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Biden chega a Israel e diz que explosão em hospital ‘parece obra do outro lado’

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em demonstração de apoio a Israel na guerra contra o grupo terrorista Hamas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarcou nesta quarta-feira (18) em Tel Aviv e afirmou que as mortes provocadas pela explosão em um hospital na Faixa de Gaza, ocorrida na véspera, parecem ter sido obra “do outro lado” (“other team”, na expressão original usada por Biden).

O americano se referia à acusação feita por Israel de que o hospital foi atingido por um foguete da facção Jihad Islâmico -segundo o Ministério da Defesa israelense, um dos artefatos disparados pelo grupo explodiu antes de chegar ao destino, no território vizinho. A organização armada refuta a alegação.

“Com base no que eu vi, parece que [a explosão] foi causada pelo outro lado”, disse Biden. “Mas há muitas pessoas por aí que não têm certeza [sobre a autoria do disparo]. […] Israel tem um conjunto de valores semelhantes aos dos EUA e de outras democracias, e eles estão olhando para o que vamos fazer.”

A explosão no hospital na Cidade de Gaza, a mais populosa da faixa homônima, deixou ao menos 500 pessoas mortas nesta terça (17), segundo o Ministério da Saúde local. Membros da pasta acusam Israel de direcionar o ataque à unidade, que estava superlotada de pacientes e pessoas que buscavam abrigo.

O episódio já teve consequências regionais -foi cancelada a reunião marcada na Jordânia nesta quarta para amainar as tensões regionais, encontro que contaria com os líderes de Egito, EUA e Autoridade Palestina. A chancelaria em Amã disse que seria “inútil qualquer conversa sobre assuntos que não sejam colocar um ponto final na guerra”.

O Hamas criticou as declarações de Biden. Em comunicado, a facção acusa Washington de ser “cúmplice” do que chamou de massacres em Gaza e afirma que o governo americano é “cegamente tendencioso” em relação ao conflito no Oriente Médio.

Antes da explosão no hospital, as autoridades de saúde em Gaza disseram que pelo menos 3.000 pessoas haviam morrido nos bombardeio de 11 dias lançados por Israel, que começou após um ataque do Hamas em 7 de outubro, no qual 1.300 pessoas foram mortas em território israelense e cerca de 200 foram levadas para Gaza como reféns.

Maior aliado de Tel Aviv, Biden chegou a Israel para mostrar solidariedade e discutir a guerra. Descendo do avião acompanhado de um grande contingente de segurança, Biden abraçou o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente Isaac Herzog no pátio do aeroporto.

Após aterrissar em Tel Aviv, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que as “atrocidades do Hamas fazem o Estado Islâmico parecer mais racional” e que “asseguraria que Israel tenha o necessário para se defender”.
Biden afirmou que o Hamas matou mais de 1.300 pessoas, incluindo ao menos 31 cidadãos americanos.

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Putin diz esperar que ‘tragédia’ em hospital de Gaza leve a negociação

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(FOLHAPRESS) – No fim da tarde desta quarta-feira (18) em Pequim (início da manhã no Brasi), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concedeu entrevista coletiva, abordando a reunião de três horas que teve com o líder chinês, Xi Jinping. “Não se pode contar tudo”, disse, acrescentando porém que os conflitos em Gaza e na Ucrânia foram tratados “em detalhe”.

“É uma catástrofe”, afirmou, sobre o que também chamou de “tragédia” no hospital em Gaza, com mais de 500 vítimas. “Espero que seja um sinal de que este conflito deve terminar o mais rapidamente possível. Deverá conduzir ao início de algum tipo de contato e negociação”, afirmou o líder russo, que iniciou e trava uma guerra com a Ucrânia desde fevereiro de 2022, sem perspectiva de solução.

O ministério chinês do exterior soltou nota no início da noite de quarta, sobre o que chamou de “desastre humanitário” no hospital, condenando os responsáveis, sem nomeá-los.

Em relação à Ucrânia, Putin falou na coletiva que a Rússia será capaz de repelir os mísseis americanos ATACMS que começaram a ser usados nesta semana. Qualificou a entrega do armamento como “erro” dos EUA. “Em primeiro lugar, é claro, causa danos e cria uma ameaça adicional”, disse. “Em segundo lugar, é claro que seremos capazes de repelir esses ataques.”

O início do encontro bilateral foi aberto às câmeras, inclusive a rede chinesa CCTV, que mostrou a fala de Xi. Ele afirmou que “a confiança política mútua entre os dois países está se aprofundando continuamente”, com “uma coordenação estratégica próxima e eficaz”.

Xi também disse que “o volume do comércio bilateral atingiu uma máxima histórica, que está avançando em direção à meta de US$ 200 bilhões estabelecida pelas duas partes”.

Na coletiva, Putin disse que foi abordada a agenda bilateral em economia, finanças e no “trabalho conjunto nas organizações internacionais”, acrescentando que Moscou e Pequim estão perto de fechar um acordo de cooperação.

A reunião dos dois no Grande Salão do Povo contou num primeiro momento com outros integrantes dos governos chinês e russo, sendo seguida pela conversa mais restrita entre Xi e Putin.

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SIPROSEP – Edital de convocação para Assembleia Extraordinária

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Siprosep/Foto: Divulgação

Pelo presente edital, em conformidade com as funções estatutárias do Sindicato dos Profissionais dos Servidores Públicos Municipais SIPROSEP, a Presidente ELAINE FONTES LEÃO, convoca os servidores públicos associados ou não para a assembleia geral extraordinária presencial a ser realizada no dia 23/10/2023, na sede deste sindicato, situado na Avenida José Alves de Azevedo, 213, às 17h em primeira convocação e às 18em segunda convocação em qualquer número, com aseguintes pautas: 1 – Piso salarial do Magistério; 2 – Piso salarial dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias; 3 – Piso salarial da Enfermagem; 4 – Debate e deliberações sobre acordos não cumpridos pela gestão municipal.

Homem é assassinado no Parque São Benedito

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Foto: Reprodução

Na noite desta terça-feira (17), um homem identificado como José Carlos Mendonça de Souza Junior, de 29 anos, foi assassinado na Travessa Luiz Martins, localizada no Parque São Benedito, em Campos.

Um motoboy de 39 anos, identificado como Luiz Maurício, também foi alvejado e socorrido para o Hospital Ferreira Machado (HFM).

Conforme informações da Polícia Militar, José Carlos enfrentou uma tentativa de homicídio no dia 13 de agosto, ocorrida na Tapera 2. Naquela ocasião, ele jurou vingança contra os suspeitos do crime, supostos traficantes locais, após ser expulso de sua padaria e residência na Tapera. No dia 13 de outubro, dois meses depois, José Carlos teria tentado assassinar outro traficante que o havia expulsado do bairro onde morava e trabalhava.

Entretanto, os traficantes, ao tomar conhecimento da ameaça, deslocaram-se até o Parque São Benedito na noite de ontem, a bordo de um veículo branco, onde conseguiram localizar a vítima. Os criminosos abriram fogo várias vezes contra ele, resultando em seu óbito. O motoboy, Luiz Maurício, que se encontrava em uma lanchonete nas proximidades do local do crime, foi ferido no braço.

A Polícia Militar foi acionada, mas não conseguiu localizar os suspeitos. As investigações desse homicídio estão sob responsabilidade da 134ª Delegacia de Polícia do Centro, onde o caso foi registrado.

Cinco instituições particulares concentram 27% dos alunos de graduação do país

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(FOLHAPRESS) – Cinco instituições particulares concentram 27% de todos os alunos do ensino superior no Brasil. Dos 9,4 milhões de matriculados nos cursos de graduação do país no ano passado, mais de 2,5 milhões estudavam nessas entidades.

Juntas, elas detêm mais alunos do que todas as 312 instituições públicas de ensino superior do país, que atualmente possuem 2,07 milhões de estudantes.

É a maior concentração de matrículas em poucas instituições já registrada, segundo dados do Censo do Ensino Superior 2022. Para especialistas, a flexibilização das regras para a abertura de cursos a distância beneficiou sobretudo os grandes grupos educacionais.

É exatamente no ensino a distância que as cinco maiores possuem mais matrículas. Dos 2,5 milhões de alunos da Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera (do grupo Cogna), Centro Universitário Leonardo da Vinci, Universidade Cesumar, Universidade Estácio de Sá e Universidade Paulista somam mais de 2,3 milhões de alunos em cursos a distância, ou 91% do total de seus estudantes.

“O setor privado pressionou o poder público a fragilizar cada vez mais a regulação para a expansão do ensino a distância.

As regras mais flexíveis favoreceram a concentração do ensino superior, porque os grupos, que já eram grandes, conseguiram oferecer cursos a custos cada vez mais baixos e se fortaleceram”, diz Leandro Tessler, professor da Unicamp e especialista em ensino superior.

A reportagem procurou as cinco universidades, mas apenas a Unip respondeu. A vice-reitora de administração da instituição, Claudia Andreatini, disse que a qualidade dos cursos a distância é a mesma dos presenciais.

“O EaD [ensino a distância] permitiu a democratização do acesso ao ensino superior, com essa modalidade nós conseguimos levar a Unip para todos os estados brasileiros. Temos uma enorme preocupação com a qualidade do ensino, que é mantida porque desenvolvemos um material muito bem elaborado que é utilizado em todo o país”, disse.

A concentração em poucas instituições privadas se intensificou nos últimos anos com uma série de mudanças na legislação que tornou mais fácil a abertura de cursos a distância. Em 2012, por exemplo, 29 instituições de ensino concentravam esse mesmo percentual de 27% dos estudantes em graduação. O número foi caindo ano após ano até chegar a cinco em 2022.

Em 2012, essas mesmas instituições concentravam 12% das matrículas de graduação do país, com pouco mais de 700 mil estudantes. Ou seja, elas mais do que triplicaram o número de alunos neste período.

A maior concentração verificada se dá a partir de 2017, após um decreto do governo Michel Temer (MDB) dar autonomia para as instituições de ensino abrirem até 250 polos de ensino a distância sem a necessidade de aprovação pelo Ministério da Educação, como ocorria antes.

Em apenas um ano após a regulação ser afrouxada, o número de polos mais do que dobrou no país -saltando de 6.583 para 15.394.

“Como se tornou fácil, rápido e barato abrir cursos na modalidade a distância, essas faculdades apostaram no modelo para ampliar o número de alunos e chegar a todos os cantos do país. O problema é que o país não há mecanismos para exigir qualidade desses cursos”, diz Maria Angélica Minhoto, professora do departamento de Educação da Unifesp.

O Censo não traz dados sobre a qualidade dos cursos de graduação, mas algumas informações dão indicativo importante sobre como ocorre a oferta dos cursos. Essas cinco universidades têm, por exemplo, uma proporção de alunos por professor muito superior à média do país.

A Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera, que concentra a maior fatia de matrículas, tem uma média de 1.325 alunos por professor nos cursos a distância -enquanto a média do país nessa modalidade é de 171 alunos por docente. A instituição praticamente triplicou o número de alunos de 2012 a 2022 (passando de 202 mil para 693 mil), mas reduziu o quadro docente (de 708 para 523).

Já o Centro Universitário Leonardo da Vinci tem 2.594 alunos para cada professor. Com 669 mil estudantes, a instituição conta com 258 docentes.

“A modalidade a distância não é ruim, o problema é a forma como foi implementado sem que fossem determinados critérios mais rígidos para garantir a qualidade. Como ofertar um ensino de qualidade com tão poucos professores? Como um docente consegue acompanhar o aprendizado de mais de 2.000 alunos?”, disse Tessler.

Na semana passada, quando os dados do Censo foram divulgados, o ministro da Educação, Camilo Santana, classificou como “alarmante e desafiador” o avanço de cursos a distância no país. Ele disse ter preocupação com a qualidade do ensino ofertado nessa modalidade e prometeu que o governo irá rever os critérios de regulação.

O ministro destacou ainda especial preocupação com o predomínio do ensino a distância nas licenciaturas.

Dados do Censo do Ensino Superior mostram que 64,4% dos concluintes em licenciaturas estudaram à distância. Essa proporção quase dobrou em uma década, em relação aos 33,8% registrados em 2012. Para comparação, 15% dos graduados em cursos de bacharelado no ano passado fizeram a modalidade a distância.

Um levantamento do Todos pela Educação analisou dados do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) e verificou a queda de qualidade dos cursos a distância de formação de professores nos últimos anos. Dos 15 cursos analisados, 9 tiveram redução na nota média do exame. Todos também têm notas menores do que os cursos presenciais.

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Dos 9,4 milhões de matriculados nos cursos de graduação do país no ano passado, mais de 2,5 milhões … 

SJB decreta luto de três dias pela morte do vereador Franquis Arêas

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

O município de São João da Barra decreta luto oficial de três dias em razão do falecimento do vereador Franquis Arêas, ocorrido na noite desta terça-feira, 17.

A prefeita Carla Caputi, em nome de todos os munícipes, se solidariza e externa os votos de pesar a familiares e amigos desta liderança política, que por quatro mandatos consecutivos representou a população sanjoanense, em especial do quinto distrito, no Legislativo Municipal.

O vereador Franquis deixa como legado uma trajetória vitoriosa na vida pública e um exemplo de dedicação e serviços prestados à sua terra e à sua gente. Que Deus possa confortar o coração de todos nesse momento de profunda dor e tristeza.

 

Fonte: Ascom SJB

Filha de 15 anos incendeia casa da mãe: "Vai dormir no inferno agora"

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma adolescente de 15 anos foi apreendida por suspeita de agredir a mãe e incendiar a casa dela. O caso ocorreu no bairro São Vicente, em Picos, no Piauí, no último sábado (14).

A adolescente gravou o incêndio, que teve início em um colchão e rapidamente se espalhou por outros objetos. “Ela vai dormir agora é no inferno. Quero ver se ela tem cama para dormir agora”, diz a jovem na gravação enviada para parentes e, posteriormente, divulgada nas redes sociais.

Em outro vídeo, registrado do lado de fora da residência, a jovem reitera. “Olha aí, para ela aprender. Toquei fogo mesmo”.

Segundo informações da Polícia Civil do Piauí, a mãe da adolescente prestou depoimento em que relatou ter sido vítima de agressões cometidas pela própria filha na sexta-feira (13).

Na ocasião, a mulher, identificada como Girlene, disse que foi agredida com chutes, puxões de cabelo e mordidas, e que deixou a residência com a filha mais nova, que tem 8 anos, e foi para a casa de uma irmã na zona rural da cidade.

DISCUSSÃO TERIA MOTIVADO AÇÃO DA JOVEM

A mãe também contou aos policiais que a adolescente seria usuária de drogas e que naquela sexta-feira elas haviam discutido pelo fato de Girlene não aceitar o namoro da jovem.
No dia seguinte, a suspeita colocou fogo no imóvel em que a mãe morava de aluguel. O dono da casa acionou o Corpo de Bombeiros para apagar as chamas.

Em entrevista ao Portal ClubeNews, a mãe da jovem disse ter perdido tudo. “Só tenho meu documento, que estava numa bolsinha quando saí de casa, minha filha mais nova e a vida”.
De acordo com a polícia, no momento da apreensão a jovem estava “agressiva” e teve que ser algemada. Ela foi levada para o Complexo de Defesa da Cidadania de Picos.

O caso é investigado pela Polícia Civil do Piauí, que aguarda o resultado do laudo pericial realizado na casa para dar prosseguimento às investigações.

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O caso ocorreu no bairro São Vicente, em Picos, no Piauí 

Sinagoga e centro comunitário judaico são atacados em Berlim

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Uma sinagoga e um centro comunitário judaico em Berlim foram atacados com coquetéis molotov no fim da manhã desta quarta-feira (18). Segundo a polícia local, não foram registradas vítimas nem danos materiais.

O ataque aconteceu  no bairro de Mitte, no centro da cidade. A polícia tinha agentes destacados na área por razões de segurança, mas não conseguiu interceptar os agressores.

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos acontecimentos, que foram condenados pela comunidade judaica e pelo governo alemão.

“O antissemitismo não tem lugar na Alemanha”, garantiu o chanceler alemão, Olaf Scholz, em uma reação ao ataque. “Estes ataques são desumanos e não podem ser tolerados”, disse ele.

A embaixada de Israel na Alemanha também condenou o ataque, afirmando que “confia que as forças de segurança alemãs tratarão este caso com a maior severidade”.

O ataque aconteceu pouco depois de terem sido registrados confrontos entre a polícia e manifestantes pró-Palestina em várias zonas de Berlim. No fim de semana passado, uma manifestação celebrou o “massacre de israelenses”, na sequência do ataque-surpresa realizado pelo grupo  Hamas em Israel no dia 07 de outubro.

A manifestação gerou indignação na Alemanha e levou o governo a suspender manifestações com slogans antissemitas e de incitação à violência.

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Homem exonerado após 16 anos de prisão é morto a tiros por policial nos

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Um homem que foi exonerado após 16 anos de prisão por um crime que não cometeu foi morto a tiros por um policial nos Estados Unidos, na manhã desta quarta-feira (18).

O caso aconteceu na rodovia Interstate-95, no condado de Camden, no sudeste da Geórgia. A vítima, Leonard Allan Cure, de 53 anos, estava a caminho de casa depois de visitar a mãe.

Cure foi parado pela polícia por volta das 7h30 da manhã (horário local). Segundo a investigação preliminar, o homem saiu do carro e seguiu as instruções do policial, mas começou a se agitar quando percebeu que seria preso.

O policial tentou usar um taser para imobilizar o homem, mas ele começou a agredi-lo. O agente também usou o bastão, mas acabou atirando fatalmente contra o suspeito.

Cure foi exonerado em 2020 pela Unidade de Revisão de Condenações do Gabinete do Procurador do Estado de Broward. Ele havia sido condenado a prisão perpétua em 2003 por um assalto à mão armada a uma farmácia.

A polícia está investigando o caso.

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Homens são presos suspeitos de integrarem quadrilha especializada em roubo de cargas na BR-101

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Foto: Divulgação Polícia Civil

Nesta terça-feira (17), uma operação conjunta entre os policiais civis da 134ª Delegacia de Polícia de Campos e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) resultou na prisão de um trio suspeito de pertencer a uma organização criminosa especializada em roubos de cargas na BR-101.

Conforme informações da Polícia Civil, os agentes já estavam monitorando atentamente as atividades dessa quadrilha, que tinha atuação nos municípios de Silva Jardim e Rio Bonito. Após a realização dos roubos, os criminosos costumavam trazer os veículos roubados juntamente com a carga para a cidade de Campos.

Na manhã de terça, os policiais receberam informações sobre um novo roubo de caminhão. Através de uma análise de inteligência, um dos suspeitos, conhecido como “CUMPRIDO”, foi avistado por volta das 7h no Posto Paradão, no KM 80 da BR-101, em Ibitioca. Ele estava ao lado de um veículo VW FOX vermelho, que estava acompanhado do caminhão recém-roubado.

Após um curto período de observação, o suspeito entrou no veículo, partiu e, logo depois, retornou para fazer contato com o motorista que permanecia no caminhão. Posteriormente, todos saíram do posto, incluindo o caminhão roubado, o veículo FOX e outro veículo do tipo UNO. As equipes policiais seguiram e perseguiram cada um dos veículos, conseguindo abordá-los e prender os integrantes da quadrilha.

A vítima do roubo compareceu à Delegacia de Tanguá, onde reconheceu as roupas usadas por um dos cúmplices que estava dentro do caminhão roubado, depois de ter trocado de vestimenta na tentativa de disfarçar sua identidade.

Diante dos fatos, o trio foi preso e permanece sob custódia, à disposição da justiça.

O momento em que hospital em Gaza é atingido por ataque aéreo

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Um vídeo que mostra o momento em que o hospital Al-Ahly Arab, na Faixa de Gaza, foi atingido por um ataque aéreo foi divulgado na rede social X (Twitter). Pelo menos 500 pessoas morreram no ataque, que causou ainda centenas de feridos.

O ataque foi condenado por vários líderes e entidades mundiais, que o classificaram de “horrível”, “brutalidade sem precedentes” e “um crime de guerra selvagem”.

O alto representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, exigiu que se esclareça claramente a responsabilidade pela explosão. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “horrorizado” com o assassinato de centenas de civis palestinos no ataque a um hospital em Gaza.

Por sua vez, o presidente dos EUA, Joe Biden, expressou “as suas mais profundas condolências pelas vidas inocentes perdidas na explosão”.

O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, recusou de imediato a responsabilidade do ataque e salientou que “foram terroristas bárbaros” que cometeram o crime. “Após verificação cuidadosa”, o Exército de Israel reforçou a ideia de que a explosão no hospital de Gaza não foi causada por fogo israelense, mas por foguetes da Jihad Islâmica, que negou as acusações.

O hospital servia de abrigo a famílias na sequência de contínuos bombardeios israelenses em Gaza. A maior parte dos feridos são mulheres e crianças.

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As imagens do horror e brutalidade do ataque a hospital em Gaza

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As imagens mostram a dura realidade vivida após o ataque ao hospital Al Ahli, na terça-feira, na Faixa de Gaza. 

As autoridades de saúde do território controlado pelo grupo Hamas disseram que o ataque provocou pelo menos 500 mortos. No entanto, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla inglesa) disse que não conseguiu contabilizar o total de vítimas. 

O ataque foi condenado por vários líderes e entidades mundiais e foi apelidado de “horrível”, “brutalidade sem precedentes” e “um crime de guerra selvagem”. O hospital servia de abrigo a famílias na sequência de contínuos bombardeios israelenses em Gaza. A maior parte dos feridos são mulheres e crianças.

Israel negou ter sido responsável pela explosão no hospital situado no norte de Gaza, que atribuiu à milícia palestina Jihad Islâmica.

Alertamos que as imagens, embora não contenham conteúdo explícito ou com violência gráfica, podem ferir as suscetibilidades dos leitores mais sensíveis.

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Homem morre afogado durante batismo e ninguém percebe

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Um homem de 61 anos morreu durante uma cerimônia de batismo, ao afogar-se em uma piscina infantil, sem que convidados e pastor percebessem o que havia acontecido.

Robert Smith ficou boiando de cabeça para baixo por quase 5 minutos, sem que ninguém percebesse que ele estava inconsciente.

A cerimônia religiosa foi realizada no quintal de um salão de beleza, em Birmingham, Reino Unido.

O homem, que sofria de Parkinson, aparece boiando, enquanto a pastora cristã Cheryl Reid-Bartley continua a rezar e a cantar. Segundo o jornal Daily Mail, o homem conseguiu manter a cabeça fora da piscina por dois minutos, com esforço, e depois submergiu.

Cerca de 12 pessoas estavam presentes na cerimônia, segundo o Daily Mail. O evento foi transmitido ao vivo no Facebook e as imagens mais tarde mostraram o homem já morto na piscina, mas foram posteriormente excluídas das redes sociais.

Os serviços de emergência médica foram chamados ao local depois das 13h30 (horário local), de domingo. O homem foi submetido a manobras de reanimação, mas acabou sendo declarado morto no local.

O homem, natural da Jamaica, morava há 25 anos no Reino Unido.

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Obras de acesso a Congonhas devem começar no segundo semestre de 2024

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As obras várias para tentar amenizar o impacto para quem chega de carro ao aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, devem começar no segundo semestre de 2024.

A informação foi dada por Santiago Yus, diretor-presidente da Aena, empresa espanhola que assumiu a concessão de Congonhas nesta terça-feira (17), em entrevista coletiva no aeroporto.

O início das operações ocorreu em uma manhã chuvosa e com trânsito pesado na chegada ao aeroporto. O engenheiro João Antônio Nunes Gouveia, 32, que embarcaria no início da tarde para o Rio de Janeiro, disse que foi impossível chegar ao local com antecedência e conta que levou cerca de 20 minutos entre as avenidas 23 de Maio e Washington Luís, no entorno de Congonhas.

“Eu via os aviões passarem baixo em cima do Uber, e a gente não chegava”, disse o passageiro, que também reclamou de ter tomado chuva ao descer do carro de aplicativo.

Sem ainda mostrar um projeto, que deve ser apresentado até o fim do ano à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), com as mudanças na infraestrutura interna e externa do aeroporto, Yus afirmou que será feito um novo local para embarque e desembarque por carros de aplicativo -60% dos passageiros usam esse meio de transporte para chegar ou sair de Congonhas.
A Aena afirma que já está em negociações com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para mudanças viárias no entorno.

O acesso aos carros de aplicativo no piso inferior do aeroporto é confuso e sem orientação, tanto de trânsito como para passageiros. No início da tarde desta terça, a professora Verônica Souza Lima, 27, reclamava dos motoristas que cancelavam a corrida quando o aplicativo mostrava que estavam próximos de onde ela esperava.

“Acho que eles não me encontram aqui por causa dessa confusão e desistem, dá até raiva”, afirmou.

Por volta das 13h, um agente da CET observava o entra e sai de carros e passageiros que passavam entre eles para tentar identificar o motorista certo, mas sem organizar o trânsito.

Outras obras estruturais devem ser feitas em até 60 meses. Entre elas estão a construção de um novo terminal e a ampliação da sala de embarque remoto, usada por passageiros que chegam aos aviões de ônibus.

O número de pontes de embarque deve passar de 12 para 20 com a construção do novo terminal. Juntos, o terminal atual e o novo, que serão integrados, devem somar 80 mil metros quadrados.

As mudanças no acesso viário são consideradas de curto prazo, e a estimativa é que fiquem prontas em 2026.

Congonhas faz parte de um lote com 11 aeroportos arrematado pela Aena. A expectativa é investir R$ 3 bilhões em todos eles. Para o ano que vem estão previstos R$ 150 milhões em gastos nos 11 aeroportos, em obras como as de mudança viária em Congonhas.

PRIMEIRO DIA

O primeiro voo a chegar a Congonhas sob a gestão privada veio de Recife. O avião da Gol pousou em São Paulo às 6h03 desta terça. A primeira decolagem, um voo da Azul com destino a Belo Horizonte, ocorreu às 6h09.

Mesmo com a chuva, Kleber Meira, novo diretor do aeroporto, afirmou que houve 95% de regularidade nos pousos e decolagens e o mesmo percentual de pontualidade. Até as 9h, 94 voos haviam chegado ou partido de Congonhas, com 14 mil passageiros. Para esta terça estão previstas 590 operações no aeroporto.

No saguão, passageiros reclamavam do novo painel de informações de voos, difícil de enxergar. Questionado, Yus admitiu que a concessionária terá de melhorar o serviço.

Como uma espécie de cartão de visitas, vários luminosos em verde destacam a marca da empresa espanhola com a informação de que assumiu o aeroporto.

Desde segunda (16), passageiros podem fazer consultas sobre seus voos no site da Aena, e não mais no portal da Infraero, estatal que administrou o aeroporto até então.

O início das operações ocorreu em uma manhã chuvosa e com trânsito pesado na chegada ao aeroporto… 

Governo gasta R$ 575 mi na compra de três remédios para doenças raras por ordens judiciais

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OSASCO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde gastou, em 2022, cerca de R$ 1,1 bilhão com a compra direta de medicamentos por ordens judiciais. Mais da metade (53,25%) desse total (R$ 575 milhões) diz respeito a três remédios para doenças raras.

O líder da lista é o atalureno, vendido sob o nome Translarna. Foram R$ 257 milhões gastos com a judicialização do medicamento, que trata a distrofia muscular de Duchenne (DMD). Essa condição genética causa fraqueza muscular progressiva e afeta 1 em cada 3.500 a 5.000 meninos, os principais afetados, nascidos vivos.

O segundo maior gasto foi de R$ 216 milhões, com o Soliris (eculizumabe), usado no tratamento de duas doenças do sangue, hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) e síndrome hemolítica urêmica atípica (Shua). A incidência anual da HPN é de 1,3 novo caso por milhão de indivíduos, enquanto a da Shua é de 0,5 caso por milhão.

O Zolgensma (onasemnogene abeparvovec-xioi), usado no tratamento de atrofia muscular espinhal (AME), é o terceiro colocado, com R$ 101 milhões. O medicamento é considerado o mais caro do mundo. Cada dose única custa até R$ 6,9 milhões para o governo. A AME causa perda progressiva dos movimentos e tem incidência de 1 em cada dez mil bebês nascidos vivos.

Os R$ 6,9 milhões correspondem à atualização mais recente do preço médio de venda ao governo (PMVG) com o menor imposto aplicável (ICMS de 12%, que é a taxa em São Paulo e Minas Gerais). O PMVG é o teto de preço para todos os medicamentos adquiridos por ordens judiciais.

Uma caixa de Soliris sob o menor ICMS custa R$ 21 mil ao governo. Nas mesmas condições, o PMVG da menor dosagem disponível (125 mg) de Translarna é de R$ 17 mil.

Em dezembro de 2022, o Ministério da Saúde decidiu incorporar o Zolgensma ao SUS para pacientes de AME tipo 1, a forma mais grave em crianças. A pasta anunciou um acordo com a Novartis, fabricante do medicamento, e definiu um pagamento parcelado em cinco anos. A empresa só receberia o valor completo se o tratamento atingisse os resultados esperados.

O acordo previa, no máximo, a aquisição de 250 tratamentos nos dois primeiros anos e o fornecimento de 40 adicionais sem custo ao governo. O valor proposto para a incorporação foi de R$ 5,7 milhões.

Nove meses depois, o Zolgensma ainda não está disponível no SUS. O ministério disse à Folha de S.Paulo que a gestão passada não formalizou o acordo, mas que agora está em andamento. Não há prazo definido para fornecimento do remédio.

Por enquanto, a saída é pela Justiça. O Instituto Nacional da AME (Iname) -associação de pacientes e familiares- defende que a incorporação seja concluída para diminuir a judicialização. “O Ministério da Saúde está em débito com a comunidade AME”, diz Juliane Arndt de Godoi, diretora da entidade.

Outros dois medicamentos para tratamento da AME estão incorporados ao SUS, mas só o Zolgensma é aplicado em dose única. A longo prazo, o custo das demais opções pode ser até maior.

Maria Sofia, 3, tem AME tipo 2 (intermediária) e recuperou boa parte dos movimentos após tomar o Zolgensma. A mãe, Renata Santana, 27, e o pai, Francisco Daniel, 28, conseguiram uma decisão judicial para receber o medicamento.

A menina recebeu a dose única pouco depois de completar dois anos. Ela tinha atrofia dos braços e das pernas, engolia com dificuldade e usava um respirador. Hoje, ainda precisa de cadeira de rodas, mas consegue engatinhar, nadar com auxílio de boias e ficar em pé com o uso de órteses. Ela não tem mais problemas para respirar e não engasga ao comer.

Além da compra direta de medicamentos via decisões da Justiça, a Saúde gastou, em 2022, mais de R$ 500 milhões com depósitos judiciais (retenções feitas pela Justiça antes do fim do processo para garantir o cumprimento de decisões). Até julho de 2023, essas despesas eram de R$ 1,4 bilhão.

O gasto total com judicialização em 2022 (depósitos mais compra de medicamentos) foi de R$ 1,6 bilhão. Isso significa um aumento de 335% em relação a 2012, quando o valor foi de R$ 370 milhões.

Hoje há mais de 50 mil ações judiciais contra o governo federal para a compra de medicamentos e outros insumos. Sem citar dados exatos, a pasta afirmou à Folha de S.Paulo que “a maioria” dos processos gera decisões favoráveis aos pacientes na primeira instância, mas parte delas é revertida após recursos.

O ministério disse não ter dados estratificados, mas indicou que o número de pedidos para acesso a serviços de saúde cresceu 60% entre 2015 e 2020.

A desembargadora Vera Lucia Angrisani, que coordena o Comitê Estadual de Saúde do Tribunal de Justiça de São Paulo, diz que os juízes levam em conta o impacto de suas decisões para o orçamento dos governos. “Mas a vida é o bem maior em todas as circunstâncias.”

Angrisani ressalta que há uma série de requisitos para determinar o fornecimento de medicamentos, como incapacidade financeira do paciente e comprovação de que o remédio é imprescindível.

Embora tenham liberdade para decidir, os magistrados se baseiam em relatórios médicos. Os tribunais contam com um Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (Natjus), formado por profissionais de saúde que fornecem pareceres para esses casos. O Natjus do tribunal paulista tem mais de 9.000 documentos.

Desde 2020 está suspenso um julgamento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) pode definir critérios para o fornecimento de drogas que não constam da lista do SUS. Em setembro, o ministro do STF Gilmar Mendes se reuniu com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e com representantes de estados, municípios e Legislativo federal para debater o tema e tentar um “acordo interfederativo”. Essa comissão especial deve voltar a se reunir e ouvir especialistas no assunto.

Fora da América Latina, não é comum que o Judiciário estabeleça critérios.
Daniel Wei Liang Wang, professor de direito da FGV, explica que, em outros continentes, isso é definido pelo próprio sistema público de saúde.

“A partir do momento em que todo mundo sabe o que pode, o que não pode, os motivos e os procedimentos usados para se decidir, essas questões são resolvidas no âmbito administrativo”, diz Wang, que considera essa a alternativa mais justa para diminuir a judicialização.

Outro caminho seria incorporar o máximo possível de tratamentos ao sistema público, mas isso esbarra nos limites financeiros do governo. Na prática, segundo Wang, nem todos os tratamentos incorporados seriam disponibilizados.Esta reportagem foi produzida durante o 8º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha de S.Paulo, que conta com o apoio do Instituto Serrapilheira, do Laboratório Roche e da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein

O líder da lista é o atalureno, vendido sob o nome Translarna 

Seca na Amazônia deixa cidades em estado de emergência

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Se as fotos de lagos e rios secos pela falta de chuva na Amazônia impressionam, as imagens de satélites da floresta são igualmente chamativas. No Estado do Amazonas, por exemplo, a superfície da cobertura de água atingiu sua menor extensão desde 2018, de acordo com o MapBiomas, plataforma que reúne universidades, organizações ambientais e empresas de tecnologia.

Lagos inteiros secaram. Além do Lago Tefé, onde morreram mais de 100 botos, a seca também atinge o Lago de Coari, afetando o acesso a alimentos, medicamentos e o funcionamento das escolas.

Os dados que revelam o tamanho da seca no Estado foram obtidos a partir de imagens de satélites dos sistemas LandSat e Sentinel. Em setembro foram registrados 3,56 milhões de hectares, uma redução de 1,39 milhão de hectares em relação aos 4,95 milhões de hectares de setembro de 2022.

Ao todo, 25 municípios do Estado tiveram redução na superfície de água superior a 10 mil hectares. Barcelos, no centro do Amazonas, teve a maior perda: 69 mil hectares entre setembro de 2022 e setembro de 2023. Na sequência estão Codajás (47 mil hectares), Beruri (43 mil hectares) e Coari (40 mil hectares) – todos com perdas superiores a 40 mil hectares de água.

Os 20 municípios que mais perderam superfície de água no Amazonas estão em estado de emergência ou de alerta, afetando comunidades ribeirinhas, extrativistas, quilombolas, indígenas e áreas urbanas. Em Manaus, o nível do Rio Negro atingiu a menor marca em mais de um século.

A seca extrema é a pior em mais de um século, desde quando o nível do grande rio amazônico começou a ser monitorado. Até hoje, as piores secas do Rio Negro tinham acontecido em 2010 (13,63m), 1963 (13,64m) e 1906 (14,20m). A previsão é de que o rio continue baixando pelos próximos dez dias, já que a estiagem amazônica se prolonga até os últimos dias de outubro.

A seca histórica acontece dois anos após o Rio Negro ter registrado a sua maior cheia, em 2021, quando a marca de 30,02 metros foi atingida em Manaus. Quatro municípios localizados na calha do rio – São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e a capital, Manaus – estão em situação de emergência.

O governo federal anunciou nesta segunda-feira, 16, a liberação de R$ 324,3 milhões para ações de saúde, defesa civil e moradia aos afetados pela seca no Estado do Amazonas. O Ministério da Saúde destinará R$ 224,3 milhões para as prefeituras, dos quais R$ 102,3 milhões terão liberação imediata. Os outros R$ 122 milhões serão liberados em parcelas. O anúncio foi feito pela ministra Nísia Trindade, que visitou Manaus nesta segunda.

Os outros R$ 100 milhões serão destinados aos municípios afetados pela seca que possuem comunidades em áreas de risco. A Associação Amazonense de Municípios (AAM) anunciou que os recursos vão custear o aluguel de seis mil moradias para abrigar as famílias que ficaram isoladas ou tiveram perderam as casas em incêndios.

Alta vulnerabilidade a queimadas

De acordo com Carlos Souza, coordenador do MapBiomas Água, o impacto da seca na biodiversidade aquática vem sendo reportado em diferentes pontos, mas ainda não há uma estimativa do total, que pode atingir proporções alarmantes. Além da seca, o Estado do Amazonas está em uma situação de alta vulnerabilidade a queimadas.

“Os efeitos do El Niño severo de 2023 e do aquecimento do Atlântico Norte têm sido considerados, por especialistas, como os principais fatores que estão contribuindo com a seca severa na região, o que pode ser de maior intensidade do que a seca de 2010. As mudanças climáticas e o desmatamento, por sua vez, são considerados a principal causa das secas, cada vez mais frequentes e severas na Amazônia”, afirma Souza.

O El Niño eleva as temperaturas do Oceano Pacífico e o aquecimento anormal das águas altera as correntes de ventos e as precipitações em diversas partes do planeta. Como se trata de um oceano muito grande, a elevação das temperaturas superficiais das águas tem um impacto no regime de chuvas. No Sul do País, por exemplo, o fenômeno contribuiu para a passagem de um ciclone, que deixou 49 mortos e milhares de desabrigados. No Norte, o efeito é inverso, com seca extrema.

Os efeitos do El Niño se somam às mudanças climáticas. A agência americana Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, em inglês) afirmou que o ano de 2023 deverá ser o mais quente já registrado. “Há uma probabilidade maior que 99% de que 2023 seja o ano mais quente já registrado”, afirmou a agência em previsão publicada na sexta-feira, 13.

A previsão está alinhada aos estudos do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia. O instituto também anunciou, no dia 4, que 2023 está a caminho de se tornar o mais quente já registrado, com a temperatura média global até o momento 0,52°C acima da média. Na Europa, setembro registrou temperaturas 2,51°C acima da média de 1991-2020, tornando-se o mais quente desde o início dos registros.

O mês passado foi o setembro mais quente já registrado globalmente, 0,93°C acima da temperatura média para o mês no período de 1991-2020.

As altas temperaturas registradas em setembro foram decisivas para essa projeção. O mês foi o mais quente em 174 anos de registros globais, ainda de acordo com a NOAA. A temperatura global em setembro ficou 1,44°C acima da média do século XX, segundo a agência americana. “Setembro de 2023 foi o quarto mês consecutivo com temperaturas recorde”, afirmou a cientista-chefe Sarah Kapnick.

Pesquisadores alertam para riscos de incêndios

Os efeitos do fenômeno climático vêm sendo alertados por pesquisadores e especialistas, como a pesquisadora do Laboratório de Gases de Efeito Estufa, do Inpe, Luciana Gatti. Na Amazônia, anos sob efeito do El Niño significam meses de seca, mais incêndios florestais, destruição da mata e maiores índices de emissões de dióxido de carbono (CO2).

Em 2015 e 2016, as emissões amazônicas atingiram seus pontos mais altos na década. Foram liberados 1,9 bilhão de toneladas de CO2 e 2,2 bilhões de toneladas de CO2, respectivamente.

Naqueles anos, a floresta esteve sob a influência de um fenômeno tão forte que foi apelidado por pesquisadores de “El Niño Godzilla”, em alusão à destruição que poderia causar. E, de fato, causou.

Ainda que não tenha superado o de 1997 e 1998 na escala de problemas, foi o suficiente para, por exemplo, fortalecer a epidemia de Zika na América do Sul e, na floresta tropical, desencadear condições perfeitas para enormes incêndios, como os registrados na porção norte do bioma, e levar seca tão severa capaz de secar quase inteiramente o lago da Hidrelétrica de Balbina, no Amazonas, o que causou desabastecimento e insegurança alimentar às comunidades ribeirinhas.

O CO2 é o principal causador do efeito estufa e reduzir suas emissões é um desafio e compromisso assumidos pelo Brasil para cumprir o Acordo de Paris, pacto firmado entre 195 países contra as mudanças climáticas, e restringir o aquecimento global em 1,5º C em relação aos níveis pré-industriais até ao final do século.

Em 2021, ano com dados mais recentes, o Brasil registrou a maior alta nas emissões de gases de efeito estufa em 19 anos, segundo levantamento do Observatório do Clima. A elevação, de 12,2%, ocorreu em relação ao ano anterior, e teve como principal causa o desmatamento.

O País despejou na atmosfera 2,42 bilhões de toneladas brutas de CO2 equivalente – uma forma de mensurar todos os gases estufa em uma mesma medida. O último aumento dessa monta havia sido em 2003, quando os dados de desmate bateram o recorde histórico. As emissões de gases estufa subiram 20% naquele ano, conforme o Observatório, que reúne mais de 50 organizações da sociedade civil.

Floresta sob neblina

Agravando a crise climática no Amazonas, Manaus e outros municípios do Amazonas ficaram semanas envoltos em uma nuvem de fumaça de queimadas. Em alguns dias, a capital amazonense ficou coberta por uma ‘neblina’, visível mesmo durante a noite.

Até 29 de setembro, foram 6.782 focos de queimadas no Amazonas. No mesmo período de agosto, foram 5,1 mil, uma alta de 33%. Mas o cenário na mesma época do ano passado foi pior: em 29 dias de setembro de 2022 foram 8.103 focos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

“Temos uma situação de vários eventos extremos. O Brasil é definitivamente um país vulnerável nesse momento em que convivemos com o que acontece no Rio Grande do Sul, que já havia passado um período de estiagem e agora vive chuvas torrenciais”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, no final de setembro. “Temos o Estado do Amazonas, que no início do ano passou por cheia extrema e agora vive estiagem extrema. Os prejuízos são enormes”, acrescentou.

A ministra defendeu ainda que são necessárias medidas de médio e longo prazo para lidar com esses eventos. Marina afirmou que a meta de redução do desmatamento assumida pelo governo é um dos pontos que contribuem para mitigar as mudanças climáticas. Segundo ela, é importante também que 1038 municípios vulneráveis a eventos climáticos extremos tenham decretado de situação de emergência climática para agilizar a resposta às tragédias.

A superfície da cobertura de água atingiu sua menor extensão desde 2018, de acordo com o MapBiomas… 

Líder do Irã pede reação contra Israel; Biden vai à zona de guerra

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A esgrima retórica entre os Estados Unidos e o Irã acerca da guerra entre Israel e o Hamas, que gera temores de uma escalada regional com dimensões militares do conflito, ganhou novos capítulos nesta terça (17).

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que Israel está cometendo “um genocídio” de palestinos na Faixa de Gaza e voltou a insinuar que seus aliados, como o Hamas, que provocou a atual guerra com seu ataque terrorista do dia 7 passado, deverão agir contra Tel Aviv.

“Ninguém pode confrontar os muçulmanos e as forças de resistência se os crimes contra os palestinos do regime sionista continuarem”, afirmou a estudantes em Teerã. “O bombardeio de Gaza deve parar imediatamente. Nós devemos responder, devemos reagir ao que está acontecendo.”

A retaliação de Israel ao ataque já matou 2.800 palestinos. Khamenei, cujo país não reconhece o Estado judeu desde que a teocracia foi implantada em 1979, naturalmente não fez menção ao ataque do Hamas, que deixou 1.300 mortos.

O país nega ter participado da ação.

Na véspera, o presidente Ebrahim Raisi havia falado em uma ação iminente do que chama de forças de resistência, algo repetido nesta terça pelo chefe-adjunto da temida Guarda Revolucionária, mas até aqui não houve nada além da troca de fogo na fronteira do Líbano com o Hizbullah -outro grupo bancado por Teerã.

Por lá, a situação permanece tensa. As IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla inglesa) mataram quatro militantes que se infiltraram no norte do país, mas não especificaram de qual grupo eram. Depois, o Hizbullah afirmou ter perdido cinco soldados, mas não se sabe se são as mesmas pessoas.

Ao longo do dia, houve ao menos dois incidentes em que o Hizbullah disparou mísseis antitanque contra posições do Exército israelense, ferindo ao menos três pessoas. Segundo relatos da imprensa libanesa, ao menos quatro pessoas morreram na vila de Alma Al-Shaab na retaliação de Tel Aviv.

Israel determinou a evacuação de civis numa área de 2 km a partir da fronteira com o Líbano. A abertura de uma segunda frente com aliados do Hamas é um dos maiores temores militares de Israel, dado que o Hizbullah, com quem travou uma guerra em 2006, é uma força mais capaz do que a palestina.

País em perene crise e com dificuldades econômicas exacerbadas desde a explosão que devastou o porto de Beirute, há três anos, o Líbano prende a respiração na atual guerra: o Hizbullah tem grande poder militar e político. Nesta terça, a empresa aérea estatal MEA enviou 5 de seus 24 aviões para a Turquia, visando protegê-los de um eventual alastramento do conflito.

Apesar de em princípio não interessar a ninguém além do Hamas, o risco de uma conflagração regional está colocado -foi citado abertamente pelos presidentes Joe Biden e Raisi, por exemplo.

Nesta quarta (18), o americano fará uma inédita visita a Israel como zona de guerra. Ele vai reafirmar seu apoio ao Estado judeu na crise, algo já demonstrado na prática pelo envio de dois grupos de porta-aviões para as águas próximas do país -um já está lá, outro deve chegar em três semanas. Dois mil fuzileiros navais poderão ir à região, que já tem 30 mil militares americanos.

Os israelenses mantêm a tensão no ar. “Ele [Biden] está deixando claro para nossos inimigos que se eles só imaginarem fazer parte de uma ofensiva contra os cidadãos de Israel, haverá envolvimento do governo americano aqui”, disse em entrevista Tzachi Hanegbi, conselheiros de segurança nacional do Estado judeu.

Por óbvio, é uma viagem arriscada em todos os sentidos. Na sequência, ele irá no mesmo dia encontrar-se com os líderes da Jordânia, Egito e Autoridade Nacional Palestina em Amã, capital jordaniana, para debater a guerra e o temor de escalada.

A Autoridade, que governa a Cisjordânia e tem um acordo de paz com Tel Aviv, é rival do Hamas e foi enfraquecida politicamente nos últimos anos pelo governo de Binyamin Netanyahu. A tática do premiê era de manter Israel sob segurança relativa enquanto negociava a paz com mais vizinhos árabes, mas no processo os radicais de Gaza se reforçaram.

Com os egípcios, Biden deverá discutir também a questão da reabertura da passagem de Rafah, no sul de Gaza, onde refugiados com dupla nacionalidade ou estrangeiros que estavam na região esperam para fugir para o país árabes. Há 26 pessoas sob os cuidados do Itamaraty entre eles.

Lula fala com presidentes do Irã e Turquia sobre a guerra em Israel

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente Lula conversou nesta terça-feira (17) com os governantes do Irã, Ebrahim Raisi, e da Turquia, Recep Erdogan, sobre a guerra entre Israel e Hamas.

Segundo nota do Planalto, Lula recebeu nesta terça-feita (17) uma ligação do presidente do Irã, Ibrahim Raisi, e pediu a criação de um corredor humanitário e a liberação de todos os reféns, e Raisi defendeu o fim dos bombardeios a Gaza e a liberação da região.

Lula também falou sobre o grupo de 30 brasileiros que aguarda o resgate em Gaza, e demonstrou preocupação com mulheres e crianças afetados pela guerra.

“O mais importante é termos a condição para que mulheres, crianças e idosos não sofram as consequências daqueles que querem guerra. Eu fico triste quando vejo a dificuldade do povo pobre construir uma casa, um hospital. E como isso é facilmente destruído na guerra”, disse Lula.

Lula conversou também com o presidente da Turquia, Recep Erdogan, que afirmou que os ataques contra civis são inaceitáveis. Outro tópico, trazido por Erdogan, foi o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, de acordo com a nota divulgada pelo Palácio do Planalto.

Erdogan se dispôs a “ajudar no que puder” no resgate dos brasileiros afetados pela guerra. O governante turco defende também o cessar-fogo e a criação de um corredor humanitário que permita a saída dos estrangeiros pelo Egito e recebimento de remédios e suprimentos.Brasileiros em Gaza

Os brasileiros que estão na Faixa de Gaza ainda estão no aguardo da abertura da fronteira de Rafah para entrarem no Egito e, de lá, embarcarem em um voo da FAB (Força Aérea Brasileira) para serem repatriados ao Brasil, informou o Ministério das Relações Exteriores.

O posto permanece fechado e o Brasil tem feito negociações para que os brasileiros possam atravessar. Depois de atravessarem a fronteira, os brasileiros devem ser levados ao aeroporto de El Arish. De lá, eles embarcarão em um avião da FAB. Uma aeronave modelo VC-2 já foi disponibilizada pelo governo Lula e aguarda autorização em Roma, na Itália, para poder viajar ao Egito.

Divulgada lista de contemplados do Bolsa Família do mês de outubro

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A Prefeitura de São Francisco de Itabapoana (SFI), por intermédio da Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Humano (SMTDH), divulgou uma listagem com 52 novos contemplados com o Programa Bolsa Família (PBF). A relação é referente ao mês de outubro. Para conferir, clique aqui

Segundo a coordenadora do PBF e Cadastro Único (CadÚnico) em SFI, Ludimila Manhães, para retirar o primeiro pagamento é necessário o responsável familiar ir a uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) para realizar o primeiro cadastro.

“É preciso levar o Número de Identificação Social (NIS), um documento oficial de identificação com foto (RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho ou certificado de reservista), um comprovante de residência atualizado e o seu aparelho de telefone celular. O primeiro cadastro também pode ser através do aplicativo de serviços sociais Caixa Tem. Quem tiver dúvidas sobre como usar o aplicativo basta acessar o link https://www.caixa.gov.br/caixatem/perguntas-frequentes/Paginas/default.aspx”, orientou Ludimila, acrescentando:

“A data para o recebimento do benefício está disponível no calendário de pagamento 2023, de acordo com o último número do NIS. Após o primeiro cadastro o beneficiário poderá retirar as demais parcelas também nas Loterias Caixa portando documentos pessoais, NIS e o aparelho celular cadastrado”.

A coordenadora do PBF e CadÚnico esclarece que os cartões de alguns beneficiários acumulados na CEF de SFI, que foram divulgados na ação de entrega da Carreta Agro Caixa, estão disponíveis na agência da Caixa para retirada.

“Vale lembrar que o cartão é encaminhado para a residência do beneficiário através da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), de acordo com o endereço informado no CadÚnico em sua última atualização. Os cartões são remetidos à agência da CEF para posterior entrega somente caso o beneficiário não seja localizado. Para mais esclarecimentos é só entrar em contato com a Coordenação do CadÚnico e PBF através do telefone (22) 99798-7201”, finalizou Ludimila.

EUA usam porta-aviões para dissuadir Irã de se envolver na guerra

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dissuasão. A palavra, usualmente utilizada nos debates sobre quem tem mais armas nucleares em Moscou e Washington, passou a integrar o dicionário da crise atual no Oriente Médio devido à incisiva ação norte-americana para apoiar Israel em sua guerra contra o Hamas.

O presidente Joe Biden, que irá ao Estado judeu e à Jordânia nesta quarta (18) em meio a ameaças de escalada por parte do arquirrival Irã, optou por apoiar a retórica com seu instrumento bélico mais vistoso. No caso, não só um, mas dois grupos de ataque de porta-aviões, zênite da projeção militar americana mundo afora.

Um deles, liderado pelo USS Gerald Ford, já estava por perto e foi deslocado para patrulhar o Mediterrâneo oriental, depois de uma paradinha em Israel para deixar alguns armamentos. O outro, capitaneado pelo USS Dwight Eisenhower, está a cerca de três semanas de distância.

Outras medidas foram anunciadas, como o reforço de caças F-15 e F-16, além dos aviões de ataque A-10, especializados em alvejar colunas blindadas. Eles serão enviados para bases não nomeadas dos EUA no Oriente Médio. Um grupamento extra de 2.000 fuzileiros navais deverá ser enviado em breve, a ser somado com os cerca de 30 mil soldados americanos na região.

O aliado Reino Unido também ajuda, com dois navios de apoio e aviões-patrulha P-8 na região. Tudo isso com um só objetivo: demover Teerã, principal aliada e financiadora do Hamas e do ainda mais poderoso Hizbullah libanês, de envolver-se na guerra. Não satisfeitos, Biden e outros membros de seu governo passaram o domingo (15) na TV repetindo isso com todas as letras.

Até aqui, funcionou, com o Irã mantendo a ambiguidade usual e alternando falas agressivas com mais comedidas. Não se deve esquecer que o país persa já gastava mais de R$ 4 bilhões por ano para manter e armas seus aliados não-estatais por temer um conflito cara-a-cara com uma potência nuclear. Israel tem estimadas 90 bombas.

Mas a potência americana não pode ser subestimada. O país retém a capacidade única na história mundial de deslocar um verdadeiro exército aeronaval na forma de seus grupos de porta-aviões, e o USS Gerald Ford é o maior e mais capaz deles já construído.

Após um desenvolvimento turbulento, em 2017 ele foi comissionado para testes finais de mar. É um colosso de 333 metros de comprimento, com 25 anos de combustível nuclear para lhe garantir autonomia infinita na prática.

Carrega até 90 aeronaves, embora por problemas com suas novas tecnologias tenha como caça o clássico F/A-18 Super Hornet, e não o mais moderno F-35C, a versão naval do caríssimo avião de quinta geração, mais furtiva e avançada, que os EUA querem transformar em padrão.

Isso porque não foi compatibilizado o modelo com as novas catapultas eletromagnéticas do Gerald Ford, um de seus diferenciais, pois permite lançar 220 aviões por dia –a classe anterior, a Nimitz, permitia 25% a menos com seu maquinário a vapor.

Seu complemento usual é de 55 caças, apoiados por aviões de vigilância, guerra eletrônica e helicópteros. É mais poder do que a maioria das Forças Aéreas do mundo –a brasileira, em lenta renovação, não faz frente a isso com seus 76 jatos de combate, 70 deles modelos antigos com alguma modernização.

Em comparação com as forças que enfrentaria num hipotético confronto com o Irã, a vantagem é enorme: o país dos aiatolás tem 260 caças, mas são todos modelos antigos, inclusive o famoso F-14 americano que estrelou a franquia “Top Gun” no cinema, comprado antes da Revolução Islâmica de 1979 que cortou os laços entre Washington e Teerã.

Tão importante quanto o porta-aviões é sua escolta, formada por um cruzador e três destróieres lançadores de mísseis, além de um navio de apoio e um submarino nuclear de ataque com funções mais defensivas.

Cada cruzador da classe Ticonderoga leva até 122 mísseis, incluindo o de cruzeiro Tomahawk, de grande fama ou infâmia, a depender do lado de seu disparo, nas guerras americanas no Oriente Médio. Já os destróieres da classe Arleigh Burke têm em média 90 mísseis consigo.

Somando tudo, os dois grupos de ataque enviados podem sozinhos colocar em jogo imediatamente quase 800 mísseis, além de todo o arsenal a ser levado pelos caças a bordo dos porta-aviões. Em comparação, o devastador primeiro dia de ataque a Bagdá na guerra de 2003 viu empregados 40 mísseis de cruzeiro Tomahawk, sem falar em bombas guiadas e mísseis lançados por aeronaves.

O USS Dwight Eisenhower, a caminho de Israel, é da classe Nimitz e foi ao mar em 1977. Hoje, dos 11 grupos de porta-aviões, 10 são desse tipo. Os novos modelos são caríssimos, custando cerca de R$ 65 bilhões o navio, no câmbio atual. Dez foram planejados, e outros dois já estão em construção.

O desenvolvimento exponencial de tecnologias de mísseis nos últimos anos colocou em xeque a ideia de ter esses gigantes alvos se deslocando perto de zonas de conflito, particularmente no teatro do Pacífico, onde os chineses e russos apostam alto em poderosos modelos –os famosos “matadores de porta-aviões”.

No contexto do Oriente Médio, o Irã apostou no desenvolvimento de modelos balísticos antinavio eficazes para ação no golfo Pérsico, baseados na família Fateh-110. Especula-se que seus alcances vão de 300 km a 700 km, mas são mísseis mais lentos que os chineses e russos, sendo mais fáceis de interceptar.

Isso dito, o posicionamento dos grupos de ataque americanos no Mediterrâneo diminui tais riscos, pois os iranianos teriam de ter seus mísseis baseados no aliado Líbano, por exemplo, e um movimento desses seria seguido de perto por satélites e olheiros locais dos EUA e Israel.

O bombardeio de dois aeroportos sírios por Israel na semana passada, contudo, sugere que Tel Aviv ou queria mandar uma mensagem para evitar movimentações iranianas por seu aliado, ou mesmo para prevenir a entrega de alguma arma mais perigosa a ser levada para o Líbano.

O presidente russo, Vladimir Putin, criticou o envio do USS Gerald Ford como uma escalada, questionando se Biden queria “bombardear o Líbano ou o quê?”. Ele não está lá para isso, a exemplo das ogivas nucleares israelenses: sua função inicial é não ser usado, mas estar pronto para tal.