O ex-presidente do Peru, Alan García, está internado depois de ter atirado contra a própria cabeça diante de uma ordem de prisão preventiva emitida pela Justiça, confirmou o advogado do ex-líder, Erasmo Reyna. García, de 69 anos, foi levado para o hospital Casimiro Ulloa, que confirmou que a causa da internação foi um ferimento na cabeça.
Policiais também confirmaram à agência Reuters que o ex-líder peruano tentou suicídio. García é um dos dos quatro ex-chefes de Estado do país investigados sob a acusação de terem recebido suborno da construtora brasileira Odebrecht. A Justiça havia ditado sua prisão preventiva por dez dias.
— Nesta manhã ocorreu este lamentável acidente: o presidente tomou a decisão de atirar em si mesmo — destacou a jornalistas o advogado Erasmo Reyna, na porta do Hospital de Emergências Casimiro Ulloa, em Lima.
O secretário pessoal de García, Ricardo Pinedo, confirmou que o ex-presidente entrou em seu quarto depois de ser informado que um promotor batia à porta de sua casa, informou o jornal “La Republica”, de Lima. A situação do ex-presidente “é delicada”, segundo o advogado.
— Neste momento, ele está sendo operado. Rogamos a Deus que lhe dê força — ressaltou Erasmo Reyna.
A ordem judicial de detenção desta quarta-feira também afeta o ex-ministro de Transportes Enrique Cornejo, Luis Nava, seu filho José Antonio Nava, Miguel Atala, seu filho Samir Atala, Oswaldo Plasencia Contreras, Jorge Menacho e Raúl Antonio Torres.
Além de García, que governou o país por dois mandatos, o último de 2006 a 2011, a investigação sobre subornos da Odebrecht no Peru envolve também os ex- presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018). Todos estão sob investigação do Ministério Público peruano. Kuczynski foi preso preventivamente por dez dias no início deste mês.
Todos estão sob investigação do Ministério Público peruano. Toledo, que supostamente recebeu US$ 20 milhões da empreiteira pela construção de uma rodovia, vive nos Estados Unidos.