Home Blog Page 1228

Americana ganha US$ 2 milhões na loteria meses após levar US$ 1 milhão

0

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A americana Kenya Sloan, 41, venceu duas vezes na loteria em um intervalo de poucos meses. Sloan tinha ganhado US$ 1 milhão em um prêmio de loteria e, meses depois, ganhou US$ 2 milhões em uma raspadinha que custou US$ 20. Ela comprou a raspadinha em outubro do ano passado.

Sloan é de Shelby, uma cidade da Carolina do Norte.

“Eu fiquei parada, em choque, e me senti abençoada. Isso é tudo que posso falar”, acrescentou.
Sloan ganhou US$ 1 milhão em agosto, e usou o dinheiro do prêmio para comprar uma casa.

Ela diz que contou para familiares sobre o novo prêmio, e que eles também não estavam acreditando na segunda vitória.

Sloan afirma que pretende usar os US$ 2 milhões para abrir um restaurante próprio.

Sismo de 7.0 provoca alerta de tsunami no Vanuatu

0

Um forte terremoto foi registrado neste domingo no arquipélago do Vanuatu, uma pequena nação no Oceano Pacífico, com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) a registrar um sismo de magnitude 7.0 na escala de Richter.

As autoridades emitiram também um alerta de tsunami, perante a possibilidade do arquipélago ser atingido por ondas gigantes.

O Vanuatu é um país habituado a sismos e desastres naturais, já que fica localizado junto ao ‘Anel de Fogo’, a falha geológica em torno do Oceano Pacífico onde uma série de vulcões subaquáticos provoca terremotos constantes.

O epicentro deste sismo foi registado a 23 quilômetros da costa de Port Olry, uma província no país com quase 300 mil cidadãos. A profundidade foi de 27 quilômetros, acrescenta o USGS.

Notable quake, preliminary info: M 7.0 – 23 km WNW of Port-Olry, Vanuatu https://t.co/06FQfghHrz

— USGS Earthquakes (@USGS_Quakes) January 8, 2023

O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico alertou para a ocorrência de tsunamis localizados a cerca de 300 quilômetros do epicentro do sismo.

Até agora, não há registo de estragos ou vítimas.

There is NO TSUNAMI THREAT expected to Hawaii from an earthquake with preliminary magnitude of 7.2 detected at 2:33 a.m. HST Sunday in the area of Vanuatu, the Pacific Tsunami Warning Center reports. pic.twitter.com/nqAERTNFkY

— Hawaii EMA (@Hawaii_EMA) January 8, 2023

Entretanto, o Serviço de Emergência do Havai, que pertence aos Estados Unidos, já avançou que não são esperadas ondas gigantes no seu território.

 

 

Prédio desaba parcialmente no centro do Rio

0

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Um prédio de três andares desabou parcialmente na madrugada deste domingo (8) no centro do Rio de Janeiro. Um homem ficou levemente ferido.

O acidente ocorreu na Travessa do Mosqueira, próximo aos Arcos da Lapa, um dos pontos turísticos mais movimentados da cidade durante a noite.

De acordo com a Defesa Civil municipal, houve o desabamento parcial da laje do terceiro e do segundo pavimentos por volta das 3h.

“O sobrado tem três pavimentos e possui lojas no primeiro. Parte da rua ficou obstruída devido a queda de alvenaria. Até o momento uma interdição foi feita pela Defesa Civil”, afirma a nota.

A Secretaria Municipal de Assistência Social atendeu, até o fim da manhã deste domingo, oito famílias que viviam no local -cerca de 20 moravam no lugar. Estão sendo oferecidos abrigo da prefeitura ou apoio financeiro e material para deslocamento para casa de amigos e parentes.

De acordo com uma moradora ouvida pela Globonews, um primeiro desabamento ocorreu na tarde de sábado (7).

A prefeitura ainda não informou quem é o responsável pela edificação.

Casos de vírus sincicial respiratório pressionam hospitais de MG, PR e SP

0

(FOLHAPRESS) – A alta fora de época de casos de VSR (vírus sincicial respiratório) tem provocado aumento na procura por atendimento e até mesmo a lotação de hospitais pediátricos.

O vírus está associado a até 75% dos casos de bronquiolite, inflamação que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões, e a até 40% dos registros de pneumonia em crianças menores de dois anos, segundo a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Os quadros mais graves acontecem principalmente em bebês menores de seis meses e alguns pacientes não resistem e morrem.

Tradicionalmente, o período de maior circulação do VSR coincide com o outono e o inverno. Ele vai de fevereiro a junho na região Norte; março a julho no Nordeste, no Centro-Oeste e no Sudeste; e abril a agosto no Sul. Mas não foi o que ocorreu em 2022 e não é o que se observa em 2023.

De acordo com a Fiocruz, houve aumento da prevalência do VSR entre os dias 25 e 31 de dezembro, com predomínio de casos em crianças de até quatro anos em São Paulo, Distrito Federal e nos três estados da região Sul, além de maior presença do vírus no Espírito Santo, Minas Gerais e Roraima.

“Os vírus não estão respeitando as sazonalidades. Após a pandemia, estamos tendo picos de influenza, adenovírus e VSR fora da época”, afirma Victor Horácio, vice-diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.

Na unidade, foram registrados dez casos em setembro, 21 em outubro e 38 em novembro. Em dezembro, o número saltou para 53 e, em 2023, já há 11 confirmados.

Segundo Horácio, os casos mais graves estão associados à coinfecção pelo vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, e são observados em crianças com menos de um ano que não receberam vacina contra o novo coronavírus.

Em São Paulo, os hospitais Darcy Vargas e Cândido Fontoura, referências estaduais para atendimento pediátrico, registraram aumento de cerca de 20% nos casos de VSR, afirma a Secretaria de Estado da Saúde.

No Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, na região central da capital paulista, o número de casos de bronquiolite das últimas quatro semanas de 2022 foi cerca de 30% maior em relação à média histórica. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, em dezembro, foram atendidos 56 pacientes com a inflamação, dos quais 37 acabaram internados. No mesmo período de 2021, foram 102 atendimentos e 61 internações; em 2020, dez e quatro e, em 2019, 58 e 12.

No Hospital Infantil Sabará, também na capital paulista, quem procurava o pronto-socorro na última quinta-feira (5) era orientado a assinar um termo autorizando a transferência de unidade caso houvesse necessidade de internação. “Estamos com 100% de ocupação”, diz Francisco de Oliveira Júnior, gerente médico da unidade.

Os casos de VSR começaram a crescer no Sabará em outubro. Oliveira afirma que, no fim de dezembro e início de janeiro, com a cidade mais vazia, os atendimentos costumam diminuir. Desta vez, porém, o hospital está recebendo casos mais graves, que requerem internação e elevam a ocupação.

O médico explica que não é realizado o painel viral (exame para identificar a presença de diferentes vírus respiratórios) de todos os pacientes, então não é possível estabelecer a quantidade de casos provocados pelo VSR, mas dá pistas: na última semana, aproximadamente metade dos exames realizados indicava a presença do vírus. Nesta, cerca de um terço.

Em Belo Horizonte, o Hospital Mater Dei Contorno decidiu ampliar a quantidade de leitos na UTI pediátrica. Eram 16 em novembro, quando os casos de bronquiolite começaram a subir. Agora são 22 e, como a expectativa é de piora do cenário, a previsão é chegar a 30 até março.

“Na última semana de dezembro, estávamos com metade dos leitos da UTI com pacientes com bronquiolite, algo que só acontece quando chega março, abril”, afirma o coordenador da UTI pediátrica, Luís Fernando Andrade de Carvalho.

O médico diz que é muito comum irmãos que frequentam a escola passarem a doença para os caçulas que estão em casa, por isso a expectativa era de redução de casos com o início das férias. Os números, porém, continuam aumentando.

Cuidados

Não há uma vacina para VSR. O que existe é uma forma de prevenção com o anticorpo monoclonal polivizumabe, mas essa opção é restrita a crianças altamente vulneráveis, como bebês prematuros e cardiopatas. Além disso, a aplicação é realizada seguindo a sazonalidade típica da doença.

Entre as medidas de prevenção, além de manter a carteirinha de vacinação atualizada, a SBP destaca a higiene frequente das mãos, uso de máscaras, limpeza das superfícies expostas à secreção e o isolamento de pacientes com diagnóstico confirmado.

Em relação aos sinais e sintomas, os especialistas citam tosse, febre, congestão nasal, dor de ouvido e dor de garganta.

Oliveira menciona também o desconforto respiratório, que pode ser identificado pela maior abertura das narinas ao inspirar, mostrando que a criança está tentando puxar mais ar; aumento na frequência da respiração e retração da musculatura ao lado do pescoço e entre as costelas, indicando esforço para respirar.

O Ministério da Saúde lista ainda dor de cabeça, chiado no peito e lábios e unhas arroxeados como indicativos de alerta.

Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país têm alerta de chuva intensa

0

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Estados do Sudeste, do Centro-Oeste e do Norte do Brasil têm previsão de chuva intensa e alertas de risco por causa do volume de água neste primeiro fim de semana de 2023, segundo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

No geral, a previsão é de chuva em boa parte do país neste domingo (8). A exceção é o Rio Grande do Sul, que, inclusive, deverá enfrentar baixa umidade. Já em Santa Catarina e no Paraná podem ocorrer chuvas isoladas.

Também não chove em alguns estados do Nordeste: em parte da Bahia e do Piauí; e em Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Em relação ao Sudeste, o instituto alerta para chuva intensa no norte de São Paulo, na faixa que vai desde o litoral até Franca, no interior paulista e nos estados Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

As chuvas da madrugada deste sábado derrubaram barreiras que provocaram a interdição total da rodovia Presidente Dutra, em Barra Mansa (RJ), sentido Rio de Janeiro. O trânsito foi desviado para o sentido contrário da estrada federal, operando com mão única.

Os grandes volumes de chuva no Rio de Janeiro, Minas e Espírito Santo são provocados desde quarta (4) pelas áreas de instabilidade da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul).

Entre a manhã de quinta (5) e a de sexta, São João Del Rei (MG) teve 85,2 mm acumulados de chuva. No Rio de Janeiro, Santa Maria Madalena acumulou 71,6 mm. A maior marca foi em Nova Xavantina (MT), com 108,2 mm.

Em Belo Horizonte (MG), o fim de semana será todo nublado, com pancadas de chuva, e temperatura que oscilam entre 17ºC e 24ºC.

Na cidade do Rio de Janeiro, o sol deve aparecer levemente na manhã deste domingo e há previsão de trovoadas à tarde e à noite. A temperatura oscila entre 19ºC e 24ºC.

Em Vitória (ES), a máxima atinge 27ºC neste domingo e a tendência é que a chuva perca força a partir desta segunda-feira (9).

Em São Paulo, de acordo com o instituto, a instabilidade pode atingir grande parte do estado neste domingo, com possibilidade de grandes volumes de chuva (maiores que 60 mm) em pontos do norte e do centro-leste paulista.

Neste domingo, a temperatura sob um pouco –a previsão para a máxima é de 21ºC. E assim como nos demais estados do sudeste, a chuva não dará trégua nos próximos dias.

O mesmo ocorre no centro-oeste. As capitais Brasília, Goiânia (GO) e Cuiabá (MT) também enfrentam dias chuvosos ao menos até a próxima quarta-feira (11).

Ucrânia impõe sanções a 119 cidadãos russos e a três ucranianos

0

Da lista, citada pela agência Europa Press, fazem parte a cantora ucraniana Irina Allegrova, a apresentadora de televisão Zhanna Badoeva, o cantor Dimitro Bilan, a apresentadora Dana Borisova e o cantor Oleksander Buinov.

Na lista consta também o nome do ex-jogador ucraniano Anatoli Timoshchuk, que se manteve como treinador do clube de futebol Zenit de São Petersburgo depois da invasão russa, a cantora Larisa Dolina, o ator Dimitro Diuzhev, a cantora Victoria Daineko, o ator Dimitro Jaratian ou o cantor Pilip Kirkorov.

Segundo o decreto 4/2023, foi aprovada a proposta do Serviço de Segurança da Ucrânia para a imposição de sanções económicas e outras restrições a estas pessoas.

O secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksii Danilov, será responsável pela supervisão e implementação destas sanções, de acordo com a agência noticiosa ucraniana Ukrinform.

Por outro lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano fica responsável por informar as autoridades competentes da União Europeia, Estados Unidos da América e de outros países sobre as sanções e restrições para que apliquem medidas semelhantes.

Em dezembro, o Presidente ucraniano havia imposto sanções a 13 religiosos da Igreja Ortodoxa Ucraniana, alguns dos quais com retirada de nacionalidade, uma decisão que o Kremlin classificou hoje de “satanismo”, uma vez que coincide com o Natal ortodoxo.

Outros religiosos ucranianos foram acusados de traição, atividades subversivas ou “difusão de teses propagandísticas entre os fiéis”.

 

Brasil registra 77 mortes por Covid-19 nas últimas 24h

0

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Brasil registrou 77 mortes e 13.320 casos de Covid-19 neste sábado (7). Com isso, desde o início da pandemia, o país chegou a 694.900 de vidas perdidas e a 36.500.341 de casos da doença.

A média móvel de óbitos agora é de 137 por dia, uma queda de 12% em relação ao dado de duas semanas atrás. A média de casos é de 20.869, queda de 43 % no mesmo período.

Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

O consórcio de veículos de imprensa deixou de atualizar os números de vacinados contra a Covid-19 nos fins de semana e feriados. A medida visa evitar imprecisões nos números informados ao leitor.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (PL), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes.

Saúde compra 2,6 milhões de doses de Coronavac para vacinação infantil

0

O Ministério da Saúde anunciou neste sábado, 7, a compra de 2,6 milhões de doses da vacina Coronavac, imunizante contra a covid-19 produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

De acordo com a pasta, foi assinado um aditivo na sexta-feira, 6, para a compra de 750 mil doses. Outro contrato deverá ser assinado “nos próximos dias” para garantir o volume total de 2,6 milhões de doses.

Segundo nota divulgada pelo ministério, “as primeiras doses devem ser entregues na próxima semana e distribuídas a todos os estados e Distrito Federal para dar continuidade à vacinação de crianças de 3 a 11 anos”.

Desde 2020, o governo de Jair Bolsonaro (PL) demonstrou resistência na compra de vacinas do Instituto Butantan, espalhando desinformação sobre o produto por tratar-se de vacina desenvolvida na China.

Também pesava na postura do ex-presidente o fato de o padrinho da Coronavac ser o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), adversário político de Bolsonaro e que divergia do então presidente nas medidas de combate à pandemia – Bolsonaro desrespeitou medidas como o uso de máscara e o distanciamento social e desacreditou as vacinas, comprovadamente eficazes e seguras.

Na sexta-feira, a nova secretária de Vigilância em Saúde do ministério, Ethel Maciel, afirmou não haver doses da vacina contra a covid para atender a faixa etária de 6 meses a 11 anos. De acordo com a secretária, o governo de Jair Bolsonaro (PL) deixou o grupo desabastecido.

Na nota divulgada neste sábado, o ministério reafirmou que “segue em tratativas com os laboratórios para garantir mais imunizantes para o público infantil o mais breve possível”. Na entrevista de sexta-feira, a secretária Ethel Maciel afirmou que faria reuniões com a Pfizer para tentar antecipar a entrega de doses das vacinas infantis.

De acordo com a secretária, o ministério tem 3,5 milhões de doses para receber da empresa americana para o público de 6 meses a 4 anos e outras 4,5 milhões de doses para o grupo de 5 a 11 anos. A ideia do ministério é negociar para que o volume seja entregue ainda em janeiro.

Mulher resgatada após cair de penhasco com 15 metros de altura no Brasil

0

Uma mulher que caiu de um penhasco com 15 metros de altura em Treviso, Santa Catarina, foi resgatada na manhã de sábado, tendo sido transportada de helicóptero para uma unidade hospitalar com uma fratura no fêmur.

A mulher, de 57 anos, estava andando de bicicleta com uma amiga no bairro Brasília quando se desequilibrou na bicicleta e acabou caindo no penhasco. De acordo com o G1, ela despencou em cima de pedras, à beira do Rio Mãe Luzia.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Treviso foi auxiliado por um helicóptero policial, dando conta de que a mulher tinha dificuldade para andar, pelo que, provavelmente, teria sofrido uma fratura no fêmur.

Assista às imagens do resgate na galeria acima.

 

Prédio desaba parcialmente no Centro do Rio

0

Um prédio desabou parcialmente na madrugada deste domingo (8) na Travessa do Mosqueira, no Centro do Rio de Janeiro. Uma pessoa ficou levemente ferida e foi levada para o Hospital Souza Aguiar. Ele foi atendido e teve alta hospitalar.

O Corpo de Bombeiros foi acionado às 3h24 para a ocorrência. De acordo com a corporação, trata-se um edifício residencial e fica próximo dos Arcos da Lapa, um dos principais pontos turísticos da cidade.

Cerca de 20 famílias vivem no local. Alguns moradores vivem no prédio há 40 anos e precisaram de ajuda para sair do local. Agentes da Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio realizam um cadastro para que as pessoas sejam transferidas para abrigos ou recebam aluguel social.

Cinco mortos encontrados em residência dos EUA. Três são crianças

0

Cinco pessoas, entre elas três crianças, foram encontradas sem vida numa residência no estado norte-americano da Carolina do Norte, naquilo que as autoridades consideram ter sido um homicídio seguido de suicídio, no dia 7 de janeiro.

Pelas 7h05 da manhã de sábado, as autoridades encontraram um homem e uma mulher gritando por ajuda, segundo relatam em comunicado.

A mesma nota adianta que a polícia teve de forçar a entrada na residência, deparando-se com as cinco vítimas mortais.

O caso está sendo investigado como um homicídio seguido de suicídio.

Na última semana, um caso parecido aconteceu em Utah. Michael Haight, de 42 anos, disparou contra sete membros da sua família, nomeadamente os seus cinco filhos, com idades entre os 4 e os 17 anos, a sua mulher, e a sua sogra, antes de atirar sobre si mesmo, em Enoch City.

Em causa estaria o pedido de divórcio da sua esposa, Tausha, feito duas semanas antes.

Leia Também: Homem mata a mulher, os cinco filhos e a sogra após pedido de divórcio

Metade das geleiras da Terra vai desaparecer até o fim do século, diz estudo

0

(FOLHAPRESS) – As geleiras do planeta vão se liquefazer muito mais rapidamente do que previam cientistas até aqui. Metade delas terá desaparecido até o final deste século, um quarto, até 2050. Esse é o alerta de um novo estudo, publicado nesta semana na revista Science, que aponta para a aceleração do derretimento dos 215 mil glaciares já mapeados pelo mundo.

Realizada por 13 cientistas, entre canadenses, norte-americanos, suíços, noruegueses, austríacos e franceses, a pesquisa utilizou novos dados de observação obtidos a partir de imagens de satélite com um grau inédito de resolução. A partir desses parâmetros atualizados, os pesquisadores puderam recalibrar o modelo de cálculo de degelo das geleiras da Terra.

Os resultados são até 44% maiores do que as estimativas utilizadas pelo já alarmante último relatório do IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU. A nova projeção é de que pelo menos 104.000 glaciares desaparecerão do mundo até 2100, metade deles antes de 2050.

“Nosso estudo se concentrou nos dois cenários extremos de elevação da temperatura global e demonstra que as geleiras perderão cerca de 30% de sua massa se os termômetros registrarem um aumento de 1,5ºC e cerca de 50% se subirem 4ºC”, explica o glaciólogo Etienne Berthier, 46, do Laboratório de Estudos em Geofísica e Oceanografia Espacial da Universidade de Toulouse, na França, e um dos autores do estudo.

O aumento de 1,5ºC é o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris, adotado em 2015 por 195 países, mas tem sido desconsiderado como possibilidade real por boa parte da comunidade científica. Ainda assim, o objetivo foi reiterado no Acordo de Glasgow feito durante a COP26, em 2021.

“A evolução do derretimento dos glaciares é dramática. Queremos comunicar as lideranças globais que a situação é grave e que é preciso reduzir ao máximo o uso de combustíveis fósseis.”

Segundo Berthier, as novas imagens de satélites referentes aos últimos 20 anos apontam para uma aceleração sem precedentes do degelo de glaciares. Entre os anos 2000 e 2019, essa aceleração foi de 30% e esses dados tornaram o modelo mais realista, afirma o pesquisador.

O estudo indica que as primeiras vítimas serão as geleiras menores, de até um quilômetro quadrado, que são mais vulneráveis, e aquelas localizadas em baixas e médias altitudes. Sendo assim, as geleiras dos Andes e dos trópicos, como o monte Kilimanjaro, na Tanzânia, estariam condenadas a mais curto prazo, enquanto as do Cáucaso, dos Alpes e do oeste dos Estados Unidos devem desaparecer mais adiante, até 2100.

Berthier lembra que nos Pirineus, região próxima a Toulouse, muitas geleiras pequenas já desapareceram, fechando estações de esqui e outras atrações turísticas antes vinculadas à presença permanente de neve. “Outras tantas, nessa região, desaparecerão em dez ou 20 anos. O fato de haver tão pouca neve neste momento é um mau presságio para o próximo verão.”

“A principal consequência prática desse rápido degelo de glaciares é sua contribuição para o aumento do nível dos mares. Somados ao derretimento das regiões da Groenlândia e Antártica e ao próprio aquecimento das águas, a liquefação de geleiras deve contribuir para que o nível do mar suba entre 60 e 90 centímetros até o final do século”, afirma ele.

“Só as geleiras farão o nível dos mares subir até 15 centímetros. E isso vai comprometer a vida em boa parte das cidades litorâneas do planeta, como as da costa brasileira, por exemplo.”

Uma segunda consequência da aceleração do derretimento de geleiras é que muitas delas funcionam como o que Berthier chama de “torres de água”. Elas concentram água congelada durante os meses de inverno e, à medida que o tempo esquenta, derretem, fornecendo água para 1,9 bilhões de pessoas no mundo todo.

“É um serviço que os glaciares promovem para a humanidade nos meses mais quentes, justamente quando mais se precisa de água, e que não haverá mais”, aponta ele.

Os cálculos do estudo publicado na Science foram aperfeiçoados, explica o glaciólogo, a partir da inclusão de dois processos antes descartados pelos estudos. O primeiro é o derretimento de geleiras que terminam em lagos, rios e mares, o que promove a ruptura de blocos maiores de gelo, formando icebergs. O segundo é a acumulação de poeira e outros dejetos na superfície de glaciares, criando manchas escuras na neve, que incrementam o ritmo de degelo.

“Todos esses fatores contribuíram para que nossa pesquisa encontrasse perdas maiores e mais rápidas que estudos anteriores”, explica Berthier.

Ele se diz cético a respeito de projetos mirabolantes de preservação de geleiras, como o uso de coberturas sobre glaciares para preservá-los durante os meses mais quentes do ano ou a disposição de espelhos no espaço para refletirem parte dos raios solares.

“Cobrir as geleiras é algo que funciona apenas em uma escala muito pequena, por exemplo, num trecho de neve de um resort de esqui. É impossível cobrir uma montanha inteira”, avalia. “Outros projetos me parecem arriscados porque não sabemos que consequências teriam para a natureza, e algumas podem ser inesperadas”, completa.

“Minha escolha hoje é pela redução na emissão de gases de efeito estufa. Nesse campo, existem projetos interessantes de captura desses gases da atmosfera para estoque no subterrâneo terrestre. Mesmo assim, são propostas ainda impossíveis de serem implementadas em escala global”, diz.

“A forma mais segura e eficiente de reduzirmos o aquecimento global ainda é a redução da emissão desses gases.”

O projeto Planeta em Transe é apoiado pela Open Society Foundations.

Menina de 12 anos esfaqueia o irmão de 9 anos

0

Uma menina de 12 anos esfaqueou o irmão de 9 até à morte na noite da última quinta-feira, em Tulsa, no estado norte-americano do Oklahoma.

A menina teria acordado os pais, pouco antes da meia-noite, para lhes dizer que tinha esfaqueado o irmão, segundo revelaram as autoridades locais, citadas pelo New York Post.

Os serviços de emergência realizaram manobras de reanimação na criança, antes de transportá-la para uma unidade hospitalar, onde foi imediatamente encaminhado para cirurgia. Contudo, o menino acabou morrendo pouco depois das 2h30 da manhã.

A menina foi detida e encontra-se no Family Center for Juvenile Justice, em Tulsa.

De momento, não há indicação do motivo para o ataque.

 

Medicamento usado para diabetes poderá ser usado contra a obesidade

0

A aprovação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de um novo medicamento para tratamento da obesidade, trouxe uma esperança para pacientes que buscam tratamento para perda de peso. A semaglutida já era utilizada no Brasil para tratamento do diabetes tipo 2 e agora pode ser usada também no tratamento de sobrepeso e obesidade, em forma de medicamento injetável.

Há, no entanto, diferença de dosagem. Enquanto que para o controle da glicose a semaglutida aplicada é de 0,5 miligrama a 1 miligrama, para redução do peso corporal a substância é de 2,4 miligramas. A semaglutida é da mesma família da liraglutida, também utilizada nos dois tratamentos. Mas o diferencial do medicamento aprovado pela Anvisa no início deste ano é sua eficácia.

A semaglutida é vista entre os médicos como um avanço no tratamento da obesidade. Isso porque os outros medicamentos existentes possibilitam uma perda de peso de, no máximo, 10%. “Quando o paciente tem uma indicação de perda de peso inferior a 5% do peso corporal, a melhor indicação é mudança de hábito alimentar. Quando tem a necessidade de perda de peso de mais de 5%, até 15%, aliam-se as mudanças de hábitos de vida e a terapia farmacológica. A novidade é que a semaglutida pode reduzir mais de 15%”, explica o médico Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

O medicamento age no cérebro do paciente, em uma região chamada hipotálamo, e aumenta a percepção de saciedade. Assim, o paciente tem seu apetite diminuído e, consequentemente, come menos. De acordo com a endocrinologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB) Monalisa Azevedo, a semaglutida reproduz efeitos de substâncias presentes no nosso corpo.

“Em nosso organismo existe a produção de algumas substâncias, pelo nosso trato digestivo, que são substâncias que agem no nosso sistema nervoso central, diminuindo o apetite, aumentando a saciedade e diminuindo o gasto energético. Esse medicamento imita o que essas substâncias, que já existem no organismo, fazem”, explica.

O tratamento com esse medicamento é indicado para pacientes com obesidade ou sobrepeso. O paciente deve ter um Índice de Massa Corporal (IMC) a partir de 30 ou um IMC a partir de 27 aliado a problemas de saúde relacionados à obesidade, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares ou apneia obstrutiva do sono. O IMC é calculado dividindo o peso corporal (kg) pela altura (m) ao quadrado. Ou seja, IMC = kg/m².

Segundo a endocrinologista do HUB, a semaglutida pode ser usada como primeira estratégia para perda de peso, desde que sejam atendidos os critérios de indicação já mencionados. Ela lembra, no entanto, que o uso do medicamento deve vir acompanhado de outras providências, como mudança de hábitos alimentares e exercícios físicos. E todo o tratamento deve ser supervisionado por um médico.

O médico Paulo Miranda acrescenta que a semaglutida surge para preencher uma lacuna nos níveis de tratamento possíveis até a cirurgia bariátrica, usada para casos mais severos de obesidade. “A bariátrica fica indicada para pacientes com indicação de perda de peso de a partir de 30% do peso corporal. A semaglutida não substitui a bariátrica, porque tem resultados diferentes. Ela auxilia os pacientes a terem perda de peso, com mudança de hábitos e terapia, antes de recorrerem à bariátrica. E se a resposta for adequada, então não há necessidade de cirurgia”, disse.

A semaglutida de 2,4 mg foi aprovada no Brasil recentemente, por isso ainda não está sendo comercializada. Dessa forma, não é possível dizer quanto custaria um tratamento com a substância. No entanto, a expectativa dos médicos é que não seja um tratamento acessível a todos. Para o tratamento de diabetes, é possível encontrar semaglutida com preços de variam entre R$ 800 e R$ 1 mil, preço de um tratamento mensal.

“Como essa substância já é aprovada e comercializada no Brasil para tratamento do diabetes, para controle da glicose, a gente já tem uma ideia em relação a custos. Porém, as doses para tratamento da obesidade são maiores que as doses para o controle do diabetes, que já tem um custo elevado. Então a expectativa é que o custo será mais alto”, disse a endocrinologista.

Para a médica Monalisa Azevedo, a eficácia da substância na perda de peso pode ser considerada uma evolução, mas não uma revolução no tratamento. Isso porque, para ela, ainda há um caminho a ser trilhado no ramo de pesquisas de fármacos e outras novidades podem surgir nos próximos anos.

“Nos Estados Unidos já estão testando um novo tratamento, uma outra droga que possivelmente vai entrar no mercado em um futuro próximo, e que induz perda de mais de 20% do peso corporal. Estamos em um processo, em uma caminhada. Eu não chamaria a semaglutida de uma revolução. Chamaria de uma grande evolução, um degrau a mais que a gente sobe nessa jornada em busca de tratamentos para perda de peso”.

Ensaios técnicos para o Carnaval 2023 começam no sambódromo de SP

0

Neste sábado (7), o Anhembi – sambódromo paulista – começa a receber os primeiros ensaios técnicos das 34 agremiações filiadas à Liga das Escolas de Samba de São Paulo para o Carnaval 2023, que ocorre nos dias 11, 17, 18 e 19 de fevereiro (grupo especial).

As escolas de samba Camisa Ver e Branco, Vai-Vai e Unidos de Vila Maria ensaiam esta noite. No domingo (9), apenas a escola Imperatriz da Pauliceia faz seu ensaio técnico. 

De quinta a domingo, até o dia 9 de fevereiro, 34 escolas de samba ensaiam e preparam seu espetáculo no sambódromo do Anhembi. São mais de 70 ensaios abertos ao público e com entrada gratuita. 

Carnaval 2023

Nos dias 11, 17, 18 e 19 de fevereiro, o sambódromo do Anhembi recebe os Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo. A primeira das cinco noites de evento é para o desfile das agremiações do grupo de Acesso 2. As arquibancadas têm entrada gratuita no dia 11 de fevereiro. 

Nos dias 17 e 18 de fevereiro, sexta-feira e sábado, é a vez das 14 escolas do grupo Especial desfilarem no palco do samba. No dia 19 de fevereiro, domingo, as oito agremiações do grupo de Acesso 1 completam o espetáculo. 

O carnaval paulistano termina com o Desfile das Campeãs, no dia 25 de fevereiro. Os ingressos para o Carnaval SP 2023 estão à venda pelo site www.clubedoingresso.com/carnavalsp ou nas bilheterias físicas no Carioca Club, em Pinheiros, e na Galeria do Rock – Loja 255, no centro de São Paulo. Veja a ordem dos desfiles. https://ligasp.com.br/desfiles/ 

Picanha brasileira fica em segundo lugar como melhor prato do mundo

0

A picanha brasileira conquistou o segundo lugar em um ranking com as 100 melhores comidas tradicionais do mundo, o Tasteatlas Awards 2022. Dados do governo federal mostram que o país produz 9,7 milhões de toneladas de carne bovina e exporta 25% da produção.

Outro prato brasileiro que obteve destaque no levantamento foi a vaca atolada, comida típica caipira que ficou em 29º no ranking. O prato sul mato-grossense é composto por uma combinação de carne bovina e mandioca.

De acordo com o Ministério do Turismo, o pescado brasileiro também se posicionou bem na premiação, com a moqueca em 49º lugar no Tasteatlas Awards 2022. O prato normalmente é feito com camarão e peixes como badejo, robalo, dourado e cação.

O último prato brasileiro a aparecer no levantamento é o feijão tropeiro, típico em São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A comida mistura feijão, carne seca, toucinho e farinha de mandioca ou de milho.

Dados da Organização Mundial do Turismo mostram que a gastronomia é o terceiro principal motivo da realização de viagens em todo o planeta.

Invictos para Covid e pessoas com várias reinfecções intrigam cientistas

0

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em 7 de abril de 2020, o médico Marcelo Sapienza, 55, começou a sentir febre. Dois dias depois, não sentia cheiro de nada. O quadro lembrava o da Covid-19, doença descoberta meses antes e que, naquele momento, já era uma pandemia.

Marcelo fez um exame em 10 de abril, e o resultado foi positivo. A febre continuou, além de dores musculares e no quadril. “Perto do sétimo dia do quadro, fiquei mais ansioso por saber que poderia haver um agravamento por quadro inflamatório exacerbado, mas felizmente os sintomas foram progressivamente melhorando”, conta.

O médico morava com sua esposa, Maria Tereza Sapienza, 57, e o filho do casal. Marcelo isolou-se dentro da sua casa a partir do dia em que perdeu o olfato. Mesmo assim, eles sabiam que tinham uma chance da transmissão ter ocorrido antes, até porque nenhuma vacina estava disponível naquele momento.

A realidade, no entanto, foi outra: tanto Maria Tereza quanto o filho apresentaram testes negativos para a doença.

O cenário se repetiu, agora em 2022. Já vacinados, Marcelo novamente teve Covid, mas nada de Maria Tereza apresentar a doença. “Novamente ficamos um pouco surpresos por ela não ter adoecido”, diz o médico.

O casal faz parte de um estudo do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-tronco, também conhecido como Genoma USP. Pesquisadores da instituição identificaram outros casais que passaram pela mesma experiência e buscaram entender as razões pelas quais um dos parceiros ficou doente e o outro não.

Em paralelo a essa investigação, outra ocorria com uma finalidade parecida. Nesse segundo estudo, o objetivo era entender a razão de alguns idosos com mais de 90 anos apresentarem quadros leves para Covid-19 quando estavam doentes. Até o final de 2020, já eram mais de cem pessoas acompanhadas pela pesquisa, alguns até centenários.

“Se você pensar num idoso com 100 anos que passou pela Covid antes da vacina com a cepa que veio da China e se espalhou pelo mundo, os dados mostravam que a chance de essa pessoa ter complicações eram muito altas”, afirma Mateus Vidigal, pesquisador do Genoma.

A explicação, tanto para os idosos sem complicações quanto para os casais em que um dos companheiros não se infectou, pode ser genética.

No caso dos mais velhos, análises dos genomas foram performadas, e alguns genes associados com o sistema imune foram encontrados com maior frequência. Um desses é o gene MUC-22. Ele é responsável pela produção de mucina, uma proteína associada ao muco. Este, por sua vez, desempenha um papel importante no combate à Covid.

Os pesquisadores ainda compararam os genomas dos idosos com os de adultos de até 50 anos que tinham morrido pela Covid-19. Nesses adultos, as alterações não foram observadas.

Nos casais, sequenciamentos dos genomas também foram realizados, com resultados parecidos daqueles vistos nos mais velhos. “A gente também identificou esses genes de resistência”, afirma Vidigal.

A resposta, no entanto, ainda não é definitiva. A próxima etapa da pesquisa envolve ensaios celulares para concluir se, na prática, esses genes realmente fornecem uma resposta diferenciada frente à Covid-19.

Outro ponto diz respeito aos inúmeros fatores envolvidos no sistema imunológico de uma pessoa. Um exemplo é outra investigação, igualmente do Genoma, sobre gêmeos. Vidigal relata o caso de duas gêmeas idênticas que tiveram Covid no começo da pandemia. Depois disso, uma delas voltou a se infectar pela doença, tendo um quadro mais grave, enquanto a irmã não passou por isso.

“Na teoria, elas compartilham o mesmo DNA, então a gente esperaria uma apresentação da doença parecida, só que essa menina acabou se reinfectando e a irmã gêmea idêntica não”, explica.

O caso demonstra como, muito além da genética, diversos fatores podem influenciar a resposta imune de alguém. Tabagismo, prática de atividades físicas e alimentação são só alguns exemplos que afetam o sistema de defesa do organismo de uma pessoa. “Tudo isso acaba modulando a resposta imunológica, que é única para cada indivíduo”, explica Vidigal.

REINFECÇÕES TAMBÉM GERAM DÚVIDAS

Em novembro, a consultora Ana Carolina Oyafuço, 27, fez uma viagem de férias na Espanha. Ainda no país europeu, ela começou a sentir sintomas gripais, como dor de garganta e febre. Já de volta ao Brasil, Ana fez dois autotestes para Covid-19 -ambos com resultados positivos.

Ela não tem certeza se a infecção aconteceu na Espanha, mas suspeita que sim. “Eu cheguei numa segunda, e na terça já testei positivo”, afirma.

Ana conta que ficou ansiosa e com medo. Seu avô morreu pela doença em julho, e sequelas a preocupavam. Mas não era bem uma novidade um teste positivo de Covid -na realidade, essa era a terceira vez que a consultora tinha resultados confirmando a infecção.

Assim como com pessoas que nunca pegaram a doença, exemplos de reinfecções como de Ana intrigam cientistas, mas algumas hipóteses já indicam por que isso ocorre.

Cristina Bonorino, imunologista e professora titular da UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre), afirma que uma explicação envolve o polimorfismo, concepção de que os indivíduos apresentam respostas imunes diferentes. Pessoas com reinfecção, por exemplo, podem ter um padrão de resposta imunológica que possibilita os repetidos casos da doença.

Outra razão se relaciona à capacidade do vírus de passar por mutações. Ao ocorrer isso, o patógeno desenvolve mecanismos que podem burlar os mecanismos de defesa já adquiridos em infecções anteriores ou mesmo com a vacinação. Sendo assim, casos de reinfecção seriam mais prováveis de acontecer.

Essas duas explicações, no entanto, ainda carecem de maiores evidências. Bonorino afirma que há escassez de estudos sobre reinfecções, tanto para Covid quanto para outras doenças.

“Em geral, não fazemos esses estudos para nenhum vírus, e talvez fosse uma boa ideia programar pesquisas para todos esses vírus alvo de vacinação a fim de instrumentar políticas de saúde pública”, diz.

Governo Lula quer retomar reforma psiquiátrica e fechar ‘últimos hospícios’

0

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O governo Lula (PT) assume a gestão da saúde mental do país prometendo retomar os princípios da reforma psiquiátrica e fechar os últimos hospitais exclusivos para pacientes com transtornos psíquicos.

A ideia central da nova equipe é expandir e integrar toda a rede de serviços, principalmente as equipes de saúde da família e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial), focando as populações mais vulneráveis, como as pessoas em situação de rua.

A visão é essencialmente contrária à dos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), que frearam o financiamento de novas unidades e priorizaram estruturas para casos graves e comunidades terapêuticas para dependentes químicos, em sua maioria religiosas.

“Voltaremos ao leito do que estava sendo construído antes”, defende Helvécio Miranda, médico que assume nesta semana a Secretaria de Atenção Especializada, responsável pelo tema e subordinada à ministra Nísia Trindade. Ele já havia comandado outra secretaria nos anos de Dilma Rousseff (PT).

“Vamos fazer um diagnóstico de onde se aprofundaram os vazios assistenciais, voltar a interlocução com outras pastas como Educação e Cultura e continuar o esforço de libertar pacientes crônicos ainda em manicômios, o pior tratamento que pode ser dado além da prisão”, diz.

Habilitar centenas de Caps que já existem, mas aguardam na fila por recursos federais é a “prioridade das prioridades”, responde ele. Sanar o enorme déficit de leitos para pacientes em crise em hospitais gerais também está nos planos: “Desde que não seja manicômio, tudo é bem-vindo.”

É incerto ainda, porém, o que vai ocorrer com as tais comunidades terapêuticas, que tiveram a verba dobrada e as vagas sextuplicadas pelo finado Ministério da Cidadania de Osmar Terra (MDB). Miranda crê que a função delas foi distorcida, porém prega cautela e diz que ainda é cedo para decidir o que será feito com as mais de 700 unidades já financiadas.

Formalmente, elas são organizações sem fins lucrativos criadas para acolher usuários de álcool e drogas que escolhem estar ali e têm liberdade sobre suas decisões. Na prática, no entanto, parte é acusada de maus-tratos e violações aos direitos humanos por diferentes órgãos.

O primeiro entrave aos planos da nova gestão será, como em outras áreas, o orçamento. A saúde mental costuma abocanhar menos de 2% do orçamento do Ministério da Saúde, muito abaixo dos 6% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O valor é irrisório para tratar de um país que perde mais gente para o suicídio do que para acidentes de moto ou HIV. O total de mortes autoprovocadas dobrou nas últimas duas décadas, escancarando uma multidão de deprimidos e ansiosos impulsionada pela pandemia.

Se quiser alargar a rede, portanto, a gestão petista terá que remanejar as cifras da Saúde, em disputa acirrada desde a elaboração do Orçamento de 2023. Miranda admite que até aqui o dinheiro é insuficiente e diz que vai destrinchar os números nas próximas semanas.

Pode ajudar o fato de que, pela primeira vez, a saúde mental foi alçada a departamento -antes era uma coordenação dentro de um departamento. Segundo Arthur Chioro, que coordenou a equipe de transição da saúde de Lula, uma pessoa já foi convidada para chefiá-lo, porém ainda não confirmou.

O que foi decidido até aqui é que, abaixo dessa pessoa, haverá dois diretores, que cuidarão da operação e da expansão e avaliação da rede, mas também uma diretoria técnica colegiada de diferentes regiões do país para descentralizar as decisões.

“A guerra do governo com os estados e municípios ficou para trás”, afirma o novo secretário, que promete ainda interlocução com os conselhos nacionais de secretários de Saúde dos estados e dos municípios (Conass e Conasems).

Outros compromissos que ele assume são retomar a Conferência Nacional de Saúde Mental e a publicação de relatórios anuais com dados epidemiológicos, de administração e avaliação dos serviços.

A gestão Bolsonaro deixa a saúde mental sob duras críticas de profissionais da área pela falta de participação popular e transparência e pela publicação de portarias que, para eles, desestruturaram a rede de atenção psicossocial (Raps) -o novo ministério diz que vai criar um grupo de trabalho para analisá-las.

Na visão do psiquiatra Rafael Bernardon, que foi o coordenador nacional da saúde mental até o último dia 31, porém, a avaliação é outra. “Deixamos um arcabouço legislativo para equilibrar a rede, da atenção básica até a hospitalar”, defende.

Ele argumenta que paralisou o registro de novos Caps para “induzir o planejamento regional”, porque havia muitos pedidos sobrepostos, e diz que sofreu entraves para implantar equipes ambulatoriais e leitos por um “boicote sistemático dos estados” e “amarras ideológicas”.

“O entendimento ainda é aquele de que o único caminho possível é o Caps tradicional, não o Caps com estrutura médica maior, por exemplo. Enquanto a amarra ideológica continuar travando o sistema, não teremos no SUS o que o sistema privado oferece”, afirma ele, que agora vai se dedicar ao seu consultório particular.

O psiquiatra reconhece que a saúde mental não era tratada como prioridade no antigo governo e que, na disputa por recursos, a área nem sempre levava a melhor. “Houve aumento de serviços na rede, mas deixo alguns na fila porque não teve orçamento para habilitar em 2022.”

Até agora não houve uma troca entre a antiga equipe e a nova, e ainda restam muitas dúvidas sobre o futuro da saúde mental no Brasil. Na próxima terça (10), a equipe de transição de Lula deve divulgar um relatório específico da Saúde com mais detalhes, como fez com o relatório geral em dezembro.

Por enquanto, continua no limbo, por exemplo, um resquício sombrio dos manicômios no país: ainda é incerto o que será feito sobre os presídios e centros de custódia, abarrotados de presos com transtornos mentais sem condições mínimas de tratamento.

Anvisa proíbe venda de pomada de cabelo após casos de queimaduras nos olhos

0

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu nesta sexta-feira (6) a comercialização, fabricação, uso, propaganda e publicidade de todos os lotes dos produtos da fabricante da pomada modeladora capilar Cassu Braids. Além disso, os estabelecimentos que tenham o produto para uso em seus clientes também devem suspender sua utilização imediatamente.

A medida foi tomada após a agência reguladora ter sido comunicada pelo Instituto Municipal de Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro de casos de eventos adversos relacionados ao uso da pomada.

O produto, que é utilizado para fazer penteados, como tranças e baby hair, seria a causa de queimaduras nos olhos de pacientes atendidos na capital fluminense.

Outro motivo, de acordo com a Anvisa, é que a fabricante não está devidamente regularizada para a fabricação desses cosméticos. “A empresa Microfarma Indústria e Comércio LTDA, está com CNPJ inapto junto à Receita Federal e com a licença sanitária cancelada desde 2018”, declarou a agência.

A reportagem não conseguiu contato com a fabricante.

O órgão de vigilância sanitária do Rio já havia recomendado nesta quinta-feira (5), a suspensão imediata do uso da pomada modeladora capilar Cassu Braids. Além disso, a Secretaria de Saúde do município proibiu a venda do item.

A orientação do órgão de vigilância inclui a suspensão de outros produtos que, no Rio, são distribuídos pelo Instituto Cassulinha Cabelos Comércio e Serviço. A distribuidora se manifestou nas redes sociais, afirmando que não sabia dos casos relatados. “Estamos buscando esclarecimentos, pois isso não é algo que faz parte da nossa veracidade”, diz trecho da publicação.

A recomendação de suspender o uso do produto no Rio foi feita após 195 pessoas sofrerem queimaduras na córnea depois de ter contato com a pomada.

Os atendimentos ocorreram no período entre 26 de dezembro e 2 de janeiro, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Somente no dia 26 de dezembro, a procura por atendimento mais que dobrou no Hospital Municipal Souza Aguiar, que tem emergência oftalmológica. De 60 atendimentos em dias normais, a médica Anna Beatriz Simões disse ter atendido mais de 130 pessoas em 12 horas de plantão.

Ao longo da semana, ela afirmou ter recebido pelo menos outros 20 pacientes com os mesmos sintomas. A maioria era mulheres e crianças.

Os relatos são de dores, ardência, embaçamento e dificuldade para abrir os olhos.

Ainda segundo a médica, a recomendação, em caso de contato com o produto, é lavar em água corrente e procurar atendimento médico.

Todas as pomadas já estão proibidas em estabelecimentos no Rio. As lojas devem retirar as pomadas da exposição e venda, inclusive online, e os salões de beleza, interromper o uso da marca. Em caso de descumprimento, os produtos podem ser apreendidos e os estabelecimentos multados.

Nesta sexta-feira (6), a vigilância sanitária do município divulgou um novo comunicado reforçando a importância de comercializar e usar apenas produtos registrados na Anvisa, respeitando as instruções e o prazo de validade.

Em 13 de dezembro, a agência reguladora chegou a publicar um alerta sobre a ocorrência de cegueira temporária, entre outros efeitos indesejáveis, supostamente ocasionada por produtos para trançar e modelar cabelos comercializados no país.

Pelo site da Anvisa, é possível consultar quais produtos são regularizados e também os proibidos. Nos sistemas de informação do órgão constam, até o momento, oito notificações de efeitos indesejáveis supostamente associados a produtos para trançar e modelar cabelos.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio orientou que as suspeitas de irregularidades de empresas sejam denunciadas pelo 1746 ou pelo portal https://1746.rio.

China reabre fronteiras sob temor com novas cepas e esperança para a economia

0

PETRÓPOLIS, RJ (FOLHAPRESS) – Ao aterrissar, passageiros são recebidos por funcionários com traje de proteção completa e submetidos a testes de Covid. Quem apresenta resultado negativo é levado de ônibus a um local de quarentena, onde fica ao menos cinco dias -e onde crianças de 14 anos podem ser separadas dos pais. Mesmo liberados, viajantes são rastreados por meio de um passe sanitário digital. Diagnóstico do vírus força a estadia em um centro de detenção para doentes.

Assim é a experiência de viajar à China -ao menos era, até este domingo (8), data em que o país enfim reabre suas fronteiras internacionais. O bloqueio era um dos últimos resquícios da controversa política de Covid zero, estabelecida pelo regime no início da pandemia, em 2020, e largamente flexibilizada em dezembro passado, de forma um tanto abrupta, pouco depois de uma onda inédita de protestos.

Agora, o protocolo determina que passageiros internacionais mostrem apenas um teste de Covid com resultado negativo, obtido até 48 horas antes do embarque. A quarentena é dispensada.

A fronteira com Hong Kong também será reaberta neste fim de semana, e trens ultrarrápidos ligando a ilha e o continente voltam a operar em meados do mês -próximo ao principal feriado do país, o Ano-Novo Lunar, quando cerca de 2 bilhões de chineses devem viajar, inclusive para o exterior.

O fim das restrições a viagens se dá em meio à explosão da Covid que sucedeu o fim do rígido controle da pandemia pelo Estado -estratégia que incluía ainda confinamentos em larga escala, limites à locomoção e testes frequentes. Autoridades deixaram de divulgar dados detalhados de infecções, mas a empresa britânica Airfinity Daily estima que a China registre hoje cerca de 2,5 milhões de casos e 16 mil mortes por dia. O regime afirma que o total de óbitos pela doença, desde 2020, é de 5.259.

O apagão de dados não impediu que relatos de caos no sistema de saúde tenham inundado a imprensa ocidental nas últimas semanas: médicos foram forçados a trabalhar mesmo quando infectados, unidades de saúde estão lotadas, funerárias e crematórios tiveram aumentos na demanda.

A situação é especialmente preocupante para idosos -só dois terços daqueles com mais de 60 anos estão vacinados com a dose de reforço. Os imunizantes chineses, baseados na tecnologia de vírus inativado, também geram imunidade menor em comparação aos de RNA mensageiro desenvolvidos no Ocidente -e não adotados por Pequim.

Enquanto isso, países como EUA, França, Reino Unido e Israel começaram a impor restrições à entrada de turistas chineses -algo classificado de “simplesmente irracional” por Pequim, mas de compreensível pela OMS. Isso porque cresce o temor do surgimento de novas variantes, uma vez que altas taxas de transmissão do vírus aumentam o risco de troca de material genético entre as cepas, segundo lembra o infectologista Plínio Trabasso, professor da Unicamp.

Ainda assim, o anúncio da reabertura das fronteiras foi recebido com entusiasmo pelo setor econômico. Ronnie Lins, diretor do Centro China-Brasil, vê a situação como oportunidade de fortalecer o mercado global, que hoje sofre com recessão e desemprego em muitas economias importantes e com altas generalizadas de preços.

Com a metáfora do gigante asiático como “motor do mundo”, Lins afirma que a retomada da produção fabril aumenta a demanda por commodities, o que beneficiaria emergentes como o Brasil. Além disso, a regularização da oferta de insumos promete estabilizar diversos setores.

Pesquisadora da Universidade Fudan, em Xangai, Karin Vazquez lembra que a reabertura dá a Pequim a oportunidade de reerguer a própria economia em um momento geopolítico instável. Ela conta que o período da Covid zero levou ao menor índice de confiança dos investidores em uma década e que entre 10% e 15% das empresas estrangeiras saíram do país. O PIB chinês cresceu próximo de 3% no ano passado, quando a meta oficial de 5,5% -um tombo de cerca de US$ 500 bilhões.

Para Vazquez, o fim do isolamento ainda pode ajudar a resgatar a imagem do país no mundo, em certa maneira fortalecendo o Partido Comunista e o líder Xi Jinping, que recentemente confirmou um inédito terceiro mandato. “Mas tudo dependerá de como o vírus irá evoluir e da capacidade de resposta da China.”

Nesse sentido, há três cenários possíveis. O primeiro, otimista, é de que a alta de casos e mortes observada agora seja pontual e que até o segundo trimestre a situação se estabilize, com benefícios para os mercados local e global -e diretamente para Xi.

O segundo, mais realista, prevê quase 1 milhão de mortes em decorrência do coronavírus -o prognóstico foi divulgado no mês passado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong e é próximo ao de um modelo publicado na revista Science. A cifra, que representa 0,07% da população total do país, faria a China se aproximar dos EUA, líder mundial no ranking, em número de vítimas.

“É o país mais populoso do planeta, e se mesmo 1% das pessoas morrerem é uma escala obscena. Não podemos naturalizar isso”, diz o infectologista Jamal Suleiman, do Hospital Emílio Ribas.

Na ponta econômica, Alicia Garcia-Herrero, economista-chefe para Ásia-Pacífico do banco de investimentos Natixis, pondera que impactos maciços nas cadeias de suprimentos dependentes da China só se dariam caso a comoção pelas mortes provocasse nova mobilização popular de grande proporção.

Mas isso é pouco provável, dada a história recente chinesa, segundo Maurício Santoro, cientista político e professor de relações internacionais da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). A mero título de comparação, estima-se que o Grande Salto para a Frente, plano de Mao Tse-tung para acelerar a industrialização no final dos anos 1950, e a Revolução Cultural, que buscava eliminar desvios burgueses entre as décadas de 1960 e 1970, tenham resultado na morte de até 40 milhões de chineses.

Por fim, o terceiro panorama imagina que a alta taxa de transmissão na China hoje leve ao surgimento de uma nova cepa alarmante. Ela não seria mais agressiva por si só, já que, como lembra Suleiman, a tendência evolutiva dos vírus é de cada nova mutação diminuir sua letalidade, uma vez que dependem de seus hospedeiros para sobreviver.

Mas a variante poderia tanto ter mais capacidade de infecção quanto, na pior das hipóteses, escapar às vacinas atuais. “Se isso ocorrer, toda essa parede [de proteção] poderia desmoronar”, diz. “A China deixa todos em alerta para detectar o mais precocemente possível qualquer anormalidade.”

O problema é que um regime totalitário, sem opositores políticos ou liberdade de expressão, dificulta a divulgação de informações desse tipo. “Essa pandemia é, entre outras coisas, um raio-X dos problemas sociais e políticos de cada país. Na China, essa questão é o autoritarismo, que potencializa os efeitos negativos da resposta inadequada à Covid”, diz Santoro.

“Pode ser que a situação por lá fique grave o suficiente para o regime chinês pedir ajuda internacional. Mas será que isso vai acontecer realmente? Ou as autoridades vão tentar mascarar esses dados e continuar se apegando a um nacionalismo vacinal?” São as questões políticas que, desde 2020, dificultam o combate à pandemia.