SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Isis de Oliveira, 74, faz neste sábado (8) nova cirurgia no rosto para tratar um câncer de pele. Em entrevista ao jornal Extra, ela fala sobre sua saúde e revela um affair de seu ex-marido com sua sobrinha.
A princípio, ela recebeu diagnóstico errado. “Percebi que eu tinha algo no queixo. O médico viu algumas manchas, disse que ia tirar o suficiente para a cicatriz não ficar muito grande. Foi o erro. Depois de um mês, fui a outro médico que me deu o diagnóstico de câncer. Disse que há células que ainda precisam ser removidas. Mas não tenho medo, só gosto de saber o que tá acontecendo.”
Isis criticou a irmã, Luma. “A Luma morou no apartamento que comprei para os meus pais em Niterói. Eu ficava no Rio na casa de amigos queridos. Ela viveu na minha casa até o dia do casamento dela. Agora me pergunte se ela me dá uma ligação, se ela quer saber de mim? Não! Ela prefere cuidar de uma onça”, afirmou a atriz. Luma de Oliveira é madrinha de uma onça-pintada numa ONG em Goiás.
A atriz acusou ex-marido e sobrinha de affair. “Que merda de família é essa que, quando você pôde, teve tudo seu. E, quando você precisa deles, não tem nada? Minha sobrinha teve um caso com meu ex-marido [Hazem Roshdi]. Não sei quem é pior, se ele ou ela. Uma pessoa que faz isso com a tia vai para o inferno. Nunca contei sobre isso, tenho vergonha”.
Ela diz viver sozinha. “Sou sozinha. Meu medo agora de sair da minha casa [um apart-hotel] é perder esse pessoal que tenho aqui [os funcionários]. Eles estão sabendo da minha condição. Coloquei o Theo [Suckow, médico e amigo] como contato de emergência do meu celular. O celular também toma conta de mim. Ele me avisa que tá na hora de dormir, diz quando não andei tanto… Não preciso de alguém, o celular me alerta o tempo inteiro”.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Preta Gil, que marcou presença no Carnaval de Salvador após 55 dias internada, diz ter renascido.
Cantora afirma que câncer mudou sua perspectiva sobre a vida. “neste sábado (8), eu entendo que a vida é o agora. Que sucesso não é agenda cheia nem capa de revista. Sucesso é estar viva, poder abraçar quem eu amo, poder rir, chorar, sentir. A doença me ensinou a valorizar o simples e a ser grata pelo que antes eu nem enxergava. A vida é um sopro, e o que realmente importa é o amor”, reflete em entrevista ao jornal O Globo.
Estou no meu segundo tratamento oncológico, passei por uma separação dolorosa e por tantos processos íntimos que me obrigaram a olhar pra dentro de um jeito que eu nunca tinha feito. Preta Gil
Para Preta, o primeiro passo para se reconstruir é parar de se comparar. “A gente foi ensinada a se medir pela régua dos outros, e isso adoece a gente. Quando você se olha com carinho e entende que você merece amor, respeito e cuidado, principalmente de você mesma, é aí que a reconstrução começa. E pedir ajuda não é fraqueza, é coragem. Eu precisei me reconstruir tantas vezes e aprendi que não dá pra fazer isso sozinha.”
Ela assumiu a responsabilidade de ser referência para mulheres. “Eu entendi que a minha voz, a minha aparência, a minha vivência são, sim, políticos. Cada vez que eu subo num palco ou falo sobre o que vivi, eu abro espaço pra outras mulheres que também merecem ser vistas e respeitadas. Não é fácil, mas é urgente. E eu sei que a minha história não é só minha, ela é espelho e afeto pra muita gente.”
A cantora celebra as conquistas das mulheres nos últimos anos, mas diz que ainda há desafios a superar. “Ainda falta muito. A violência contra a mulher, a diferença salarial, o racismo, o etarismo? Tudo isso ainda pesa nas nossas costas. E pra mulheres pretas, gordas, LGBTQIA+ e periféricas, esses desafios são ainda maiores. Celebrar é importante, mas a luta continua todos os dias.”
SALVADOR, BA (UOL/FOLHAPRESS) – Danielle Buenaga, 45, acusada de ter mordido pessoas em um camarote na Sapucaí na terceira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio, afirmou que viveu um “filme de terror”. Em entrevista ao Extra, a advogada alega que foi impedida de voltar ao espaço após sair para fumar, mesmo após tentar o reconhecimento facial, e disse que só mordeu um guarda municipal ao ser imobilizada com um mata-leão.
A advogada contou que estava no local com um amigo quando saiu para fumar um cigarro e foi impedida de retornar. “O funcionário pediu meu ingresso e eu disse que já estava lá dentro e só saí para fumar. Ele, então, informou que eu não poderia entrar a não ser que mostrasse o ingresso no celular.”
Danielle disse que deixou o celular na bolsa e não conseguiu retornar mesmo realizando o reconhecimento facial. “Argumentei que minhas coisas ficaram lá dentro com meu amigo e pedi para que alguém o chamasse. Ele disse que não podia fazer isso nem ninguém. Pedi para chamar um supervisor, e nada. Então pedi para fazer o reconhecimento facial, já que tive que sair de Itaguaí, onde moro, para ir à Copacabana cadastrar minha face quando peguei o kit. Nada.”
A advogada contou que foi levada por funcionários após se negar a ir embora. “Ele disse que na porta eu não podia ficar e que teria de ir embora. Gente, como ir embora? Além do gasto altíssimo que tive, eu sequer tinha minha bolsa. Ia sair dali como. E, aí fiquei nervosa. Foi quando ele chamou os guardas municipais que faziam ronda, e sem me perguntarem o motivo, já foram me levando e me arrastando”.
Um guarda me deu um mata-leão, me enforcando. Aí, sim, eu mordi o braço dele para me defender. Foi legítima defesa. Inventaram tudo isso e jogaram para o público desacreditar da minha versão, uma loca sem dente que morde pessoas num camarote. Surreal. Vivi um filme de terror Danielle Buenaga Danielle conta que várias pessoas já se apresentaram para testemunhar a seu favor e questiona onde estão as “suas vítimas”. A advogada disse que vai processar a Guarda Municipal e o Camarote Arpoador.
Segundo a Polícia Civil, a ocorrência foi registrada na 6ª DP (Cidade Nova). “A mulher foi presa em flagrante pelos crimes de lesão corporal, resistência e desacato”, diz a nota enviada ao UOL.
Fontes que acompanharam o momento em que a mulher foi detida contaram que foram necessários três soldados para conduzi-la até o contêiner da polícia. Nem os agentes de segurança foram poupados das tentativas de mordidas.
Joana Prado, ex-Feiticeira, voltou a comentar sua trajetória de conversão ao evangelismo e as críticas ao Carnaval em uma transmissão ao vivo no Instagram, feita enquanto passava roupa em sua casa nos Estados Unidos. A ex-modelo compartilhou reflexões sobre sua mudança de vida e incentivou seguidores a pregarem o evangelho. “Sempre que você puder, pregue a palavra de Deus. Porque nós sabemos que o Evangelho é poder de Deus para a salvação. E foi através desse evangelho que fui salva, que eu fui resgatada”, disse.
Joana relembrou como seu estilo de vida mudou radicalmente desde a conversão, que ocorreu por influência de seu marido, o ex-lutador Vitor Belfort. “Eu era a improvável das improváveis. Eu ia para todas as festas, adorava beber, mas nunca fui igual a um monte de menina que beijava vários. Sempre gostei de beber muito, mas era escravidão, porque você fica viciada nos desejos da carne. Um belo dia conheci o Deus que o Vitor me apresentou, e eu fui liberta”, declarou.
Na semana anterior, Joana havia gerado polêmica ao criticar o Carnaval em um vídeo ao lado de Vitor. Ela afirmou que a festa promove a “exposição do corpo”, além de elementos ligados a “cultos aos orixás” e “invocação de demônios”. Vitor completou: “O Carnaval festeja desejos da carne, envolve muito a cultura da macumba, uma cultura espírita”. A fala causou reações negativas nas redes sociais, sendo vista como intolerante por internautas. “É um lugar da macumba? Invocação de orixás e demônios??? Gente, quanta intolerância”, escreveu uma usuária.
Joana, que desfilou na Sapucaí em 2000 como musa do Salgueiro, disse se arrepender do período como Feiticeira. Desde sua conversão, há 15 anos, ela prioriza a fé e os valores familiares. “Não basta se tornar mais um cristão. É preciso ser discípulo de Jesus”, afirmou. Na legenda do vídeo, reforçou: “O Carnaval pode até parecer ‘só uma festa’, mas será que convém para alguém que foi comprado pelo sangue de Cristo?”.
FLAVIO LATIF SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – André Cury, empresário de Vitor Roque, afirmou a uma rádio espanhola que o atacante vai ficar por “uma ou duas temporadas” no Palmeiras e vai retornar ao futebol europeu. O Alviverde também acredita nisso, e por isso transformou o jogador de 20 anos no reforço mais caro da história do futebol brasileiro.
O Palmeiras sabe que existe a chance de o atacante ter uma passagem rápida no Brasil. Vitor Roque tem apenas 20 anos, ainda é uma das principais promessas de sua geração e pode ganhar grande destaque com a camisa palmeirense. A equipe fechou grandes vendas de jovens nas últimas janelas e virou um observatório natural de clubes europeus.
A aposta foi alta em Vitor Roque por dois motivos: alguém que pode solucionar os problemas da equipe imediatamente e, em caso de sucesso, pode fazer o Palmeiras ganhar dinheiro. O acordo foi fechado em 25,5 milhões de euros (R$ 159 milhões na cotação atual), além de 5 milhões de euros em bônus por 80% dos direitos econômicos do jogador.
Nas vendas de Endrick (Real Madrid) e Estêvão (Chelsea), por exemplo, ambas as cifras superaram a casa dos 60 milhões de euros. Os dois garotos são mais jovens que Vitor Roque, mas o Tigrinho ainda tem idade que agrada os clubes do futebol europeu.
O Palmeiras e o estafe do jogador estão alinhados com a ideia de que o sucesso do atleta significará interesse do futebol europeu e consequentemente uma transferência com altos valores envolvidos.
Além de dizer que Vitor Roque deve voltar para a Europa em breve, Cury já imaginou o jogador atuando na Premier League em seu retorno. “É um grande jogador [Vitor Roque]. As coisas [no Barcelona] não saíram bem como a gente imaginou. […] Ele é muito jovem, vai ter esse caminho de voltar ao Brasil por uma ou duas temporadas e voltar para a Europa até os 21 ou 22 anos”, disse Cury, em entrevista à rádio catalã RAC1.
“Pode voltar a qualquer clube da Europa, mas na Premier League, que neste sábado (8) em dia tem mais clubes com capacidade financeira”, acrescentou.
Vitor Roque pode fazer sua estreia pelo Palmeiras já no clássico contra o São Paulo, pela semifinal do Campeonato Paulista, na próxima segunda-feira, no Allianz Parque. O jogador afirmou em sua apresentação que sua presença no jogo só depende de Abel Ferreira.
LUCAS MUSETTI PERAZOLLI SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A revelação do Santos no Campeonato Paulista foi encontrada “por acaso” pelo técnico Pedro Caixinha.
Caixinha se encantou com Gabriel Bontempo em um treino despretensioso dos reservas no CT Rei Pelé.
A comissão técnica chamou diversos atletas para compor treinamentos, e Bontempo foi o destaque.
O treinador não pede nomes, só posições. O departamento de base levou Gabriel Bontempo após a disputa da Copinha.
A princípio, o jogador de 20 anos foi utilizado de meia ou de ponta, mas Pedro Caixinha o testou de volante numa necessidade durante o treino.
“O Bontempo chegou em um treino e nos chamou a atenção pelo comportamento, leitura, decisões, a forma como participava do jogo, com capacidade muito grande. Foi impressionante. A partir daquele treino, foi fácil. É fácil para mim dar oportunidade para quem trabalha, tenho um feeling para entender que há pessoas para desenvolver essas tarefas”, afirma o treinador, em entrevista à reportagem.
“Não tem a ver com idade, nome, tem a ver com maturidade, feeling. Intuição. Sou um pouco intuitivo nesse começo. Demos oportunidade, soube encará-la, e hoje ele é o mesmo do primeiro treino. Trabalhador, calmo, humilde, com a mesma regularidade todos os dias”, diz.
O teste deu muito certo, e Bontempo se tornou uma solução para o setor com menos peças no elenco santista. Diego Pituca e Tomás Rincón foram para o banco.
O garoto entrou no segundo tempo da derrota para o Corinthians e depois não saiu mais do time titular. São quatro jogos consecutivos e quatro vitórias na dupla com João Schmidt.
Bontempo sairá jogando outra vez justamente contra o Corinthians, neste domingo (9), na semifinal do Campeonato Paulista. Ele voltará à Neo Química Arena, onde começou a brilhar como volante.
A BASE DO SANTOS Caixinha entende que o Peixe leva vantagem nas categorias de base pela proximidade com o elenco profissional.
Os garotos treinam ao lado do campo principal e têm caminho aberto. Muitos trabalham com os mais velhos e voltam para a base todos os dias. Esse “portal” facilita a promoção, mas o técnico entende que o principal é absorver a estratégia de jogo e aprender a tomar melhores decisões em campo.
É preciso ensinar o jogo no Brasil, por melhores decisões, porque qualidade há. Os princípios técnicos e táticos que regem o futebol. É necessário um crescimento mais assertivo. Temos uma equipe de trabalho desde que o Pedro [Martins] chegou. Sou muito próximo à base desde que sou técnico principal, em 2010. Trouxemos alguns jogadores desde lá, no Leiria, depois no União da Madeira e, principalmente, Santos Laguna. Trazíamos, analisávamos e lançávamos como foi o Bontempo. É entender o canal aberto, quem vem precisa entender que não é daqui definitivamente. Voltar e levar experiência, ser igual lá e aqui. Estar nesse canal fluído é um privilégio
Queremos passar nosso modelo de jogo, a nossa ideia, o que está enquadrado com o Santos, pois não haveria lógica estarmos aqui se não combinasse. Passar a matriz à base e a partir daí todos terão sua criatividade. O que é feito com posse e sem, bola parada, recuperação da bola, as transições. Metodologia de semana curta e larga. Quais orientações e comportamentos com cada treino. Com essa informação, fica mais fácil partir para outro nível. O próximo passo é fixar os princípios do jogo. Daí se deriva tudo. A base do jogo é três contra três, acontece no 3×3 e no 10×10. Só faltam espaço e concentração, mas posso criar espaço e concentração no 3×3. Nisso há tudo e é preciso dominar esse princípio Pedro Caixinha
FELIPE SILVA SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Marinho tinha duas opções na sua infância: trabalhar junto ao seu pai fazendo serviços gerais ou se arriscar no sonho de ser jogador de futebol. O atacante, hoje no Fortaleza, não titubeou na escolha de se tornar um atleta, mas teve que tomar uma decisão difícil logo de cara.
A mensalidade no Penedense, clube que fica localizado na cidade de Penedo, em Alagoas, onde Marinho nasceu, custava R$ 25 na época.
De família humilde, Marinho viu a sua mãe se oferecer para pagar um mês da escolinha para, enfim, realizar o sonho do filho.
“Eu sempre falava que queria jogar no clube da cidade, o Penedense. Eles tinham uma escolinha, e eu pedia pra minha mãe me colocar lá. A mensalidade era R$ 25. Só que minha mãe recebia um valor que eu acreditava que aqueles R$ 25 tirados para me colocar na escolinha era um dinheiro muito valioso, sabe? Mesmo sendo algo que eu queria muito, talvez esse dinheiro fizesse muita diferença dentro da nossa casa. Meu pai pintava muro, limpava quintal e, às vezes, eu ia com ele também. Várias vezes eu limpava quintal com ele, e a gente sempre fazia algo para ganhar um troco. E aí, a minha mãe falou: ‘Ó, vou colocar você na escolinha. Você vai ficar um mês lá. Eu vou pagar um mês pelo menos para você brincar e falar que foi'”, diz o jogador em entrevista ao UOL
Primeiro problema resolvido. Marinho havia conseguido entrar na escolinha. Porém, um novo empecilho surgia. O atacante não tinha chuteira e sua mãe, dessa vez, não conseguia arcar com os custos. Foi então que o jovem teve que recorrer a uma decisão difícil: a venda do seu passarinho para comprar o equipamento.
“A minha mãe não tinha dinheiro para comprar chuteira. Ela pediu para uma amiga dela comprar no cartão, aí não passava o cartão. Minha mãe não conseguiu comprar. Acho que era R$ 50 a chuteira. Aí ela falou: ‘Você não tem ninguém para pedir, não?’. Aí não achei ninguém para pedir chuteira emprestada e lembrei que eu tinha um passarinho para vender. Na época, até ofereceram R$ 100 por ele, mas eu não quis vender. E daí, cara, peguei o passarinho e vendi por R$ 50. Acabei vendendo, comprei a chuteira e minha mãe me colocou na escolinha. Fiquei um mês lá. Eu estava gostando demais, só que já estava quase no final do mês. Pensei: ‘Caramba, vou ficar só mais um dia, já vai acabar e vou ter que sair’.”
A decisão de vender o passarinho doeu no atleta, mas surtiu efeito. Marinho se destacou e ganhou uma bolsa do professor Juquinha, ao qual demonstra muita gratidão e mantém contato até os dias de hoje. A chuteira comprada na época? Ele faz questão de guardar como recordação dos tempos difíceis.
“O professor Juquinha, que era o presidente do clube na época, falou com meus pais: ‘No próximo mês você não precisa pagar, a gente vai dar uma bolsa para ele’. Minha mãe já não pagou mais, ela já ia me tirar. É um cara que eu tenho muita gratidão, que me ajudou muito. Assim como o Fabiano, que era um professor lá. Ele também foi na casa dos meus pais oferecer uma bolsa de estudo. Porque na época eu tinha que jogar os jogos internos também da escola, e acabei ganhando uma bolsa para estudar. Foi por um bom motivo [venda do passarinho]. Eu tenho essa chuteira em casa ainda, está guardada”.
CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE MARINHO AO UOL Trabalho de Vojvoda e Fortaleza brigando pelas cabeças
“É a quinta temporada do Vojvoda aqui, é um cara que conhece bem o grupo, conhece bem o elenco. Se eu não estou enganado, são 25 remanescentes da temporada passada. Muitos jogadores já estão aqui há muito tempo, então acho que fica mais fácil para o treinador saber levar. Estamos com um grupo muito qualificado. No futebol não existe jogo fácil. Quem torna fácil é o time. Acredito que já acabou aquele negócio de sempre ter o favoritismo pela camisa, pelo peso, pelo investimento, coisas que a gente enfrenta na Série A como a 15ª equipe em orçamento. A gente acaba surpreendendo. Muita gente às vezes diz que o dinheiro que conta, mas a gente coloca muito aquilo que a gente faz com muito amor, com muito trabalho, muita dedicação, um clube humilde, com o pé no chão. Mas que graças a Deus, nesses anos aí, vem cada vez mais chegando, cada vez mais ali no topo”.
Clássico Rei “Eu acredito que o Clássico Rei é charmoso, né? Você vê uma festa linda que a torcida faz para mostrar mesmo para a outra que somos melhores e isso é muito bacana. Eu acredito que é um dos mais bonitos que eu já joguei”. Sorriso no rosto e longe de polêmicas
“Sempre fui muito eu e muito autêntico também. Sempre falei o que eu pensava, e muitas das vezes a gente até tem que medir o que fala, porque neste sábado (8) em dia tudo viraliza. Às vezes a gente fala alguma coisa, as pessoas interpretam mal e isso é uma das coisas que pega. Eu sempre fui um cara leve. Eu falo que não é sempre que vamos estar num dia bom. Já passei dias difíceis também. Ano passado, fui vaiado depois que acabou um jogo, todo mundo foi para o vestiário e eu acabei ficando no banco. Acabei pensando algumas coisas e comecei a chorar ali porque foi um momento ali que tinha me marcado. Ser vaiado é chato, sabe? Principalmente pela torcida que você tanto se dedica para alegrar e você às vezes acaba passando por uma situação que não é comum. Às vezes, meu dia não é bom, mas tento não demonstrar para meus companheiros. Quero que eles pensem: ‘O Marinho tá sempre brincando, esse cara não tem dia ruim?’. Sei que nem todo mundo está bem, então procuro manter o ambiente leve. O que me entristece é quando me comparam com outros jogadores. Dizem que fulano bebe, sai à noite, e colocam meu nome nisso. Mas quem me conhece sabe que não sou de festa ou balada. Nunca fui visto brigando, bebendo ou criando polêmica. Eu sempre estou na minha casa, com a minha família, com a minha esposa, com a minha filha. Mas essa parte ninguém nota. Já ouvi muitas vezes falarem: ‘Esse Marinho aí não deve ser de grupo, deve rachar o elenco, deve isso, deve aquilo’. Mas, cara, quem trabalhou comigo, seja no Santos, no Flamengo ou em qualquer outro lugar, sabe que sou um cara divertido, alegre.
Bom ambiente Sempre tento manter o ambiente leve, porque o futebol já tem muita pressão, ainda mais depois de uma derrota. Tento acalmar os caras: ‘Cabeça boa, vamos rir’. Porque se a gente estiver mal, fica pior. Eu falo: a dor da derrota é ali, quando o jogo acaba. Eu xingo, chego em casa irritado, não durmo, nem brinco com minha filha. Fico cheio de raiva, mas no dia seguinte entendo que preciso estar leve”.
Ligação de Luxemburgo e convite para jogar no Cruzeiro “Tive o privilégio de trabalhar o professor Luxemburgo. São poucos que trabalharam com ele, mas eu sou um cara muito grato, foi o cara que apostou em mim quando em 2015, pediu a minha contratação no Cruzeiro. Eu só o conhecia pela televisão. Quando ele era treinador do Palmeiras, naquela época, eles venceram muito. Eu nem acreditei que era ele, até achei que era alguém fingindo ser ele. Lembro que eu tremia com o meu braço no telefone. É um cara que eu tenho muita gratidão, que apostou em mim”.
RENAN LISKAI SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Bicampeão mundial de surfe, Filipe Toledo lançou, na última sexta-feira, o instituto que leva seu nome e que busca ajudar jovens a trilharem o caminho do sucesso na modalidade. O evento foi realizado em um restaurante na cidade de São Paulo.
INSTITUTO NA ‘CAPITAL DO SURFE’ O Instituto Filipe Toledo fica em Ubatuba, onde o atleta nasceu, na ‘capital do surfe’, segundo o próprio Filipinho.
O projeto tem cunho social e também visa o alto rendimento. O propósito, de acordo com o surfista, é “deixar a jornada mais fácil” para os jovens e uma forma de retribuir tudo o que ele conquistou ao longo da história no surfe.
“Muito feliz em dar essa oportunidade para essa criançada, de quem sabe um dia alcançarem o sonho de serem campeões mundiais, saindo de Ubatuba, a capital do surfe, e do Instituto Filipe Toledo. Fico feliz de ter essa chance de, talvez, deixar a jornada para eles um pouco melhor, mais fácil. Mais do que os troféus, o surfe me proporcionou oportunidades, me abriu portas e transformou a minha vida e da minha família. Um dia, eu queria retribuir isso de alguma forma: o instituto nasce no meu berço, Ubatuba, onde nascem os campeões”, disse Filipinho à reportagem.
As crianças e adolescentes envolvidos no projeto terão acompanhamento específico de profissionais da área. O instituto oferecerá suporte e mentoria, além de aulas teóricas e práticas.
Filipe Toledo segue o passo de outros ídolos brasileiros do surfe atual. Italo Ferreira e Gabriel Medina também fundaram projetos – o segundo extinguiu o seu instituto. O sonho de Filipinho vem de anos, mas somente agora ele se sentiu pronto para tirar a ideia do papel.
“Um momento muito importante para mim. É um projeto que a gente vem tentando tirar do papel há muitos anos e, quando a gente sentiu que estava tudo bem preparado, resolvemos dar continuidade e reforçar essa ideia. Eles [Italo e Medina] tiveram as iniciativas e sempre foi um sonho meu, sempre quis ter o meu, mas queria esperar o momento certo, que pudesse me dedicar para isso e me entregar para a criançada”, afirma Filipe.
COMO FUNCIONA O INSTITUTO FILIPE TOLEDO O Instituto Filipe Toledo não tem fins lucrativos. Ele conta com o apoio de marcas e investidores e tem o surfista como o rosto principal.
A organização é composta por familiares e profissionais do surfista. Ricardo Toledo, pai de Filipe, é quem preside o projeto. Os irmãos Davi, Matheus e Sofia também atuam na parte institucional.
A família Toledo acompanha as atividades direto da Califórnia. Filipe, seus pais e os irmãos Davi e Sofia vivem nos Estados Unidos, e Matheus, irmão mais velho do surfista, é quem representa a família no Brasil.
São dois grupos de atletas: educacional e alto rendimento. O primeiro deles engloba 16 jovens que o instituto busca ajudar por meio da educação e construção de valores por meio da prática do esporte. O segundo conta com 26 crianças e adolescentes selecionados, que têm base na modalidade e já disputam competições.
RAPHAEL DI CUNTO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), encaminhou neste sábado (8) para a PGR (Procuradoria-Geral da República) as defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro, do ex-ministro Walter Braga Netto e de outros 18 denunciados por tentativa de golpe de Estado.
Agora, o procurador-geral Paulo Gonet terá cinco dias para se manifestar sobre os documentos apresentados e sobre argumentos dos acusados.
Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas pela PGR em fevereiro por supostamente planejarem e tentarem executar um golpe de Estado, após derrota nas eleições de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A PGR diz que o ex-presidente editou uma minuta golpista, buscou apoio dos chefes das Forças Armadas à conspiração, anuiu com um plano para matar o ministro Alexandre de Moraes e foi um dos responsáveis pelos ataques às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Bolsonaro foi denunciado pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em uma organização criminosa.
Em peça de defesa apresentada nesta quinta-feira (6), os advogados do ex-presidente negam que ele tenha participado de uma tentativa de golpe de Estado e afirmam que a denúncia empilha narrativas com planos de golpe contraditórios e não apresenta elementos concretos para sustentar as acusações.
Moraes encaminhou também à PGR as defesas apresentadas por Braga Netto, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e atual deputado federal Alexandre Ramagem, além de outros acusados.
Ainda há outros denunciados cujo prazo para apresentação da defesa não expirou e que só depois terão os documentos encaminhados à Procuradoria. Essa é uma das etapas da fase preliminar do processo, em que a primeira turma do STF decidirá se aceita ou não a denúncia e torna réus os acusados.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou neste sábado, 8, a advogada Verônica Abdalla Sterman para o cargo de ministra do Superior Tribunal Militar (STM). A indicação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) no Dia Internacional da Mulher.
A advogada precisa ser sabatinada pelo Senado e ter o nome aprovado pela Casa para assumir o posto. Caso seja admitida para o cargo, Verônica Abdalla Sterman assumirá uma cadeira destinada à advocacia, que será aberta em abril com a aposentadoria do ministro José Coêlho Ferreira, atual vice-presidente da Corte.
A indicação para a vaga é de livre escolha do presidente da República, desde que requisitos sejam cumpridos, como ter mais de 35 anos e notável saber jurídico.
Lula, contudo, era pressionado para escolher uma mulher para o posto. Publicamente, a ministra Maria Elizabeth Rocha, que assume a presidência do STM no próxima dia 12, fez um apelo nesse sentido ao presidente.
“Estou aqui clamando ao presidente, para que eu tenha uma companheira que possa, junto comigo, defender as questões de gênero. Muitas vezes, por eu ser a única na Corte, minha voz é pouco ouvida. Mas não me rendo à homogeneidade”, disse a ministra em entrevista à CNN Brasil no último dia 1.º.
Se aprovada pelo Senado, Verônica Abdalla Sterman será a segunda mulher nomeada ministra da Corte. Maria Elizabeth Rocha foi a primeira ministra indicada ao STM desde 1808, quando o Tribunal foi criado por Dom João VI. Ela também foi nomeada por Lula, em 2007, para vaga destinada à advocacia.
O nome de Verônica Sterman era defendido pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e pela nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. A advogada defendeu Gleisi e o ex-marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, em casos da Operação Lava Jato.
Em agosto do ano passado, Verônica Sterman foi preterida por Lula para vaga Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). Na ocasião, o presidente escolheu Marcos Moreira, apadrinhado de Luiz Marinho, ministro do Trabalho.
Lula é alvo e críticas por priorizar homens nas indicações aos tribunais superiores. Neste terceiro mandato, por exemplo, escolheu Cristiano Zanin e Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF).
REINALDO JOSÉ LOPES SÃO CARLOS, SC (FOLHAPRESS) – Há 1,5 milhão de anos, ancestrais da humanidade que viviam na África Oriental estavam usando carcaças de elefantes e hipopótamos para produzir os mais antigos instrumentos de osso da história -ferramentas alongadas, pontudas e pesadonas, que podiam medir até 40 cm de comprimento.
Ainda não está claro qual era o uso dado aos implementos, alguns dos quais lembram vagamente facões. Mas a descoberta é importante por enterrar de vez um velho mito da pesquisa sobre as origens da tecnologia: o de que os membros da linhagem humana teriam demorado vários milhões de anos para perceber o potencial de matérias-primas que não fossem a pedra lascada. Isso porque, até onde se sabia, os instrumentos feitos a partir de ossos de animais só começavam a ser registrados com alguma frequência a partir de uns 500 mil anos atrás, e ainda assim esporadicamente.
Seu uso mais amplo e sofisticado, servindo como “pecinhas” em ferramentas compostas e ganhando funções delicadas, como as de agulha de costura ou ornamento, estaria restrito ao momento em que os seres humanos de anatomia moderna, ou Homo sapiens, já estavam se espalhando pelo planeta, uns 50 mil anos antes do presente.
Os novos achados na chamada garganta de Olduvai (norte da Tanzânia), se não desmentem totalmente o cenário descrito nos últimos parágrafos, ajudam a relativizá-lo bastante. Em primeiro lugar, a datação de 1,5 milhão de anos mostra que os hominínios (membros da linhagem de ancestrais do ser humano) responsáveis pelos instrumentos eram da espécie Homo erectus, ainda bem distante da nossa.
Segundo os autores do estudo, liderados por Ignacio de La Torre, do Conselho Superior de Pesquisa Científica da Espanha, e Jackson Njau, da Universidade de Indiana (EUA), o local de origem dos artefatos provavelmente ficava perto de rios e lagos. Isso porque há ali considerável abundância de ossos de espécies aquáticas e semiaquáticas de grande porte, como peixes, crocodilos e hipopótamos (o mamífero mais comum entre os fósseis).
De acordo com a pesquisa, publicada na última quarta-feira (5) na revista científica Nature, a presença de carcaças de hipopótamos -uma fonte gigantesca de comida- pode ter atraído os hominínios ao local. Mas claramente eles não se limitaram a retirar toda a carne, gordura e tutano possíveis dos ossos dos bichos.
Um conjunto de 27 fragmentos ósseos achados no sítio arqueológico se encaixam em todos os critérios normalmente usados para identificar a fabricação de instrumentos. Praticamente não há sinais de mordidas de carnívoros neles, nem indícios de que tenham sido pisoteados por animais de grande porte. As modificações na sua estrutura batem com o que seria de esperar se os ossos tivessem sofrido percussão por outras ferramentas, provavelmente de pedra.
Nem todos os ossos transformados em instrumentos podem ser atribuídos com certeza a uma espécie de animal, mas os já identificados correspondem a elefantes (oito deles), hipopótamos (seis) e bovídeos (dois; a categoria abrange tanto búfalos quanto antílopes e outros animais). Todos vêm de ossos compridos dos membros, como fêmures e tíbias (das patas de trás) e úmeros (das patas da frente).
Em muitos casos, há sinais de que os ossos foram preparados para virar instrumentos pouquíssimo tempo depois da morte do animal. Além de cortar um pedaço de um fêmur de elefante, digamos, para que ele tivesse o tamanho desejado, as laterais do fragmento eram desbastadas com cuidado. Também é possível identificar a abertura deliberada de concavidades de um lado do osso, talvez para ajudar o hominínio a segurar o “cabo” do instrumento, além da formação de pontas.
Algumas dessas pontas, aliás, trazem sinais de “atividades percussivas e compressivas”, escrevem os pesquisadores -trocando em miúdos, é possível que os instrumentos fossem usados para bater em alguma coisa ou apertá-la, embora ainda não se saiba exatamente o quê.
Também ainda não está claro o que os achados significam para a história do desenvolvimento das ferramentas de osso. É possível que a prática tenha surgido e desaparecido algumas vezes ao longo da trajetória dos hominínios, ou ainda que a falta de outros exemplos no registro fóssil se explique pela maior dificuldade de preservação, já que instrumentos de pedra duram essencialmente para sempre.
Sorrisos, festa, música… Oito de março era sempre de celebração especial do aniversário de Elza dos Santos. Além de comemorarem a vida dela, os seis filhos lembravam que era dia das mulheres. E ela, a ‘rainha’ deles, na casa de um quarto, em que todos moravam no Rio de Janeiro. Elza, que perdeu o marido precocemente, atravessava a madrugada trabalhando como costureira. Foi também em um mês de março, no dia 15, em 1971, que a dor passou a ocupar espaço naquela casa.
Foi aquele o dia em que o filho mais velho, o estudante de ensino técnico em contabilidade Joel Vasconcelos, de 21 anos, foi preso por agentes da ditadura militar e desapareceu. Elza, desde então, passou a lutar para tentar salvar o rapaz. Iniciou um périplo. Carregava a foto do filho por onde ia. Buscou notícias, chorou escondida a ausência do rapaz, que era idealista e diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Foto na escadaria
Elza dos Santos teve o filho preso e desaparecido durante a ditadura militar – Foto Elza dos Santos/Arquivo Pessoal
Mesmo diante do desespero que se abateu, ela pedia que os filhos não deixassem de sorrir enquanto lutava para que dessem informações ou entregassem o corpo ou a certidão de óbito. Joel, que também era sapateiro, ajudava nas despesas de casa, e teria morrido após torturas nas dependências do DOI-Codi (entre 15 e 19 de março). Elza morreu em 1994, aos 64 anos, sem ter o corpo do filho.
Veja a certidão de óbito.
Uma das filhas de Elza e irmã de Joel, a advogada Altair de Almeida, de 68 anos, recorda que a mãe buscava também a fé religiosa para ter alguma esperança de mudança de cenário. “Ela ficava na escadaria da Cinelândia todos os dias com a foto do meu irmão. Nunca se calou, procurou o presidente, o papa. Não tinha quem não a conhecia”, lembra Altair que perdeu o irmão, quando ela era uma adolescente de 14 anos.
Brasília (DF), 08/03/2025 – Outras Eunices Paiva. Dia da Mulher. Joel Vasconcelos. Foto: Joel Vasconcelos/Arquivo Pessoal – Joel Vasconcelos/Arquivo Pessoal
Visibilidade
Histórias como a dessa família foram reconhecidas, principalmente após o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2014, e passaram a ter nova chance de visibilidade com as repercussões do filme “Ainda estou aqui”, sobre a luta de Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva.
Veja relatório da Comissão Nacional da Verdade.
De acordo com a historiadora Lorrane Rodrigues, coordenadora executiva do Instituto Vladimir Herzog, são as mulheres que levam à frente as políticas de memória, verdade e justiça para a América Latina como um todo, incluindo o Brasil.
“Essa repercussão toda causada pelo filme é muito importante para a gente entender qual é o papel dessas mulheres, seja no período da ditadura militar ou em outros períodos que o país já viveu”, afirma a pesquisadora.
À espera
No caso da história de Joel, que era negro e tinha passado pelo serviço militar obrigatório, foi preso quando estava acompanhado de um amigo nas imediações do Morro do Borel. De acordo com o relatório da CNV, a prisão teria ocorrido por suspeita de tráfico. Ocorre que o rapaz apenas levava cartazes contra a ditadura e ingressos para a peça de teatro “O Rei da Vela“, de Oswald de Andrade.
Os policiais militares entregaram os amigos para militares do Exército, justamente para pessoas que tinham a mesma farda que ele vestiu um dia. Da vida na caserna, ficava feliz de guardar a disciplina e a organização. “A minha mãe nunca deixou mudar o telefone de casa na esperança que algum dia ele fosse ligar”, recorda a irmã de Joel. “A foto que mais circula do meu irmão é a que tinha na Carteira de Trabalho dele”.
Joel começou a trabalhar com 11 anos de idade a partir de uma habilidade como sapateiro. A perda de Joel impactou financeiramente a família, já que Elza tinha que trabalhar o dobro para cuidar de todos, agora sozinha, e pagar advogados em busca dos direitos. Na década de 1990, conseguiram o primeiro atestado de óbito como desaparecido político.
“Vamos sorrir”
Mesmo com a perda e uma dor intangível, Elza não perdeu a alegria. “Dizia para a gente não parar de sorrir porque o nosso irmão era um herói. A minha família era pobre, mas nossa história é de muita alegria também”.
Na memória de Altair, ficaram imagens do irmão a carregá-la nos ombros para assistir aos jogos do Vasco, para praticar futebol e na ajuda aos estudos com matemática. “Eu tenho ainda esperança de que um dia saberemos exatamente o que aconteceu com meu irmão e que o corpo seja entregue à família. Não há possibilidade de haver esquecimento”
Perdas e luta
Uma das fundadoras do movimento Tortura Nunca Mais, a professora Victória Grabois, de 81 anos, perdeu o pai (Maurício, ex-deputado, de 61 anos), o irmão (André, estudante, de 27) e o marido (Gilberto Olímpio, jornalista, de 31) em 1973, assassinados por agentes da ditadura na região da Serra do Araguaia. A família, que vive no Rio de Janeiro, nunca recebeu os corpos. “Eu acho que eu vou morrer sem resposta”, lamenta.
Ela acredita, no entanto, que o filme “Ainda estou aqui” tenha trazido nova perspectiva para a luta das famílias dos desaparecidos. Victória espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) vote para desengavetar processos sobre o assunto que estão na Corte. “A repercussão do filme é muito interessante para a nossa luta. Tem histórias de mães que precisam ser contadas no Brasil. Muitas mães eram donas de casa, professoras, operárias. Essas mulheres levaram a luta”, diz
Ela defende que o Estado brasileiro precisa abrir mais arquivos do que ocorreu durante o regime que durou 21 anos. “Se hoje a gente fala de ditadura, isso se deve às mulheres, às mães, às esposas, companheiras”, afirma Victória Grabois.
A professora lembra que ficou sabendo que o irmão havia sido vítima de uma emboscada. Já nas mortes do pai e do marido, ela descobriu o que havia ocorrido pelos jornais. Desde então, considera que os direitos ocorreram a “conta gotas”.
A certidão de óbito, que reconheceu que os familiares haviam sido mortos durante a ditadura, foi importante, segundo a ativista, para que a família pudesse acessar recursos de pessoas assassinadas. Inclusive para fazer com que a vida continuasse. Quando eles morreram, o filho de Victória tinha apenas quatro anos de idade.
Prisão aos quatro meses
Eram crianças também, em São Paulo, quatro filhos dos operários Virgílio Gomes, de 36 anos, e Ilda Martins, de 38. Virgílio foi considerado o primeiro desaparecido político da ditadura militar. Ele foi preso em setembro de 1969 por militares, encaminhado para o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde foi torturado e assassinado, mas nunca o corpo foi entregue à família.
Família de Hilda Martins e Virgilio Gomes, considerado o primeiro desaparecido político da ditadura militar. Foto Virgílio Gomes/Arquivo Pessoal
A mais nova dos filhos, Isabel, tinha quatro meses de vida quando foi raptada pelos militares junto com os irmãos (todos crianças) e entregues para o juizado.
Assista audiência sobre o caso de Virgílio Gomes da Silva.
Virgílio era um dos militantes mais procurados do Brasil porque foi o comandante do sequestro do embaixador norte-americano no Brasil, Charles Burke Elbrick. A operação negociou a libertação de 15 prisioneiros.
Hoje, Isabel, que é professora, tem 54 anos de idade e vive em São Paulo depois de voltar de Cuba, onde a família se exilou com a mãe. “A história da família (de Rubens) Paiva é muito parecida com o que aconteceu com a nossa família. Minha mãe ficou viva com quatro filhos para criar. Eu era a filha menor”.
Proteção na dor
O irmão mais velho preso tinha nove anos. No dia da prisão da mãe (30 de setembro, o dia seguinte), o carro dos militares com a família chegou a capotar. “Minha mãe tentou me proteger e ninguém se machucou gravemente”.
Ilda, que ficou mais de um ano presa no Dops e no presídio Tiradentes, também em São Paulo, tem hoje 94 anos de idade e está lúcida.
“Ela sente muito até hoje sobre o período em que ficou separada dos filhos. De vez em quando, lembra disso e chora”, diz a filha. As crianças, depois de quatro meses no juizado da infância, foram abrigadas por outros familiares.
Depois que a família passou mais de uma década exilada em Cuba, Ilda pediu que todos voltassem para o Brasil depois que se formassem no ensino superior. Para Isabel, a mãe é uma heroína, tanto por ter lutado ao lado do pai quanto para manter força para criar os quatro filhos depois que o marido foi sequestrado e morto pelos militares. “A nossa luta agora é por encontrar os restos mortais. O Brasil nunca fez um julgamento correto”, avalia.
Da luta de Ilda, Isabel lembra-se como a mãe, no tempo de cadeia, sem responder por nenhuma acusação, estava desesperada sem ver as crianças. Recorda daqueles dias quando iam até a porta do presídio esperar qualquer notícia da mãe. Depois que Ilda conseguiu a liberdade, a família continuou sendo seguida. Por isso, resolveu ir embora do país.
Nas portas das cadeias
Persistência e força, mesmo diante de dor e trauma, nessa busca, por parte das mulheres, fizeram com que a luta permanecesse viva e presente. Como é o caso de Diva Santana que, aos 81 anos, é representante dos familiares na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
Ela procura a irmã, Dinaelza Coqueiro, há 50 anos, que foi morta pelos militares na Guerrilha do Araguaia. Diva entende que as mulheres familiares dos perseguidos e presos andavam nas portas das cadeias. “Essas mulheres lutaram, ao longo da nossa história, e continuam lutando para que tenhamos um país justo, democrático e humano antes de tudo”.
* Com colaboração da repórter Sayonara Moreno, da Rádio Nacional.
Sorrisos, festa, música… Oito de março era sempre de celebração especial do aniversário de Elza dos Santos. Além de comemorarem a vida dela, os seis filhos lembravam que era dia das mulheres. E ela, a ‘rainha’ deles, na casa de um quarto, em que todos moravam no Rio de Janeiro. Elza, que perdeu o marido precocemente, atravessava a madrugada trabalhando como costureira. Foi também em um mês de março, no dia 15, em 1971, que a dor passou a ocupar espaço naquela casa.
Foi aquele o dia em que o filho mais velho, o estudante de ensino técnico em contabilidade Joel Vasconcelos, de 21 anos, foi preso por agentes da ditadura militar e desapareceu. Elza, desde então, passou a lutar para tentar salvar o rapaz. Iniciou um périplo. Carregava a foto do filho por onde ia. Buscou notícias, chorou escondida a ausência do rapaz, que era idealista e diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Mesmo diante do desespero que se abateu, ela pedia que os filhos não deixassem de sorrir enquanto lutava para que dessem informações ou entregassem o corpo ou a certidão de óbito. Joel, que também era sapateiro, ajudava nas despesas de casa, e teria morrido após torturas nas dependências do DOI-Codi (entre 15 e 19 de março). Elza morreu em 1994, aos 64 anos, sem ter o corpo do filho.
Veja a certidão de óbito.
Uma das filhas de Elza e irmã de Joel, a advogada Altair de Almeida, de 68 anos, recorda que a mãe buscava também a fé religiosa para ter alguma esperança de mudança de cenário. “Ela ficava na escadaria da Cinelândia todos os dias com a foto do meu irmão. Nunca se calou, procurou o presidente, o papa. Não tinha quem não a conhecia”, lembra Altair que perdeu o irmão, quando ela era uma adolescente de 14 anos.
Histórias como a dessa família foram reconhecidas, principalmente após o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2014, e passaram a ter nova chance de visibilidade com as repercussões do filme “Ainda estou aqui”, sobre a luta de Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva.
Veja relatório da Comissão Nacional da Verdade.
De acordo com a historiadora Lorrane Rodrigues, coordenadora executiva do Instituto Vladimir Herzog, são as mulheres que levam à frente as políticas de memória, verdade e justiça para a América Latina como um todo, incluindo o Brasil.
“Essa repercussão toda causada pelo filme é muito importante para a gente entender qual é o papel dessas mulheres, seja no período da ditadura militar ou em outros períodos que o país já viveu”, afirma a pesquisadora.
No caso da história de Joel, que era negro e tinha passado pelo serviço militar obrigatório, foi preso quando estava acompanhado de um amigo nas imediações do Morro do Borel. De acordo com o relatório da CNV, a prisão teria ocorrido por suspeita de tráfico. Ocorre que o rapaz apenas levava cartazes contra a ditadura e ingressos para a peça de teatro “O Rei da Vela“, de Oswald de Andrade.
Os policiais militares entregaram os amigos para militares do Exército, justamente para pessoas que tinham a mesma farda que ele vestiu um dia. Da vida na caserna, ficava feliz de guardar a disciplina e a organização. “A minha mãe nunca deixou mudar o telefone de casa na esperança que algum dia ele fosse ligar”, recorda a irmã de Joel. “A foto que mais circula do meu irmão é a que tinha na Carteira de Trabalho dele”.
Joel começou a trabalhar com 11 anos de idade a partir de uma habilidade como sapateiro. A perda de Joel impactou financeiramente a família, já que Elza tinha que trabalhar o dobro para cuidar de todos, agora sozinha, e pagar advogados em busca dos direitos. Na década de 1990, conseguiram o primeiro atestado de óbito como desaparecido político.
Mesmo com a perda e uma dor intangível, Elza não perdeu a alegria. “Dizia para a gente não parar de sorrir porque o nosso irmão era um herói. A minha família era pobre, mas nossa história é de muita alegria também”.
Na memória de Altair, ficaram imagens do irmão a carregá-la nos ombros para assistir aos jogos do Vasco, para praticar futebol e na ajuda aos estudos com matemática. “Eu tenho ainda esperança de que um dia saberemos exatamente o que aconteceu com meu irmão e que o corpo seja entregue à família. Não há possibilidade de haver esquecimento”
Uma das fundadoras do movimento Tortura Nunca Mais, a professora Victória Grabois, de 81 anos, perdeu o pai (Maurício, ex-deputado, de 61 anos), o irmão (André, estudante, de 27) e o marido (Gilberto Olímpio, jornalista, de 31) em 1973, assassinados por agentes da ditadura na região da Serra do Araguaia. A família, que vive no Rio de Janeiro, nunca recebeu os corpos. “Eu acho que eu vou morrer sem resposta”, lamenta.
Ela acredita, no entanto, que o filme “Ainda estou aqui” tenha trazido nova perspectiva para a luta das famílias dos desaparecidos. Victória espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) vote para desengavetar processos sobre o assunto que estão na Corte. “A repercussão do filme é muito interessante para a nossa luta. Tem histórias de mães que precisam ser contadas no Brasil. Muitas mães eram donas de casa, professoras, operárias. Essas mulheres levaram a luta”, diz
Ela defende que o Estado brasileiro precisa abrir mais arquivos do que ocorreu durante o regime que durou 21 anos. “Se hoje a gente fala de ditadura, isso se deve às mulheres, às mães, às esposas, companheiras”, afirma Victória Grabois.
A professora lembra que ficou sabendo que o irmão havia sido vítima de uma emboscada. Já nas mortes do pai e do marido, ela descobriu o que havia ocorrido pelos jornais. Desde então, considera que os direitos ocorreram a “conta gotas”.
A certidão de óbito, que reconheceu que os familiares haviam sido mortos durante a ditadura, foi importante, segundo a ativista, para que a família pudesse acessar recursos de pessoas assassinadas. Inclusive para fazer com que a vida continuasse. Quando eles morreram, o filho de Victória tinha apenas quatro anos de idade.
Eram crianças também, em São Paulo, quatro filhos dos operários Virgílio Gomes, de 36 anos, e Ilda Martins, de 38. Virgílio foi considerado o primeiro desaparecido político da ditadura militar. Ele foi preso em setembro de 1969 por militares, encaminhado para o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde foi torturado e assassinado, mas nunca o corpo foi entregue à família.
A mais nova dos filhos, Isabel, tinha quatro meses de vida quando foi raptada pelos militares junto com os irmãos (todos crianças) e entregues para o juizado.
Assista audiência sobre o caso de Virgílio Gomes da Silva.
Virgílio era um dos militantes mais procurados do Brasil porque foi o comandante do sequestro do embaixador norte-americano no Brasil, Charles Burke Elbrick. A operação negociou a libertação de 15 prisioneiros.
Hoje, Isabel, que é professora, tem 54 anos de idade e vive em São Paulo depois de voltar de Cuba, onde a família se exilou com a mãe. “A história da família (de Rubens) Paiva é muito parecida com o que aconteceu com a nossa família. Minha mãe ficou viva com quatro filhos para criar. Eu era a filha menor”.
O irmão mais velho preso tinha nove anos. No dia da prisão da mãe (30 de setembro, o dia seguinte), o carro dos militares com a família chegou a capotar. “Minha mãe tentou me proteger e ninguém se machucou gravemente”.
Ilda, que ficou mais de um ano presa no Dops e no presídio Tiradentes, também em São Paulo, tem hoje 94 anos de idade e está lúcida.
“Ela sente muito até hoje sobre o período em que ficou separada dos filhos. De vez em quando, lembra disso e chora”, diz a filha. As crianças, depois de quatro meses no juizado da infância, foram abrigadas por outros familiares.
Depois que a família passou mais de uma década exilada em Cuba, Ilda pediu que todos voltassem para o Brasil depois que se formassem no ensino superior. Para Isabel, a mãe é uma heroína, tanto por ter lutado ao lado do pai quanto para manter força para criar os quatro filhos depois que o marido foi sequestrado e morto pelos militares. “A nossa luta agora é por encontrar os restos mortais. O Brasil nunca fez um julgamento correto”, avalia.
Da luta de Ilda, Isabel lembra-se como a mãe, no tempo de cadeia, sem responder por nenhuma acusação, estava desesperada sem ver as crianças. Recorda daqueles dias quando iam até a porta do presídio esperar qualquer notícia da mãe. Depois que Ilda conseguiu a liberdade, a família continuou sendo seguida. Por isso, resolveu ir embora do país.
Persistência e força, mesmo diante de dor e trauma, nessa busca, por parte das mulheres, fizeram com que a luta permanecesse viva e presente. Como é o caso de Diva Santana que, aos 81 anos, é representante dos familiares na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
Ela procura a irmã, Dinaelza Coqueiro, há 50 anos, que foi morta pelos militares na Guerrilha do Araguaia. Diva entende que as mulheres familiares dos perseguidos e presos andavam nas portas das cadeias. “Essas mulheres lutaram, ao longo da nossa história, e continuam lutando para que tenhamos um país justo, democrático e humano antes de tudo”.
* Com colaboração da repórter Sayonara Moreno, da Rádio Nacional.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente da Fifa Gianni Infantino apontou -em conversa com Donald Trump, presidente dos EUA- os favoritos ao título do Super Mundial de Clubes. A competição será nos Estados Unidos e acontecerá entre os dias 14 de junho e 13 de julho.
Questionado por Trump, Infantino apontou Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique e PSG como os principais candidatos. Os presidentes se reuniram no Salão Oval da Casa Branca na última sexta-feira, e o mandatário da Fifa apresentou o troféu do Super Mundial a Trump.
Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique, os alemães, PSG, os franceses. Os maiores estão sempre lá, e esses clubes são multinacionais, têm jogadores de todos os países. Gianni Infantino, presidente da Fifa
Entre os citados, apenas o PSG enfrentará um brasileiro na fase de grupos. Os franceses estão no Grupo B, que conta com Botafogo, Atlético de Madri e Seatle Sounders.
Além disso, City e Real podem se enfrentar logo nas oitavas de final. Isso porque dois duelos pelo mata-mata saíram do cruzamento do Grupo G -que contra com os ingleses- com o Grupo H -chave dos merengues.
Ao todo, o Super Mundial contará com 12 equipes europeias: Chelsea, Real Madrid, Manchester City, Borussia Dortmund, Bayern de Munique, Paris Saint-Germain, Atlético de Madri, Inter de Milão, Juventus, Benfica, Porto e RB Salzburg.
VEJA OS GRUPOS DO SUPER MUNDIAL Grupo A: Palmeiras (Brasil), Porto (Portugal), Al Ahly (Egito) e Inter Miami (Estados Unidos)
Grupo B: Paris Saint-Germain (França), Atlético de Madrid (Espanha), Botafogo (Brasil) e Seattle Sounders (Estados Unidos)
Grupo C: Bayern de Munique (Alemanha), Auckland City (Austrália), Boca Juniors (Argentina) e Benfica (Portugal)
Grupo D: Flamengo (Brasil), Espérance Sportive de Tunis (Tunísia), Chelsea (Inglaterra) e Club León (México)
Grupo E: River Plate (Argentina), Urawa Red Diamonds (Japão), Monterrey (México) e Inter de Milão (Itália)
Grupo F: Fluminense (Brasil), Borussia Dortmund (Alemanha), Ulsan HD (Coreia do Sul), Mamelodi Sundowns FC (África do Sul)
Grupo G: Manchester City (Inglaterra), Wydad AC (Marrocos), Al Ain FC (Emirados Árabes Unidos) e Juventus (Itália)
Grupo H: Real Madrid (Espanha), Al-Hilal (Árabia Saudita), Pachuca (México) e Red Bull Salzburg (Áustria)
O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira, 7, o primeiro caso de mpox no Brasil causado por uma nova cepa do vírus, a 1b. A paciente é uma mulher de 29 anos da região metropolitana de São Paulo, cujo quadro clínico evolui bem. Ela teve contato com um familiar do Congo, país africano onde a doença é endêmica.
De acordo com o ministério, não foram identificados casos secundários até o momento. A vigilância sanitária municipal de São Paulo está rastreando possíveis contatos da paciente. Até agora, apenas a cepa 2 do vírus tinha sido identificada no Brasil.
O caso da nova cepa foi confirmado por laboratório, segundo o ministério. A análise sequenciou o genoma completo do vírus, que é muito próximo aos casos da cepa 1b detectadas em outros países.
No Brasil, foram 2.052 casos da doença em 2024. Neste ano, são 115 casos até fevereiro. Não foi registrada nenhuma morte por mpox no País nos últimos dois anos. O ministério afirma que os pacientes geralmente apresentam sintomas leves e moderados.
O Ministério da Saúde afirmou que acompanha o caso em conjunto com as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde de São Paulo. A pasta disse ainda que comunicou o caso à Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS decretou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) para a mpox em agosto de 2024.
O Congo é um país da África Central, onde a mpox é considerada endêmica (frequente) desde a década de 1970. Segundo o Ministério da Saúde, o país teve um surto nacional da doença em dezembro de 2022. Nesse período, o surgimento da cepa 1b motivou um “aumento significativo” de casos no país, segundo nota técnica do ministério.
Ainda de acordo com o ministério, casos da cepa 1b foram registrados em Uganda, Ruanda, Quênia, Zâmbia, Reino Unido, Alemanha, China, Tailândia, Estados Unidos da América, Bélgica, Angola, Zimbábue, Canadá, França, Índia, Paquistão, Suécia, Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar e África do Sul.
O que é mpox e quais os sintomas
A mpox é causada pelo vírus MPXV. A transmissão ocorre por contato com pacientes infectados ou por materiais contaminados pelo vírus. Abraços, beijos e relação sexual com pessoas contaminadas oferecem risco, assim como o contato com lesões na pele, feridas, bolhas ou secreção.
Geralmente, a mpox apresenta quadros leves e moderados que duram de 2 a 4 semanas. Os pacientes costumam ter lesões na pele, como bolhas e feridas, além de febre, dor de cabeça, calafrio e fraqueza. Os sintomas podem aparecer até 21 dias após a infecção.
O Ministério da Saúde recomenda que pessoas com sintomas procurem uma unidade de saúde. Elas devem informar se tiveram contato com alguém doente e, se possível, evitar atividades sociais e coletivas e contato próximo com outras pessoas.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O Bloco da Anitta levou uma multidão de fãs e foliões ao centro do Rio de Janeiro neste sábado (8) no pós-Carnaval que coincide com o Dia da Mulher.
O Carnaval carioca ficou marcado por uma forte ação das forças de segurança contra casos de assédio em blocos de rua.
A dinamarquesa Camilla Knudsen, 23, em seu segundo Carnaval no Rio de Janeiro, disse que se sentiu “mais ou menos” respeitada.
“Tem homens que tentam dar beijo. Não aceita que não quero. Mas tem muitas mulheres que são muito legais, que ajudam os homens a entender”, disse ela, fantasiada com um vestido e máscara repletos de lantejoulas vermelhas.
A propagandista Kamili Fernandes, 25, disse que não sofreu com o assédio neste Carnaval, mas não sente ter havido uma mudança grande no comportamento dos foliões.
“Nesse Carnaval, não. Mas sempre tem alguém que puxa o braço”, afirmou ela, fantasiada com uma boia de piscina. A especialista em marketing digital Stephanie Souza, 26, disse vir ao Bloco da Anitta desde o primeiro desfile, em 2016, por ser sentir segura durante o evento.
“Antigamente eu era uma foliã nata. Agora sou mais caseira. Mas quando a Anitta coloca o bloco na rua eu venho, porque ela ensina as pessoas a impor respeito. Tanto mulheres quanto homens”, disse ela, com um vestido e uma tiara declarando seu amor à cerveja.
Anitta desfilou com um vestido dourado em homenagem à ginasta brasileira Rebecca Andrade, medalhista olímpica. A festa nas ruas do Rio de Janeiro encerrou uma turnê de 12 apresentações, desde o pré-Carnaval em janeiro.
A programação oficial de Carnaval na cidade termina neste domingo (8), tendo como principal atração o Monobloco, no centro.
O secretário de Agricultura e Abastecimento de São Francisco de Itabapoana, Enaldo Barreto, reuniu-se na última sexta-feira (07) com o superintendente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no estado do Rio de Janeiro, Robson Lima, para tratar sobre o lançamento do projeto “Campo: Ambiente Saudável”, voltado para as fábricas de farinha do município. A reunião aconteceu na Superintendência da Funasa no Rio. O projeto visa a contribuir para a promoção da saúde, a preservação ambiental e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida do público atendido, como agricultores, produtores de mandioca e os trabalhadores das fábricas de farinha em geral. O lançamento será no dia 10 de abril, às 18h, na Câmara Municipal de São Francisco de Itabapoana.
A prefeita Yara Cinthia ressaltou a importância do projeto no município e como ele irá beneficiar os agricultores e fabricantes de farinha. “Esse público representa uma parcela significativa da população de São Francisco de Itabapoana, além de ser um importante eixo econômico. Com esse projeto, vamos trabalhar as boas práticas com os agricultores das fábricas de farinha e da cadeia em geral”, disse.
Segundo Robson Lima, as ações propostas estão em consonância com um conjunto de iniciativas que têm como objetivo a obtenção da Indicação Geográfica (IG) da farinha de mandioca de São Francisco de Itabapoana, processo já em fase de conclusão.
– As ações do projeto visam a mitigar problemas de vulnerabilidade socioeconômica e ambiental que há muito tempo assolam essas comunidades, além da escassez de apoio em políticas públicas e assistência técnica especializada – destacou Robson.
Durante a reunião, também foi debatida a renovação do convênio de cooperação técnica da Funasa com o município. Essa cooperação envolve principalmente a análise de água nas comunidades quilombolas de Barrinha e Deserto Feliz. Enaldo destacou que uma equipe da fundação já esteve no município e voltará para visitar as duas comunidades.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou novamente as decisões que o tornaram inelegível até 2030 e declarou que só indicaria outro candidato para disputar o Palácio do Planalto em 2026 “depois de morto”. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível ao condená-lo, em 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
“Eu não participar (da eleição de 2026) é uma negação à democracia. Só depois de morto eu indico outro candidato. Se tivesse um motivo justo, eu nem estaria falando com vocês aqui, arrumaria uma maneira de fugir”, disse o ex-presidente nesta quinta, 6, a jornalistas, depois de desembarcar no Aeroporto de Brasília.
Bolsonaro ressaltou ainda que não acredita estar atrapalhando o campo da direita ao não indicar um nome para a disputa do ano que vem, e que considera que vários partidos têm condição de lançar candidatos para o próximo pleito presidencial. “Cada partido que se apresente, lance o candidato, comece a andar pelo Brasil, como eu fiz”, afirmou.
Em janeiro, o ex-presidente falou sobre uma possível candidatura da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ou de outro filho seu, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na ocasião, Bolsonaro disse que uma eleição sem a sua presença seria “parecida com a da Venezuela”.
Além de estar inelegível, o ex-chefe do Executivo federal foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito do golpe.
Pesquisa
No momento em que aumenta a pressão para que Bolsonaro indique um outro nome do campo da direita ou da centro-direita, já que está inelegível, seus aliados mais próximos insistem que só o ex-presidente seria capaz de impedir a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.
Flávio Bolsonaro usou o resultado da pesquisa AtlasIntel divulgada nesta sexta, 7, que projetou uma vantagem de seu pai sobre o petista para rechaçar o movimento por uma candidatura alternativa ao Planalto. “Entenderam por que querem a cabeça de Jair Bolsonaro? Só ele pode vencer Lula em 2026”, afirmou o senador, ontem, nas redes sociais.
Em fevereiro, no entanto, Flávio admitiu que existem nomes alinhados à direita que poderiam encabeçar uma candidatura alternativa à do pai no ano que vem. Segundo o senador, presidentes de partidos estariam sondando ele próprio e Michelle Bolsonaro como alguns dos quadros viáveis.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Um homem invadiu um aeroporto no Cazaquistão e fez uma funcionária refém.
Armado com uma faca, ele foi visto agarrando pelos cabelos uma assistente de bordo de 21 anos enquanto ameaçava explodir algo.
O incidente aconteceu quando a jovem pediu que ele apresentasse sua identificação para poder passar pela área de embarque.
O momento de pânico terminou graças à intervenção de um bom samaritano, que decidiu trocar de lugar com a funcionária.
Abdraim, pai de cinco filhos e ex-lutador de boxe, resolveu agir por conta própria. “Vim ao aeroporto para encontrar familiares e ouvi uma jovem gritando”, contou ao The Sun. Ele então se ofereceu para substituir a mulher como refém, ficando no lugar dela diante do agressor, um homem de 67 anos.
Já nessa posição, ele esperou um momento de distração do suspeito para desarmá-lo e imobilizá-lo.
Sua coragem lhe rendeu muitos elogios, e até o presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, decretou que ele receberá uma medalha estatal por bravura.
Enquanto isso, um processo criminal foi aberto contra o suspeito, que pode ser condenado a até 12 anos de prisão.
Um vídeo mostrando uma abordagem policial na cidade de Winter Haven, Estados Unidos, viralizou nas redes sociais. Nas imagens, policiais imobilizam uma mãe, Mariah Banks, de 27 anos, e sua filha de três anos no chão, enquanto revistam a mulher. A ação gerou críticas intensas, especialmente pelo tratamento dado à criança. Segundo a polícia, a abordagem tinha como objetivo prender o marido da mulher, Godfrey Hercules II, de 29 anos, acusado de portar ilegalmente uma arma.
A denúncia contra Hercules ocorreu após ele se envolver em uma briga em um estacionamento e ser visto com uma arma. De acordo com a polícia, um alerta foi emitido para um carro Nissan Altima, onde Hercules, Banks e a criança estavam. Durante a abordagem, Hercules foi detido rapidamente próximo ao local, enquanto Banks foi orientada a deitar no chão. A polícia afirmou que a criança não foi forçada a deitar, mas imitou os movimentos da mãe.
“Os policiais agiram com um nível apropriado de cautela, considerando a presença de uma arma”, declarou a polícia. Segundo o comunicado, a pistola foi encontrada no veículo, e os agentes asseguraram que a arma não foi apontada para a criança. A ação, no entanto, foi criticada por internautas, que chamaram o tratamento de “excessivo” e “insano”.
Após a prisão, tanto Hercules quanto Banks foram liberados porque a vítima envolvida na briga não quis prestar queixa. O caso, porém, segue com queixas registradas no Gabinete do Procurador do Estado contra Hercules por porte ilegal de arma e desavença. A polícia reforçou que a abordagem foi conduzida dentro dos protocolos, mas a repercussão pública do caso levanta debates sobre o uso da força em situações envolvendo crianças.
ANA BOTTALLO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ano de 2025 não começou com uma perspectiva positiva para o clima. Após o registro de recorde de temperatura no mundo em 2024, houve a saída do Acordo de Paris da nação mais rica do planeta, os Estados Unidos, a pedido do presidente Donald Trump, que nega as mudanças climáticas.
É diante desse cenário adverso que mulheres têm buscado protagonismo e formado frentes de apoio na luta contra a crise climática por meio da ciência, do ativismo e da política. Em comemoração ao 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, conheça oito personalidades que lideram ações pelo clima.
TXAI SURUÍ (BRASIL) Nascida na Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia, a ativista Walelasoetxaige Suruí (“mulher inteligente, gente de verdade”) adotou o apelido Txai, cujo significado é “a metade de mim que existe em você e a metade de você que habita em mim”, na língua dos indígenas kaxinawás. Filha de ativistas, cresceu ligada à luta pela defesa do território de seu povo e da floresta. Aos 19, tornou-se a primeira pessoa do povo suruí a ingressar no curso de direito da Universidade Federal de Rondônia.
Txai foi a única brasileira a discursar na edição da COP26, em 2021, na Escócia, e a primeira indígena a falar na abertura de uma conferência do clima. Atualmente é coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e colunista da Folha.
ALESSANDRA MUNDURUKU (BRASIL) De Itaituba, no Pará, Alessandra Korap Munduruku é uma liderança indígena munduruku à frente da Associação Indígena Pariri.
Seu trabalho é voltado à defesa das etnias que vivem ao longo do rio Tapajós e enfrentam o garimpo ilegal e a extração da madeira. Por conta do seu ativismo, já foi ameaçada de morte e teve sua casa invadida e roubada, o que levou um grupo de deputados na Alemanha a solicitar sua proteção ao governo brasileiro.
Recebeu, em 2020, o prêmio Robert F. Kennedy de Direitos Humanos e, em 2023, o Goldman, considerado o Nobel do ativismo ambiental.
BÁRBARA FLORES (BRASIL) De Belo Horizonte, Bárbara Nascimento Flores é uma indígena da etnia borum-kren e pesquisadora em desenvolvimento ambiental. Tornou-se ativista ainda na adolescência, quando se revoltou contra abusos de mineradoras e incorporadoras na periferia da capital mineira.
Foi a primeira de sua linhagem a entrar na universidade, onde cursou turismo. Fez ainda mestrado e doutorado na Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz na Bahia) e é atualmente pós-doutoranda na Universidade de Colorado, em Boulder (EUA). É bolsista do Instituto Serrapilheira, onde pesquisa a interação ecológica de povos originários com a floresta.
ANA TONI (BRASIL) Diretora-executiva da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém em novembro, é também secretária nacional de Mudanças do Clima no governo Lula (PT).
Antes de ingressar no governo federal, foi diretora-executiva do iCS (Instituto Clima e Sociedade). Entre outras posições anteriores, foi presidente do conselho do Greenpeace Internacional de 2010 a 2017. Tem ainda passagem pela Fundação Ford no Brasil e pela ActionAid Brasil, onde trabalhou em projetos contra desigualdade.
XIYE BASTIDA (MÉXICO) A jovem ativista de Atlacomulco, no México, é uma das principais organizadoras do movimento Fridays For Future em Nova York, inspirado nas greves estudantis iniciadas pela sueca Greta Thunberg.
Parte do povo otomi-tolteca (indígenas mexicanos), busca dar visibilidade aos direitos dos indígenas e imigrantes na crise climática. Xiye mudou-se com a sua família para os EUA após uma inundação atingir sua cidade natal. Cofundadora da ONG Re-Earth, foi premiada com o prêmio Espírito da ONU em 2018, e teve um documentário feito pela revista Teen Vogue sobre sua trajetória em 2019.
VANESSA NAKATE (UGANDA) Vanessa Nakate cresceu em Kampala e iniciou sua trajetória como ativista contra as mudanças climáticas após os registros históricos de temperatura assolarem seu país em 2018.
Fez manifestações diárias em frente aos portões do Parlamento ugandense, até que outros jovens começaram a se unir a ela. Fundou o movimento Youth for Future Africa e foi uma das poucas ativistas jovens a discursar na COP22, em 2019, na Espanha.
Foi eleita, em 2020, uma das 100 Women da BBC, lista anual das principais mulheres do planeta na visão da mídia britânica.
CHRISTIANA FIGUERES (COSTA RICA) A antropóloga, economista e diplomata atua há 30 anos em questões ambientais, tendo sido uma das principais articuladoras do Acordo de Paris, assinado em 2015. Antes, em 2010, foi nomeada secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
Filha de um ex-mandatário (o pai, José Ferrer, foi presidente da Costa Rica) e de uma embaixadora, Christiana esteve desde cedo envolvida em política. Viveu por um tempo no vilarejo indígena Bribri, na Costa Rica, como parte de um programa de alfabetização especializada para povos originários.
SUSANA MUHAMAD (COLÔMBIA) Deixou no último mês o cargo de ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia. Antes, foi diretora de planejamento de ação climática para a América Latina no grupo C40 Cities e trabalhou como consultora de desenvolvimento sustentável da Shell Global em Haia (Holanda).
Foi ainda secretária do Meio Ambiente e secretária-geral de Bogotá até ser eleita vereadora, em 2019, cargo que ocupou até o primeiro semestre de 2022, quando virou ministra. Recentemente também foi presidente da COP16 da biodiversidade, conferência da ONU iniciada em Cáli, em 2024, e encerrada no último mês em Roma.