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Em média, 3.000 brasileiros morrem por ano à espera de transplante de órgãos

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CLÁUDIA COLLUCCI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dos líderes mundiais em número de transplantes de órgãos, o Brasil enfrenta altas taxas de recusa na doação e outros entraves que fazem com que, em média, cerca de 3.000 pessoas morram por ano enquanto aguardam a cirurgia. Só no primeiro semestre deste ano, foram 1.793 mortes, sendo 46 crianças.

 

De janeiro a junho, foram feitos 4.579 transplantes de órgãos, 8.260 de córnea e 1.613 de medula óssea. Até junho, 64.265 adultos e 1.284 crianças estavam na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes, segundo dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos).

Entre os adultos, a maior fila de espera é por rim (35.695), seguido de córnea (26.409) e fígado (1.412). Entre as crianças, lideram córnea (749), rim (396) e fígado (75).

A taxa média de espera por um órgão é de 18 meses, mas o tempo varia bastante de acordo com o tipo de transplante, as condições clínicas do paciente e o volume de doadores.

A espera do paranaense Maycon de Almeida Moreno, 35, por um coração terminou em maio deste ano. Ele aguardava havia um ano e meio por um doador compatível. “A doação de órgãos mudou a minha vida. Temos que quebrar esse preconceito da doação de órgãos e doar porque a doação salva vidas.”

O Paraná é o estado com maior número de doações por milhão de população (pmp) no país, de acordo com a ABTO. De janeiro a junho, registrou 42,3 doações pmp, seguido por Rondônia (40,5 pmp), Santa Catarina (40,7 pmp) e Rio de Janeiro (27,0 pmp). A média nacional é de 19,5 pmp.

A recusa familiar continua sendo a principal causa da não doação de órgãos, segundo dados da ABTO. No país como um todo, a média atual é de 45% de recusas, mas há grande variação regional. Por exemplo, no Paraná é de 25%, e no Acre, de 77%.

Essas negativas têm grande impacto no número de transplantes. Em 2023, o Brasil realizou apenas um quarto dos transplantes cardíacos necessários, por exemplo. Isso significa que 138 pacientes morreram enquanto esperavam por um coração novo.

Segundo o médico Valter Garcia, responsável pela Unidade de Transplante de Rim e Pâncreas da Santa Casa de Porto Alegre (RS) e um dos fundadores da ABTO, são vários os fatores que determinam a recusa ou aceitação da doação de órgão no momento em que a morte encefálica é declarada.

“É sempre um processo inesperado e muito dramático para as famílias. Não estamos falando da nossa avó de 90 anos que descansou. É o filho que teve um acidente, é o irmão que teve um derrame cerebral.”

Um dos fatores determinantes, diz ele, é a percepção prévia sobre o ato da doação. “Se eu sou contra, se acho que tem comércio e que só rico recebe, não é na hora da morte de um filho que você vai me provar o contrário.”

Um outro fator é o atendimento no hospital. “Se você vai lá visitar o seu familiar que teve um acidente e está na UTI [Unidade de Terapia Intensiva], e o porteiro não te deixa entrar porque a visita é só às 20h, e você não consegue falar com médico, quem fala com você é só a auxiliar de enfermagem, isso não é bom.”

O treinamento do entrevistador na hora de informar a família sobre a morte também tem impacto na decisão. “As pessoas precisam estar preparadas para dar um bom acolhimento, mostrar que não existe comércio, que todos são beneficiados. Você não pode entrevistar os familiares rindo, atendendo o celular ou com pressa”, diz Garcia.

Para Michele Canato Costa, filha de um doador do Paraná, a forma como a equipe médica abordou a família fez toda a diferença na doação dos órgãos do pai, que morreu aos 65 anos, em junho deste ano. Foram doados rins, córnea e pele.

“Naquele momento [da abordagem], nós sentimos um conforto muito grande em saber que poderíamos proporcionar ao nosso pai um último ato de caridade, de generosidade e de amor. Com certeza, nós sabemos que o coração dele foi em paz e foi feliz. O momento da doação de órgãos transformou o nosso luto em amor, em carinho, em solidariedade”, afirma.

Rafael Paim, presidente da Adote (Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos), cita ainda outros fatores envolvidos na recusa familiar que poderiam ser evitados com políticas públicas, entre eles a demora na liberação do corpo. “A família já está passando por uma dor imensa e ainda vai ter que lidar com o atraso do funeral. A sensação é de prolongamento do sofrimento.”

Segundo ele, alguns centros de transplante fazem acordos com os familiares dando garantias de que o corpo será liberado em até 24 horas. Caso contrário, eles podem recuar no processo de doação. “Em muitos casos, o corpo já é devolvido antes, em até 17 horas.”

O medo de que o corpo do parente seja mutilado para a retirada dos órgãos também é outro motivo de recusa na doação, diz Paim. “Em geral, quando isso acontece, é porque a equipe de doação e transplante não foi treinada para explicar o processo à família. O corpo é devolvido com toda a dignidade.”

Santa Catarina, por exemplo, é considerado um dos estados modelos no treinamento das equipes de transplantes. Neste ano, foi criado um orçamento fixo que prevê, entre outras coisas, cursos periódicos sobre a detecção da morte encefálica, sensibilização dos familiares para autorização da doação, entre outros.

Na legislação atual, em casos de morte encefálica, somente a família do paciente pode atestar a vontade da pessoa em doar os órgãos. Uma das iniciativas para tentar agilizar as doações é a Aedo (Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos), lançada em abril.

Em três meses de funcionamento, mais de 7.000 pessoas se inscreveram como doadoras. Porém, 55% delas não havia concluído o registro até julho.
Segundo Liz Rezende, juíza auxiliar da CNJ (Conselho Nacional de Justiça), um dos parceiros da iniciativa, está sendo apurado se a falta de conclusão é de responsabilidade da pessoa ou de algum problema do cartório.

Para a juíza, mesmo com esse contratempo, a iniciativa já mostra que as pessoas têm interesse na doação. “O número de pessoas querendo doar já é o triplo de doações que efetivamente foram feitas no primeiro trimestre”, diz.
Além da recusa familiar nas doações, há outros fatores que atravancam o número de transplantes no país, como a detecção da morte encefálica. A taxa no Brasil está entre 100 e 110 mortes encefálicas por milhão de população. A meta é que, em seis anos, o país atinja 77 mortes por milhão.

Segundo Valter Garcia, da ABTO, a falta de estrutura dos hospitais para atender às regras do CFM (Conselho Federal de Medicina) para a determinação de morte encefálica é um dos entraves que levam à subnotificação da morte encefálica.

Por exemplo, é preciso ter dois especialistas, com experiência e capacitação específica, e acesso a exames de imagens, como o doppler, e profissionais treinados para interpretá-los. “Em alguns lugares não há toda essa estrutura, mas estamos melhorando”, diz o médico.

 

Homem esfaqueia mulher e filhos menores até à morte em França

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Um homem esfaqueou a mulher e os dois filhos, um de cinco anos e o outro de 22 meses, até à morte, durante a manhã deste sábado (7), na cidade francesa de Mormant, nos arredores de Paris. Segundo a imprensa local, o suspeito já tinha antecedentes devido a problemas psiquiátricos.

 

O incidente aconteceu durante a madrugada na casa da família e, após o crime, o suspeito saiu à rua e “atacou vários transeuntes”, provocando ferimentos leves a duas pessoas, conta o jornal La République de Seine-et-Marne. 

O homem acabou por ser interceptado pelas 6h30 locais por um policial à paisana e confessou que havia “matado a sua família” e apresentou uma identificação falsa.

Após a detenção, foi levado para um hospital para ser sujeito a testes psiquiátricos, o que poderá adiar a sua audiência em tribunal. 

O caso ficou entregue à Gendarmerie de Paris.

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Justiça ordena caça a hipopótamos de Pablo Escobar na Colômbia

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Um tribunal da Colômbia ordenou nesta sexta-feira a adoção de “medidas para a erradicação” de mais de 150 hipopótamos descendentes de um casal trazido ao país na década de 1980 pelo narcotraficante Pablo Escobar, cuja população está se reproduzindo sem controle. De acordo com a AFP, o Tribunal Administrativo de Cundinamarca deu ao Ministério do Meio Ambiente um prazo de três meses para apresentar um regulamento que inclua “caça controlada e esterilização” dos animais, devido ao impacto deles no “equilíbrio ecológico” da região.

 

No final de 2022, o Ministério do Meio Ambiente anunciou um plano para esterilizar parte dos hipopótamos e aplicar eutanásia em outros, mas as esterilizações avançam lentamente e nenhuma eutanásia foi realizada até agora. Além disso, um plano para transferir os animais para o México, Índia e Filipinas também não teve progresso.

Os hipopótamos foram trazidos à Colômbia por Pablo Escobar, que adquiriu um casal da África para seu zoológico particular. Após sua morte em 1993, os animais ficaram sem controle, se reproduziram e começaram a causar problemas, como ataques a pescadores no rio Magdalena. Em 2023, a população de hipopótamos já havia chegado a 166, e o Ministério do Meio Ambiente estima que, se não forem controlados, eles podem chegar a 1.000 até 2035.

Especialistas alertam que o crescimento descontrolado dos hipopótamos ameaça espécies locais, mas há resistência à ideia de caça por parte de defensores dos direitos dos animais e trabalhadores do turismo. 

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Estudante aponta arma para colega durante briga em faculdade; vídeo

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Uma discussão entre duas alunas de uma faculdade particular em Maceió terminou com uma delas apontando uma arma de fogo para a outra dentro da sala de aula, na noite de sexta-feira (6). A estudante que sacou a arma é policial civil.

 

O incidente, registrado em vídeo por outra aluna, mostra as duas estudantes discutindo na frente de outros colegas. Segundo relatos, a briga começou porque a policial civil se incomodou com o barulho na sala de aula.

As imagens capturam o momento em que as duas alunas partem para agressões físicas, e a policial saca a arma, apontando-a para a colega. Outros estudantes tentam intervir e acalmar a situação.

A faculdade Estácio informou, por meio de nota, que a polícia militar foi acionada logo após o ocorrido.

Nota 
A Instituição informa que a polícia foi acionada após o desentendimento entre as duas alunas, ocorrido na noite desta sexta-feira. Esclarecemos que o fato será analisado e todas as medidas cabíveis serão adotadas. A direção do campus lamenta o ocorrido e reforça que atua na promoção de um ambiente acadêmico respeitoso e ético, repudiando qualquer tipo de comportamento violento ou contrário aos valores da instituição.
 

 

Autora revela desabados de Diana durante casamento com Charles

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Em um novo livro intitulado “Dancing with Diana”, a dançarina Anne Allan relata desabafos da princesa Diana sobre seu casamento infeliz com o rei Charles III. Lançada na terça-feira (3), a obra revela que Lady Di confidenciava suas dores durante as aulas de dança, onde falou sobre seus sentimentos e a difícil relação com o marido. Em trechos divulgados pelo Page Six, Diana expôs sua frustração em relação a Charles, mencionando também o retorno do relacionamento dele com Camilla Parker-Bowles.

 

Diana teria revelado, pela primeira vez em 1986, cinco anos após o casamento, que se sentia insuficiente para Charles e não entendia por que ele não a amava. Segundo a autora, a princesa lamentava a falta de afeição e a solidão constante, dizendo que, apesar de tentar agradar ao marido, ele parecia preferir outra mulher. Lady Di também manifestou sua tristeza por estar emocionalmente distante de Charles, sentindo-se sem apoio e incompreendida.

Anne Allan descreve o sofrimento de Diana, que desejava ser amada e ter o marido ao seu lado, embora ambos tivessem casos extraconjugais. Ainda assim, Charles era o homem que Diana queria, o que tornava sua situação ainda mais dolorosa. A autora menciona que a luta de Diana contra a bulimia estava diretamente ligada ao seu estado emocional, agravado pela indiferença de Charles e pela pressão do Palácio, que suspeitava de seus problemas alimentares.

No livro, Anne Allan também destaca o desespero de Diana diante do comportamento de Charles e a dificuldade em lidar com as expectativas reais, evidenciando um casamento repleto de mágoas e desencantos para a princesa.

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Ex de Rebeca Andrade relata ataques após Olimpíadas

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após o fim dos Jogos de Paris e vitórias olímpicas de Rebeca Andrade, o ex-namorado da ginasta se pronunciou pela primeira vez. Na ocasião, ele manteve silêncio sobre a conquista do ouro da atleta.

 

Luiz Cleiton relatou nas redes sociais ser alvo de ataques de fãs e perfis nas redes sociais, e que os episódios mexem com a sua saúde mental.

“Não vai parar, não adianta eu ficar em silêncio. Só quero ser o cara descartável e ficar no limbo como a maioria das pessoas fala para mim, ‘lixo, livramento’. Não tem nada que você fale para mim que eu já não falei dez vezes pior para o espelho”, disse em um vídeo.

Em seguida, o fisiculturista mostrou uma cartela de medicamentos e afirmou “não ser bala” e que “não está brincando de tomar [os remédios]”.

Ele e Rebeca começaram a namorar em 2022 e terminaram a relação em fevereiro deste ano. “Instagram de fãs e TikTok só me esculachando. Só quero ser um cara comum, e as pessoas não estão deixando, não consigo entender o propósito. Não sei se fiz por merecer.”

Suárez dá adeus à seleção uruguaia em 0 a 0 contra o Paraguai

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Com choro, emoção, homenagens em bandeiras, no telão, faixas e camisas de agradecimento, estádio Centenário de Montevidéu totalmente lotado e ovação após 90 minutos, chegou ao fim nesta sexta-feira a carreira de 17 anos de Luis Suárez defendendo as cores da seleção uruguaia. Faltou o gol do camisa 9, de 37 anos, e dos companheiros, o que deixaria a festa completa. Postado defensivamente, o Paraguai segurou o 0 a 0 pelas Eliminatórias Sul-Americanas. Apesar do clima festivo, os uruguaios não se esqueceram do lateral Izquierdo, morto recentemente após mal súbito no MorumBis, e jogaram com uma tarja preta de luto.

Suárez se despede da seleção uruguaia com 143 partidas disputadas e a artilharia isolada, com 69 gols (diante de 58 de Cavani), além de 39 assistências. O grande momento foi a conquista da Copa América de 2011, justamente diante do Paraguai, um ano após levar sua esquadra até a semifinal da Copa do Mundo de 2010.

O último ato de Suárez pela Celeste começou na entrada em campo. Os mais de 40 mil presentes saudaram o ídolo em alto e bom som. O jogador tentava segurar a todo custo as lágrimas. A emoção no hino nacional foi inevitável. Restabelecido e peça principal com as tantas ausências de Darwin Nuñez, De La Cruz, Arrascaeta, Ronald Araújo, Bentancur, Olivera, Giménez, Piquerez, Viña e Varella, correu ansioso para o início da partida.

Suárez estava muito disposto a fechar sua brilhante passagem pela seleção uruguaia com um gol. Começou com uma cabeçada pelo alto. Aos 18 minutos, fez pose para realizar em belo voleio, mas parou na trave.

O camisa 9 aparecia a todo momento com o braço erguido pedindo a bola. Ajudava até companheiros com dores a se levantar para a seleção não perder tempo. Ainda reclamou do goleiro Gatito Fernández de uma entrada desleal após enrosco na área e não quis saber de tocar a mão do botafoguense.

Com a posse de bola e a todo momento buscando a abertura do placar, o Uruguai deu alguns espaços e quase acabou surpreendido pelo oponente. O camisa 10 Almirón, cara a cara, mandou no peito do goleiro Rochet. Enciso já havia carimbado a trave.

Suárez voltou do intervalo menos tenso e emotivo e desta vez era só sorrisos. Antes de a última etapa pela seleção começar, distribuía beijinhos em direção à família, em peso nas tribunas. A torcia achava que era também para ela e agradecia.

O Paraguai manteve a postura defensiva, sempre apostando nos contragolpes. E voltou a parar na trave em batida colocada de Diego Gómez. Se pouco atacava, o time comandado pelo estreante Gustavo Alfaro sabia controlar as ações uruguaias e não sofria.

O tempo passava e Marcelo Bielsa não escondia o nervosismo com a apresentação abaixo do esperado do Uruguai, esbravejando na beirada do campo. Viu Brian Rodríguez parar em Gatito após jogada individual e batida forte.

O jogo deu uma esquentava no fim quando Suárez não gostou de uma trombada de Velázquez em Martínez. Ambos caíram e o defensor deixou o pé no ombro do uruguaio. O camisa 9 foi tirar satisfação e quase causa uma briga. Levou amarelo. O apito final veio com uma salva de palmas ao astro.

Cruzeiro oficializa a ida de Arthur Gomes para a Rússia e Santos embolsa R$ 1,4 milhão

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O Cruzeiro oficializou neste sábado a venda do atacante Arthur Gomes ao Dinamo Moscou, da Rússia, em uma negociação que girou nas casas dos R$ R$ 36 milhões, além de metas pré-estipuladas, que podem aumentar ainda mais a quantia. O Santos foi quem também comemorou o acerto. Por ser o clube formador tem direito a 4% pelo mecanismo de solidariedade da Fifa, ou seja, aproximadamente R$ 1,4 milhão.

O valor, inclusive, chegará em boa hora ao Santos, que vem lutando para conter a crise financeira ao mesmo tempo que se reforça com o intuito de conquistar o acesso na Série B. A quantia deve ser usada para quitar algumas das dívidas que o clube possui, que já ocasionaram transfer ban ao longo da temporada.

A transferência só foi possível, pois a janela na Rússia fecha apenas no dia 12 de setembro. Arthur Gomes acertou com o Dínamo por três temporadas após uma passagem sem muito brilho pelo Cruzeiro. No total, foram 59 jogos, oito gols e cinco assistências. O Cruzeiro havia investido R$ 16 milhões na sua contratação.

“Não poderia deixar de agradecer a todos que fizeram parte dessa minha passagem por aqui. Desde que cheguei, no meio de 2023, fui muito bem recebido por todos, funcionários, atletas, comissões técnicas e diretores que estiveram comigo nessa jornada”, disse o atacante.

Arthur Gomes vai para o seu terceiro clube no exterior. O atacante, de 26 anos, com passagens por Santos, Chapecoense e Atlético-GO, aventurou-se em Portugal antes de acertar com o Cruzeiro. Ele defendeu o Estoril Praga e o Sporting.

Sem Arthur Gomes, o Cruzeiro volta a campo no dia 15 de setembro, domingo, às 18h30, para enfrentar o São Paulo, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela 26ª rodada do Brasileirão.

Venezuela quer suspender custódia do Brasil sobre embaixada argentina

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O governo da Venezuela quer suspender a custódia do Brasil sobre a Embaixada da Argentina em Caracas. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, “não pode haver revogação unilateral da custódia.”

Segundo nota do Itamaraty, “enquanto não se designar outro país para representar os interesses argentinos, a situação permanece como está”. O governo brasileiro foi notificado pelo governo venezuelano, “mas informou que seguirá representando os interesses da Argentina na Venezuela até que seja designado um substituto.”

Há pouco mais de um mês, o Brasil assumiu temporariamente, a pedido do governo argentino, a representação diplomática argentina na capital venezuelana, após o presidente Nicolás Maduro decretar o fechamento da representação diplomática argentina e ordenar a expulsão do país dos diplomatas argentinos. Na ocasião, a bandeira do Brasil foi hasteada no lugar da bandeira Argentina.

A Venezuela também expulsou as missões diplomáticas do Chile, da Costa Rica, do Panamá, da República Dominicana e do Uruguai.

Jornais de Buenos Aires afirmam que seis opositores ao regime do presidente Nicolás Maduro seguem refugiados na embaixada, que está sitiada com a presença de agentes da Direção de Ações Estratégicas e Táticas, da Policia Nacional Bolivariana, e do Serviço Bolivariano de Inteligência. Segundo a imprensa portenha, a luz da embaixada foi cortada e geradores garantem o fornecimento de energia elétrica. 

Brasil conquista novo ouro no judô e fica a um do recorde histórico

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SANDRO MACEDO
PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Antes dos Jogos de Paris, Antonio Tenório era o único judoca brasileiro com medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos. Em poucos minutos, neste sábado (7), o país triplicou a conta na Arena Campo de Marte.

 

Três lutas depois da vitória de Arthur Silva, o paraibano Wilians Araújo, 33, tornou-se campeão ao bater o judoca da Moldávia, Ion Basoc, na categoria acima de 90 kg, J1.

“O moldávio é muito difícil, eu tinha perdido para ele no mês de maio, estava 3 a 1 [a favor], agora está 4 a 1. É muito bom construir essa história”, disse ele.
O ouro de Wilians Araújo foi o 21º do Brasil nos Jogos de Paris. A delegação está a uma conquista de igualar a marca de 22 ouros obtida em Tóquio-2020.

Depois da luta, o judoca dedicou a vitória à filha Carolina, de 1 ano e sete meses. “É tudo por ela, quero que ela tenha muito orgulho do pai que ela tem, uma pessoa com deficiência que conseguiu vencer através do esporte.”

Judoca Wilians Araújo comemora ouro após vencer o moldavo Ion Basoc, na classe J1, para atletas com deficiência visual, na categoria acima de 90 kg Marcello Zambrana CPB Um atleta de judô está sentado no tatame, aplaudindo. Ele usa um judogi branco e tem uma bandeira do Brasil em sua roupa. O fundo mostra uma tela com as palavras ‘PARIS 2024’. O tatame é colorido, com áreas em vermelho, amarelo e azul. Os judocas são separados em duas categorias de deficiência visual: J1 (cegos totais ou com percepção de luz) e J2 (atletas que conseguem definir imagens). Em Paris, essa é a primeira vez que a modalidade tem a divisão na classificação.

Líder do ranking, o brasileiro entrou como favorito no combate. E com menos de um minuto de luta, já conseguiu um wazari de pontuação, na própria sequência do golpe, o árbitro encerrou o duelo, anotando o ippon a favor do brasileiro. Na hora de comemorar, Araújo ergueu o rival Basoc.

Prata nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016, o judoca conviveu com uma lesão grave no ciclo seguinte, e foi eliminado na primeira luta em Tóquio, em 2021.
O peso-pesado perdeu a visão aos 10 anos, em um acidente com tiro de espingarda e começou a praticar judô em 2009, após não se adaptar à natação.
Essa foi a quinta medalha do judô brasileiro nas Paralimpíadas de Paris.

Antes, ganhou ouro com Arthur Silva (até 90 kg, J1), ouro com Alana Maldonado (até 70 kg, J2), prata com Brenda Freitas (até 70 kg, J1) e bronze com Rosicleide Andrade (até 48 kg, J1).

Supertufão Yagi se dirige para o Vietnã após deixar 2 mortos na China

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O supertufão Yagi matou duas pessoas e deixou outras 92 feridas após atingir a ilha de Hainan, no sul da China, anunciou neste sábado (7) a agência de notícias estatal Xinhua.

 

A tempestade chegou à cidade chinesa “com forte chuva e ventos intensos”, descreveu a agência, citando autoridades locais.

Yagi é o segundo ciclone tropical mais poderoso do mundo em 2024 e já matou pelo menos 16 pessoas nas Filipinas, e no início desta semana se formou a leste do arquipélago asiático.

Ao atingir os distritos insulares do norte do Vietnã por volta das 13h no horário local no sábado (3h em Brasília), gerou ventos de até 160 km/h perto de seu centro, tendo perdido força de seu pico de 234 km/h em Hainan um dia antes.

No Vietnã, a cidade costeira Haiphong -polo industrial com população de 2 milhões que abriga fábricas de multinacionais estrangeiras e uma fabricante de carros- , foi uma das mais atingidas pelos ventos.

Partes da cidade ficaram sem energia elétrica, disseram as autoridades. O vento quebrou janelas de vidro de prédios e quebrou galhos de árvores, de acordo com uma testemunha da Reuters. As ruas estavam desertas, já que os cidadãos seguiram os pedidos das autoridades para ficarem em casa.

Anteriormente em Hainan, que tem população de mais de 10 milhões, a tempestade derrubou árvores, inundou estradas e cortou a energia de mais de 800 mil residências.

AEROPORTOS FECHADOS
O Vietnã retirou quase 50 mil pessoas de cidades costeiras e mobilizou 450 mil militares, informou o governo.

O país também suspendeu as operações por várias horas em quatro aeroportos no sábado, incluindo o Noi Bai de Hanói, o mais movimentado do norte, cancelando mais de 300 voos.

As escolas secundárias também foram fechadas em 12 províncias do norte, incluindo na capital Hanói.

Os tufões estão se tornando mais fortes, alimentados por oceanos mais quentes, em meio às mudanças climáticas, dizem os cientistas. Na semana passada, o tufão Shanshan atingiu o sudoeste do Japão, sendo a tempestade mais forte a atingir o país em décadas.

Yagi recebeu o nome da palavra japonesa para cabra e da constelação de Capricórnio.

Jovens relatam melhora nos estudos e nas conversas após veto a celular na escola

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LAURA MATTOS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Foi ruim quando proibiram”, diz Pedro, 15, estudante da rede municipal do Rio de Janeiro, que baniu, por lei, os celulares nas escolas da prefeitura no início deste ano, tanto nas aulas quanto nos intervalos. “Antes de ser proibido, a gente sempre ficava jogando um contra o outro, na aula e no recreio, conversando na rede social, vendo vídeos, apostando em bets e no tigrinho [caça níquel online]”, conta o jovem.

 

Sem o celular, Pedro diz que começou a prestar a atenção nas aulas, até se sentou na primeira fileira. Suas notas deram um salto surpreendente. De um aluno com conceito RI (regular insuficiente) no boletim, que é uma nota perto da reprovação, em poucos meses ele superou o R, de regular, e atingiu o B, de bom -que só está abaixo da nota máxima, MB, muito bom.

Coordenadora da escola Martin Luther King, onde Pedro estuda, Thaís Trindade afirma que Pedro é um exemplo do que aconteceu com muitos estudantes. “Temos vários alunos que são inteligentes, mas não conseguiam ter um bom desempenho por causa do celular”, diz. “Sem o aparelho, eles começaram a entender as matérias, tirar notas melhores, passaram a ser elogiados pelos professores e a se sentir estimulados”, conta.

Mas não foi um caminho fácil. Os alunos, especialmente os mais velhos, faziam boicote no início, escondendo os celulares na mochila em vez de colocá-los na caixa que fica guardada na sala da coordenação, com é a regra.
“No intervalo, parecia que eu estava no ‘CSI’ [série de investigação criminal] tentando flagrar alunos com celular. Agora está tudo mais leve. Até o furto de celular, que era um problema, se reduziu. E eles entendem que o aparelho está mais seguro na caixa”, conta Trindade.

A batalha agora é conscientizar as famílias sobre o uso do celular fora da escola. Pedro mesmo conta que fica no aparelho até às 2h da madrugada, e acorda às 6h para ir para escola, “com muito sono”. Ele tem acessado com frequência as bets e chega a apostar até R$ 500 (como esses jogos são proibidos para menores, Pedro é um nome fictício, utilizado pela reportagem para preservar a sua identidade). Ainda assim, o jovem diz se sentir “menos viciado” no celular depois do uso na proibição na escola.

Adolescentes ouvidos pela Folha de S.Paulo declaram que o banimento do celular no ambiente escolar melhorou a relação deles com o aparelho. “Quando veio a proibição, achei um absurdo. Era muito difícil ficar sem o celular, que eu usava umas dez horas por dia”, conta Valentina Chico, 16, aluna da Castanheiras, escola da região de Alphaville, em Santana do Paranaíba (Grande SP), que proibiu o uso do celular no início deste ano.

“Mas eu fui me acostumando e decidi mudar outras coisas na minha vida para ser mais saudável”, diz. “Eu era sedentária e passei a fazer esporte todos os dias, o que me ajuda também com a ansiedade”, relata. Ela diz ter cortado o uso do celular diário para a metade do tempo.

Rafaella Marcondes, 16, também da Castanheiras, conta que a proibição “foi um susto” para os alunos. “A gente sempre conversava sobre o que via no celular, sobre o que aconteceu com esse ou aquele famoso. Com o tempo, passamos a conversar sobre situações da escola, a falar sobre nós mesmos”, relata.

“Agora a gente toma sol deitada no banco, enquanto conversa. A gente nunca tinha feito isso antes”, conta Olivia Ralston, 16.

Aluna da Alef Peretz, do Jardim Paulistano (zona oeste de São Paulo), Julia Galeano, 18, conta que “gerou muita polêmica” a decisão da escola de adotar, no início do ano, uma pochete para trancar os celulares dos estudantes -cada um possui uma bolsinha que têm trava magnética só aberta ao final das aulas.

“Era uma quebra muito grande de realidade, porque a gente sempre usava o celular no recreio e até nas aulas, mesmo não sendo permitido”, conta. “Mas, conforme o tempo foi passando, as relações sociais mudaram bastante, a gente conversa muito mais. Agora, mesmo o celular sendo liberado na hora do almoço, muitas vezes eu e minhas amigas optamos por não usar.”

Para estudar, afirma Julia, tanto na escola quanto em casa, “o aumento da produtividade e do foco é notável”. Como uma desvantagem, ela cita a dificuldade de se comunicar com as pessoas, inclusive com familiares -para isso, é preciso pedir para a secretaria entrar em contato, como era antes da existência do celular.

Também aluno da Alef Peretz, Miguel Albergaria da Fonseca, 17, disse que não se sente incomunicável e que a sua relação com o celular melhorou. “Antes dessa proibição, eu usava muito . Cheguei a perder aula, a perder conteúdo. Agora estou mais conectado com as aulas e com meus colegas”, diz.

Na Assembleia Legislativa de SP, um projeto de lei para banir o uso do celular por alunos em escolas, apresentado por Marina Helou (Rede), uniu deputados da esquerda e da direita -entraram como coautores Professora Bebel, do PT de Lula, Lucas Bove, do PL de Jair Bolsonaro, e Altair Moraes, do Republicanos do governador Tarcísio de Freitas.

A proposta está atualmente em análise pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação.

 

Carlinhos expõe afastamento de Deolane antes de prisão

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Carlinhos Maia se pronunciou sobre a prisão de Deolane Bezerra em uma série de vídeos no Instagram, na noite de sexta-feira (7). Ele revelou que, apesar de gostar dela, estão afastados há dois meses e que não se falaram desde um desentendimento na época do programa “Fiuk”. Carlinhos também mencionou que não recebeu apoio da família de Deolane durante o tratamento de câncer de seu pai.

 

Deolane e sua mãe foram presas preventivamente na quarta-feira (4) em uma operação que investiga uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Segundo o delegado responsável, as casas de apostas (bets) eram usadas para lavar dinheiro de jogos ilícitos. Deolane, por sua vez, publicou uma carta defendendo-se das acusações, alegando ser vítima de preconceito e perseguição.

Um áudio antigo de Carlinhos Maia sobre Deolane voltou a circular nas redes sociais após a prisão. No áudio, ele criticava a amiga por um suposto envolvimento com o chefe do tráfico do Morro da Maré, questionando sua decisão de aparecer usando um colar que pertencia a um traficante.

Carlinhos expressou preocupação com a situação e lamentou a polêmica envolvendo a influenciadora, afirmando que tudo estava indo bem até o surgimento desses problemas. Ele sugeriu que Deolane deveria ter sido mais cuidadosa com suas escolhas.

Deolane, em sua defesa, afirmou estar sendo injustiçada e prometeu provar sua inocência. A situação continua a repercutir nas redes sociais e a chamar a atenção do público, que aguarda os desdobramentos do caso.

Suzana Alves, ex-Tiazinha, mostra rotina após se converter

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Suzana Alves, de 46 anos, musa dos anos 1990, que ficou famosa com sua personagem Tiazinha, se converteu há alguns anos. 

 

A atriz usou suas redes sociais para mostrar um pouco do seu dia a dia. “Essa é a foto da realidade aqui em casa. Bastidores da vida real? Com muito amor e gratidão!!! Louvor, cadernos, livros, ouvindo uma palavra, enquanto tomo uma vitamina D e preparando o almoço ao mesmo tempo? Ufa! Viva a Deus pelas mulheres!!!!”.

Os seguidores da artista logo reagiram. “Abençoada e abençoadora”, disse uma. “Perfeita. A vida são seus encantos”, disse outra. “É tão lindo ver o quanto você se despiu da mulher que teve muita fama nos anos 90 e hoje continua mais linda buscando o seu propósito que é honrar a palavra de Deus. Ah te admiro muito, que Deus abençoe sempre você e sua família”, afirmou mais uma.

 

Os apelidos mais estranhos (e surpreendentes) dos famosos!

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Todo mundo já teve ou tem um apelido. Alguns desses nomes são até fofos, quando dados por familiares ou amigos próximos, mas há também aqueles que são um terror e preferimos esquecer! Inclusive, muitas celebridades sofreram bullying na infância e tiveram que aguentar trocadilhos malvados, mas que hoje em dia até conseguem achar graça.

 

Pabllo Vittar, por exemplo, amou a maneira como Madonna lhe chamou durante o convívio com a Rainha do Pop em sua passagem pelo Brasil para o último show da ‘Celebration Tour’. Curiosamente, houve casos de estrelas que até adotaram esses apelidos como nomes artísticos!

Intrigado? Clique a seguir na galeria para descobrir os apelidos dos famosos brasileiros e internacionais!

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Um ano após enchente histórica, casas ainda não foram entregues no vale do Taquari, no RS

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CARLOS VILLELA
PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS0 – Um ano após a devastadora enchente que atingiu a região do vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, nenhuma moradia definitiva foi entregue às pessoas que perderam suas casas.

 

A demora coloca em risco a recuperação plena da região, devastada por uma cheia histórica no dia 4 de setembro de 2023 -quando o nível do rio Taquari chegou a 29 metros, 10 metros acima da cota de inundação- e enchentes subsequentes.

A água alcançou o terceiro andar de prédios e arrancou casas do lugar. Ao todo, 54 pessoas morreram, sendo 17 em Muçum e 14 em Roca Sales, as duas cidades mais afetadas.

O problema causado pela tragédia que até então era a pior em 40 anos no Rio Grande do Sul foi agravado pelas enchentes sem precedentes de maio deste ano, que elevaram o rio a 33 metros, repetindo o caos.

Dias após a enchente do ano passado, uma comitiva liderada pelo então presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB) visitou o vale do Taquari e anunciou ajuda inicial de R$ 741 milhões à região, sendo R$ 195 milhões para moradia.

Em março, o presidente Lula (PT) anunciou em Lajeado a contratação de 857 novas moradias do Minha Casa Minha, Vida em 13 municípios, sendo seis no vale do Taquari, no valor de R$ 209 milhões de um total de R$ 344 milhões em verbas para infraestrutura.

O vice-governador do estado, Gabriel Souza (MDB), afirma que as obras de reconstrução ainda não foram iniciadas pelo governo federal.

“O governo federal diz ‘olha, o município não entregou os laudos, o município não alimentou o sistema’, e o município diz ‘não, nós alimentamos, mas há burocracia do governo federal'”, disse o vice do governador Eduardo Leite (PSDB).

Procurada, a Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, que comanda os esforços do governo federal no estado, não respondeu à reportagem.

Outro desafio no vale do Taquari é a qualificação de terrenos em áreas consideradas seguras por parte dos municípios mais afetados. E mais uma vez a questão esbarra em problemas como burocracia e falta de estrutura.
De acordo com o secretário de habitação do Rio Grande do Sul, Carlos Gomes, muitos lugares ainda precisam de obras como terraplanagem e rede de saneamento.

“O estado está aprendendo que os municípios, muitos deles, têm limitações em corpo técnico para a preparação dessas áreas”, afirmou o secretário. “Em outros, que nem sequer áreas tinham, o estado teve que desapropriar áreas para preparar e receber essas habitações.”

Alguns terrenos já foram disponibilizados e preparados para construção, outros devem ser entregues em setembro e outubro. Segundo Gomes, a entrega de terrenos está avançada em cidades como Santa Tereza, Encantado, Lajeado e Estrela.

Outras cidades exigem um preparo maior, visto que o plano não inclui apenas moradias. Em Muçum, por exemplo, a estimativa é que ao menos 30% do município precise ser remanejado, dentre habitações, serviços e empresas. Em Roca Sales esse percentual pode chegar a 50%.

“Nós vamos entregar várias casas em tempos diferentes, e esse tempo diferente se dá porque os terrenos também serão entregues em tempos diferentes”, disse o secretário.

Fatores climáticos, contudo, ainda representam riscos. “Chuva, para nós, é fonte de preocupação, porque pode atrasar início de obra, pode comprometer os terrenos”, explica.

Gomes diz que o governo estadual está comprometido em entregar ao menos 200 unidades habitacionais definitivas ainda neste ano. Segundo ele, ainda há 58 abrigos ativos no Rio Grande do Sul, com cerca de 2.400 pessoas ainda abrigadas, quatro meses depois da última enchente.

Em agosto, o governo gaúcho assinou junto à Caixa um termo de cooperação para a construção de 600 moradias para agricultores atingidos pelas enchentes de setembro no vale do Taquari, pelo programa Minha Casa, Minha Vida Rural – Calamidade, voltado a pequenos agricultores afetados por desastres.

Na última terça (3), o governador Eduardo Leite anunciou um plano integrado de habitação com um investimento de R$ 571 milhões para a construção de 410 casas definitivas em 11 municípios, pelo programa A Casa É Sua – Calamidade.

Ainda não há prazo claro para início de todas as obras, mas a previsão de conclusão, a partir do primeiro tijolo colocado, é de até 120 dias. As primeiras 24 casas, que serão construídas no pequeno município de Santa Tereza, de 1.500 habitantes, terão 44 m² e serão feitas com painéis de concreto pré-moldado.

 

Ex-astro da NFL rebate crítica de LeBron sobre gramado da arena do Corinthians

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LUCIANO TRINDADE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – LeBron James, astro do basquete americano, criticou o gramado da Neo Química Arena nesta sexta-feira (6) enquanto acompanhava a partida entre Eagles e Packers, a primeira da NFL realizada no Brasil.

 

“Cara, esse campo é uma m…”, escreveu o jogador dos Lakers nas redes sociais, culpando o gramado pelos escorregões dos jogadores de ambos os times ao longo do confronto.

JJ Watt, ex-astro da NFL, ponderou as críticas feitas por LeBron e citou as diferenças dos jogos da NFL com as partidas de futebol.

“Os campos de futebol são feitos para velocidade e agilidade. Corpos menores deslizando pela superfície com contato mínimo. Eles não estão devidamente condicionados para ter a força do tamanho dos jogadores da NFL cortando, empurrando e conduzindo todo o jogo sobre eles. Isso [os escorregões] é comum em jogos internacionais”, disse Watt.

Vale lembrar que, antes de realizar a partida no estádio em Itaquera, representantes da NFL fizeram diversas visitas ao estádio e o consideram ideal para receber a primeira partida da liga na América do Sul.

Forças venezuelanas cercam Embaixada Argentina em Caracas

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Forças venezuelanas impuseram um cerco à Embaixada Argentina em Caracas, que está sob custódia do Brasil desde 5 de agosto, quando a ditadura chavista expulsou diplomatas do país.

 

Segundo um coordenador de campanha de María Corina Machado, líder da oposição no país, homens encapuzados cercaram o local na noite de sexta-feira (6). Seis pessoas estão asiladas na embaixada, todas ligados à oposição ao regime.

As tensões diplomáticas no país se acirraram após a conturbada eleição presidencial realizada no fim de julho, que selou um novo mandato a Nicolás Maduro sob forte indício de fraude.

Pedro Urruchurtu Noselli, coordenador internacional de Corina, asilado desde março, publicou no Instagram que homens encapuzados e armados rodeavam a embaixada. Segundo explica, o cerco teria começado por volta das 19h, e permanecia até 22h.

Vídeos publicados no perfil de Noselli mostram carros das forças de segurança patrulhando pela rua. Outro membro do partido opositor afirmou que a energia do prédio foi desligada.

Em nota ao portal G1, o Itamaraty declarou que o foco no momento é garantir que todos que estão na embaixada fiquem bem.
Já o governo argentino promete acionar o Tribunal Penal Internacional para exigir a prisão de Maduro e outros líderes do governo venezuelano, acusados de perseguir opositores.

Mais de 2,4 mil pessoas foram presas desde as eleições, realizadas em 28 de julho. Ná última segunda-feira (2), a Justiça da Venezuela emitiu uma ordem de prisão contra Edmundo González, 75, o candidato que representou a coalizão opositora na eleição.

O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público, liderado pelo procurador-geral, Tarek Saab, dias depois de González ignorar pela terceira vez uma intimação da Justiça para que prestasse depoimento no escopo de uma investigação iniciada após opositores acusarem fraude no pleito. A audiência mais recente foi marcada para a última sexta-feira (30), quando a Venezuela sofreu com um apagão em todo o país.

Candidato sírio a vereador de SP é alvo de ataques xenofóbicos e cogita desistir

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RENAN MARRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Abdulbaset Jarour, 34, chegou ao Brasil em 2014 depois de fugir da guerra civil que devastou a Síria, onde ele nasceu. Dez anos depois e já naturalizado brasileiro, candidatou-se a vereador em São Paulo com o objetivo de dar visibilidade às demandas dos migrantes e refugiados. Nesta semana, porém, ele chegou a anunciar que estava retirando a candidatura devido a dezenas de ataques xenófobicos -depois, recuou.

 

Abdul, como é conhecido, expôs os agressores em suas redes sociais. “Confia nao q ele vai mandar uns homens bomba pra sao paulo kkk” [sic], escreveu Wali ZS. “Vai se candidata no seu país mulsumano otário” [sic], publicou Marina de Andrade. “Vai ser uma explosão de votos”, comentou Duilio Flamino.

O candidato se diz psicologicamente abalado e cogita processar os autores das mensagens. “Eu fico muito mal. As pessoas têm costume de ofender e atacar. Parece que no Brasil isso é normal”, afirmou à Folha de S.Paulo.

“Eu não escolhi onde nasci, não escolhi os meus pais nem o meu nome. Tive que fugir, e o destino foi o Brasil. Deus abriu essa porta, mas fico triste porque as pessoas desconhecem a minha história e só querem atacar. Elas associam terrorismo com minha cultura, com a minha origem.”

Abdul diz estar em tratamento contra a depressão desde 2020, o ano em que sua mãe morreu no Brasil, aos 55 anos, por complicações decorrentes do coronavírus. As mensagens de ódio, afirma ele, agravam o seu quadro de saúde, em que a ansiedade e a insônia são comuns.

Não é a primeira vez que Abdul disputa eleições em São Paulo. Em 2022, ele se candidatou a deputado estadual em São Paulo, mas não foi eleito. Segundo o político, os ataques já aconteciam há dois anos, mas aumentaram após o início da guerra Israel-Hamas, que completa 11 meses nesta sábado (7).

Ele afirma já ter passado por constrangimentos em situações presenciais. No sétimo semestre do curso de direito, Abdul diz que já foi ofendido durante uma conversa sobre o conflito na faculdade. “Um senhor parou na minha frente e disse ‘você e seu povo cortaram cabeças de crianças israelenses’. Tinham três pessoas ao meu lado e levei o caso à reitoria, mas nada aconteceu”, diz. “Não sou palestino, mas a guerraaumenta a polarização, e as pessoas associam terrorismo com os países árabes.”

Depois de expor os ataques, Abdul afirma ter recebido várias mensagens de apoio. Agora, diz que deverá manter a candidatura. O político concorre pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro), sigla na qual se diz sentir desamparado.
Segundo o diretório municipal do partido, líderes da legenda se reuniram com Abdul após os ataques. O PSB afirma ter oferecido a ele apoio psicológico e jurídico. Também se diz atento a todas as candidaturas que representam grupos minoritários.

Abdul nasceu em Aleppo, uma das cidades sírias mais afetadas pela guerra civil iniciada em 2011. Foi ferido em 2013 e decidiu fugir para o Líbano. De lá, pensou em cruzar pelo mar para a Itália, a Grécia ou a Espanha. Tentou o visto canadense e o australiano, sem sucesso. Então, soube do visto humanitário brasileiro e procurou a embaixada.

No Brasil, Abdul trabalhou como motorista de aplicativo e ganhou visibilidade defendendo a causa migrante. Em 2019, apareceu na abertura da novela “Órfãos da Terra”, da TV Globo. Depois, entrou para o mundo da política. Nos últimos dias, vem acompanhando com atenção os desdobramentos do caso de um migrante que morreu depois de passar mal na área restrita do aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.

Ele não se arrepende de ter escolhido o Brasil como destino, mas afirma que o país é xenófobo. “Não posso generalizar, mas parte da população brasileira tem nojo de imigrantes e refugiados africanos, asiáticos ou latinos. Precisamos educar as instituições brasileiras, os funcionários e conscientizar as crianças nas escolas de que os refugiados devem ser tratados com respeito.”

Rio Madeira atinge nível mínimo histórico, vira bancos de areia e isola cultivos de banana

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VINICIUS SASSINE E LALO DE ALMEIDA
PORTO VELHO, RO (FOLHAPRESS0 – O rio Madeira, o maior e mais decisivo afluente do rio Amazonas, se transformou em bancos de areia a perder de vista na altura de Porto Velho.

 

O Madeira virou um corredor silencioso, sem vibração, sem movimento e sem muita vida -num cenário em que já não existe horizonte há semanas, encoberto pela fumaça das queimadas que dominam Rondônia.

No último dia 3, o rio atingiu um nível mínimo recorde em Porto Velho, sem precedentes na série histórica iniciada em 1967.

Medições compiladas pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil) mostram que a cota do rio ficou em 1,02 m, ultrapassando o recorde anterior, de 1,10 m em 2023, ano de seca extrema na Amazônia ocidental.

Agora, a estiagem se mostra mais severa, com o rio mais seco na região da capital de Rondônia, e mais duradoura, alcançando marcas históricas ainda no começo de setembro -em 2023, o Madeira atingiu baixas recorde para aquele momento em outubro e novembro.

Em 2024, além de isso se dar no começo de setembro, ocorre em meio a uma escassez absoluta de chuvas e a queimadas descontroladas em Rondônia. A seca ainda tem um longo caminho pela frente, e o rio tende a baixar ainda mais.

A alteração de paisagens, ora com cheia ora com estiagem, é uma característica amazônica. As comunidades ribeirinhas e tradicionais se adaptam a esses ciclos. O que tira essas comunidades do prumo são os extremos, cada vez mais recorrentes, como agora, com duas secas severas e extremas seguidas.

A constituição de bancos de areia com largura de 1 km e ao longo de vários quilômetros do rio isola comunidades inteiras, que vivem do cultivo de banana, mandioca, melancia e milho. A seca impacta o modo de vida das pessoas, que tentam garantir a produção mesmo sem chuva, o transporte até Porto Velho mesmo sem rio, o acesso a água potável mesmo com poços secos.
A reportagem da Folha esteve em uma dessas comunidades, a Itacuã, que fica a uma hora de Porto Velho. As famílias estão do outro lado do rio.

A rotina da comunidade, quando não há estiagem, passa por cruzar o rio diariamente em embarcações, transportando a produção de banana, melancia e milho até o outro lado do Madeira, para envio a feiras e mercados na cidade. A água chega até o porto da comunidade, e uma rampa garante o acesso a terra firme na outra margem.

Esse cenário já não existe mais, nem essa rotina. Os cachos das bananas que se desenvolvem são transportados nos ombros pelos bancos de areia, até o ponto em que a embarcação alcança. No outro lado, é preciso subir um barranco, pela impossibilidade de uso da rampa.

Parte dos moradores deixou Itacuã para tocar a vida na margem oposta, enquanto perdurar a seca. Os que permanecem no lugar buscam garantir a produção das roças. As histórias se repetem em diversas comunidades enfileiradas. Segundo os moradores, são cerca de 500 famílias vivendo essa realidade nesse ponto do rio Madeira.

Parte dos agricultores que cultivam banana, principalmente os mais jovens, migrou para a atividade após a destruição de dragas de garimpo em ações do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da PF (Polícia Federal).

A exploração ilegal de ouro no rio Madeira, por meio de dragas, é recorrente, de Rondônia ao sul do Amazonas. Somente uma operação feita na região de Humaitá (AM), no último mês de agosto, resultou na destruição de 459 dragas. Garimpeiros confrontaram a polícia e botaram fogo em pontos da cidade para tentar impedir a ação.

Blendo Trindade, 27, atuou no garimpo de ouro no rio Madeira, com draga, até 2022, quando a embarcação foi destruída numa ação da PF. “Todo garimpeiro virou plantador de banana”, diz.

Ele e o irmão, Ricardo Trindade, 26, vivem em Itacuã e trabalham no cultivo de banana. “Está difícil porque, com essa seca toda, as plantas não estão se desenvolvendo”, afirma Ricardo.

Cachos de banana se perdem ainda pela impossibilidade de transporte. Itacuã pode ser acessada pela parte de trás, por terra, mas a estrada está em péssimas condições, e não há caminhão disponível para a necessidade de todas as comunidades.

Os agricultores preferem, assim, cruzar os bancos de areia, o que existe de rio e o barranco para dar vazão à produção.

O preço da banana está baixo, porque parte do que é produzido fica represada, sem alcançar outras cidades, em razão das condições ruins de navegação no rio. Também há mais plantação e mais concorrência, com ex-garimpeiros atuando na agricultura.

A pesca já não é fonte de renda nem de sustento, desde a construção da hidrelétrica Santo Antônio no rio, segundo os agricultores. A hidrelétrica -que paralisou parte de suas unidades geradoras devido à baixa histórica do rio– afirma que as obras não alteraram a qualidade da água e que as condições para a ictiofauna foram preservadas.

“Antigamente, a praia não era desse tamanho”, diz Raimundo do Nascimento, 67, que permanece com a família em Itacuã, para cuidarem da roça. Ele planta banana, melancia, açaí, laranja, pupunha e cacau. “As bananeiras não estão engrossando os cachos.”

Nascimento vê interferência da exploração intensa por garimpo no destino do rio. “O garimpo remexeu muito, assoreou bancos de areia.”
A comunidade tem dificuldade de acesso a água para beber, que é transportada da outra margem. Para banho ou cozimento de alimentos, vem de um poço artesiano.

Segundo os moradores, a Defesa Civil da Prefeitura de Porto Velho prometeu entregar água potável nesse momento de agravamento da seca.

Segundo a Defesa Civil, falta água potável em Itacuã e em mais 21 comunidades. O órgão afirmou que houve processo emergencial de compra de 187 mil litros de água mineral para atendimento às comunidades. Essa distribuição deve se estender até novembro e contar com doações de água pelo setor privado, segundo a Defesa Civil.

Haverá ainda perfuração de 23 poços artesianos, como forma de contornar a escassez, conforme o órgão da prefeitura de Porto Velho.
As reportagens da série Mudanças Climáticas na Amazônia contam com apoio da Rainforest Foundation Norway