm alcance de 18 km de distância e 15 km, de altitude. Caso um drone ou míssil de cruzeiro escape, ele ainda conta com dois canhões de curtíssimo alcance para tentar abatê-los.

Alguns observadores pró-Kremlin parecem conformados com o sinal de insucesso militar que as baterias implicam. “Isso significa que [o governo] entende perfeitamente os riscos e entende que ataques contra Moscou e outras regiões são uma questão de tempo”, escreveu o jornalista especializado em assuntos militares Alexander Kots, alinhado a Putin. “É bom começar a planejar antes do que depois de um primeiro ataque”.

Seu colega de profissão Mikhail vê de outra forma a questão. “Se a guerra chegar a Moscou, será um enorme fracasso para Putin, ficará difícil de esconder o problema”, afirma. Quando esteve na capital no fim de outubro, a Folha viu pouquíssimas referências ao conflito iniciado em fevereiro passado pelas ruas da cidade, uma política deliberada do Kremlin.

Vítimas de golpe tentarão parceria para formatura

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Os alunos da turma 106 da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), vítimas de um desvio de quase R$ 1 milhão arrecadado para a festa de formatura, tentarão parcerias nas redes sociais para viabilizar a festa de conclusão de curso, prevista para acontecer em janeiro de 2024.

Os estudantes, que acabaram de ingressar no sexto e último ano da graduação, vinham pagando as mensalidades da festa desde 2019, mas descobriram no último dia 6 que a colega Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, então presidente da comissão de formatura, havia sumido com os R$ 937 mil arrecadados pelos 110 alunos que haviam aderido à comemoração.

Em sua página no Instagram, a comissão declarou que está “reestruturando todo o projeto e pensando em saídas para viabilizar a realização da festa” e que fará “uso das redes sociais para buscar parcerias que possam auxiliar a tirar esse sonho do papel”.

Nos comentários dessa e de outra postagem sobre o assunto, pelo menos três fornecedores de serviços relacionados a festas comentaram que enviariam uma mensagem privada para a comissão, indicando possível parceria: uma empresa de doces, uma de fotografia e um celebrante de eventos.

Desvio bancou aluguéis de carro e casa

A estudante Alicia Dudy Muller Veiga admitiu, em depoimento à Polícia Civil anteontem, ter sacado o dinheiro da turma e relatou ter usado parte dele para pagar despesas pessoais como aluguéis de imóvel e de carro e um iPad.

A estudante reforçou aos policiais a versão dada a colegas de que teria investido parte do dinheiro em aplicações financeiras e tido prejuízo. Segundo a delegada Zuleika Gonzalez Araújo, do 16.º DP (Vila Clementino), a jovem foi indiciada por apropriação indébita, crime com pena máxima de quatro anos de reclusão e multa. Ela responderá em liberdade.

De acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o dinheiro foi usado por Alicia para pagar, por exemplo, cinco parcelas de aluguel de um apartamento no valor de R$ 3,7 mil mensais e dez parcelas de locação de um carro, que saía a R$ 2 mil mensais. Somente essas duas despesas totalizam mais de R$ 38 mil.

O depoimento durou cerca de quatro horas, período em que Alicia contou aos policiais que, em um primeiro momento, teria sacado o dinheiro da empresa Às Formaturas – contratada pelos estudantes para organizar a arrecadação – por desconfiar da gestão que estava sendo feita pela companhia.

O primeiro saque, realizado ainda em 2021, foi no valor de R$ 604 mil. Com o dinheiro em mãos, Alicia pensou que poderia investi-lo, teve prejuízo e, no desespero de recuperar a quantia, passou a fazer apostas em casas lotéricas.

“Ela foi aplicando em ações e começou a obter prejuízo. Quando acumulou R$ 50 mil em prejuízo, no desespero, ela achou que apostando na loteria, ela poderia recuperar essa perda”, disse a delegada. Alicia ainda não apresentou à polícia os comprovantes das aplicações.

Alicia é investigada em outro inquérito desde julho de 2022 por estelionato e lavagem de dinheiro após ter dado um suposto golpe em uma lotérica da zona sul de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, a estudante teria gasto mais de R$ 400 mil em apostas no período, mas, na última data em que tentou fazer um jogo, não teria pago R$ 192 mil para a lotérica, o que fez o dono registrar a ocorrência.

A polícia investigará se a empresa Ás Formaturas teve alguma responsabilidade ou negligência no repasse do dinheiro, mas, como Alicia era presidente da comissão de formatura, ela, em tese, poderia responder pela turma na ação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Protestos continuam no Peru enquanto presidente tenta transmitir normalidade

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Protestos contra o governo não dão trégua no Peru um dia depois da mobilização massiva na capital, Lima, obrigar a presidente Dina Boluarte a fazer um pronunciamento em rede nacional para dizer que a situação estava sob controle.

Novos confrontos entre forças de segurança e apoiadores do ex-líder Pedro Castillo foram registrados nesta sexta-feira (20) em várias regiões do país, de La Libertad, ao norte, a Arequipa, ao sul. Ativistas voltaram a bloquear estradas e enfrentar policiais, que usaram bombas de gás lacrimogêneo -ainda não há informações sobre o número de feridos.

Em Arequipa, a segunda maior cidade peruana, dezenas de ativistas tentaram pelo segundo dia consecutivo tomar o aeroporto, que está fechado e fortemente vigiado por forças de segurança desde quinta.

Na região de Cusco, as instalações de uma mina de cobre foram incendiadas. Vídeo publicado nas redes sociais pela multinacional Glencore mostra pessoas colocando material inflamável perto da área de habitação dos funcionários –as imagens não puderam ser verificadas de maneira independente.

Os ataques às infraestruturas são estratégia para enfraquecer o governo Dina. Em Cusco, o trem para a cidadela inca de Machu Picchu continuou paralisado nesta sexta devido aos protestos. Ao menos 300 turistas estrangeiros e locais continuam presos na cidade de Aguas Calientes, que fica no sopé da montanha.

“Não temos certeza se um trem virá nos buscar. Como podem ver, todos os turistas aqui estão fazendo fila, coletando assinaturas e fazendo registros para que nos retirem daqui”, disse à agência de notícias AFP o chileno Alem López.

Os turistas pedem às autoridades um “trem humanitário” para retirá-los do local. O trem é o único meio de transporte de massa para deixar a área. Em dezembro, um helicóptero resgatou cerca de 200 turistas retidos em Machu Picchu que também ficaram isolados por causa dos protestos iniciados no mês passado.

Ao menos 54 pessoas morreram desde o início dos atos. Segundo o governo, 44 pessoas perderam a vida em protestos e 9 em incidentes relacionados a bloqueios nas estradas. A outra morte foi de um policial.
O caos levou Dina Boluarte a fazer um pronunciamento ao lado de ministros nesta quinta, no qual disse que a situação no país está sob controle e que atos de vandalismo não ficarão impunes. Ela afirmou que governo está “firme e mais unido do que nunca”.

A afirmação esbarrou em comunicado divulgado nesta sexta pela procuradoria nacional peruana, que enfatizou que o Ministério Público é uma instituição autônoma. “A função de investigação criminal é competência constitucional do Ministério Público, que se cumpre com autonomia, independência e sem qualquer tipo de ingerência política, econômica ou midiática”.

Na semana passada, diante da escalada de violência, o Ministério Público anunciou a abertura de investigação preliminar sobre diversas autoridades, incluindo a presidente e o premiê Alberto Otárola, suspeitos de terem cometido os crimes de genocídio, homicídio qualificado e lesões graves na repressão aos protestos.

Na capital após a grande mobilização chamada de “tomada de Lima” desta quinta-feira, o Ministério do Interior divulgou que 38 pessoas ficaram feridas nos confrontos entre policiais e civis.
O ato foi marcado por um incêndio de grandes proporções em um prédio na praça San Martín. Na tarde desta sexta, as chamas voltaram, mobilizando os bombeiros novamente.

A estrutura de quase um século no centro de Lima ficou completamente destruída e existe risco de desabamento. As autoridades investigam as causas do incêndio e lamentam a perda de um “bem monumental”.
O governo rejeitou os rumores de que o incêndio foi causado por uma bomba de gás lacrimogêneo lançada pela polícia durante os violentos confrontos.

“Não podemos entrar porque não há segurança. A estrura pode desabar e esmagar os bombeiros”, disse o chefe dos bombeiros, Luis Ponce, ao jornal peruano La República.

Ao mesmo tempo, apoiadores de Castillo afirmam que as mobilizações não vão parar até a renúncia da presidente Boluarte.
“A luta continuará em todas as regiões até que se concretize a renúncia e os demais pontos da agenda”, disse o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru, Gerónimo López.

Os atos, que proliferam no país desde a destituição e prisão do ex-presidente Pedro Castillo, depois de o populista ter tentado dar um golpe de Estado, pedem a renúncia de Dina, a dissolução do Parlamento unicameral e a convocação imediata de eleições.

Os manifestantes também demandam que uma nova Constituição seja elaborada para substituir a atual Carta Magna peruana, que data da época do ditador Alberto Fujimori, na década de 1990.

No último domingo, autoridades decidiram prolongar o estado de emergência em quatro províncias e três regiões do Peru, incluindo Lima. O decreto permite, entre outros pontos, que o Exército se junte à polícia no monitoramento dos protestos.

Consulado-geral do Brasil em Santiago, no Chile, é atacado por brasileiro

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GABRIEL TAVARES E THIAGO MARTINS
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – O Consulado-geral do Brasil em Santiago, no Chile, foi atacado por um brasileiro na quarta-feira (18).
Ele usou um cajado de madeira no ataque, segundo o Itamaraty.
O suspeito destruiu placas frontais de acrílico de 10 módulos de atendimento ao público e danificou dois monitores.
Ele ainda ameaçou fisicamente funcionários e consulentes, mas ninguém ficou ferido.

A polícia chilena foi chamada e deteve o brasileiro, que, mais tarde, foi solto em audiência de custódia. As motivações do ataque ainda não estão claras.

Por conta dos danos à área comum, o Consulado-Geral suspenderá atendimentos até essa segunda-feira (23).

O número do plantão consular segue em funcionamento para casos de emergência: +56 9 9334-5103.

O Itamaraty informou que enviará uma psicóloga ao consulado, para atender os funcionários.

Saúde recebe 50 mil doses de antiviral para tratamento contra covid

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O Ministério da Saúde recebeu, ontem (19), o segundo lote com 50 mil doses de medicamento para o tratamento contra a covid-19. O antiviral produzido pela Pfizer é formado pelos comprimidos nirmatrelvir e ritonavir.

Segundo o Ministério da Saúde, a distribuição é feita após a solicitação dos estados e Distrito Federal. Os 50 mil antivirais do primeiro lote foram recebidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no ano passado e já foram distribuídos.

Esse é o primeiro tratamento incorporado ao SUS para pacientes com 18 anos de idade ou mais, com diagnóstico confirmado de covid-19, com sintomas leves a moderados, que têm alto risco de complicações pela doença (imunocomprometidos) e que não requerem oxigênio suplementar.

Para pacientes com 65 anos de idade ou mais, ele deve ser administrado em até 5 dias do início dos sintomas. A indicação do tratamento independe do status vacinal.

“O Ministério da Saúde reforça que o medicamento não previne a doença e a melhor forma de evitá-la é por meio da vacinação, inclusive com as doses de reforço. Procure a unidade de saúde mais próxima e complemente a imunização”, alertou a pasta.